sábado, 31 de maio de 2014

ENTREVISTA COM A PEDAGOGA ARGENTINA ANA TEBEROSKY SOBRE PRODUÇÃO DE TEXTO

Ana Teberosky
Doutora em psicologia e docente do Departamento de Psicologia Evolutiva e da Educação da Universidade de Barcelona, ela também atua no Instituto Municipal de Educação dessa cidade, desenvolvendo trabalhos em escolas públicas.

Entrevista com Ana Teberosky

13/08/2012 -
A educadora espanhola Ana Teberosky, cátedra da Universidade de Barcelona, pesquisadora e autora de pesquisas importantes na área da educação, entre elas A Psicogênse da Língua Escrita, em parceria com Emília Ferreiro, obra que trouxe importantes reflexões a respeito da aquisiçao do sistema de escrita, falou com o Diário na Escola na última semana sobre produção de texto no ensino infantil e fundamental. A pesquisadora esteve no Brasil para um Simpósio promovido pelo CEDAC (Centro de Educação e Documentação para a Ação Comunitária), em São Paulo, voltado para formadores em educação. Na entrevista, Ana Teberosky dissertou sobre a necessidade dos alunos entenderem para que e por que produzem textos, sobre como o educador pode estimular os alunos para essa produção, sobre a possibilidade de usar histórias e imitações no processo criativo e sobre a importância das crianças adquirirem vocabulário, entre outras coisas. A seguir os principais trechos da entrevista.

Diário na Escola – Como a senhora vê a aquisição e produção de texto por parte das crianças?
Ana Teberosky – É difícil falar sobre a produção de texto da criança brasileira, porque as crianças do Norte, do Sul, da costa, da Amazônia, têm muitas diferenças regionais, não há um único tipo de criança brasileira. Porém, há uma identidade. É como na Europa, a criança portuguesa não é muito diferente da criança espanhola, mas elas têm uma cultura escolar
diferente da criança brasileira. Por isso é difícil generalizar comentários sobre o processo de aquisição de textos das crianças de locais diferentes. De qualquer forma, é possível, em qualquer lugar, dizer que para que essa aquisição ocorra, os educadores devem fazer o seguinte questionamento com os alunos: para que são produzidos os textos e por que fazê-los.

Diário na Escola – De que forma os professores devem trabalhar a partir destas questões?
Ana Teberosky – Sobre a questão para que fazê-los, é interessante que se entenda que um adulto, uma pessoa letrada, lê textos com diferentes funções e aspectos subjetivos. O jornal é um texto, o romance é um texto, uma carta é um texto, ler uma notícia é um texto, ler a bula de um medicamento é um texto. Sendo assim, para entender para que se produz textos, educador e alunos devem produzir e interpretar juntos, é importante ficar claro que o resultado concreto da
leitura e da escrita é um texto. Ou pode-se também dizer que na realização do texto há resultados concretos, de leitura e interpretação. Não há ato de leitura sem a escrita – só uma palavra já é um texto. Portanto, na produção do texto, fazemos ao mesmo tempo um ato de leitura e de escrita. Sobre a questão por que fazê-los, a história é outra. O texto é importante na aquisição da leitura e da escrita, portanto é preciso produzir e ler textos. Há muitos processos psicolingüísticos e muitos motivos possíveis num discurso, num texto. Um processo de construção das sintaxes não acontece com a palavra sozinha há todo um processo de produção e compreensão da pontuação, um processo da coerência gráfica. Então, é muito importante que a aprendizagem da leitura e da escrita não seja restrita, há várias formas de produção do texto além da gráfica. A questão da palavra é outra. A ortografia é a palavra. Se o educador for trabalhar com a ortografia, aí a unidade da referência é a palavra, mais que o texto.

Diário na Escola – Qual a maneira de trabalhar a produção de texto sem a palavra escrita, sem a
ortografia? Não é necessária, desde o ensino fundamental, a preocupação de introduzir as regras
e normas cultas da escrita?
Ana Teberosky – Quando começa a produção de texto na pré-escola ou na primeira série, é bom começar com o texto ao mesmo tempo que começar com as letras, com as palavras. Talvez não seja possível que a criança produza um texto graficamente, mas ela pode contar para o adulto e o adulto escrever. Ela pode produzir um texto oralmente, em situação de entrevista, gravando
etc. A produção de texto não é necessariamente gráfica. Quanto às regras gramaticais e ortográficas, a aquisição de algumas delas é possível no início, outras ainda não. O professor tem que chegar a um equilíbrio entre a restrição e a limitação impostas pela aplicação das regras gramaticais e ortográficas na criação do texto, e a liberdade com que se aplica essa mesma atividade, sem utilizar a produção gráfica. Nem tudo deve ser limitado e restringido, nem tudo deve ser livre, pois isso é impossível.

Diário na Escola – Como se deve começar uma narrativa? O professor tem que buscar equilíbrio entre liberdade, desde que seja criativa, e regra formal de escrita?
Ana Teberosky – O professor deve começar em cima de uma estrutura narrativa conhecida ou de uma narrativa que tenha um personagem. Nós estamos trabalhando esse tema de equilíbrio de restituição de liberdade. Se você deixa a criança na conversa cotidiana oral, a produção dela é muito pobre, o vocabulário é pobre, curto, a estrutura é muito simples. Mas se você provoca alguma situação na qual a criança tem que imitar a outra ou falar como se fosse um personagem da televisão, falar como se fosse um professor, falar como se fosse um personagem do livro, o nível de instrução dela aumenta. Aumenta muito o vocabulário, a complexidade das sintaxes. Porque a imitação permite incorporar a capacidade de outro. Nós somos a favor do texto livre, mas com atenção para o fato de que, com ele, a criança pode ficar muito sozinha com suas próprias idéias e sem ajuda. Por isso, é interessante que o texto seja criado a partir de alguma estrutura e que o aluno receba ajuda no caso da imitação de personagens ou colegas.

Diário na Escola – A produção de texto é uma ferramenta importante para que a aquisição da leitura aconteça de forma letrada, efetiva?
Ana Teberosky – É muito importante porque permite a realização do jogo discursivo que é uma situação que, sem produção de texto, é impossível. Quando você está, por exemplo, na hora de comer, com a família, normalmente todos falam muito. Mas os temas desses discursos narrativos são muito limitados, para a aquisição da leitura são interessantes temas mais complexos. Em um comentário sobre um livro você pode incorporar muito mais, porque os temas são mais complexos, porque as palavras são mais complexas. Mais da metade do vocabulário de uma língua, de um idioma, só se encontra nos livros. O vocabulário não está na fala cotidiana, ela é muito repetitiva.

Diário na Escola – Qual a importância da apropriação do vocabulário restrito aos livros?
Ana Teberosky – Se você só tiver duas palavras para todo o mundo, o que seria do mundo? Quando a criança é pequena, a criança não fala cão. Ela refere-se ao cachorro somente como au, au. Essa é toda a referência que ela tem do animal. Mas ela pode aprender a referir-se ao cão dela, a partir de outras perspectivas: pode descobrir que o au, au pode ser chamado de cão ou de cachorro, que ele é um animal, mamífero e que au, au é o som que os cães fazem quando latem. São informações sobre o animal, agregadas à expansão do vocabulário.

Diário na Escola – Apropriação da língua é apropriação de conteúdos?
Ana Teberosky – É apropriação de conteúdos, é pensar. Não interessa a fala cotidiana automática, sem reflexão, por exemplo, quando você diz no almoço: “me dá salada”. Isso é automático. Para produzir um texto você tem que pensar a linguagem.

Diário na Escola – Qual sua recomendação para os professores que estão trabalhando produção de texto com os alunos?
Ana Teberosky – Ler muito. Devem ler como adultos, devem ler para os alunos, devem comentar o livro. Sem comentários não adianta, não há progresso. Deve-se falar muito sobre
o livro, não só sobre o conteúdo, mas sobre a linguagem, sobre a capa, as letras, como se lê hoje, sobre o jeito como se lê, sobre as ilustrações.

Diário na Escola – Nesse momento, junto com a leitura, o educador deve pedir para as crianças produzirem textos?
Ana Teberosky – Não tão de imediato, não é só o primeiro passo, há o segundo passo. Por exemplo, se o educador está lendo com os alunos Chapeuzinho Vermelho, ele pode falar sobre o engano do lobo e comparar o erro da história com alguma situação cotidiana. Os alunos podem então fazer narrativas que envolvam enganos como o da história e o que o professor contou.

Diário na Escola – Qual a idade para as crianças iniciarem a produção de texto em casa e na escola?
Ana Teberosky – Depende do estímulo da família e dos professores, mas pode ser em torno de 2 anos ou 3 anos de idade. Na escola também, o quanto antes melhor.

Diário na Escola – O professor pode pedir para a criança um texto por escrito, com algumas normas de gramática, a partir de qual idade?
Ana Teberosky – É possível pedir isso para crianças de 4,5 ou 5 anos de
idade. Depende do que o educador pede e do quanto elas tiveram contato com a leitura e com a escrita. A recomendação para o professor, na verdade, é ler muito, depois comentar, quando a criança produzir um texto, o educador deve ler, comparar,e mostrar que a escrita não existe sem a leitura e a leitura não existe sem escrita. Elas estão juntas. O aluno vai acabar entendendo que
ele deve fazer um texto para alguma coisa, em função de alguma coisa.

Fonte: DIÁRIO DO GRANDE ABC - DIÁRIO NA ESCOLA (06/08/2004)

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LIVROS DE CLARICE LISPECTOR PARA DOWNLOAD GRÁTIS!!!!!




20 de maio 
 


20 obras da escritora Clarice Lispector, como A Hora da Estrela, A Legião Estrangeira, A Maça no Escuro estão para download gratuito. Clarice Lispector (1920-1977) foi escritora e jornalista brasileira, de origem judia, reconhecida como uma das mais importantes escritoras do século XX. A ‪#‎tecnologia‬ permite o acesso e compartilhamento de conhecimento, então confira: http://bit.ly/1jQMfKh

CLARICE LISPECTOR JUDIA?

VIRA E MEXE ESTOU ÀS VOLTAS COM CLARICE LISPECTOR. SINTO QUE ELA SE PERPETUOU EM TODOS NÓS QUE A LEMOS E A ADMIRAMOS. POSTO HOJE, SOBRE ASPECTOS JUDAICOS EM SUA OBRA.CLARICE NASCEU NA RÚSSIA MAS SUA LÍNGUA MATERNA É O PORTUGUÊS DO BRASIL. ELA FOI, PARA MIM,DE CULTURA E CORAÇÃO BRASILEIROS.

VANDA  




Aspectos judaicos de Clarice Lispector


Nascida Chaia Pinkhasovna na aldeia ucraniana de Chechelnik, Clarice Lispector (1920-1977) sempre desafiou definições. Dizia-se escritora amadora (“pois só escrevo quando tenho vontade”), mas se sentia morta quando parava de escrever. O texto grita, às vezes assusta, a mulher sussurra. “Estou falando do meu túmulo” – diz, a voz quase inaudível, melancólica, poucos meses antes de falecer, em entrevista ao jornalista Julio Lerner, referindo-se ao fato de ter colocado ponto final numa obra. (http://www.youtube.com/watch?v=9ad7b6kqyok)

Dizia também que escrevia de forma simples. De sua vida em novelo, porém, pode-se dizer quase tudo, menos que foi simples. O escritor norte-americano Benjamin Moser, 33 anos, que viveu no Brasil, desenrolou a história com minúcias em Why This World,  publicado com críticas elogiosas nos EUA e que chega aqui em novembro, pela Cosac Naify, como Clarice, uma Biografia.

A conjuntura que trouxe a família Lispector ao Brasil, em 1921, foi trágica – a mãe fora estuprada por soldados russos e contraiu sífilis. Clarice nasceu devido à crença, popular na Ucrânia, de que a gravidez neutralizava a doença. A família se estabeleceu primeiro em Maceió, depois em Recife, de onde a escritora saiu para estudar Direito no Rio. Moser, a quem entrevistamos, por e-mail, sobre aspectos judaicos da obra de Clarice, enfatiza a importância da sua origem e a insere num quadro de catástrofe histórica e deslocamento que gera trauma, loucura e, entre os judeus, o "povo do Livro" (para o qual o mundo é "salvo" pela palavra), uma escrita que ultrapassa fronteiras.

Pergunta: A crítica brasileira não deu maior importância à “judeidade” de Clarice e ela mesma evitou referências abertas à tradição judaica em sua obra. A tradução do seu livro vai abrir nova senda nos estudos claricianos? Vai inseri-la num grupo em que entram outros “judeus de alma atormentada”, a exemplo de um Bruno Schulz? 
Moser: Isso faz parte de minha ambição para o livro. Embora já houvesse certos críticos que se interessaram pela 'questão judaica' na obra da Clarice, há um outro lado, muito forte, que insiste na sua 'brasilidade', como se fosse preciso escolher entre ser judia e ser brasileira. Isto vem, talvez, de certo 'instinto de nacionalidade' brasileira, na frase de Machado de Assis, mas também porque ela justamente não é, nos seus escritos, explicitamente judia. Mas este lado também é muito judaico. Muitos dos grandes escritores judeus não falam explicitamente, ou só raras vezes, do judaísmo. Pense em Proust ou em Kafka. 
           Os judeus, sobretudo os que, como ela, têm sofrido perseguições e exílio, muitas vezes se refugiam em alegorias e em símbolos, e essa experiência histórica lhes dá as mesmas preocupações filosóficas e religiosas: por que Deus insiste, cada vez, em abandonar o chamado 'povo eleito' de maneira tão brutal? 

Pergunta: Há alguma explicação que Clarice tenha dado para o nome Macabéa, a personagem nordestina de A Hora da Estrela, referência aparente à trajetória dos macabeus? 
Moser: O nome foi dado de propósito, me confirmou sua falecida irmã, dona Tânia [Kaufman]. Acho que uma das glórias daquele livro é a maneira genial com que Clarice reúne tantos aspetos de sua vida e de sua personalidade em pouquíssimas páginas: é explicitamente brasileiro e explicitamente judeu. Aliás, quando se diz que Clarice raramente mencionou o judaísmo em sua obra, é também verdade que ela raramente fala do Brasil, ou pelo menos não no sentido 'folclórico', sobretudo nos romances. 
Mas o que acho que seja a referência mais clara aos macabeus é a resistência de Macabéa. Não uma resistência ponderada de uma família aristocrática, como foi o caso dos macabeus, mas a simples insistência em existir.

Pergunta: Seu livro insere Clarice na tradição judaica da “briga” com Deus, algo só possível para os íntimos... Há outras escritoras judias que tenham seguido essa tradição, em geral masculina? 
Moser: Não acho que seja uma tradição em geral masculina. Acho que é o resultado natural de quem tem uma certa vocação religiosa ou, como você diz, intimidade com um Deus que então o castiga de maneira terrível, como foi o caso dos judeus no século XX. Sobretudo na região de onde veio Clarice. 

Pergunta: Quem são as influências de Clarice nesse ponto? Ou ela é intuitiva? Li um comentário da poeta norte-americana Elisabeth Bishop, dizendo-se impressionada por Clarice não ser uma “leitora”, não demonstrar influências.
Moser: Elizabeth Bishop não ficou 'impressionada' exatamente, ela está dizendo que Clarice era praticamente analfabeta, o que estava longe de ser o caso - mas isso fazia parte da depressão da própria Bishop, em relação a tudo, a começar por sua relação com Lota de Macedo Soares, depois se estendendo ao próprio país da Lota, que no início ela tinha adorado... Falava mal de tudo, mas respeitou Clarice, uma raríssima exceção no panorama da cultura brasileira. Chegou até a traduzir Clarice para o inglês. 
            A mentalidade judaica que Clarice demonstra provém de uma coincidência de circunstâncias históricas - a perseguição e o exílio de que já falei - que quando combinada com um gênio expressivo produziu resultados que às vezes se parecem com outros escritores judeus. Mas isso não é a mesma coisa que ter 'influências'. Claro que ela leu muito, gostou ou não gostou, mas a Clarice é puramente original. 

Pergunta: O desconsolo de Clarice se explica pelo trauma infantil que você expõe agora pela primeira vez? Como ela teria se sentido na Europa durante o Holocausto, bem ao lado da tragédia dos judeus mas casada com um diplomata e imersa na vida da elite brasileira? 
Moser: De acordo com uma crença que ainda hoje existe na Ucrânia, a gravidez podia curar uma mulher de uma doença venérea, como a que a mãe de Clarice contraiu quando foi atacada nos terríveis pogroms que acompanharam o final da Primeira Guerra Mundial e a Revolução bolchevique. Foi uma das dezenas de milhares de mulheres judias atacadas. E, numa tentativa desesperada para curar a mãe, os pais de Clarice decidiram que se ela ficasse grávida, curaria a doença. Uma coisa tão perigosa que quase foi um suicídio. Mas eles eram de uma região muito primitiva e não sabiam disso. A mãe engravidou, e Clarice foi o resultado. Sua sobrevivência foi um milagre. Mas não cura a mãe, que morre quando ela tem 9 anos. E ela vai carregar sempre o peso dessa culpa.
          A violência contra os judeus após a Primeira Guerra foi quase totalmente esquecida porque o que veio depois, na Segunda Guerra, foi pior. Na verdade, só pior na amplidão, na matemática da morte. Mas acho que Clarice nada sabia quando chegou à Europa. Chegou de um Brasil ainda sob a censura do Estado Novo, onde essas coisas não foram publicadas. Os judeus sabiam que a situação estava muito ruim na Europa, mas acho que ninguém no Brasil realmente suspeitava até que ponto. E não está claro quando ela fica sabendo. Acho que a tragédia era dolorida demais. Nesse receio de falar do desastre ela não era a única. 

Pergunta: Além da tragédia da mãe, a figura do pai marcou Clarice de que modo? Ele é o "mensch" de um dos contos dela? A palavra, tão intraduzível, evoca outros fatos, outros personagens?
Moser: Dona Tania falou que ele era "o homem de melhor caráter que já conheci". Todos que o conheceram concordam. Foi ele quem salvou as filhas depois da morte da mãe. Ele, um homem quase sem talento para o comércio, que lutou a vida inteira, dia após dia, para se sustentar, conseguiu educar as filhas, dar-lhes um futuro melhor. Foi um esforço quase sobre-humano. Quando morre, muito jovem, Clarice tem 20 anos. Seus sacrifícios não foram em vão. Uma das filhas iria colocar o nome do pobre mascate entre os grandes nomes do Brasil. Mas Pedro Lispector não viveria para ver. 

Pergunta: Clarice chegou a pensar, alguma vez, em educar os filhos como judeus? Ou era um legado que não devia ser transmitido?
Moser: Ambos os filhos de Clarice são judeus ainda hoje. Não tiveram educação judaica, não porque Clarice não quisesse transmitir o legado, mas porque, como muita gente faz, optou por dar-lhes uma educação laica.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Minas Gerais: professores da rede estadual continuam em greve

 
 Muitos professores estão aderindo à greve do estado. Ainda há os que temem retaliações como corte do salário, também, os da Lei 100 que temem pela suas seguranças. Mas ainda temos ( nós da lei 100), algo a perder????? O que será que será?????
 
 O GOVERNO DE MINAS E DO BRASIL É UM DESGOVERNO QUE ATUA FORA DE LEI QUANDO LHE CONVÉM, FAZ DAS LEIS ESCUDOS PARA MASCARAR SEUS INTERESSES.A DELINQUÊNCIA NACIONAL ESTÁ NO PLANALTO, NAS LEIS MAL ELABORADAS, NA FALTA DE RESPEITO AO POVO BRASILEIRO. OS POUCOS POLÍTICOS DECENTES QUE LÁ ESTÃO POUCO PODEM FAZER. O VOTO É A NOSSA ARMA; MAS ARMA CONTRA O QUÊ? CONTRA ESSA MÍDIA QUE ENGANA???? COMO VOTAR BEM???????
GREVE AINDA QUE TARDIA! 
( LIBERTAS QUE SERÁ TAMEN: LIBERDADE AINDA QUE TARDIA.)QUE LIBERDADE FOI ESSA????
VANDA

 
Educadores permanecem em greve por tempo indeterminado
Educadores permanecem em greve por tempo indeterminado
Decisão foi votada em Assembleia Estadual
Permanece a greve, por tempo indeterminado, dos educadores mineiros, coordenada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). A decisão foi votada na Assembleia Estadual da categoria, nessa quarta-feira (28/05), no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), por cerca de 1.500 trabalhadores em educação, vindos de todas as regiões. Após aAssembleia, os educadores seguiram em passeata até à Av. Afonso Pena, no centro da capital, onde se uniram ao movimento da rede pública municipal.
O movimento teve início dia 21 de maio, em todo o Estado e,desde o começo da greve, os trabalhadores em educação de Minas Gerais realizaram assembleias locais e mobilizações por todo o Estado, para reforçar a reivindicação da categoria por abertura de negociação com o governo.
Para a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a greve é a maneira que a categoria tem de pressionar o governo do Estado a abrir negociação. Isso porque, apesar de a pauta de reivindicações ter sido protocolada no dia 31 janeiro, até o momento, a Secretaria de Estado da Educação não se posicionou, sequer agendou uma reunião para discutir as questões com a categoria.
Nesta quarta-feira (28/05), pela manhã, centenas de educadores fecharam a BR/040, entrada de Belo Horizonte, nas proximidades da Ceasa, e a BR/381, na altura do Posto 13 em protesto. No final da manhã, a paralisação aconteceu na BR/040, próximo ao Posto Chefão.
Reivindicações
A campanha salarial educacional 2014 conta com extensa pauta. Entre as questões estão o descongelamento da carreira, o pagamento do Piso Nacional Profissional, a nomeação dos concursados e solução para os efetivados sem concurso pela Lei 100/2007, considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e que atingiu cerca de 98 mil trabalhadores em educação.
“A estratégia do governo do Estado é a de não negociar. Já avisou que não vai ter modificação na carreira ou vai discutir reajuste antes de outubro. O momento é agora ou só teremos chance de conquistas em 2015”, afirma Beatriz Cerqueira.
Manifestações
Em Campo Belo, educadores e estudantes pararam as atividades no dia 23/05 e fizeram passeata pelas principais ruas da cidade, com concentração na Praça dos Expedicionários. A manifestação reuniu mais de 500 pessoas, que contou com a participação de educadores de Candeias e Perdões.
Em Caxambu, trabalhadores em educação da rede estadual se reuniram em assembleia regional para debater a situação à qual se encontra a categoria, os problemas e os desafios, como a falta de diálogo do governo acerca das demandas apresentadas pelos trabalhadores em educação. A assembleia contou com representantes da categoria de Caxambu, Baependi, Serranos e Seritinga.
Uma nova assembleia regional será realizada amanhã, em Caxambu. O Sind-UTE Subsede Poços de Caldas realizou assembleia no dia 27/05, na Rua Assis Figueiredo, 1.390, centro da cidade.
Na região do Barreiro/Belo Horizonte, a mobilização da categoria continua crescendo com o registro de paralisação parcial de cerca de 30% das 23 escolas estaduais. Segundo o diretor do Sind-UTE Subsede Barreiro, professor Max Fredson de Souza Mol, no sábado (24/05), foi feita uma carreata pelas ruas do centro do Barreiro e na porta das escolas, chamando a sociedade para o movimento dos educadores.
Na segunda-feira (26/05), o Sind-UTE Subsede Barreiro realizou panfletagem nas ruas e no restaurante popular, além de visitas às escolas do Barreiro e Ibirité.   Boa parte dos estudantes da Escola Estadual Carmo Giffoni se recusou a entrar na escola, em apoio aos professores, e saíram em passeata até a Escola Estadual João Paulo, onde conseguiram a adesão de mais estudantes, seguinte até a Escola Estadual Imperatriz Pimenta. Os estudantes portavam cartazes e houve muito apitaço.
Em Venda Nova/Belo Horizonte, a paralisação parcial já atingiu 32 das 41 escolas estudais da região. Nessa segunda-feira (26.05), os educadores, coordenados pelo Sind-UTE, realizaram passeata pelas ruas e fizeram visita às escolas.

Em Uberlândia, os trabalhadores em educação se mobilizaram usando roupas pretas e faixas, demonstrando a insatisfação com os salários e reivindicaram plano de cargos e carreira para a categoria.

Nessa terça-feira (27/05), houve ato público dos educadores na porta da Superintendência Regional de Ensino, ao lado da Escola Estadual René Gianetti, em apoio à luta dos trabalhadores em educação da Rede Estadual.

Os educadores realizam nova Assembleia Estadual na próxima quarta-feira (04/06), a partir das 14h, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na capital mineira.

terça-feira, 27 de maio de 2014

CONTRIBUIÇÃO DE EULLER CONRADO


sábado, 17 de maio de 2014

Educadores de Minas aprovam greve; blogueiros realizam encontro nacional


Educadores de Minas aprovam greve para o dia 21. No Brasil: blogueiros realizam o 4º Encontro Nacional com a presença de Lula e temas importantes em debate


Um outro olhar sobre a Copa do Mundo.

Um outro olhar sobre a Venezuela.


Vou começar o novo texto da semana falando da greve dos educadores de Minas, que foi marcada para iniciar no próximo dia 21. Como todos sabem, não pertenço mais formalmente aos quadros da categoria dos educadores de Minas. Mas, de forma alguma estou totalmente alheio ao presente e aos destinos da Educação pública e especialmente da realidade dos educadores de Minas. Durante quase 10 anos atuei como professor e como militante, por melhores condições de trabalho e salários mais dignos para todos os educadores,  como condição essencial para uma educação de qualidade. Especialmente nas duas últimas greves da categoria, a de 2010 e a de 2011, respectivamente de 47 e 112 dias, participei ativamente, ao lado de centenas de combativos colegas de todo o estado de Minas, que muito me orgulham. Considero que tenha valido a pena ter participado dessas duas grandes greves e não hesitaria em participar de uma terceira grande greve tendo em vista as condições em que os educadores de Minas foram e continuam tratados - mal tratados, aliás, pelo estado, com a carreira destruída, o piso salarial burlado e o salário praticamente congelado. O governo não tem vergonha de anunciar na mídia bem paga que a Educação de Minas é a melhor do planeta, enquanto paga apenas dois salários mínimos de teto para os professores. Vergonhoso.

Mas não quero incentivar ninguém a fazer nada, principalmente por não poder mais participar pessoalmente das lutas. Caberá a cada educador refletir sobre o que fazer, sempre lembrando de uma coisa básica que aprendemos logo que iniciamos a militância social: união e luta! Sem unidade e sem luta, não há conquistas. E claro que esta unidade não nasce pronta. É preciso ser construída na própria luta. Uma outra coisa: o governo joga pesado para desunir a categoria, porque sabe que a categoria dos educadores unida poderá arrancar qualquer conquista, inclusive política e eleitoralmente falando, já que são 400 mil educadores, entre aposentados e na ativa. Daria para colocar ou tirar governo, eleger grande bancada de deputados, fazer mudar as leis e impor outras normas em favor dos educadores e da Educação. Mas esta grande quantidade de pessoas, desorganizada e sem consciência social crítica, não é capaz de fazer valer a sua força. Vira alvo fácil da manipulação da mídia. Não quero apontar culpados por esta situação, até porque são muitos - nós todos, inclusive, temos uma parcela de culpa. Mas, nunca é tarde demais para se repensar uma realidade, e mudá-la.

Para contribuir com este momento que os educadores de Minas vivem, reproduzo abaixo dois textos que encontrei na Internet de dois professores que merecem o nosso respeito: Gílber Martins Duarte eMarly Gribel. Seria interessante que em cada escola os educadores pudessem discutir a sua realidade e buscasse compartilhar com os demais colegas as muitas opiniões e leituras que se fazem. Evitando os interesses egoístas e buscando sempre construir a unidade em torno dos interesses comuns. Este é o caminho da vitória, sempre. Contem com a nossa solidariedade e apoio moral.