terça-feira, 25 de maio de 2010

BLOG DO BENNY:GREVE SUSPENSA: VITÓRIA OU DERROTA DOS PROFESSORES?

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Benny

* Benny
* Jornalista, Editor de Mídias Convergentes da TV Alterosa/Portal Uai



Terça-feira, 25 de maio de 2010 09:34 pm
GREVE SUSPENSA: VITÓRIA OU DERROTA DOS PROFESSORES?

Afinal, os professores saem vitoriosos ou derrotados?


Difícil saber. Há várias respostas, dependendo do ponto de vista – pais, alunos e professores estão divididos.

Basta olhar os comentários de internautas que começam a chegar tanto neste blog quanto na reportagem do Portal Uai.

Alguns acham que foi uma derrota.

Como a Marly: “Amigos,não vamos voltar às aulas de cabeça baixa, fizemos o nosso papel, fomos um exemplo de cidadania. Mais vale as lágrimas de uma derrota, do que a vergonha de não ter participado da luta.”


Diz a Luzia: “Acho que os professores saíram da greve como entraram sem nada. Perderam tempo, prejudicaram os alunos e não tiveram peito de continuar a em greve até que o governo lhes concedessem o que era pleitiado ou seja o salário que é lei. A hora era agora, espero que nunca mais tentem fazer greve novamente, se não tem coragem de ir até o fim.


E o João Bernardo: “É triste, botam o rabo entre as pernas e saem da greve sem nenhum avanço”.



Um está muito decepcionado. O Rockson Valdez: “O sindicato pelego afinou mais uma vez. Depois de inventar essa proposta traidora de piso irrisório traiu a categoria outra vez.”


Há os que encaram a derrota com desejo de vingança. “Sou professor com orgulho, volto indignado e não me dou por vencido. Na eleição eu do o troco”, afirma Cristiano Leal.



E tem a turma do “zero a zero”.


Caso do Rogério Oliveira: “Esta greve não adiantou de nada, vai continuar na mesma.”


Outros, que aparentemente, não são professores, desdenham do resultado.


Caso do Renato Sampaio: “Alguém poderia me responder quanto em gaita (dindin) os professores ganharam nesta greve” ALGUEM PODERIA ME RESPONDER QUANTO EM GAITA (DINDIN) OS PROFESSORES GANHARAM NESTA GREVE.


Uma parte da opinião pública viu mais um movimento de caráter meramente político do que uma luta por melhores salários.


Henrique Itabirano é enfático: “A greve foi deflagrada para dois motivos: eleições e ampliação da contribuição sindical. Educação tem que ser discutida de forma séria em período pós eleitoral e deve ser um programa de Estado. Não é coisa de partidos, sindicatos ou idéarios ideológicos.”


O Eduardo Almeida critica: “Como são alienados esses "professores" , fazer trabalho sujo pra um partido político,prejudicando nossas crianças e toda a sociedade honesta.” E cita o que houve na assembleia de hoje: “enforcamento de tucano,bandeiras do PT etc...mais um show patético de um sindicato-partido tendo como atores "professores"manipulados é uma vergonha!! Deus nos proteja dessa corja do PT!!”



E diz o Marcos: “tava passando da hora de voltarem. Vejam nas bandeiras da foto: bandeiras vermelhas de baderneiros, PT, PCdo B, ETC, ETC, a greve era política sim”.


Parte dos internautas está desconfiada. Como a greve foi suspensa a rigor sem conquistas concretas, tem gente que pede atenção daqui em diante e mostra o temor.


Como a Mirtes Pinheiro: “Esperemos que o governo cumpra a parte dele no concernente a honrar os compromissos assumidos.”


E o Maurício Rocha: “Vamos dar uma chance aos representantes do executivo, do judiciário e do legislativo desse Estado de Minas Gerais, demonstrarem que ainda resta-lhes o mínimo de decência.”


E a Ivete: “Vamos aguardar a postura do governo em relação ao que propõe em relação à carreira e aos salários daqui para frente!”


Mas muitos, muitos mesmo, consideram que, embora não tenha havido a conquista nem do piso salarial, a greve foi uma vitória.


Afirma o Wender: “Parabéns aos professores de Minas, Começaram o movimento unidos e terminaram mais unidos ainda, (...) o movimento de cabeça erguida, unida e com laços de amizade reforçados entre a classe.”


O Jorge prevê: “Nosso movimento vai ficar para história e servir como uma aula de cidadania.”


O Marcus Pereira classifica: “greve legítima e fortalecedora”.


E a Patrícia Souza cumprimenta: “Parabenizo a classe de educadores pela postura tomada durante estes 48 dias de greve. Nâo existe nenhum progresso sem luta.”

Como se vê, há interpretações para todos os gostos.


E a minha opinião, vão perguntar os internautas. Bem, acho que todos estão certos. Houve vitória, houve derrota, houve evolução, houve uso político.


Mas um passo foi dado. A situação é diferente hoje do que em relação ao primeiro dia. Fala-se mais nos salários dos professores, o assunto ocupou, em certa proporção, as rodas de conversas.


O salário dos professores é ruim. Não há dúvida sobre isso.


E nem é preciso ficar comparando com outros Estados ou categorias profissionais. Em valores absolutos, a remuneração é baixa para uma das categorias mais importantes da sociedade, responsável por educar nossas crianças e, por extensão, proporcionar a este país um futuro melhor.


E há também a desvalorização do salário ao longo do tempo. Há dias, recebi email de um professor mostrando o que aconteceu com o salário dele em oito anos.


“No início de 2002, o salário mínimo era de R$ 180,00 e eu recebia líquido R$623,47, ou seja, 3,46 salários mínimos.

Hoje o salário mínimo é R$ 510,00 e eu recebo líquido R$ 832,39 com 3 biênios (15%), 1 quinquênio (10%) e gratificação por ser vice-diretor (25%), ou seja, 1,63 salário mínimo.

Pasmem!!! Recebo 50% a mais de gratificações e recebo praticamente a metade do que recebia comparando com o salário mínimo!

Em 2002 recebia R$ 37,80 de auxilio transporte quando a passagem em Belo Horizonte era R$ 1,30.


Hoje, recebo R$ 36,00 de auxilio transporte e a passagem é de R$ 2,30.

Eram descontados R$ 52,80 para o IPSEMG e hoje são descontados R$ 106,23, ou seja mais que o dobro, sendo que meu salário está longe de ser dobrado.”


De novo, quero deixar aqui a minha esperança de que, ao fim desse ciclo, um outro seja inaugurado. Quero ver um grande pacto pela Educação, que mobilize a sociedade civil, envolva os atores direta e indiretamente ligados e alcance a rede estadual, mas também as municipais e a privada.

O Brasil precisa ser mais educado.

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