sábado, 15 de outubro de 2011

Ser professor: homenagem a todos nós professores















Cláudia Soraya e seu aluno. ( Professora de escola municipal de São João del Rei, mesma escola na qual eu trabalho)


SER PROFESSOR


é estar atento ao mundo externo
e interno
de si mesmo e das vidas ao redor

buscar os sonhos
e espelhá-los nos olhos
de seus alunos

e entender que o êxtase da vida
dura um ínfimo segundo
mas é de uma grandeza inesgotável.

Vanda

Dia dos professores (EULLER)

SEXTA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2011

Dia 15 de outubro de 2011...





Dia 15 de outubro de 2011...

... apesar dos confiscos salariaisimpostos pelo governo de Minas e do Brasil...

... do subsídio que representa um confisco de R$ 2,3 bilhões somente em 2011...

... do confisco de R$ 360 milhõesaplicado com a redução salarial para quem optou pelo sistema de vencimento básico...

... do piso salarial nacional de R$ 1.187,00, que continua sonegado, apesar de ser artigo constitucional de 1988, lei federal aprovada em 2008, e considerada constitucional pelo STFem abril de 2011...

... do vencimento básico de R$ 369,00para o professor com formação em ensino médio e R$ 550,00 para o professor com curso superior...

... do contracheque zerado nos meses de outubro e novembro de 2011, além dos cortes salariais realizados em julho, agosto e setembro, como castigo aos educadores mineiros que realizaram uma greve de 112 diaspela implantação de uma lei federal - a lei do piso...

... pela omissão e conivência dos poderes constituídos - do judiciário, do legislativo, da Procuradoria Geral da Justiça, da grande mídia - todos unidos ao governo do estado para massacrarem os educadores e demais movimentos sociais...

... pelas balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio e de efeito imoral, pelos cassetetes, pela arapongagem contra dirigentes sindicais, pelatortura psicológica e física...

... pelas ameaças de demissão, pelaexoneração de diretores e vice-diretores, pela campanha publicitária contra os educadores, pela cassação do direito de greve, da autonomia nas escolas, da democracia, daliberdade de expressão, de opinião e de consciência...

... pela tentativa de destruição da carreira dos educadores, pelo terço de tempo extraclasse sonegado...

... pela omissão do governo federal, pelas promessas de campanha eleitoral não cumpridas...

... pela cumplicidade quadrilhescaentre os poderes dos três entes federados para sonegar o direito dos educadores e dos alunos à uma Educação pública de qualidade para todos, com a valorização dos profissionais da Educação...

... após 9 anos de governo Lula e Dilma e Aécio e Anastia e seus assemelhados por todo o Brasil...

... Apesar de tudo isso, colegas professores e professoras,educadores de Minas e do Brasil...

... vocês são os verdadeiros heróis do povo mineiro e brasileiro!

Pela coragem de enfrentar tudo o que foi citado, e muito mais, mantendo uma heroica greve de 112 dias e realizando...

... dezenas de grandes, gigantes passeatas e assembleias em todo o estado...

... pelos acorrentados do Pirulito na Praça Sete, na Praça da Liberdade e na Assembleia Legislativa...

... pela greve de fome de Marilda e Abdon durante vários dias na ALMG...

... pelo acampamento na Assembleia Legislativa de Minas...

... pelos atos de protesto com ocupação de rodovias, ruas e praças, na Cidade Administrativa, em frente ao prédio da Justiça e ao Minisitério Público...

... pelos acorrentados e protestos em frente às superintendências regionais de ensino de várias cidades mineiras...

... pelos protestos no Grito dos Excluídos...

... pelas visitas diárias às escolas, caminhadas pelo centro das cidades de todo o estado, enterros simbólicos, procissões e passeatas...

... pela guerrilha virtual travada nas redes sociais, mobilizando o mundo inteiro, fazendo o chão de Minas tremer, denunciando a política de choque que acontece em Minas e a omissão do governo federal...

... pela ocupação dos poucos espaços da mídia omissa e vendida...

... pelo apoio recebido de estudantes, pais de alunos, movimentos sociais dos sem-terra, dos sem-teto, das comunidades quilombolas, dos indígenas, da Comunidade Dandara, dos atingidos por barragens, do Frei Gilvander, de vozes independetendes, de Minas, do Brasil e de outros países...

... pelas igualmente heroicas grevesdos colegas educadores de vários estados e municípios do Brasil...

... pelo nosso Núcleo Duro da Greve -NDG -, que resistiu bravamente durante 112 dias aos ataques do governo e seus aliados, e continua de pé, pronto para o combate...

... por terem tido, combativoseducadores de toda Minas Gerais, acoragem de lutar, quando muitos se quedaram em silêncio, ou se prestaram ao trabalho de furar a greve na condição de substitutos dos verdadeiros guerreiros e guerreiras da nossa classe...

P A R A B É N S....

P A R A B É N S....

P A R A B É N S!!!


Por hoje - dia 15 de outubro - e por todos os dias do ano!

Os educadores de Minas e do Brasil deram a maior aula pública de cidadania para os brasileiros e para o mundo...

... com orgulho, com coragem, com bravura, com união e com garra!

- Viva a heroica luta dos educadores de Minas Gerais e do Brasil!

Blog do Euler - 100% a serviço da luta dos educadores e dos de baixo.

***

PARABÉNS AO NDG!!!

PROFESSOR É:

É buscar dentro de cada um de nós

forças para prosseguir, mesmo com toda pressão,

toda tensão, toda falta de tempo...

Esse é nosso exercício diário!

Ser professor (a) é se alimentar do conhecimento

e fazer de si mesmo (a) janela aberta para o outro.

Ser professor (a) é formar gerações, propiciar o

questionamento e abrir as portas do saber.

Ser professor (a) é lutar pela transformação...

É formar e transformar,

através das letras, das artes, dos números...

Ser professor (a) é conhecer os limites do outro.

E, ainda assim, acreditar que ele seja capaz...

Ser professor (a) é também reconhecer que

todos os dias são feitos para aprender...

Sempre um pouco mais...

Ser professor (a)

É saber que o sonho é possível...

É sonhar com a sociedade melhor...

Inclusiva...

Onde todos possam ter acesso ao saber...

Ser professor (a) é também reconhecer que somos,

acima de tudo, seres humanos, e que temos licença para rir, chorar, esbravejar.

Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.

Todos os dias do ano são seus, professor(a)!

Parabéns!

UM ABRAÇO A TODOS(AS ) COLEGAS DE PROFISSÃO NO DIA DE HOJE!!!

DA AMIGA: Vera Lúcia Santos do "NDG de MARIANA"

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Some a menina Pietra, no litoral Norte de S.P.

Pelo Amor de DEUS, ajude a passar essa foto,
para o maior número de pessoas possível !!!

Esta garotinha foi seqüestrada na Praia do Engenho,

litoral norte de SP, ao lado de Barra do Una.

Passe a foto adiante, o custo é zero e pode ajudar muito.
Deus com certeza há de recompensar- te por isso.

Hoje estás ajudando alguém... Amanhã tu poderás ser o ajudado.

Pense nisso! Não fiques indiferente! ...


Olá! Meu nome é Jean e sou pai da PIETRA. Esta menina que aparece na foto Muito obrigado, Jean
E-mail:
jeanneves@terra.

Por favor não retorne ..nem apague... passe adiante!!!
Estou pedindo pelo amor de DEUS que se você tiver qualquer informação sobre ela me avise.
Estou enviando este e-mail para vocês para que possam reenvia-lo para o maior numero de pessoas possível e caso tenham alguma informação. Por favor entrem em contato comigo.
Se fosse sua filha voce reenviaria ...




Pense nisso!

Muito obrigado, Jean
E-mail:
jeanneves@terra. com.brCel (47)8413-443




Pelo Amor de DEUS, DIVULGUE essa Foto!!!



AQUELE, POIS, QUE SABE QUE DEVE FAZER O BEM E NÃO O FAZ, COMETE PECADO."
(Tiago 4:17)

Reflita nesta Palavra ante de reenviar este pedido de ajuda!




Que DEUS abençoe a todos quantos ajudarem!

Informações:
Disque Denúncia>
0800 15 63 15 ou
DEIC / DIVISÃO ANTI - SEQÜESTRO

>
(11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 (11)3823-5867 ou3823-5868









Euller:"Na desqualificada Veja, mais um palpiteiro a serviço das elites."

SEXTA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2011







A combativa turma do NDG da cidade de Mariana, presente na nossa heroica greve de 112 dias.




Na desqualificada Veja, mais um palpiteiro a serviço das elites

Aqui em Minas Gerais nós temos algumas entidades que existem para servir ao governo nos momentos das legítimas greves dos educadores. Uma delas é uma tal federação de pais de alunos, cujo chefe provavelmente nunca visitou 1% das 3.700 escolas espalhadas pelo estado. Perguntem aos pais de alunos, caros colegas professores, se eles já ouviram falar numa tal federação que só aparece durante as nossas greves para dar entrevista na mídia comprada contra os interesses dos educadores. E se eles foram alguma vez consultados sobre o que seria melhor para eles e seus filhos.

Mas, além dessas figuras que circulam a mando dos governantes regionais - figuras sem representação real alguma, mas que oferecem a cara de tacho para servirem aos poderosos -, temos também, no cenário nacional, figuras com aparência de refinamento, mas não menos canalhas do que as outras, que por serem simplórias, nós até entendemos, embora não concordemos. Para quem - como os educadores mineiros - está convivendo com a figura do substituto sem habilitação, não é difícil entender a existência de outros personagens que se prestem a qualquer serviço.

Não deveria perder meu precioso tempo livre analisando certas baboseiras que publicam sobre os educadores, a educação, os sindicatos, enfim. Mas, até para que essas concepções descoladas da nossa realidade concreta não proliferem, torna-se necessário dar essa pequena contribuição crítica, a denunciar o papel deseducador que certas publicações exercem.

Recentemente, na já manjadíssimarevista Veja, conhecida pelo seupadrão editorial ultra-conservador, golpista e direitista (o pleonasmo aqui é inevitável), figurou, entre suas porcas páginas, nas quais não me atrevo a tocar, já há algum tempo, por razão de higiene - e por achar um desperdício e uma agressão à natureza se permitirem que derrubem árvores para produzir excrementos -, mais um artigo de ataque aos educadores.

O autor de tal artigo, um economista, que atende também pelo nome deGustavo Ioschpe, filho bem nascido de banqueiro, rabiscou algumas mal traçadas linhas para tentar defender a tese de que as greves coordenadas pelos sindicatos dos educadores seriam prejudiciais à sociedade, pois os sindicatos estariam lutando apenas por interesses próprios, opostos aos dos alunos, pais de alunos, etc. Dizem que na revista, que eu recomendo que ninguém a assine ou compre, o tal artigo foi ilustrado com uma foto da nossa heroica greve de 112 dias. Nada mais impróprio!

Resisti o quanto pude a ler o referido artigo serviçal do pensamento neoliberal e a serviço dos governos, mas foram muitos os pedidos e tive que me dar ao trabalho, aborrecido, não nego, de achá-lo na Internet, neste endereço (http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/e-hora-de-peitar-os-sindicatos-de-professores-escreve-ioschpe/). E pior: tive que lê-lo - eis um sacrifício quase tão grande quanto sobreviver com os nossos contracheques zerados.

Confesso aos meus colegas de luta, turma de combate do NDG e demais colegas, que é difícil responder a um apanhado de frases sem qualquer fundamentação razoável, como a do tal articulista da infeliz revista. Ele começa comparando a luta dos educadores por melhores salários e condições de trabalho com a indústria de cigarros, tentando estabelecer um ridículo paralelo: quando se fala dos males cancerígenos causados pelo cigarro, todos sabem que a indústria defende o lado dela, em particular. Mais ou menos como se a nossa luta pelo piso, pelo tempo extraclasse, por exemplo, nada tivesse a ver com umaEducação pública de qualidade para o bem de todos, e fosse apenas do interesse privado dos educadores, ou do sindicato.

E nessa linha rebaixada o articulista desenvolve o seu péssimo texto, abordando os temas de forma superficial e irresponsável até, pois eu duvido que ele tenha pisado em alguma escola pública da periferia de qualquer grande centro urbano do país para falar sobre o tema. Vejam que pérola:

"Você deve achar que o país investe pouco em educação, que os professores são mal remunerados, que as salas de aula têm alunos demais, que os pais dos alunos pobres não cooperam, que deficiências nutritivas ou amorosas na tenra infância fazem com que grande parte do alunado seja “ineducável” e que parte do problema da nossa educação pode ser explicada pelo fato de que as elites não querem um povão instruído, pois aí começarão os questionamentos que destruirão as estruturas do poder exploratório dessas elites." - diz o articulista, para, em seguida completar:

"Não importa que todas essas crenças, exceto a última, sejamdemonstravelmente falsas quando se cotejam décadas de estudos empíricos sobre o assunto (a última não resiste à lógica)." (grifos nossos)

Quer dizer então que décadas de estudos empíricos provam que:

a) nós não ganhamos baixos salários, devemos ser meramente uns insatisfeitos da vida. Nem vou falar dos nossos contracheques zerados deste e do próximo mês, porque aí seria uma apelação da minha parte. Basta falar da nossa reivindicação principal: umpiso salarial de R$ 1.187,00 para uma jornada de até 40 horas de trabalho. De fato, este é um salário gigantesco, que nenhum de nós saberá como gastá-lo no dia em que os governos que financiam a revista Veja, o jornal Estado de Minas, a Rádio Itatiaia, a Rede Globo, e tantos outros, resolverem nos pagar esta altíssima remuneração. Agora, a pergunta que não quer calar: será que este sujeito tem a coragem de fazer como eu faço aqui, de exibir o contracheque publicamente, para mostrar quanto ele ganha para meter o bedelho em assunto que é sério, e deveria ser tratado com respeito, e não como ação de palpiteiro? Mas, como eu sou ingênuo! Quem disse que ele tem contracheque? Filho de banqueiro, estudou em duas universidades caríssimas no exterior, é fundador e presidente da G7 Investimentos, conselheiro da Iochpe-Maxion S.A. e Fundação Iochpe, etc., etc. Ou seja, é um "especialista" da educação, padrão rede Globo, que não deve ter contracheques, mas retiradas mensais superiores, cada qual, ao que um professor do Brasil real recebe em toda uma vida de dedicação ao ensino público;

b) salas superlotadas continuam uma realidade em várias escolas de Minas e do Brasil. Já lecionei para turmas com mais de 50 alunos, onde eu ficava espremido entre a lousa e as carteiras da frente dos alunos. Depoimentos semelhantes já foram dados aqui. E é muito comum, por economia porca por parte do estado, haver fusão de turmas quando numa ou noutra sala começa a ocorrer evasão de alunos no segundo semestre do ano. Mas, os "estudos empíricos de décadas" do nosso especialista dizem o contrário. Logo, a realidade fática não conta, o que conta mesmo são os estudos de "especialistas" escolhidos a dedo pelos governos, ou pelas secretarias de educação dos desgovernos;

c) quanto aos pais de alunos não cooperarem, claro que esta forma rebaixada de abordar o problema só poderia sair da boca, ou da pena, de uma pessoa que desconhece a realidade social em que vivemos. Boa parte dos pais de alunos não tem condição real para dar a devida atenção ao desempenho dos filhos nas escolas públicas; não que não queiram, mas por absoluta falta de tempo, pois trabalham o dia todo para garantir a sobrevivência da família; ou então porque eles não tiveram, na infância, a oportunidade de frequentar uma escola pública de qualidade. Contudo,a culpa não é desses pais, mas dos governos e das elites dominantes, que não investem na educação e preferem gastar rios de dinheiro com publicidade em revistas, jornais, rádios e TVs de baixa qualidade - que contratam "especialistas" para falarem mal dos professores -, do que investir seriamente na educação pública;

d) o país não investe pouco em educação pública - é o que diz o articulista-palpiteiro, fazendo referência a "estudos empíricos". Aliás, estes estudos me lembram um pouco uma fábrica poluente aqui da cidade onde eu moro, que contratava empresas para fazerem estudos comprovando que ela não tinha culpa pela poluição que causava. A culpa era do vento, que soprava na direção errada. Paguem um profissional sem caráter para fazer um estudo contra ou favor qualquer assunto e ele fará, sem dor na consciência. Então, o Brasil investe muito em educação básica, de acordo com o articulista. Ora, onde está este dinheiro, então? Se os educadores de Minas e do Brasil estão lutando e sofrendo para receberem um miserável piso salarial de R$ 1.187,00 e ainda assim não conseguiram, há que se perguntar: onde está o dinheiro deste alto investimento na Educação pública que não chega nas escolas e no bolso dos educadores? [Cairia bem aqui aquela música: "Onde está o dinheiro, o gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu...."]. Se fosse consequente com a análise que ele faz, deveria dizer queos governantes deste país são corruptos e ladrões. Mas, o papel dele não é ir ao fundo nas análises, mas simplesmente lançar a desconfiança, tentar jogar os leitores incautos contra os legítimos movimentos dos educadores por salários mais justos, e consequentemente, por uma Educação pública de qualidade. O Brasil investe em torno de 5% do PIB, apenas, com toda a Educação pública. Este ano de 2011, o custo aluno ano foi de apenas R$ 1.750,00 para o FUNDEB - o que dá uma média de R$ 146,00 por mês por aluno. Apontem uma única escola privada que cobra esta mixaria de mensalidade dos seus alunos, garantindo com este recurso o pagamento dos educadores, as reforma das escolas, a aquisição de equipamentos, merenda, livros didáticos, etc. O estado investe muito pouco na educação pública - investe pouco e mal, pois são notórios os desvios realizados com as verbas da Saúde e da Educação -, e obviamente, este baixo investimento na Educação se deve sim à não priorização dessa área pelas elites dominantes. Por quê? Óbvio: essas elites não desejam, de maneira alguma, conviver com umapopulação dos de baixo com boa formação crítica, politizados e conscientes do protagonismo que devem assumir em relação à sua própria história.

Mais adiante - e eu não vou me dar ao trabalho de cansar ainda mais os nossos ilustres leitores - o articulista da tal revista lança a conhecida falácia neoliberal, segundo a qual, a qualidade da educação deve ser vista pelas lentes do mercado, pela competição individual entre os educadores, a tal meritocracia extremada, contra a qual, segundo o economista, o sindicato é um obstáculo. Em outras palavras: se não houvesse a luta coletiva, sindical, organizada, a qualidade do ensino seria melhor, pois os "bons" profissionais ganhariam mais, e os "vagabundos" (é este o termo que ele usa, talvez se olhando no espelho) receberiam menos. Mal sabe o palpiteiro, que a luta dos educadores tem se pautado pela defesa de salário justo para todos, mas também pela implementação de umapolítica séria de formação continuada e pela valorização do título acadêmico - o que não se conquista com vagabundagem, mas com estudo, com dedicação, com persistência. E que é justamente o estado que tenta dificultar esta luta, ao não remunerar adequadamente os educadores que alcançam novos títulos acadêmicos, ou ao não oferecer cursos de formação continuada, além dos péssimos salários praticados.

E para encerrar - porque meu estoque de paciência com tanta imbecilidade já começa a se esgotar neste final de noite - vejam esta outra pérola:

"Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha de trabalhar mais: passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, aprofundar-se no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor — aulas mais curtas, maior salário, mais férias, maior estabilidade no emprego, maior liberdade para montar seu plano de aulas e para faltar ao trabalho quando for necessário — é irrelevante ou até maléfico para o aprendizado dos alunos."

Vejam: "cada vez mais a pesquisa demonstra...". Pesquisa? Que pesquisa que demonstra essa imbecilidade? Se ele conhecesse um pouco a realidade das escolas e das nossas reivindicações, veria que o que queremos é bom para o aluno e para o professor, sem contradição alguma. Queremos simmais tempo extraclasse, justamente para preparar melhor as nossas aulas - isto nada tem a ver com "aulas mais curtas"; queremos melhores condições de trabalho sim, com turmas menores, equipamentos, bibliotecas, salas de informática, para podermos ocupar com mais criatividade o tempo em sala de aula e fora dela também; e queremos autonomia sim, paradiscutir e preparar os conteúdos, considerando os contextos em que vivemos, e para realizar trabalho interdisciplinar, o que requer maior tempo extraclasse. Mas, para o infeliz articulista, nós estamos querendo é liberdade para faltar quando quisermos, ou para não trabalhar - novamente ele deve estar se mirando no espelho, claro. É outro que desconhece a realidade do magistério e a necessidade de haver mais tempo extraclasse para o melhor desempenho profissional em sala de aula. O que é bom para professores e alunos.

Enfim, trata-se de mais um texto sob encomenda, com citações de pesquisas descontextualizadas, de outros países, sem se dar ao trabalho de abordar de forma séria a dramática realidade da educação pública básica no Brasil. Mais um artigo sob encomenda a serviço dos governantes, como o de Minas e de tantos outros estados e municípios, que não cumpriram sequer a Lei do Piso - e cujo tema, responsável pela greves que ele critica, não foi mencionado sequer uma única vez no seu artigo.

Ora, as elites brasileiras estão realmente empobrecidas demais em matéria de críticos, pensadores ou "especialistas" em tentar justificar as suas políticas anti-povo. O nível de formulação destes articulistas prova que o Brasil precisa de fato de mais investimento na Educação. Inclusive para os especialistas-palpiteiros.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

***

Euller:"O que os professores vão comemorar no próximo dia 15? "

QUINTA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2011




O que os professores vão comemorar no próximo dia 15?


No dia 15 de outubro próximocomemora-se mais uma data alusiva ao professor. Teoricamente, deveria ser um dia de comemoração e confraternização por parte de todos os educadores do Brasil, que deveriam já estar recebendo o piso salarial nacional, confiantes de uma carreira que estaria vivendo um momento de valorização.

Contudo, a realidade é completamente oposta. Tomemos inicialmente o exemplo dos educadores do estado Minas Gerais, que em teoria está entre os três estados mais ricos da Federação. Para tentar garantir o cumprimento de uma Lei Federal - a Lei do Piso - os educadores mineiros tiveram (tivemos) que realizar uma heroica greve de 112 dias - e mesmo agora, quando a greve foi suspensa, o sindicato da categoria tenta negociar uma possível aplicação da lei federal.

Enquanto isso, os educadores mineiros que participaram da greve estão sendo castigados pelo governo de Minas com os contracheques zerados nos meses de outubro e denovembro, além dos cortes e redução de salários realizados nos meses de julho, agosto e setembro.

A máquina do estado, coordenada pelo governo mineiro e englobando a procuradoria geral da justiça, o judiciário, o legislativo e a grande mídia, realizou os mais sórdidos ataques aos educadores que lutaram pela aplicação de uma lei federal. Foram 112 dias de chantagens, ataques, ameaças, bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta, corte de salário, contracheque zerado, redução salarial; violenta campanha publicitária difamando os professores; covarde atuação da grande mídia, omissa e vendida; atuação pusilânime também da procuradoria geral da justiça, que ao invés de zelar pelo cumprimento da lei atuou como garoto de recado do governador; total omissão do poder legislativo, sempre pronto para servir ao governante de plantão em troca de favores políticos; além da ação da justiça sempre favorável ao governo.

Enquanto milhares de educadores deram uma verdadeira aula pública de cidadania, lutando corajosamente para defender direitos assegurados em lei - e para isso ocupando rodovias, realizando gigantescas passeatas, acampando na assembleia legislativa, acorrentando-se em diferentes pontos de Minas Gerais, realizando greve de fome, ocupando o plenaŕio da ALMG, e travando o bom combate em todas as frentes possíveis, inclusive na Internet, para quebrar o monopólio da mídia pró-governo -, do outro lado estavam as autoridades constituídas, dando o pior exemplo.

Ao invés de tentarem viabilizar o pagamento do piso salarial nacional, instituído por lei federal - evitando com isso a greve -, os chefes dos poderes constituídos tentaram destruir a carreira dos educadores, sonegar o pagamento do piso, cassar o direito de greve, e realizar as mais diferentes formas de crueldade e tortura contra os educadores.

Minas Gerais trouxe de volta, durante os 112 dias da heroica greve dos educadores que tiveram coragem de lutar - infelizmente, muitos se omitiram -, os piores momentos da recente história do Brasil, vividos durante a ditadura militar. Houvetortura psicológica, através de chantagens, pressões de diretores de escola a mando do governo, corte de salário e até mesmo tortura física, quando aconteceu a ocupação do plenário da ALMG e o ar condicionado foi ligado ao máximo, deixando os educadores durante um bom tempo submetidos ao ambiente congelado, sem água e sem direito ao uso do banheiro. Na então Praça da Liberdade - que tornara-se a Praça da Repressão -, no momento em que o governador e o senador candidato a presidência da República recebiam um seleto grupo de convidados, os educadores recebiam balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta e cassetete. Foi uma expressão fiel do pensamento e da prática discriminatória e excludente da elite dominante brasileira em relação aos de baixo, aos trabalhadores que constroem o presente e o futuro deste país.

No próximo dia 15, os educadores de Minas passarão mais um dia do mês de outubro sem salário, tendo que lecionar e repor aulas sem qualquer meio de sobrevivência, pois o governo se negou a pagar o salário do mês de outubro, mesmo após um acordo assinado, que garantiu a suspensão da greve. Até mesmo a proposta deantecipação do 13º salário para este mês foi adiada para o dia 17, quando o governo de Minas poderá aceitar ou não tal proposta. E no mês de novembro novamente não haverá salário para os educadores, pois o governo impõe uma política de terrorismo psicológico, negando-se a pagar o mês corrente para intimidar os educadores, além de impor mais uma crueldade sobre aqueles que fizeram greve. São práticas características de crimes lesa-humanidade, uma vez que milhares de pessoas, que são arrimo de família têm sua fonte de subsistência cortada abrupta e sadicamente.

E para completar, ao mesmo tempo que o governo mineiro se recusa a pagar os salários de outubro e novembro aos educadores, mantém nas escolas milhares de substitutos - a maioria sem habilitação para lecionar -, que foram contratados durante a greve e que agora recebem salários sem nada fazerem nas escolas. Uma zombaria do governo, não apenas à educação e aos educadores, mas à sociedade mineira, que vem conhecendo a verdadeira face deste projeto neoliberal iniciado pelo governo do Faraó há oito anos e meio.

Por isso, no dia 15 de outubro, os educadores de Minas não têm nada para comemorar, pois continuam (continuamos) vítimas de políticas de confisco salarial, do chicote de capitães de mato travestidos (as) de secretárias de estado e diretores de escola, e da omissão e covardia dos demais poderes constituídos das três esferas da União Federal.

Mas, este não é um cenário exclusivo dos educadores mineiros. Em 2011, os educadores de quase todos os estados da federação entraram em greve para cobrar o cumprimento de uma lei federal - a Lei do Piso, aprovada em 2008 e tendo sido considerada constitucional pelo STF. Do Rio Grande do Sul ao Ceará, passando por Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Alagoas, Recife, Rio Grande do Norte, entre outros, o que se viu foi a realização de greves para cobrar direitos que deveriam ser garantidos pelos governos, sem a necessidade de uma paralisação. Mas, por toda parte, tanto os governos municipais (com raras exceções), quanto os governos estaduais e também o governo federal, apoiados pelas máquinas de estado (legislativos, judiciários, MP, mídia)trataram os educadores e a educação pública com total descaso.

Esperamos que neste dia 15 a presidenta da República e os governadores estaduais e prefeitos que nada fizeram para pagar o piso dos educadores, não tenham a cara de pau de realizarem discursos demagógicosem favor de uma Educação pública de qualidade e da valorização dos educadores, que não existem na prática. Pois, vocês se omitiram e continuam se omitindo covardemente.A presidenta Dilma esteve em Minas Gerais para ver as obras do Mineirão, em favor da Copa de 2014, em plena greve dos educadores e foi incapaz de tomar qualquer atitude. O mesmo se pode dizer em relação ao ex-presidente Lula, que cinicamente indagou ao atual ministro da educação: por qual motivo a lei do piso não estava sendo cumprida? Hipocrisia pura, pois a lei foi aprovada em 2008 e ele e o sr. Haddad nada fizeram para que naquele ano mesmo a Lei do Piso entrasse em vigor. Posição semelhante de omissão observa-se por parte do ex-governador de Minas e atual senador Aécio Neves, que passou os 112 dias de greve dos educadores sem dar uma palavra sequer sobre a realidade de miserabilidade dos educadores que ele deixou como legado em Minas Gerais - além da política de choque de confisco conduzida pelo atual governador.

Ou seja, estamos diante degovernantes sem qualquer compromisso com os de baixo, com os sem-terra, com os sem-teto, com os educadores, com a Educação pública voltada para os filhos das famílias de trabalhadores de baixa renda; com a saúde pública, etc. Eles se preocupam com os seus interesses carreirísticos, com suas negociatas, com os patrocinadores de suas campanhas eleitorais - banqueiros, empreiteiros, agronegócio, multinacionais - e não estão nem aí para a grande maioria pobre da população. O máximo que já se permitiram conceder, das migalhas que caem da mesa da Casa Grande, foram programas como: bolsa-família, pró-Uni, e outros programas sociais, que embora sejam importantes, tocam superficialmente na dramática realidade de injustiça social, marcada por um profundo abismo entre os ricos e a maioria pobre, que se reproduz a cada ano.

Por isso, o dia 15 de outubro de 2011 é dia de luto para os educadores e para a Educação pública, em Minas Gerais e no Brasil. Coloquemos, neste dia, uma tarja preta nos nossos blogs, nas nossas vestimentas, no portão das nossas moradias, nas escolas, nas ruas e praças do Brasil. Nós, educadores do ensino público básico do Brasil, nada temos a comemorar no dia 15. A não ser, obviamente, a coragem de quem lutou e continua de pé, prontos para combater essas práticas nefastas que ainda compõem a dramática realidade de Minas, do Brasil e do mundo. A nossa luta é digna do orgulho e do melhor exemplo para todos; já a conduta dos governantes e seus comparsas, é digna do nosso ódio de classe, que vem se acumulando há séculos, contra estes que se apropriam dos poderes - e das riquezas sociais que produzimos - para massacrarem os seres humanos. Terão eles um dia que pagar por esta conta; por tudo o que fizeram e continuam fazendo contra os de baixo, incluindo os educadores.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

***


“Se acabarem com Dandara, eu morrerei também.”

Frei Gilvander Moreira¹

No dia 9 de outubro de 2011, a Ocupação-comunidade Dandara completou 2,6 anos de vida. Dandara está sob ameaça de despejo. No dia 3 de outubro, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais verificou que o juiz Renato Luiz Fararo, da 20ª Vara Cível de Belo Horizonte, MG, Brasil, expediu ordem de reintegração de posse contra a Dandara, dia 27 de setembro de 2011, atendendo pedido da Construtora Modelo Ltda.

A coordenação de Dandara, as Brigadas Populares e Rede de Apoio a Dandara consideram essa ordem judicial injusta, inconstitucional, imoral, desumana, além de ser uma decisão que ignora o grande drama humano envolvido nesse grave conflito social.

A decisão é injusta, porque as cerca de 1.000 famílias que exercem na Dandara seu direito de morar chegaram à conclusão de que não aceitam mais sobreviver na rua, em área de risco, ser crucificadas pelo aluguel que retira o pão da boca dos filhos ou sobreviver de favor sendo um peso a mais nas costas de parentes. Dados da Fundação João Pinheiro, de 2005, apontam que em Belo Horizonte o déficit habitacional está acima de 60 mil casas, na região metropolitana, acima de 170 mil casas, e em Minas Gerais acima de 1 milhão de casas. Nenhuma casa foi construída em Belo Horizonte pelo Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de zero a três salários mínimos. A prefeitura alega que não pode ser furada uma fila de espera com 13 mil famílias, mas essa fila é mentira, é um mito, uma cortina de fumaça que a Prefeitura de Belo Horizonte inventou para tentar bloquear a organização e luta dos pobres. Nunca mostraram a lista. O prefeito de Belo Horizonte continua intransigente e nunca aceitou conversar com ninguém de Dandara. Alega que se atender às reivindicações de Dandara irá fomentar uma onda de ocupações. Enquanto isso, bilhões de reais são investidos nas obras da Copa do Mundo de 2014.

A decisão é inconstitucional, porque a propriedade de 315 mil m² (31,5 hectares) estava abandonada, ociosa e, por isso, não cumpria a função social da propriedade. A Constituição Federal não defende direito absoluto à propriedade, mas condiciona o direito de propriedade ao cumprimento da função social, o que exige o cumprimento do que dispõe o texto dos artigos 182 e 183. Também não foram observados os princípios constitucionais do respeito à dignidade da pessoa humana, do direto à moradia, dos princípios republicanos e democráticos. Além disso, a Construtora Modelo deve ao erário milhões em IPTU.

A decisão não considera o grande drama humano envolvido nesse grave conflito social, porque se trata de mais de 5 mil pessoas que devem ter sua dignidade respeitada. Retirar a mãe terra que, hoje, cumpre uma função social acolhendo tanta gente e entregá-la para uma Construtora que visa somente ao lucro é algo imoral.

A decisão é desumana, porque lá na Dandara as famílias são necessitadas. Há centenas de idosos que com suas aposentadorias, e pegando dinheiro emprestado em bancos, ajudaram a construir 800 casas de alvenaria. Por isso estão endividados. A maioria dos idosos da Dandara resgatou a saúde. Dizem sempre: “Dandara me salvou. Antes eu estava com depressão, vivia tomando 8, 10 tipos de remédios. Eu pegava a aposentadoria no banco e deixava na farmácia. Aqui na Dandara, sou outra pessoa. Nasci de novo. Aqui tem paz. Aqui sou feliz.”

Na Rua Nelson Mandela mora dona Elisabeth, 57 anos, com aparência de 65 anos, é gari da SLU. Além de ter um filho deficiente preso, mora numa casa da Dandara com outras 14 pessoas: 5 filhos/as e 9 netos de 3 filhas que se separaram e, sem terem onde morar, voltaram a morar com a mãe.

Há várias famílias como a da Angélica, que tem sete filhos, de 5 meses a 17 anos. Anderson, esposo de Angélica, trabalha como chapa, entregando material de construção – sem ter ainda uma casa para agasalhar com dignidade seus 7 filhos -, ganha 180 reais por semana, enquanto Angélica, em casa, cuida das crianças e borda para ganhar uns trocados. Vivem numa casinha construída com a solidariedade de outros: um pequeno banheiro, cozinha e um quarto, onde dorme Angélica, o esposo e os sete filhos. Angélica, com a voz embargada e com lágrimas nos olhos, desabafa: “Viemos para Dandara, porque fomos despejados de onde a gente morava, porque não conseguimos pagar mais o aluguel. Ser despejado de novo? Não agüento. Sou um ser humano. Não sou de ferro. Nem parente tenho aqui em Belo Horizonte. Minha família é Dandara. Se acabarem com Dandara, eu morrerei também.”

Belo Horizonte, MG, Brasil, 13 de outubro de 2011.


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¹ Padre carmelita; mestre em Exegese Bíblica; professor de Teologia Bíblica; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br – www.gilvander.org.br – www.twitter.com/gilvanderluis - facebook: gilvander.moreira


Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

"O piso é para todas as carreiras da Educação" e "O piso, a passos lentos, sob a vigília na Cidade do Governador"



































quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O piso é para todas as carreiras da Educação

Vigília na Cidade Administrativa, dia 10: a turma do combate ocupou um pedaço do imenso vão livre do Prédio do Governador. O chão até trincou. (fotos: Ana Cristina).
O piso é para todas as carreiras da EducaçãoNo momento em que o governo de Minas reabriu a discussão sobre quais as carreiras devem receber o piso salarial nacional, instituído pela Lei Federal 11.738/2008, faz-se necessário que abordemos o tema à luz da legislação vigente. O governo entende ser o piso um direito de professores e especialistas. O sindicato da categoria obviamente discorda. E nós, como parte da categoria, apresentaremos alguns elementos para contribuir com essa discussão.Do ponto de vista legal e jurídico, há quatro referências que devem ser consideradas ao abordarmos esta questão: a Constituição Federal, a Lei do Piso, a Lei Federal 12.014/2009, e o Plano de Carreira dos educadores de Minas, que discrimina as categorias de trabalhadores que se devem considerar enquanto profissionais da Educação.Antes, porém, de visitarmos este apanhado de leis vigentes no país e no estado, é importante considerarmos o sentido principal da implantação do piso salarial nacional, que é o de valorizar os profissionais da Educação com o intuito de se alcançar uma outra exigência constitucional, qual seja, a de oferecer uma Educação pública de qualidade para todos.Portanto, valorizar os educadores é a condição necessária, ligada umbilicalmente à construção de uma escola pública de qualidade. Neste ponto, torna-se necessário definir quem são estes educadores, os chamados profissionais da Educação, responsáveis pela produção da educação na interação diária com os alunos e com toda a comunidade escolar.De forma muito precisa, a legislação brasileira já responde a essa questão. Vejamos em primeiro lugar o que diz a Lei do Piso - 11.738 -, que data de 2008, e que regulamenta o artigo 206, VIII, da CF, que manda implantar o piso salarial nacional:"Artigo 2º, § 2º - Por profissionais do magistério público da educação básica entendem-se aqueles que desempenham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é, direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares de educação básica, em suas diversas etapas e modalidades, com a formação mínima determinada pela legislação federal de diretrizes e bases da educação nacional." (grifos nossos).Reparem que a Lei do Piso cita nominalmente algumas atividades, além da docência: direção, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais. Claro que a lei, neste caso, cita exemplos gerais que o legislador considerou como sendo os de "suporte pedagógico à docência". Mas, é importante considerar aqui a existência diferenciada, entre as distintas redes estaduais e municipais, no que tange às carreiras da Educação. Neste caso, cabe salientar que a Lei do Piso, a exemplo da CF, prevê a adaptação do piso aos planos de carreira vigentes nas redes de ensino público municipais e estaduais. Logo, é natural que além das carreiras citadas, outras carreiras sejam alcançadas pelo piso.Em Minas Gerais, por exemplo, o Plano de Carreira da categoria define a criação de oito carreiras pertencentes ao mesmo quadro da Educação e da categoria dos educadores. Há uma unidade e unicidade jurídica e estrutural que torna possível estabelecer políticas comuns para o ensino público do estado. Existe ainda uma relação proporcional entre as tabelas salariais de todas as carreiras, considerando-se obviamente as diferentes jornadas, formação acadêmica, tempo de serviço, mas unidas por critérios e princípios comuns. Deixar de fora do alcance da lei do piso algumas dessas oito carreiras seria discriminá-las, oferecer um tratamento diferenciado para uma realidade que impõe um tratamento comum para as oito carreiras enquanto profissionais da Educação.Nem vou entrar no mérito do baixo impacto financeiro que resultaria a correta inclusão de todas as carreiras, além de professores e especialistas, na aplicação do piso. Somente a carreira dos professores e a dos especialistas representam algo próximo de 80% do montante de recursos investidos com a carreira dos educadores em Minas. Outros 10% são formados pelos colegas auxiliares de serviço, que são aqueles que têm os menores salários. De forma que, até por uma questão de justiça, não seria aceitável excluir esta importante carreira da lei do piso - e nem as demais.A Educação é um conjunto, que além do professor, não sobrevive sem o apoio da cantineira, do secretário de escola, do técnico que trabalha nas superintendências, etc. Portanto, à luz da Lei do Piso aplicada ao Plano de Carreira de Minas, todas as carreiras devem ser contempladas com o piso.Mas, faz-se ainda importante voltarmos ao texto da Constituição Federal. Vejamos o que diz o artigo 206, inciso VIII:"Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:(...)VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios." (grifos nossos)Reparem que a Carta Magna de 1988 fala textualmente em três coisas: 1) que se deve criar o piso salarial para os "profissionais da Educação"; 2) que a lei disporá sobre as categorias consideradas profissionais da Educação; e 3) sobre a adequação desta lei aos planos de carreira dos estados e municípios.Vejam que não há, em nenhum momento, a citação específica aos professores ou aos professores e especialistas, mas aos "profissionais da Educação". Reparem também o sentido plural que a lei dá ao conceito de profissionais da Educação, que posteriormente seria definido, em lei federal.A Lei Federal 12.014/2009 define entre os profissionais da educação: os professores habilitados em nível médio ou superior; os "trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas"; e os "trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.".Chamo a atenção aqui para o fato de que tanto a Constituição Federal, quanto a Lei do Piso fazem clara referência à necessidade de adaptação dos planos de carreira aprovados pelos entes federativos. Ou seja, em última análise, o conceito final de "profissional da Educação" será definido pelos planos de carreira, que deverão obrigatoriamente incorporar o conceito definido pela Carta Magna e pela citada Lei Federal, mas com autonomia federativa para ampliar este conceito, mas nunca reduzi-lo.Vejamos então o que diz o nosso Plano de Carreira, o dos educadores de Minas, através da Lei 15.293/2004, que é a lei definidora, para a rede pública de ensino do estado de Minas Gerais, de quais são as carreiras dos profissionais da Educação:"Art. 1° - Ficam instituídas, na forma desta lei, as seguintes carreiras dos Profissionais de Educação Básica, que integram o Grupo de Atividades de Educação Básica do Poder Executivo:I - Professor de Educação Básica - PEB;II - Especialista em Educação Básica - EEB;III - Analista de Educação Básica - AEB;IV - Assistente Técnico de Educação Básica - ATB;V - Assistente Técnico Educacional - ATE;VI - Analista Educacional - ANE;VII - Assistente de Educação - ASE;VIII - Auxiliar de Serviços de Educação Básica - ASB." (grifo nosso).Ou seja, não resta a menor dúvida acerca de quais são as carreiras de profissionais da Educação instituídos pelo plano de carreira de Minas, em clara consonância com a legislação federal.Em seguida, nos artigo 3º e 4º do citado plano de carreira, observamos:"Art. 3° - A educação básica pública no Estado será exercida em consonância com os planos, programas e projetos desenvolvidos pelos órgãos e pelas entidades a que se refere o art. 5° desta lei e abrange as atividades de docência, apoio pedagógico, assistência ao educando, apoio administrativo, apoio técnico-pedagógico, apoio técnico-administrativo, direção, assessoramento, acompanhamento e normatização do sistema educacional." (grifos nossos).Novamente observamos aqui o entrelaçamento entre as diversas carreiras para o bom exercício do magistério público. E novamente, no artigo 4º, reaparece o sentido de unicidade e estrutura comum entre as carreiras dos profissionais da Educação de Minas:"Art. 4° - A estruturação das carreiras dos Profissionais de Educação Básica tem como fundamentos:I - a valorização do profissional da educação, observados:a) a unicidade do regime jurídico;(...)e) a evolução do vencimento básico, do grau de responsabilidade e da complexidade de atribuições, de acordo com o grau e o nível em que o servidor esteja posicionado na carreira;II - a humanização da educação pública, observada a garantia de:a) gestão democrática da escola pública;b) oferecimento de condições de trabalho adequadas(...)". (idem).E no artigo seguinte, observamos a lotação do pessoal das diversas carreiras, sempre com o conceito de integração, de unidade enquanto carreiras de uma mesma categoria, a dos profissionais da Educação."Art. 5° - Os cargos das carreiras de que trata esta lei são lotados nos quadros de pessoal dos seguintes órgãos e entidades da Administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo:I - na Secretaria de Estado de Educação - SEE (...)". (idem).Portanto, diante da legislação vigente observada através da Carta Constitucional, combinada com a Lei 12.014/2009 e adequada ao Plano de Carreira em vigor no estado de Minas - Lei 15.293/2004 -, não resta dúvida de que o piso deve ser pago em Minas para os servidores das oito carreiras.Além disso, não é demais lembrar que os profissionais das oito carreiras recebem os respectivos salários da mesma fonte de financiamento: o FUNDEB, fundo criado para a valorização dos profissionais da Educação e para investimento na Educação básica. E considerando que Minas Gerais receberá aporte financeiro de cerca de R$ 1,2 bilhão de ajuda da União para o FUNDEB em 2012, podendo ainda ampliar este valor com a apresentação de planilha de custos para o pagamento do piso, não há que se restringir o alcance do piso.Manda o bom senso, a legislação vigente e o zelo para com a oferta de uma Educação pública de qualidade para todos, que o governo adote a correta compreensão de que o piso salarial nacional é para todas as carreiras da Educação pública de Minas Gerais.É o que esperamos que aconteça, e é o que vamos cobrar.Um forte abraço a todos e força na luta, até a nossa vitória!
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terça-feira, 11 de outubro de 2011

O piso, a passos lentos, sob a vigília na Cidade do Governador




O piso, a passos lentos, sob a vigília na Cidade do GovernadorMarcada para hoje, 10, a reunião da comissão tripartite - governo, sindicato e parlamentares -, era para se fazer acompanhar por uma vigília dos educadores. E assim aconteceu. Por volta das 14h, lá se encontravam cerca de quatro a cinco dezenas de valentes educadores, incansáveis lutadores da nossa categoria. Sabemos que muitos não puderam estar presentes por diversas razões, inclusive por falta de grana, já que estamos sem salário.De Vespá, dois carros formaram o comboio rumo à Cidade Administrativa. Num deles, o comandante e mais dois colegas, Cláudia Luiza e Sô Geraldo; no outro, o tenente NDG Alex, um colega professor de Filosofia, cujo nome me esqueci agora, e eu - claro que eu não poderia ir no mesmo carro do comandante, por questão de segurança, óbvio. De São José da Lapa, um terceiro veículo tomou o mesmo destino do nosso. Do Morro Alto, pela proximidade, nosso núcleo duro daquele bairro foi à pé para o local. De BH, vários combativos colegas de Venda Nova, liderados por Graziela e pelo Aspirante NDG Igor se juntaram à caravana que lá se encontrava. De Santa Luzia e de outros bairros de BH também vieram combatentes. Por justiça, é importante que se diga: dois colegas marcaram presença desde 11 horas: o combativo André, que recebeu ali mesmo a patente de 1º sargento NDG, e um outro colega, cujo nome agora me esqueço.O André carregava um instrumento sonoro que mais parecia uma dessas buzinas de trem de ferro ou navio ou caminhão, tal o tamanho avantajado. Dissera-me que dois policiais tentaram tomar o instrumento, mas ele se impôs: "alto lá, eu não estou utilizando o instrumento aqui e o carrego junto com nota fiscal e tudo mais. Se vocês tomarem meu instrumento, isso constitui uma apropriação indébita". Logo apareceu um sargento que aceitou os argumentos do André e ele pode transitar à vontade pelos pátios e áreas da Cidade Administrativa carregando tal instrumento. Depois de ouvir tal história, não poderia deixar, na condição de subcomandante, de imediatamente aumentar a patente dele para a de 1º sargento NDG.Encontramos com o combativo "Carlinhos do Machado", outro que lá se encontrava desde o meio-dia. E assim foi chegando gente, um daqui, outro dali. Nosso comboio estacionou os carros no estacionamento reservado para visitas. Um local bem distante dos prédios Minas e Gerais. Deve ser para desanimar as visitas. Mas, logo descobrimos que algumas lotações que transitam ali por dentro cobram 0800. Juntamo-nos a mais duas combativas colegas que vieram de BH e rumamos para um daqueles prédios gigantes de formato sinuoso.Não demorou muito e chegou o capitão Rômulo e a Liliane para se juntarem ao grupo. O Rômulo observou: acho que nem 100 mil pessoas conseguem encher esse local. No que eu completei: melhor seria se fizessem aqui cinco mil casas populares, com escolas e hospitais. Mas, as prioridades não são definidas pelos de baixo, enquanto esperarmos que os de cima decidam o que fazer com aquilo que produzimos e geramos de riquezas.A Graziela assume o comando do grupo e diz: vamos lá para cima, em algum lugar desses prédios; sugeri que fôssemos para a porta do prédio onde ocorreria a reunião da comissão. Ela concordou e então fomos todos para a frente do prédio onde fica o governador, o heliporto, aquele do enorme vão livre, que é seguro por cima, por um monte de cabos de aço ou algo parecido. E nós ali embaixo, clamando aos céus para que aquele volume de concreto desafiasse as leis da física, não insistindo para descer, pelo menos enquanto ali estivéssemos.Logo que aquele estranho grupo de algumas dezenas de educadores, uns de bermudão, outros de camisa preta, se aproxima do prédio do governador havia um pequeno número de policiais na entrada do edifício. Em seguida, rapidamente foram chegando outros policiais e pessoas da segurança. Eles não queriam que a gente ficasse ali naquele enorme vão livre. Primeiro um segurança tentou dialogar com a Graziela, mas ela argumentou que estávamos ali para participar de uma reunião com o governo, e que estamos há três meses sem salário. O chefe da segurança olhou assustado e disse que entendia as nossas razões, mas que ali não poderíamos ficar. Logo depois chegaram um major e um tenente da PM. O major se dirigiu a mim tentando argumentar que naquele espaço não poderia acontecer aquela aglomeração. De patente para patente, eu disse para ele:- Major, estamos aqui reunidos pacificamente para aguardar o resultado de uma reunião com o governo que acontece neste instante, no andar de cima.- Mas - disse-me ele - há um decreto que proíbe este tipo de reunião...- Acima deste decreto - respondi - há a Constituição Federal, que faculta aos cidadãos o direito de se reunir pacificamente em qualquer local público...- Mas, aqui não é um local público - respondeu ele..Neste instante, um dos nossos atrevidos membros do NDG indagou:- Uai, não é público não? Por acaso o governador já tomou posse desse lugar também?O major respondeu educadamente:- Não é isso, é que aqui é um lugar reservado, onde fica o governador, e por isso há certas normas de segurança...Então, eu lhe disse:- Pode ficar tranquilo, major, não vamos fazer barulho, nem quebrar nada, nem invadir o prédio. Queremos apenas aguardar o resultado de uma reunião que decidirá sobre as demandas dos educadores.Mais uma vez ele foi educado e me disse (talvez reconhecendo a patente, é claro...): bom vocês já estão cientes de que aqui não podem ficar aglomerados. Claro que eu não vou pegar vocês e forçá-los a sair.Em outras palavras: o major cumpriu o papel dele, de nos dizer que ali não poderíamos ficar. E nós cumprimos o nosso, de dizer que agradecíamos a cientificação, mas que ali permaneceríamos, tranquila e pacificamente.E assim aconteceu: eles ficaram por lá, e nós também, ambos aglomerados, cada qual com a sua tropa.Enquanto a reunião não terminava, ficamos ali batendo papo, trocando ideias, cada qual contando sobre as realidades nas suas respectivas escolas. Reencontrar a turma da luta é sempre um enorme prazer. Logo depois apareceu o chefe da tropa de choque da polícia e foi logo procurando o comandante João Martinho. Questão de patente, claro. Os dois ficaram num trololó danado. E acabou que os membros das duas tropas se misturaram em conversas, cada qual sabendo que ali se tratava de uma trégua relativa, e que numa próxima parada de rua estaríamos de novo em diferentes locais da trincheira. A menos, é claro, que eles não obedeçam as ordens dos chefes que mandam reprimir os educadores. Isso já aconteceu nas histórias das revoluções.Logo em seguida, por volta das 17h, as representantes do sindicato na comissão tripartite - Beatriz, Marilda, Feliciana e Lecioni - desceram e se reuniram rapidamente com o nosso grupo, que fazia a vigília. Beatriz então fez um rápido relato das negociações. No geral, expressou que percebera algum avanço em relação à reunião anterior. Os informes, conforme foram passados mais cedo, são os seguintes:1) o governo aceitaria o piso proporcional do MEC para janeiro de 2012, considerando o reajuste previsto na lei federal - isso enquanto princípio geral;Indaguei para a coordenadora: e os percentuais da carreira, de nível e de grau (22% e 3%)? Ela respondeu que a questão não havia sido abordada, mas que, se o piso for implantado na carreira, sem alteração, estaria implícita a aplicação automática destes percentuais.2) o sindicato defendeu o piso para todas as carreiras da Educação, contrapondo-se à proposta do governo, de piso apenas para professores e especialistas - o que deverá ser discutido mais profundamente na próxima reunião, do dia 17/10;3) sobre as férias-prêmio, o governo continuava defendendo que era preciso primeiro repor, para depois usufrui-las; mas, ante à cobrança do sindicato daquele direito, o governo fará um estudo e o tema será discutido na próxima reunião;4) e quanto ao pagamento dos salários, ante à intransigência do governo em não pagar antecipadamente a reposição, os deputados apresentaram a proposta de antecipar o 13º agora em outubro e de que em novembro fosse pago antecipadamente o corte feito em junho e julho. O governo ficou de consultar o Tribunal de Contas sobre tal possibilidade e dará a resposta no dia 17/10.Nos demais pontos, como na exoneração dos diretores e vice-diretores, não houve mudança de posição por parte do governo. Em relação aos contratados, o governo garantiu que eles podem concorrer normalmente às novas designações, inclusive este ano, pelos critérios existentes, sem qualquer retaliação por terem participado da greve.Foi perguntado sobre qual seria a posição dos colegas em relação à reposição das aulas? A resposta é que a posição do comando, que é a mesma tirada na assembleia da categoria, deve ser mantida, até a nova reunião do dia 17. Ou seja, como estamos em pleno recesso escolar, negociem com os alunos e pais de alunos o adiamento da reposição, caso possam fazê-lo. É importante ficar claro que estamos sem salário, e como tal não tem como repor, pois não temos dinheiro para o transporte, para a alimentação, etc. Além disso, manifestem por escrito perante a direção da escola que vocês desejam repor, mediante o pagamento do salário para garantir o transporte e a sobrevivência. Caso a escola indique um substituto para repor, comunique tal fato para o jurídico do sindicato, para que ele possa tomar as providências cabíveis.Ali por perto na Cidade do Governador há uma lagoa. Cheguei até a pensar em sugerir aos colegas que organizassem uma pesca como meio de garantir a sobrevivência, até o pagamento do salário. Há um longo espaço para acampamento. o problema todo ali era certa vizinhança naqueles prédios... Seguramente espantaria os peixes. Mas, o que me deixou intrigado mesmo era saber o porquê daquela obra naquele local. Olhei em todas as direções e após alguns minutos pensando, conclui: só pode haver uma explicação.- Qual era? - indagou-me um colega um tanto curioso. Então, disse-lhe:- O Aeroporto, a proximidade do aeroporto. Uma boa rota de fuga.
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Frei Gilvander:
Convite Ato de Abertura do 4º Encontro Estadual as crianças Sem Terrinha do MSTCONVITEAs crianças Sem Terrinha do MST tem a honra de convidar você a participar do Ato Abertura do 4º Encontro Estadual dos Sem Terrinha a se realizar no dia 15 de outubro de 2011 as 10 horas da manhã no Estádio do Mineirinho na Pampulha em Belo Horizonte .Sua presença será muito importante.Sem Terrinha em Ação Pra Fazer Revolução!"Prezados/as ,É com muita alegria que reforçamos o convite em anexo para o Ato de Abertura do 4º Encontro Estadual das Crianças Sem Terrinha do MST. Convocamos a todos e todas para mais uma luta em conjunto com os Movimentos Sociais e Sindicais se somando a mais de 600 Sem Terrinha!!!Favor estender o mesmo às vossas organizações/instituições .Na oportunidade gostariamos de confirmação da presença no email: educacaominas@gmail.com .Contamos com a presença de todos/as nessa importante atividade.Sem Terrinha em Ação , Pra fazer Revolução!Quem luta educa!AbraçosSetor de Educação do MST Minas GeraisSoninha"Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.brwww.gilvander.org.brwww.twitter.com/gilvanderluisFacebook: gilvander.moreiraskype: gilvander.moreira
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FESTA DAS CRIANÇAS NA COMUNIDADE DANDARA – 12/10/2011CONVITE ESPECIAL!Rede de solidariedade e apoio à Comunidade Dandara,A Comunidade Dandara – 1.000 famílias que resistem há 2,6 anos e já construíram 800 casas de alvenaria, construíram centenas de pessoas e constroem em comunidade organizada - convida todos vocês para participarem da Festa do Dia das Crianças que acontecerá na próxima quarta-feira, dia 12 de outubro de 2011, a partir das 14:00h, na Praça da Assembleia da Comunidade, em frente ao Centro Comunitário de Dandara.Venha participar da festa das crianças de Dandara!São muitas crianças, ameaçadas de despejo, que esperam por sua solidariedade.A festa está sendo preparada com muito carinho por todas as famílias de Dandara e pela Rede de Apoio e Solidariedade. A partir das 9:00h, as famílias irão preparar o local, enfeitar e embelezar para, a partir das 14:00h, receber, com muito carinho e alegria, todas as crianças da comunidade.Parabéns, crianças de Dandara!Com suas famílias, vocês estão construindo uma nova história.CRIANÇAS DE DANDARA SÃO DE LUTA!ENDEREÇO E INFORMAÇÕES PARA CHEGAR AO LOCAL:Av. Horácio Terena Guimarães, 495 - Céu Azul – Belo Horizonte, MGÔnibus: 3302 – 2213 – 2215 (Céu Azul)Descer Próximo à Escola Estadual Deputado Manoel CostaTelefones para contato na Ocupação Dandara:Sonia, cel.: 31 9651 2087Wagna, cel.: 31 8697 6216Joviano, Cel.: 031 8815-4120;Ir. Rosário: 031 3491 5031 – 031 9241 9092Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
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Despejo Não. Com DANDARA eu luto. Dia 10/10/2011.
BOLETIM DA RESISTÊNCIA da COMUNIDADE DANDARA, em BELO HORIZONTE, MG, Brasil.Clique AQUI para ler a Nota à Sociedade e a Programação da Resistência contra o Despejo da Comunidade Dandara.Confira AQUI a evolução urbanística da Comunidade, com fotos aéreas de julho de 2009, 2010 e 2011.Veja também FOTOS artísticas da Comunidade Dandara - por Cyro Almeida.Divulgamos, por fim, o belo PROJETO URBANÍSTICO elaborado por estudantes e profissionais que prestam assessoria técnica à Comunidade Dandara. Tal projeto, construído com a participação direta dos moradores da Comunidade Dandara, foi veementemente rejeitado pela Construtora Modelo durante o processo de negociação.Abaixo, segue proposta de CAMPANHA INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE, para que o Brasil e o mundo fortaleça a defesa da Comunidade Dandara!
MEXEU COM A DANDARA, MEXEU COMIGO!
CAMPANHA INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE A COMUNIDADE DANDARA, EM BELO HORIZONTE, MGSe você está fora do país, ou conhece alguém que esteja, contribua com a CAMPANHA INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE A DANDARA.Tire foto(s) com um cartaz dizendo “Despejo não. Com Dandara eu luto!”. Assine o nome, local e data da foto. Sugerimos que tal foto seja tirada num local que identifique facilmente o país.Publique a foto no Facebook e a envie pra comdandaraeuluto@gmail.comMais informações sobre Dandara http://www.brigadaspopulares.org/CAMPAÑA INTERNACIONAL DE SOLIDARIDADSe está fuera del país, o conoce a alguien que lo esté, contribuya con la CAMPAÑA INTERNACIONAL DE SOLIDARIDAD A DANDARA.Saque una foto con el cartel diciendo "Desalojo no. Con DANDARA yo lucho" firme el nombre, el local e fecha de la foto. Sugerimos que tal foto sea sacada en un local que identifique fácilmente el país.Publique la foto en el Facebook y envíela para comdandaraeuluto@gmail.comMás información sobre Dandara http://www.brigadaspopulares.org/CAMPAING OF SOLIDARITY TO DANDARA.If you are out of our country, or know someone that is living abroad, help us with the INTERNATIONAL CAMPAING OF SOLIDARITY TO DANDARA.Take photos with a poster saying "No eviction! With dandara I fight!". Sign your name, local and date. We sugest you to take the photos in places that identify easily the country.Publish it on facebook and send to comdandaraeuluto@gmail.comMore info about Dandara http://www.brigadaspopulares.orgPROGRAMAÇÃO DA RESISTÊNCIA1) Dia 10 de outubro de 2011, (segunda) – Reunião emergencial com apoiadores(as)Horário: 18:30 h – Local: Sindieletro (Rua Mucuri, nº. 271, Floresta, próx. à av. Contorno)2) Dia 12 de outubro (quarta) – Festa do Dia das CriançasHorário: a partir das 14:00 h – Local: Comunidade Dandara (Rua Petrópolis, nº. 315, Céu Azul-Nova Pampulha, em frente à garagem de ônibus, próx. a Escola Estadual Dep. Manoel Costa)3) Dia 16 de outubro (domingo) – Abraço Solidário contra o Despejo da Comunidade DandaraHorário: a partir das 15:00 h – Local: Comunidade Dandara (Rua Petrópolis, nº. 315, Céu Azul-Nova Pampulha, em frente à garagem de ônibus, próx. à escola estadual Dep. Manoel Costa)4) Dia 20 de outubro (quinta) – Grande Marcha - 23 Km a pé: Despejo Não. Com DANDARA eu luto.Horário: a partir das 04:00 h da manhã – Saída: Comunidade Dandara (Rua Petrópolis, nº. 315, Céu Azul-Nova Pampulha, em frente à garagem de ônibus, próx. a Escola Estadual Dep. Manoel Costa); Chegada: no Centro de Belo Horizonte, onde ocorrerá Audiência Judicial de Conciliação designada pelo juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual, na qual tramita Ação Civil Pública proposta pela Defensoria Pública Estadual em defesa da Comunidade Dandara.Cf. www.brigadaspopulares.org – www.ocupacaodandara.blogspot.comUm abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
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Postado por Blog do Euler às 01:38 167 comentários

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