sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

QUINTA-FEIRA, 16 DE DEZEMBRO DE 2010 A falácia do novo PNE 2011-2020 : blog do Euler Conrado




QUINTA-FEIRA, 16 DE DEZEMBRO DE 2010
A falácia do novo PNE 2011-2020
Elogiadíssimo pela direita demotucana no Senado, o minstro da Educação do governo Lula - e ao que parece ministro da presidente Dilma, também - jamais enganou ao Blog do Euler. Tal como outro falacioso personagem da área da Educação, o senador Cristóvam Buarque. Enganam a muitos; não a este blog.


No apagar das luzes de 2010, e ao final do mandato de oito anos do atual governo federal, o presidente Lula e seu minstro da Educação, sr. Haddad, enviaram para o Congresso Nacional o novo PNE - Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020. Na verdade, uma carta de intenções, com muitas promessas vazias, frases soltas e omissão em relação a questões centrais.

Não vou analisar todo o documento, que pode ser lido pelos interessados, copiando-o aqui. Mas, quero me ater ao ponto específico que fala sobre o salário dos educadores.

Antes, porém, é bom relembrar alguns aspectos que este blog tem defendido desde o primeiro dia de funcionamento do mesmo: 1) o governo Lula, apesar de ter realizado um governo superior ao de FHC, infelizmente na Educação básica não realizou praticamente nenhuma melhoria. As escolas técnicas federais, que são ótimo exemplo, representam percentual ínfimo ante à totalidade do ensino básico, especialmente da escola pública frequentada pela maioria pobre do país; 2) se é verdadeiro que o governo Lula investiu mais que os governos demotucanos nas áreas sociais, não é menos verdadeiro que ficou devendo ao não investir adequadamente em Educação pública de qualidade (à exceção do ensino superior e nas escolas técnicas federais), e na Saúde pública, sempre com a desculpa de falta de recursos, embora não tenha deixado de realizar políticas que favoreceram aos banqueiros; 3) Lula manteve no MEC um ministro que não demonstrou compromisso com o ensino básico, especialmente com a valorização profissional dos professores.

Infelizmente, a presidenta Dilma vai manter o mesmo ministro, mestre na falácia vazia que promete agora, após oito anos, "priorizar" a valorização dos professores. Mas, vejamos como esta "valorização" aparece no tal PNE:

"... Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.(grifo do blog)

Estratégias: 17.1) Constituir fórum permanente com representação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos trabalhadores em educação para acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.

17.2) Acompanhar a evolução salarial por meio de indicadores obtidos a partir da pesquisa nacional por amostragem de domicílios periodicamente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

17.3) Implementar, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, planos de carreira para o magistério, com implementação gradual da jornada de trabalho cumprida em um único estabelecimento escolar...".

Reparem, colegas internautas, educadores de luta, que papo mais furado é este de "aproximar o rendimento médio do profissional do magistério" com os profissionais de formação equivalente? Todos nós sabemos que este negócio de "rendimento médio", que junta salário de diretores e secretários da Educação e professores de uma dada região do país e acaba chegando a valores distanciados da realidade.

Se querem garantir um salário decente para os educadores digam com todas as letras: pagar um piso salarial decente, equivalente a um décimo do salário de um parlamentar federal. Esta conversa oca de aproximar salário médio de profissionais com formação equivalente é conversa pra boi dormir. Afinal, a que profissionais com formação equivalente eles se referem? A um médico? A um engenheiro? A um advogado? E que salário eles tomarão como referência? Uma média destes salários ou ao exemplo menor? E a expressão "aproximar" tem qual alcance? Aproximar um por cento ao ano ou atingir 40% em dez anos? Palavras ocas, senhores, jogadas ao vento.

Em seguida vem essa outra proposta enganadora de se criar um "Fórum Permanente" entre representantes da União, dos estados e municípios, e para enfeitar botam lá um representante dos trabalhadores. Uma verdadeira piada de mau gosto. Imaginem uma reunião deste fórum. O representante do governo federal, querendo se mostrar solidário com os professores diz: senhores gestores, é preciso pagar um salário melhor para os educadores de suas redes de ensino... Ao que os representantes dos estados e municípios respondem: "Mas, como, se estamos quebrados, se a Lei de Responsabilidade Fiscal já foi alcançada, etc., etc., etc". Ou seja: vai ser o Fórum da lamentação, do choro e das promessas de um mundo melhor no além-túmulo. Melhor abrirem logo uma nova igreja.

O outro item parece outra gozação: acompanhar a evolução salarial através dos dados do IBGE. Ora, estão gozando da nossa cara. Por acaso será que o senhor Ministro da Educação não conhece a realidade salarial dos educadores ou de qualquer outra categoria profissional do país? Será que ele sabe pelo menos que o salário mínimo do país gira em torno dos R$ 500 reais e que o salário dos educadores deste país - que cogita se tornar o quinto mais rico do mundo - gravita em torno deste mísero mínimo? Terá ele notícia de que os parlamentares federais aumentaram em cerca de 60% os seus próprios salários, que passaram para R$ 26 mil reais mensais mais os penduricalhos, totalizando algo próximo de R$ 50 mil reais?

Por último, a proposta de planos de carreira que deveriam ser implementados pelos estados e municípios, com uma única orientação, de que "progressivamente" estabeleçam a jornada do professor em uma única escola. Ora, deveriam estabelecer normas comuns para todo o território nacional, com jornada de trabalho, tempo extraclasse, piso salarial e política comum de evolução na carreira. Por que o governo federal não aproveita a política implementada nas Escolas técnicas federais?

Ao contrário disso, preferem manter a mesma lógica que realiza dois tipos de educação pública: uma para uma minoria, bem elitizada - ou voltada para o mercado de trabalho a serviço dos grandes grupos econômicos -, e a outra para a maioria pobre da população.

Claro que o novo PNE é um plano de final de mandato do governo Lula e de seu ministro da Educação, que infelizmente ao que parece será mantido pela presidenta Dilma. Dessas obras de engenharia política criadas para enrolar os educadores e dar tempo ao tempo. Muita ilusão e nada de concreto.

Compete agora aos educadores cobrarem da presidente eleita com o nosso apoio a promessa que ela fez durante a campanha eleitoral: de valorizar os profissionais da Educação, de investir na Educação pública de qualidade para todos e de pagar bons salários aos educadores.

Vamos ter que realizar grandes mobilizações nacionais para arrancar na luta aquilo que os governos nos negam. Os mesmos governos, das três esferas, que gastam bilhões com empreiteiras, banqueiros e com os marajás da política, são aqueles que prometem a valorização dos educadores no discurso, enquanto mantêm na prática salários de fome para os trabalhadores da Educação.

Que eles saibam que não estão nos enganando. Que nós educadores não acreditamos mais em promessas vazias para o futuro: queremos mudanças agora, que garantam um mínimo de condições dignas de trabalho e salários decentes. Que a presidenta Dilma, que ajudamos a eleger para derrotar a direita golpista, não se deixe levar pela pressão dos representantes das elites, dos de cima, dos defensores da mercantilização da Educação. Que faça valer os votos que recebeu investindo de fato numa Educação pública de qualidade para todos, a começar com uma real política de valorização dos educadores e não este conjunto de frases ocas do novo PNE.

* * *

Continuem acompanhando as revelações do WikiLeaks aqui, no site da jornalista Natália Viana (revista Carta Capital).

* * *

Incorporo ao texto central os comentários a seguir, entre os quais do nosso combativo amigo professor Rômulo:


"Priscila:

E agora em janeiro, como sera que vai ficar o reposicionamento?

Grata

Priscila - professora "

"Rômulo:

Isso mesmo preclaro Euler!

O camarada amarrou muito bem seu texto... apesar da pincelada rápida que eu dei no novo PNE, posso afirmar seguramente que o mesmo não passa de um emaranhado de fraseologias ôcas.

Execelente análise. Esse é o camarada Euler, mata a cobra e mostra o pau! ".

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

SIND-UTE MG ORGANIZA CAMPANHA SALARIAL EDUCACIONAL 2011

SIND-UTE MG ORGANIZA CAMPANHA SALARIAL EDUCACIONAL 2011







A eleição de Antonio Anastasia para Governador de Minas Gerais para o período 2011/2014 representa o “3º ciclo do choque de gestão”. Isso significa a manutenção e aperfeiçoamento do modelo de estado caracterizado pela ausência de investimentos em políticas públicas, congelamento da carreira dos servidores públicos, aprofundamento de mecanismos de avaliação com vistas ao congelamento salarial, maior empobrecimento dos aposentados, incapacidade de estabelecer relações democráticas de negociação com a categoria e o boicote à gestão democrática.

Por outro lado, o Sind-UTE/MG atuou nos últimos meses como instrumento de pressão e denúncia do que a categoria tem sofrido. Denunciamos também o que ainda poderá acontecer. Quando o Governador anunciou o pedido de lei delegada à Assembleia Legislativa, o Sind-UTE/MG iniciou um diálogo com a sociedade demonstrando os prejuízos à democracia e aos servidores que tal medida trará. Além disso, representamos contra o pedido do Governador junto ao Ministério Público Estadual, denunciamos a questão numa Audiência Pública realizada no dia 25/11 e manifestamos nossa posição a cada um dos 77 deputados estaduais.

A vitória judicial conquistada pelo Sindicato com o deferimento de uma liminar garantindo a todos os inscritos a certificação para direção de escola que pudessem fazer a prova foi importante na luta pela gestão democrática na escola. A tentativa de exclusão de centenas de profissionais para a realização das provas foi uma clara posição da Secretaria de Estado de Educação de limitar a participação da categoria que está cansada de autoritarismo no interior da escola.

Por tudo isso, o ano de 2011 trará inúmeros desafios que precisam ser enfrentados:

1) Unidade da categoria: o Governo do Estado com a participação da APPMG tem fomentado a divisão na categoria entre efetivos e efetivados. Esta divisão só traz enfraquecimento e deixa o governo livre para atuar prejudicando a todos. É tarefa de todos construir a unidade para sermos vitoriosos na campanha salarial do próximo ano.

2) Campanha salarial: precisamos começar a articular nossa próxima campanha com competência e agilidade. Toda a categoria precisa se ver representada na pauta de reivindicações. Nesta perspectiva, as escolas e subsedes devem iniciar a discussão da nossa pauta ainda este ano. Nossa pauta terá como eixos: salário, carreira, vínculo (propostas relativas a concurso, situação dos efetivados, etc) gestão democrática, IPSEMG e educação de qualidade. Teremos muitos problemas no início de 2011 como a regulamentação de 30 horas para professor, a implementação da tabela do subsídio, a organização do quadro da escola. Por isso iniciaremos o ano letivo já em campanha salarial com a realização de discussões no interior da escola, encontros regionais e assembleia estadual.

3) A atual proposta pedagógica da Secretaria de Estado da Educação não atende às necessidades da comunidade mineira nem as expectativas dos trabalhadores em educação. Por isso precisamos discutir e definir a posição que nosso Sindicato defenderá com a realização da Conferência Estadual da Educação em fevereiro de 2011.

Todas estas estratégias foram discutidas e aprovadas pelo Conselho Geral da entidade que se reuniu no dia 27 de novembro.

Todos e todas à luta para uma vitoriosa campanha salarial educacional 2011!

Direção Estadual do Sind-UTE/MG

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ESCOLA MUNICIPAL DR. KLÉBER, DE SÃO JOÃO DEL REI, DEFENDE SERRA DO LENHEIRO:"Primeiro Seminário da Escola Dr. kléber em defesa da Serra do Lenheiro."





PARA AQUELES QUE SE INTERESSAREM PELA QUESTÃO AMBIENTAL, PODEM ENTRAR EM MEU OUTRO BLOG:
VEJAVANDANAEJA.BLOGSPOT.COM

SÃO JOÃO DEL REI PRECISA SE ATENTAR,COM MUITO CUIDADO,PARA MUITAS QUESTÕES AMBIENTAIS, E A SERRA DO LENHEIRO É DE MUITA IMPORTÂNCIA, UMA VEZ QUE AS NASCENTES ESTÃO DESCUIDADAS, HÁ QUEIMADAS ( O QUE COMPROMETE A RESERVA DE ÁGUA), E ACABA DESEMBOCANDO, O PROBLEMA, NO PRÓPRIO CÓRREGO DO LENHEIRO QUE ATRAVESSA TODA A CIDADE.AS PESSOAS PRECISAM INVESTIR NA IDEIA E FAZER A SUA PARTE NÃO POLUINDO O CÓRREGO, NEM A SERRA, NEM AS NASCENTES.DEUS NOS DÁ A NATUREZA, A OBRA DO HOMEM NÃO DEVERIA SER A DA DESTRUIÇÃO.



SOBRE A SERRA DO LENHEIRO EM SÃO JOÃO DEL REI: "Primeiro Seminário da Escola Dr. kléber em defesa da Serra do Lenheiro."


FOTO MAIO/2010: VANDA SANDIM


V E.J.A. DA ESCOLA DR.KLEBER

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domingo, 28 de novembro de 2010
Primeiro Seminário da Escola Dr. kléber em defesa da Serra do Lenheiro (26/11/10)


A SERRA DO LENHEIRO É PRECIOSA POR SI SÓ!
CONSCIENTES DE QUE DEVEMOS PRESERVÁ-LA, ALGUMAS PESSOAS SE JUNTARAM À ESCOLA DR. KLÉBER COM O OBJETIVO DE FAZER VALER O PROJETO DO PINTOR E AMBIENTALISTA TONINHO ÁVILA.JÁ HÁ MUITOS ANOS QUE TONINHO PERCORRE ESSA SERRA E SUAS NASCENTES, E SE ENTRISTECE COM LOCAIS AFETADOS POR QUEIMADAS, POR LIXO JOGADO PELAS PESSOAS QUE LÁ FAZEM CAMINHADAS OU POR TRILHAS USADAS POR MOTOQUEIROS QUE DESTROEM RAÍZES E VEGETAÇÕES; E SEU SONHO É QUE ELA SEJA EFETIVAMENTE PRESERVADA PELO PATRIMÔNIO.A POPULAÇÃO PRECISA SE CONSCIENTIZAR DISSO, PRECISA ATUAR DE FORMA PRÁTICA QUERENDO QUE ESTA BÊNÇÃO QUE NOS FOI DADA NÃO SEJA DESTRUIDA.

BLOG DO EULER:"WikiLeaks e a liberdade de imprensa para inglês ver."

terça-feira, 14 de dezembro de 2010
WikiLeaks e a liberdade de imprensa para inglês ver






Recentemente, com o vazamento de milhares de documentos confidenciais de governos, especialmente entre a diplomacia dos EUA e outras nacões aliadas (ou subalternas), o site WikiLeaks, e seu fundador o australiano Julian Assange, preso na Inglaterra, têm sido atacados pelo império.

Os documentos vazados, que não representam nem um por cento de todo o material em poder do WikiLeaks, revelam aquilo que a esquerda sempre denunciou: de como os Estados e grandes empresas não passam de escritórios de negociatas para interesses de rapina de grupos privados, do lucro fácil para estes grupos, e do massacre de povos inteiros em favor dos interesses dessa minoria.

Para que os nossos amigos internautas possam acompanhar uma parte do debate em curso sobre o fenômeno WikiLeaks, divulgamos a seguir os links para algumas matérias sobre o tema. Antes, contudo, reafirmamos: a hipocrisia e o cinismo da mídia burguesa e dos governantes serviçais do grande capital imperam nesse jogo sujo contra as comunidades do mundo inteiro, incluindo o Brasil.

Nós, os de baixo, queremos saber sim o que os governantes tratam às escondidas em nosso nome. Temos direito à liberdade de informação, de imprensa e de expressão, direito este que a mídia brasileira, que se diz defensora, cala-se, como sempre, curvando-se aos interesses dos de cima. E as grandes nações ditas democráticas rasgam os mais comezinhos direitos democráticos individuais que se diziam defensoras.


P.S.: Foi só o nosso blog dar destaque a este tema e a Justiça inglesa mandou libertar o ativista Assange. Ou seja, o blog continua assustando os de cima... Brrrrrrrrr


- RS Urgente: "Entrevista com Julian Assange"

- Vi o mundo: "Cadê a liberdade de expressão, de imprensa e a do escambau-a-quatro?"

- Blog do Miro: "WikiLeaks escancara o lobby do pré-sal"

- CMI: "Ato pela liberdade de Julian Assange"

- Wikipédia: "WikiLeaks"

- Brasil de Fato: "Wikileaks: operação revanche"

- Carta Capital: "WikiLeaks"


P.S.: Foi só o nosso blog dar destaque a este tema e a Justiça inglesa mandou libertar o ativista Assange. Ou seja, o blog continua assustando os de cima... Brrrrrrrrr


- RS Urgente: "Entrevista com Julian Assange"

- Vi o mundo: "Cadê a liberdade de expressão, de imprensa e a do escambau-a-quatro?"

- Blog do Miro: "WikiLeaks escancara o lobby do pré-sal"

- CMI: "Ato pela liberdade de Julian Assange"

- Wikipédia: "WikiLeaks"

- Brasil de Fato: "Wikileaks: operação revanche"

- Carta Capital: "WikiLeaks"

* * *

Incorporo ao texto central o comentário da nossa combativa colega professora Ivone, que não desiste nunca da luta!

"Ivone:

Poxa Colega Professor Euler."Nosso" blog é poderoso, assusta ingleses, americanos, suecos, suíços, suínos,... Será que se recorrermos ao supra sumo das ameaças...( Vc diz que vai colocar uma foto minha e espalhar em vários blogs amigos...rs) assustaria a turma do "EGITO" não???

Terminando 2010 na "lona" e sem nenhuma esperança em termos profissionais para 2011. :-(.

E parodiano uma música.... em homenagem à profissão.... hoje estou cantarolando assim "...e eu, gostava tanto de você!!!".

Depois de 32 anos na profissão, entreguei os pontos. Nem vou enumerar os 1001 motivos!!! Só vou gritar: SOCORRO, SALVEM A PROFESSORINHA!! ( Mesmo que o tom seja meio brincalhão... a situação é muiiiiiito séria"). Chamamos o Chapolim Colorado??? Ou a liga da justiça??? Porque a sociedade, inocentemente insiste em pensar que o problema é NOSSO, não da mesma.

Só desabafo mesmo... tipo, escrevo por cansaço de ficar falando sozinha.

Abraços a todos e bom final de ano, para aqueles que ainda acreditam e tem forças para lutar e acreditar em dias melhores!!!

Ivone "


"Anônimo:

Caso algum professor da rede estadual tenha forças, seria bom que fóssemos à Assembleia para participar da discussão sobre a novela do concurso público. Veja informativo do Sind-ute abaixo.

SIND-UTE PARTICIPARÁ DE AUDIÊNCIA SOBRE CONCURSO PÚBLICO

Está confirmada para amanhã (15/12), às 10:30 hs, no Plenarinho 2 da Assembleia Legislativa de Minas Gerais a Audiência Pública sobre o concurso público da Rede Estadual de Minas Gerais. Na pauta de discussão está a ausência de concurso para as áreas de Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso. Além disso, o Sind-UTE/MG debaterá também a ausência de publicação do edital do concurso, cujo compromisso do Governo de Estado era publicá-lo em julho de 2010. É importante a mobilização da categoria neste debate. Para isso solicitamos a presença de, no mínimo, um representante de cada subsede.

Contamos com o empenho de todos.

Participe! "

Comentário do Blog: quem puder estar presente, será importante. Não poderei me deslocar nesta data e horário para BH, mas vou tentar pelo menos colocar um link para a transmissão via TV Assembléia aqui no blog (se é que vão transmitir a audiência). Pessoalmente, acho difícil que tomem qualquer decisão nesta etapa final do ano. Mas, que pelo menos para 2011 sejam encaminhadas as demandas pendentes, entre as quais: o concurso público, o pagamento do novo teto salarial de R$ 1.320,00; a questão das 30 horas; o terço de tempo extra-classe para a jornada de 24 horas; o posicionamento na carreira de acordo com o tempo de serviço prestado, etc. e etc.

Eis os links para a TV Assembléia online: aqui ou aqui ou aqui.

domingo, 12 de dezembro de 2010

BLOG DO EULER: SOBRE A MORTE DO PROFESSOR KÁSSIO






sábado, 11 de dezembro de 2010
PORQUE SOMOS PROFESSORES
Um colega professor, o combativo Moacir, enviou-me esta carta e me pediu para publicá-la no blog. Eis a seguir o teor da mesma, que entre outras justas reflexões e críticas narra a indignação contra a brutal morte do professor de Educação Física Kássio.

* * *

"PORQUE SOMOS PROFESSORES

Tarcísio Mauro Vago e Rodolfo Novellino Benda
(Professores da EEFFTO/UFMG)


Para o Professor de Educação Física Kássio Vinícius Castro Gomes, em honra de sua VIDA, e aos que compartilham a imensa dor de sua perda.

“Me diz como pode acontecer, um simples canalha mata um Rei, em menos de um segundo...”

Há exatos 30 anos, Milton Nascimento cantou este verso para Lennon.

Agora, tristes, dilacerados pela dor, perplexos e indignados, cantamos o mesmo verso para Kássio Vinícius Castro Gomes, o Filho, o Esposo, o Pai de 2 Crianças, o Amigo querido e generoso, o Professor de Educação Física de tantos Alunos e Alunas.

É impossível dimensionarmos racionalmente o tamanho desta perda...

Kássio era para nós também um Rei, mas um Rei escolhido por nós, do nosso jeito. E nós o perdemos tão cedo, quando tanta VIDA havia ainda para viver. Tantos sonhos, tantas histórias...

Como pode acontecer? Por que isso pôde acontecer?

É um “desenredo”, é esta “vida que a morte anda armando”, é esta “morte que a vida anda tendo...”, como cantaram dolorosamente Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro.

Mas, Kássio era daqueles que queriam a VIDA DA VIDA. Por isso, foi um Rei à sua maneira.

O nosso carinho por ele, a nossa homenagem para ele, é CONTINUAR A VIDA: SER KÁSSIO por aí afora, por onde estivermos, diante de crianças, de jovens, de adultos, enfim, diante dos humanos, em todos os seus sentimentos, asperezas e contradições.

É o que a VIDA de Kássio nos inspira. É o que sua VIDA nos exige. Porque foi isso que ele sempre fez: Viveu e quis ver a vida nascer, e a alegria se espalhar.

Kássio “ficou encantado”, diria Guimarães Rosa, e agora é Estrela, é Luz, é Saudade, é Inspiração. Uma Estrela a indicar caminhos, nos pedindo para insistir na Esperança, no Afeto, na Solidariedade, na Amorosidade, na Justiça.

Brilhe para nós, Kássio, que precisamos tanto, para CONTINUAR A VIDA.

E para CONTINUAR A VIDA é preciso EXIGIR que seja realizado o Direito de Kássio, de sua Família e de seus Amigos à Justiça. É o mínimo que lhe devemos, em honra de sua VIDA.

E nós estamos aqui para EXIGIR JUSTIÇA.

Como pode acontecer?

Este absurdo acontecimento, que causou comoção à população de Belo Horizonte e de Betim, onde Kássio morava, e estarreceu o Brasil, não pode ficar impune.

Um Professor chega para exercer seu Ofício em seu lugar de trabalho, o Instituto Izabella Hendrix. Em seu interior, é atacado por um estudante do Curso de Educação Física, que conseguiu entrar armado com faca nesta Instituição que se diz ‘protegida’. Em instantes, este Professor está morto. Um crime traiçoeiro, covarde, premeditado.

Infelizmente, foi também uma tragédia anunciada, e que poderia ter sido evitada: este aluno já havia causado problemas na Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), de Belo Horizonte, à qual esteve matriculado em 2008. Lá, ameaçou e perseguiu Professores e Estudantes, foi denunciado à Polícia, e sua família ‘convidada’ a retirá-lo de lá – expediente usado para não caracterizar expulsão.

Pelo Direito à Justiça, conclamamos que as autoridades desta Instituição, e também seus Professores e Estudantes, venham a público dar conhecimento dos problemas então causados por este aluno, enquanto esteve lá. Uma atitude que poderá ser decisiva.

Após ser ‘retirado’ da UNIVERSO, lamentavelmente, outra Instituição de Ensino Superior de Belo Horizonte, o Instituto Izabella Hendrix, recebeu este aluno com uma simples transferência, sem realizar procedimentos acadêmicos rigorosos para o ingresso em seu corpo discente. Atitude que caracteriza descuido e irresponsabilidade acadêmicas. Ainda mais em uma Instituição que usa como propaganda o fato de ser centenária. Este tempo, por si só, não é garantia de qualidade. Mas, exatamente por ser centenária, esta Instituição tem como obrigação zelar por uma Educação Superior de qualidade. Infelizmente, parece mais evidente que orientou-se por interesses econômicos.

O que se exige e se espera desta Instituição, se ela quer respeitar sua própria História, e não maculá-la ainda mais, é que não se preocupe tanto em preservar seu nome, mas em assumir atitude digna diante da gravidade do acontecimento: expor à Justiça os fatos, com depoimentos de suas autoridades sobre todo o histórico escolar deste aluno e entregando todas as provas indiciárias de que dispuser.

E, principalmente, que ofereça, de fato e não por mera retórica, à Família do Professor Kássio, todo o amparo jurídico para realizar seu Direito à Justiça. Contratar Advogados e assumir seus custos são suas obrigações mínimas. O silêncio desta Instituição (o mesmo silêncio que pediu a seus Professores por mensagem eletrônica), as tentativas de tomar o fato como “caso isolado” e de procurar manter seu cotidiano em normalidade (procedimento mais que artificial, desumano), poderão ser vistos como sinônimos de cumplicidade com a violência. Será outra barbaridade contra o Professor Kássio e à sua Família.

Este lamentável acontecimento também exige ser analisado tendo em vista as circunstâncias em que se realiza o ensino superior privado no Brasil. É evidente a crise que muitas dessas Instituições experimentam, depois de anos de crescimento desordenado, em que critérios acadêmicos mínimos foram e são atropelados, em uma busca desesperada por alunos (mais verdadeiro será dizer ‘clientes’). A absoluta falta de rigor acadêmico em processos seletivos para ingresso expressa mensagem de que o que importa e acaba decidindo a entrada e a permanência de alunos em tais instituições é aumentar o efetivo que paga suas mensalidades. Sim, sabemos de exceções, sabemos que existem instituições privadas idôneas, mas elas apenas confirmam a regra.

A Educação Superior é direito de todos, e somos desde sempre favoráveis às ações que o ampliem, especialmente àqueles que sempre foram excluídos dele. No entanto, a realização deste direito há que ser simultânea à garantia da qualidade acadêmica da Educação Superior, o que só se consegue com princípios e práticas acadêmicas rigorosas, que não se deixam capturar nem tampouco reduzir aos interesses de uma indústria de diplomas – que não tem escrúpulos quando se trata de obter lucros.

A conseqüência é a banalização da Educação Superior, em que o ingresso, a permanência e a aprovação se dão a qualquer preço – ou melhor (ou pior), ao preço de uma mensalidade paga em dia. Sem critérios, sem rigor, sem procedimentos acadêmicos, o que temos? Temos isso que está aí...

Uma das conseqüências perversas disso que temos aí sob o nome de “ensino superior privado” é a exposição de Professores e Estudantes à insegurança, à violência, à barbárie. O Professor Kássio foi mais uma vítima destas circunstâncias. Importa compreender que tais circunstâncias não são obras do acaso: são produto do modus operandi predominante em instituições de ensino superior privado.

Particularmente, o Professor se vê desprotegido, desamparado e desautorizado no exercício de seu Ofício. É o maior prejudicado. Todos os dias a morte o espreita: a morte de sua vontade, a morte de seu ímpeto, a morte de seu desejo de se envolver com a Educação. E a morte mesmo, crua e bárbara. Temos morrido um pouco a cada dia...

No entanto, é preciso enfrentar essas mortes. Enfrentar a barbárie. Para que ela não se repita. A barbárie não pode ser maior que nós.

Por isso, a nossa dor de agora se expressa também em nossa rebeldia. Não é hora de calar.

Nos rebelamos contra o aviltamento de nosso Ofício de Professor. Nos rebelamos contra as precárias condições em que nosso trabalho se realiza, em que o salário humilhante é apenas a parte mais visível. Nos rebelamos contra a mercantilização da Educação.

Repudiamos este intolerável atentado à nossa condição de Professores.

Há algo de muito errado em uma sociedade em que Professores são mortos dentro de escolas...

Os Professores queremos isso: respeito à nossa condição.

O que temos feito?

Contra todas as dificuldades, e ainda que também estejamos sujeitos ao erro, temos nos esforçado para oferecer com o nosso trabalho uma contribuição para a Cidadania, procurando formar profissionais de várias áreas, todas necessárias ao País. Mas, nossa Profissão tem sido constantemente desvalorizada.

Tentamos primar pelo rigor acadêmico, valorizar a aquisição de conhecimentos fundamentais à formação e a intervenção profissionais. É o que a sociedade, com toda razão, espera de nós.

Porque somos Professores, trabalhamos com a palavra, o argumento, os conhecimentos vindos das ciências e das culturas para olhar a realidade que nos envolve.

Porque somos Professores, procuramos agir para potencializar o que é bom, e para enfrentar as nossas muitas dores sociais.

Porque somos Professores, assumimos compromissos com os problemas que afligem nosso País, nossas crianças, nossos jovens, nossos adultos.

Porque somos Professores, continuaremos trabalhando para a construção do presente, e do futuro. Não importa o quanto distante esteja. Importa é que estamos aqui.

Porque somos Professores, pedimos apenas isso: RESPEITO E DIGNIDADE PARA A NOSSA PROFISSÃO.

Porque somos Professores, exigimos JUSTIÇA: para o Kássio, para toda a sociedade.

Porque somos Professores, são estas as nossas maneiras de amar este nosso País tão querido.

Professores são aqueles que “escrevem cartas para o futuro”, alguém disse – escrevem cartas no presente para que exista futuro...

O Professor Kássio vinha escrevendo suas cartas, e elas eram tão bonitas. E nós sabíamos disso. Todos os seus alunos e alunas sabem disso. Sua Família sabe disso.

Nós, seus amigos Professores de Educação Física, sentimos muito orgulho de tê-lo tido entre nós.

Porque somos Professores, PORQUE SOMOS KÁSSIO, continuaremos a escrever cartas. Não nos matem. Tratemos de cuidar da VIDA.

Pelo Kássio. Por nós. Pela própria VIDA.

A VIDA CONTINUA."