Hoje,11/09/10, houve carreata de Aécio e Anastasia aqui em S.J.del Rei.
Eu os vi através da janela (fechada).Não apenas o vidro nos separava: os valores de vida.Desta que passa, ora se arrasta, mas que,na verdade, vôa feito ave veloz e apaga tantos valores,uns verdadeiros, uns falsos.Apaga todos nós, e a história permanece. Às vezes em versão verdadeira, na maioria das vezes em falsa versão.Pode levar anos para que os enganos sejam ressuscitados a verdadade apareça,ou nunca.A história, muitas vezes, tem o foco do vencedor.Creio que ainda hoje seja assim.Mesmo com a mídia um pouco mais acessível, como é o caso da internet ( dos blogueiros que ainda se manifestam de forma mais justa, buscando uma ótica do povo oprimido); ainda assim sabemos que quem manda é quem tem dinheiro.Quem compra a mídia pode mais e esse trabalho deles é intenso, incansável e diário.
Hoje o homem apareceu.Cheio de sorrisos e de aliados, sempre pessoas da hight society ou pessoas que desejam se fazer na manobra do momento político.Carro de polícia para proteger, foguetório e buzinas, num desfile de busca de votos, onde, do alto do carro, eles acenavam com ares amigáveis.Eles mesmos ( os da carreata) deliravam no frenesi do desfile. Penso que se houvesse condições, os seus aliados teriam mandado desenrolar um tapete vermelho em homenagem aos ilustres candidatos; ou eles mesmos teriam pagado tal aberração, já que são os donos do dinheiro.Creio que eles tentam compartilhar do momento do povo simples, dos que estão nas ruas, assistindo ao espetáculo,faz parte do show acenar, fazer gestos sugerindo amizade e cumplicidade.Tem gente que até vota porque o candidato mandou um beijo ou acenou com a mão...Imagina se não se sentem parte daquele jogo que enaltece e engrandece um conterrâneo...Sim, os menos avisados sentem assim. E há os que já foram pescados pela rede e armadilha da mídia.
E assim vai...O homem apareceu, passou pelas ruas, arrastou simpatizantes, gentes que ainda acreditam ( ou precisam)de heróis. E eu, solitária, olhando a rua, fazendo história ( todos fazemos história, muitas vezes mais belas que as de Robinson Cruzoé, não é Drummond?... ),observando que mais que o vidro me separa desses homens públicos: minha aparente insignificância e a grandeza dos meus valores.
sábado, 11 de setembro de 2010
Blog do Euler: 'Mobilizações começam a surtir efeito. '
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Mobilizações começam a surtir efeito
Após uma semana de intensa mobilização no mundo real e virtual as demissões e ameaça de remoção começam a tomar outro rumo. Na manhã desta sexta-feira a colega professora da Lei 100, que havia sido demitida, foi até a SRE Metropolitana C e ouviu da inspetora que tanto ela quanto eu ficaremos na escola até dezembro e no ano que vem a nossa situação será estudada. Já os colegas contratados, por enquanto permanecem demitidos. Por enquanto, pois as mobilizações e as pressões para que eles continuem na escola são grandes.
O coletivo de educadores da escola manteve-se unido e solidário o tempo todo, demonstrando mais uma vez o quanto a nossa união é importante, para além de interesses individuais. Cada companheiro tem contribuído da forma possível. Uns enviando e-mails, outros telefonando para deputados, outros entrando em contato com o Ministério Público, outros procurando informações jurídicas, e houve até uma colega de luta que contactou um assessor do afilhado do faraó para informá-lo sobre as demissões em curso. O assesssor disse que o governador-afilhado não tinha conhecimento nenhum sobre o assunto e que iria entrar em contato com a secretária da Educação para se informar. Ele foi informado pela colega professora que uma grande mobilização está em curso na Vila Esportiva e no entorno da Linha Verde.
Destacamos também a solidariedade dos colegas da Educação pública de Minas e do Brasil que se manifestaram nestes dias, por e-mail e através dos comentários aqui no blog ou publicando textos de apoio em seus blogs. A luta continua e esta movimentação toda demonstra que a categoria está viva. Pronta para novos e maiores embates.
Coincidentemente, bem próximo da nossa escola, na noite de ontem (09/09/2010) aconteceu um homicído, pois a região não está imune à violência existente em todos os bairros periféricos dos centros urbanos. Lá da escola ouvimos o barulho de vários fogos. Pensamos até que fosse outra coisa. Depois nos disseram que um grupo que domina uma determina área comemorava a manutenção do domínio de tal área. Coisas do cotidiano do Brasil. Justamente nesta região, como em tantas outras, precisamos de mais escolas e educadores e não de pseudo-economia às custas da demissão de seis ou sete educadores que desenvolvem trabalho sério na escola.
Nos próximos dias, portanto, esperamos que o governo tenha bom senso e que volte atrás nas demissões dos colegas e nos deixe trabalhar em paz, pois o nosso trabalho profissional apresenta bons resultados. E a prova melhor disso, foi o depoimento de um líder comunitário que eu citei aqui ontem, mas que vale a pena repetir (merecia ser filmado), que foi mais ou menos o seguinte:
- Desde que esta escola foi implantada (há cerca de 10 anos) diminuiu muito a criminalidade no bairro e muitas pessoas têm tido oportunidades que antes não conheciam".
Investir em educadores não é desperdício de dinheiro; é investir na formação de pessoas mais humanas, mais dignas e mais preparadas para lidar com as diferentes realidades que enfrentamos no cotidiano.
Eleições nacionais: GloboSerra
não perde seu viés golpista
A Globo não aprende. Não tem jeito. O golpismo está no DNA desta emissora. Não bastassem todas as manobras urdidas contra a população brasileira, ajudando a eleger figuras como Collor, ou tentando impedir a eleição de líderes um pouco mais progressistas como Brizola e Lula, agora ela trama contra a candidatura Dilma.
A novela da quebra do sigilo da filha de Serra em setembro de 2009 está ficando já enjoativa. E o esquema é sempre o mesmo: primeiro a revista Veja (tinha que ser, né gente) cria um factóide com cara de notícia bombástica, que depois é repercutido pela Folha de São Paulo até ganhar a mídia televisiva por meio da Rede Globo. São 15 dias falando do mesmo assunto, tentando colocar o candidato Serra como a grande vítima de um estado policial, quando casos muito mais graves de agressão a direitos constitucionais acontecem todos os dias contra milhares de cidadãos comuns e a emissora não dá uma nota sequer sobre estes casos.
Mas, não adianta, porque o povo não cai mais nesta. Não adianta também tentar inflar a candidatura de Marina para forçar um segundo turno. Tudo indica que Dilma ganha no primeiro. Ou de primeira. Mas, a Globo e afins querem pressionar a candidata, procurando desmoralizá-la, diminuí-la, para que se submeta a uma agenda imposta pelo grande capital e o agronegócio. Temem que a candidata Dilma não siga exatamente a mesma linha prudencial do atual presidente, que não tocou nos interesses dos banqueiros e do agronegócio, apesar de ter realizado programas sociais importantes, como o Bolsa Família.
Tomara que Dilma, vivendo e sentindo na pele a chantagem imposta pela Globo e demais grupos da mídia - todos eles a serviço do grande capital e dos coronéis regionais -, inicie um processo de democratização dos meios de comunicação no Brasil e aumente de fato os investimentos nas áreas sociais, como Educação pública, Saúde, saneamento, moradia popular, etc.
Estes grupos midiáticos ainda terão alguma sobrevida graças a governos como os de São Paulo e Minas, que liberam generosas verbas para os mesmos. Contudo, o governo federal, se quiser, poderá enfrentá-los investindo nas redes públicas e inclusive rediscutindo as concessões públicas de rádios e TVs, que são uma verdadeira afronta às liberdades democráticas e à própria democracia. A mídia brasileira é golpista e constitui um risco para a sobrevivência dos movimentos sociais e para os direitos conquistados a duras penas.
Estejamos atentos a estas práticas golpistas da mídia brasileira, construindo alternativas autônomas, como a que ocorre hoje na Internet através dos blogs e das redes horizontais de contatos.
* * *
Incorporo ao texto central o comentário sempre oportuno e pertinente do nosso colega e amigo professor João Paulo:
"João Paulo Ferreira de Assis:
Prezado amigo Professor Euler
Saudações e felicitações por saber que já começam a recuar do vil propósito de demissão e remoção de professores em pleno ano letivo, e contra a legislação eleitoral. Às vezes, Professor, penso que muitas coisas que aconteceram na SEE foram de propósito. Quando estava escrevendo meu livro, a História do Município de Senhora dos Remédios, ao discorrer sobre suas escolas, eu tomei conhecimento de um fato, para mim escabroso. O Prefeito Antônio Milagres Belo, em 1969, com seu secretário e sucessor, Edgar de Souza Passos, e mais o senhor Cristiano de Ávila Andrade, foram a Belo Horizonte por amor de dar entrada aos papéis de criação do Ginásio Municipal Nossa Senhora dos Remédios. Protocolaram na SEE, e os DOCUMENTOS DESAPARECERAM MISTERIOSAMENTE! Passando o tempo sem que nada fosse decidido, voltaram à capital e tomaram conhecimento de que os papéis haviam desaparecido! Pressionaram os funcionários, e deu-se uma tremenda busca, até que eles foram encontrados, já incompletos, sem a fotografia principal. Aí deram o famoso ''jeitinho'' brasileiro, e colocou-se como foto do principal a de uma sala. Com isso, apenas em 06 de abril de 1970 o Ginásio Municipal pôde entrar em funcionamento.
Em Ressaquinha foi pior. As forças políticas mais reacionárias consideraram um crime a ideia da criação do Ginásio Estadual de Ressaquinha. Um dos coronéis do atual DEM disse que agora os trabalhadores rurais e suas irmãs vão estudar, e nós todos ficaremos sem empregados. O Padre Nélson (imortalizado por Roberto Drummond em Hilda Furacão) é que comandou as negociações para criar o Ginásio. Houve tantas pressões em Belo Horizonte, que Magalhães Pinto desistiu de sancionar o projeto. Só que em 23 de dezembro de 1965, ele recebeu um ULTIMATUM de Dom Oscar de Oliveira, Arcebispo de Mariana, e sancionou a lei. Aí a luta foi para que a escola não fosse instalada. Telefonaram para o Secretário de Educação, Bonifácio Andrada, pai do Lafayette, falando que não iria haver mais inauguração. E o pessoal esperando. Até que mandaram avisá-lo. E ele chegou à MEIA-NOITE E QUATRO MINUTOS, do dia 11 de janeiro de 1966.
São dois exemplos para meditação: POR QUE SE COMBATE TANTO AS ESCOLAS E OS PROFESSORES?
Atenciosamente João Paulo Ferreira de Assis."
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
BLOG DO EULER:"Educadores convocam ato de protesto contra governo que demite professores"e "Após o feriado, muita agitação"
Blog do Euler
Hoje, 9 de setembro de 2010, 25 minutos atrás
Educadores convocam ato de protesto contra governo que demite professores
Hoje, 9 de setembro de 2010, 25 minutos atrás | euler.conrado@gmail.com (Blog do Euler)
Na propganda eleitoral, o governo do faraó e afilhado promete colocar dois professores em sala de aula e ampliar o ensino integral. Na prática, está demitindo e removendo professores, de forma ilegal e arbitrária. É o que vem acontecendo na nossa escola, no bairro Vila Esportiva, em Vespasiano, MG, onde oito colegas contratados (sendo uma da Lei 100) foram demitidos e eu fui comunicado verbalmente que serei removido para qualquer outra escola. A secretária da escola que conversou com a inspetora que disse que eu poderia até procurar qualquer escola que tivesse algum professor contratado ou efetivado. Ou seja, querem que eu indique quem será demitido, o que eu não farei.
Em resposta a esses atos ilegais e absurdos - legalmente contrariam a legislação eleitoral, que proibe demissões e remoções três meses antes e depois das eleições; moralmente agridem os direitos da comunidade de receber um ensino público de qualidade - estamos nos mobilizando. Hoje a noite realizamos uma reunião na escola com educadores e lideranças da comunidade e ficou marcada uma GRANDE CONCENTRAÇÃO de PROTESTO contra as demissões, a remoção e o grande prejuízo que o governo do faraó e afilhado causará aos moradores do bairro Vila Esportiva e toda a região.
Amanhã mesmo vamos confeccionar os panfletos, faixas e cartazes. Queremos levar um carro de som e faremos uma caminhada até a Linha Verde. O ato será na QUARTA-FEIRA, dia 15 de setembro, às 17h na entrada do bairro Vila Esportiva. A comunidade está indignada e deve participar do ato. Uma das lideranças da comunidade, que estuda na nossa escola disse:
- Que absurdo o que estão fazendo. Esta escola, quando foi implantada há cerca de 10 anos, contribuiu muito para reduzir a criminalidade".
Um outro estudante, quando soube que seus professores serão demitidos pelo governo que aí está, disse:
- E eu que estava pensando em votar em Anastasia. Agora, de jeito nenhum! E podem contar comigo e com minha família no ato de protesto".
Não sabemos ainda, como disse anteriormente aqui no blog, o que está por trás desses atos inoportunos, ilegais e imorais, uma vez que trarão sérios prejuízos para os moradores e também para os educadores, que são arrimo de família e deixaram de pegar outras vagas no começo do ano para ficarem desempregados por obra deste governo.
No meu caso a remoção é estranhíssima, pois sou efetivo concursado, não solicitei nenhuma remoção e é muito incomum as pessoas mudarem de escola sem que solicitem tal mundança. E não estou excedente na minha escola. O que nos leva a crer que por trás deste ato ilegal e arbitrário possa existir interesses incofessos.
Mas, nós não vamos cair sem lutar. Entre ontem e hoje já enviamos ofício para a direitora da SRE Metropolitana C, sra. Maria Lúcia Martins da Silva, que responde pelas inspetoras que orientaram as demissões na escola; além disso, fizemos uma representação junto ao Ministério Público de Minas Gerais denunciando a agressão às leis vigentes no país, que proíbem a demissão sem justa causa e remoção de servidores públicos neste período eleitoral. Vamos acionar também a justiça, para que ela se pronuncie acerca dos atos citados.
Contudo, a mobilização que estamos convocando de toda a comunidade pode assumir proporções que o governo do faraó e seu afilhado não espera. A região tem uma população muito grande e os alunos se dispuseram a colaborar com a panfletagem. Vamos convidar também os professores e alunos de outras escolas da região, pois os atos de demissão dos professores constituem uma agressão à comunidade e à Educação pública como um todo.
Enquanto o governo divulga na propaganda eleitoral que colocará dois professores em sala de aula e que ampliará as vagas para escola em tempo integral, na prática o que faz é mandar demitir professores, com sério risco de fechamento da escola. Por isso é preciso resistir, ir para as ruas e mostrar para a comunidade o que o que os políticos falam e o que fazem. Toda a imprensa será convidada. Vamos divulgar também vídeos e fotos pela Internet.
Eles brincam com as comunidades, quando cortam escolas e serviços sociais, enquanto fazem obras faraônicas para encher os bolsos de empreiteiras que depois financiam as campanhas eleitorais deles. Mas, podem se surpreender, do mesmo jeito que nunca esperaram a nossa maravilhosa revolta de 47 dias em Minas. Quem sabe este não será um novo divisor de águas no contexto político, a mostrar aos mineiros e ao Brasil, de uma vez por todas, a verdadeira face do governo do faraó e afilhado?
* * *
Vejam o que diz a lei:
"Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais:
Conduta: nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, sob pena de nulidade de pleno direito..." (cf. art. 73, inciso V, da Lei nº 9.504, de 1997, e art. 50, inciso V, da Resolução TSE nº 23.191, de 16.12.2009, rel. Min. Arnaldo Versiani)
Período: nos três meses que antecedem o pleito, ou seja, a partir de 03 de julho de 2010, e até a posse dos eleitos (cf. art. 73, inciso V, da Lei nº 9.504, de 1997, e art. 50, inciso V, da Resolução TSE nº 23.191, de 16.12.2009, rel. Min. Arnaldo Versiani)
Penalidades: suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso; multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00 aos agentes responsáveis, aos partidos políticos, às coligações e aos candidatos beneficiados, sem prejuízo de outras sanções de caráter constitucional, administrativo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes (cf §§ 4º e 8º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997, e §§ 4º e 8º do art. 50 da Resolução TSE nº 23.191, de 16.12.2009, rel. Min. Arnaldo Versiani); e cassação do registro do candidato ou do diploma do eleito que tenha sido beneficiado, agente público ou não (cf. § 5º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997, e § 5º do art. 50 da Resolução TSE nº 23.191, de 16.12.2009, rel. Min. Arnaldo Versiani)."
(Fonte: Cartilha lançada pela Advocacia Geral da União e órgãos jurídicos do governo Federal, 2010, 2ª Edição revisada e atualizada, págs. 27 e 28).
Após o feriado, muita agitação
Hoje, 9 de setembro de 2010, 8 horas atrás | euler.conrado@gmail.com (Blog do Euler)
Por volta de 10h da madrugada escuto alguém batendo ao portão. Meu bunker não tem campainha. Como incomoda este barulho de campainha. Lembra a sirene de uma escola. Por isso prefiro que as pessoas batam palmas (batam palmas pra ele!) ou batam no portão. Dia de pagamento, quando alguém bate à porta logo pela manhã a gente sempre pensa: deve ser o cobrador! Mas, não. Era o João Martinho.
Como costuma madrugar, João Martinho já havia feito a caminhada matinal, passado no banco para retirar uma pequena parcela do seu volumoso salário de professor com dois cargos e merecidos montes de gratificações. O João é sistemático, não aceita nem café, ainda mais instantâneo como o que costumo sorver nas manhãs e noites. Ele me disse que seu café é uma salada com oito frutas diferentes, leite, aveia, ovo, quando bate tudo no liquidificador e pronto. Uma nova refeição só ao meio dia.
Meu parco salário-de-professor-de-Minas (assim mesmo, tudo junto), ainda mais com um só cargo (e tá bom demais!), não dá pra comprar nem duas frutas por dia, ainda mais oito. É coisa de marajá. Mas, reclamei com ele que só pude sacar R$ 1.000,00 de uma vez no banco. Calma gente, esse enorme valor só pinga na nossa conta bancária uma ou duas vezes por ano, com o 13º ou com o tal prêmio a que chamam de pedaço de 14º. Mas, o João disse: amanhã você já pode sacar mais R$ 1.000,00. Não resisti a uma boa gargalhada. Mais mil? Só se ele completar o saldo que ficou pendente. Tá pensando o quê? Salário de professor-de-Minas - salário real, não aquele da propaganda do governo - quase nunca alcança o limite de saque na boca do caixa.
Mas, deixando de lado este chato assunto de salário, o João passou por lá para comunicar que tinha passado antes no Sindicato dos Metalúrgicos para tentar conseguir a sede do sindicato para o Encontro Metropolitano em Vespá, no dia 25 de setembro. O presidente do sindicato disse que o local estava agendado para aquele dia, mas que ele ia tentar negociar uma outra data com a pessoa que reservara aquele local justamente para aquela data. Nada mais importante do que o nosso encontro acontecerá em Vespó no dia 25. Esperamos fechar um local para o evento até amanhã, sem falta.
E o João aproveitou para me convidar para um bate-papo que haveria hoje a tarde na subsede do Sind-UTE em Vespasiano com o Fabinho do PCB. Combinado, João, às duas da tarde eu passo lá, disse-lhe.
Mais tarde um pouco caminhei pelo centro da cidade com o bolso cheio de esperança e algumas contas para pagar. As ruas estavam cheias, principalmente de educadores. Dia de pagamento é assim: a gente sempre encontra os colegas, por toda parte. No supermercado, na farmácia, na padaria, enfim por toda parte. Mas, é só no primeiro dia, pois os valores recebidos não permitem extragâncias que ultrapassem algumas horas após o poente.
Nessas andanças encontrei com o Paulão, bravo guerreiro da nossa maravilhosa revolta dos 47, que quis logo saber: o que está acontecendo na sua escola, Euler? Estão querendo fechá-la? Qualquer coisa você volta para o Machado - disse-me. Quem sabe, né? Mas, não. Quero ficar e resistir. Eles não podem decidir a nossa vida sem nos consultar. Não somos objeto, somos pessoas e merecemos respeito. Meia dúzia de burocratas decidem o que é bom para o estado, segundo as economias porcas que costumam fazer, e foda-se a comunidade. Assim eles pensam. Se querem mostrar serviço com economia porca, deviam se candidatar a conselheiros do faraó e afilhado que gastaram dois bilhões para construir a Cidade do Faraó. Não é demitindo professor e removendo outro - o que certamente representaria demissão em outra escola - que vocês vão resolver problema de caixa do estado. É o tal choque de gestão.
Andando mais um pouco pela cidade encontrei a Adriana, ela mesma, a candidatíssima ao cargo de secretária da Educação. E ela me disse: se for para atender a um pedido do Patrus eu posso até pensar no assunto. Claro que terá que concorrer com Carminha e João Martinho, que já estão quase se sentindo secretários da Educação. Mas, já que o candidato do PMDB-PT está com essa mania de um mais um para governar Minas, por que não um mais duas para a secretaria da Educação? Tá lançada a idéia.
Quando terminei de pagar as contas de costume - água, luz, telefone e um crédito mínimo de 15,00 no celular para mantê-lo ativado -, minha próxima parada foi para o almoço. Um guerreiro também precisa se alimentar para manter-se de pé. Logo após recebo um telefonema de um colega que foi removido para a nossa escola muito recentemente, dando conta de que estava em contado com o Ministério Público para tratar do problema na nossa escola. Ele não está ameaçado de demissão, mas é solidário, de luta. É de gente assim que a categoria precisa. Mais tarde um pouco protocolei uma denúncia no Ministério Público expondo o que estava em curso na nossa escola: as demissões e a minha remoção. Já publiquei um trecho da carta aqui.
Quando o relógio apontou duas horas, fui até a subsede do Sind-UTE a convite do João. Pouco depois chegaram Fabinho do PCB, candidato ao Governo de Minas e combativo educador e com ele o Almeida, candidato a deputado federal. Fabinho expôs em linhas gerais os objetivos de sua candidatura, certo de que não será eleito, mas cumprirá a missão que lhe fora atribuída pelo partido. Entre os temas abordados, o que ele deu mais ênfase foi o da Frente anticapitalista e anti-imperialista, proposta que, segundo ele, tem atraido apoio de amplos setores da esquerda. Disse-lhe que a idéia de unir as forças da esquerda era importante para combater inimigos comuns. Unidade não só de partidos, mas de grupos, indivíduos, lideranças, etc. Acima de tudo, unidade na luta! O Fábio aproveitou para confirmar presença no nosso Encontro Metropolitano em Vespá.
Logo depois, coloquei o tanque de guerra na estrada e fui direto para a escola. O clima lá, apesar das pressões, é dominado por um astral bom, pois estamos todos unidos e dispostos a resistir. Antes de começar as atividades em sala fizemos uma reunião do coletivo de trabalhadores e repassamos informes e as estratégias de ação. Alguns colegas estiveram hoje à tarde na ALMG conversando com alguns deputados. Ficamos de protocolar um ofício na SRE - Metropolitana C dirigido à diretora daquela superintendência. O ofício já está pronto. O Ministério Público também já foi acionado. Temos ainda mais duas frentes a atacar, caso se faça necessário: uma ação na Justiça (um mandado de segurança) e a mobilização popular, que reúna a comunidade do entorno da escola, que é numerosa. Se os atos de demissão e remoção não forem anulados vamos convocar toda a comunidade para uma concentração em frente à escola seguida de passeata com faixas, cartazes, apitos, ocupando a Linha Verde e caminhando em direção à Cidade do Faraó. Vai ser uma maravilha. Se querem brincar com a comunidade, cortando profissionais da Educação e provocando prejuízos para os trabalhos em andamento então vão colher tempestade!
E o pior é que andam anunciando dois professores por sala e um tal programa "professores em casa". Neste último, talvez faça sentido. Ao demitir professores no final do ano, eles vão ficar mesmo em casa. Mas, não os nossos professores, que não querem saber de casa numa hora destas. Ou vão (vamos) para a escola, ou vão (vamos) para as ruas e praças. Resistir e lutar, até a vitória.
* * *
Incorporo ao texto central o comentário do nosso colega e amigo professor João Paulo, com o comentário do blog a seguir:
"João Paulo Ferreira de Assis:
Prezado amigo Professor Euler
O DEM e o PSDB ingressaram no TRE-SP contra a APEOESP, e esta foi proibida de colocar um cartaz nas escolas, com os nomes e fotos dos deputados que votaram a favor do projeito de lei que instituiu a prova de mérito, e acabou com o plano de carreira dos professores paulistas. O TRE só liberou o cartaz na sede da APEOESP. Eu acho que estava mais do que na hora de colocarmos os nomes e fotos dos safados que votaram o projeto do anastasia (com letra minúscula mesmo). Acho mesmo que tem que ser enviado por email para cada professor, pois tenho para mim que o TRE-MG vai decidir a mesma coisa.
Atenciosamente João Paulo Ferreira de Assis."
Comentário do Blog: Tem toda razão, João Paulo. Então, quem quiser poderá copiar a relação completa dos deputados que votaram contra as emendas dos educadores na ALMG. Ela foi publicada no boletim Informa nº 18 do Sind-UTE-MG. Para copiá-lo clique aqui.
* * *
Incorporo ao texto central e agradeço ao Coletivo Fortalecer Sindi-Rede/BH a manifestação de apoio a mim e aos colegas da rede estadual de Minas demitidos em plena vigência da Lei Eleitoral.
"Coletivo Fortalecer Sind-Rede/BH:
Olá, Profº Euler Conrado e demais trabalhadores em educação da rede estadual de MG, divulgo neste espaço a minha solidariedade e apoio à luta pela justiça e contra às perseguições que vocês estão sofrendo.
Divulguei no blog que coordeno:
http://coletivofortalecer.blogspot.com/2010/09/demissoes-e-remocao-na-escola-do.html".
A Independência que queremos
ontem, 8 de setembro de 2010, 01:02:11 | euler.conrado@gmail.com (Blog do Euler)
Há muito que os historiadores mais progressistas de diversas correntes deixaram de lado aquela versão oficial da Independência do Brasil, segundo a qual D. Pedro I teria, às margens do Ipiranga, decretado a independência do país. A independêcia formal e política em relação a Portugal começara basicamente em 1808, com a vinda da Coroa portuguesa para o Brasil, escapando por pouco da invasão daquele país pelo exército de Napoleão Bonaparte.
Entre as mudanças impostas com a chegada da Coroa, destaca-se a abertura dos portos, quebrando o monopólio do comércio com Portugal, além de reformas administrativas e culturais na então colônia. O dia 07 de setembro de 1822 foi portanto uma consequência de todo esse processo, que acontecia inclusive, de forma diferenciada, entre os nossos vizinhos latinoamericanos. Pode-se dizer, portanto, que a independência brasileira foi um arranjo entre as elites, premidas que estavam entre a cruz portuguesa - de um retorno à condição anterior de monopólio exclusivo de Portugal - e a espada - ou o temor do fantasma - de uma rebelião popular inspirada nas revoltas vizinhas. Afinal, desde a Revolução Francesa de 1789 que as idéias iluministas haviam estimulado as lutas de independência por toda parte, especialmente nas Américas, após o advento da independência das 13 colônias inglesas (EUA) em 1776.
Mas a independência do Brasil se fez com a manutenção da monarquia como forma de poder e resguardando as principais características sócio-econômicas, como o latifúndio, a monocultura-exportadora e a escravidão. Seriam necessários mais 66 anos para que o Brasil decretasse a abolição da escravatura - assim mesmo sem assegurar aos afrodescendentes o devido reconhecimento e a indenização por séculos de exploração -, e, um ano depois, em 1889, a proclamação da República, igualmente sem a participação da maioria pobre da população.
Se por um lado o Brasil se tornou um país formalmente independente, por outro, manteve-se atrelado aos interesses econômicos das grandes potências mundiais: a Inglaterra no passado, e os EUA a partir do século XX. Mas, é preciso que tomemos cuidado ao usar a expressão "país" ou "nação", pois, apesar das muitas igualdades culturais - a língua, os costumes, etc -, não podemos desconhecer as diferenças sociais de classe e, consequentemente, dos interesses antagônicos que separam essas classes.
Em se tratando, por exemplo, dos interesses de parcelas das nossas elites, que estão associadas ao grande capital - seja ele nacional ou internacional - a independência significa ter governos servis que assegurem os fabulosos lucros que serão por elas apropriados. Por isso defendem a flexibilização das leis trabalhistas, o corte de direitos dos servidores públicos, pouco investimento na Educação Pública e na Saúde Pública, a privatização de grandes empresas e a apropriação das fontes energéticas, minerais, etc.
Já do ponto de vista dos assalariados, o país é mais independente quando se paga melhores salários para os de baixo, quando há serviços públicos de qualidade - Educação, saúde, saneamento -, quando os servidores públicos e demais assalariados são valorizados, quando as liberdades democráticas são respeitadas, quando o orçamento público, fruto do trabalho coletivo de todos, é discutido e aplicado de acordo com os interesses da maioria da população e não de acordo com os grupos econômicos, banqueiros e o agronegócio.
Sob essa perspectiva, o Brasil já deu passos importantes, mas ainda está muito distante de avançar para uma verdadeira independência. E qual seria esta verdadeira independência? Esta resposta também não é tão simples assim, pois nos coloca diante da nossa realidade, submetida ao capitalismo. Aqui, novamente, somos obrigados a deixar de lado a visão de nação ou de país e analisar as coisas do ponto em que nos encontramos, enquanto trabalhadores que somos, e portanto enquanto membros de uma parte da sociedade: os proletários. E a independência do proletariado enquanto classe só se dará através da autoemancipação do capitalismo. Em outros termos, quando não houver mais nem explorados, nem exploradores; quando o mundo for uma associação autogestionária de pessoas, já extintos a velha máquina do estado burguês e o mercado.
Mas, até o momento em que este sonho se torne realidade, devemos manter as nossas espadas afiadas, prontas para enfrentar os muitos dragões do mal, como o faraó e o afilhado em Minas; ou os Serras, os Obamas e os Bushs; contra, enfim, as políticas neoliberais que procuram cortar nossos direitos e impor realidades de exploração mais acentuadas. Portanto, a cada momento que combatemos no nosso cotidiano essas forças do mal, ajudamos a construir um pedaço da nossa independência, pessoal e coletiva.
* * *
Direito Econômico - No próximo dia 20 de setembro, das 09h às 17h30, acontece o Colóquio Mineiro de Direito Econômico, promovido pela Fundação Brasileira De Direito Econômico - FBDE. O evento contará com a participação, entre outros, do nosso colega professor Wladmir Coelho, que falará sobre o tema "O Pré-sal e o desenvolvimento nacional". O colóquio será realizado no Auditório da Faculdade Mineira de Direito - PUC Minas -, à avenida Dom José Gaspar, 500, Bairro Coração Eucarístico, Prédio 5, Belo Horizonte-MG. Para se inscrever ou obter maiores informações clique aqui. Na oportunidade será realizado também o lançamento do "Dicionário de Direito Econômico", obra coletiva produzida pela FBDE, em sua 2ª edição. O nosso colega Wladmir é autor de um texto deste livro. O blog parabeniza ao Wladmir Coelho e fará o possível para marcar presença no evento.
2 comentários:
Denise disse...
Euler,
Acabo de ler o edital para certificar interessados em ocupar cargo de dirigente escolar.
Eis a tua chance de ficar e ou permanecer no seu local de trabalho.E o interessante neste edital é a não exigência dos 730 dias de exercício na unidade pretendida.
Assim, creio eu que você poderá fazer a prova e "retornar" e ou permanecer em sua escola.
Ou concorrer ao cargo de direção em minha escola. Já tenho até o nome para sua vice.
Lembra do que disse a Graça? Você poderá agitar à àgua parada e podre da minha escola.
Abraços e bom combate para você e os seus.
10 de setembro de 2010 05:24
Noticias e Entretenimento disse...
Apoio a sua luta e da comunidade escolar. Precisamos mostrar para a população que Aécio/Anastasia são produtos de marketing de uma mídia totalmente parcial e sem nenhum compromisso com a verdade.
Uma mídia que foi controlada pela Andréia Neves durante esse 8 anos de desgoverno em MG, para que a população não vote enganada.
10 de setembro de 2010 10:05
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010
"J.O TEMPO":Hélio Costa disse que se confundiu e informou a previsão total em vez de declarar o que foi gasto
DANIEL DE CERQUEIRA/ALDEIA
Lapso. Hélio Costa disse que se confundiu e informou a previsão total em vez de declarar o que foi gasto
Política
Doação. Candidato peemedebista alega que errou ao informar valor de doação de seu suplente em 2002
Hélio Costa diz que se enganou
Valor informado durante sabatina é maior do que o declarado à Justiça
PEDRO GROSSI
O candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa, tentou explicar, ontem, a diferença entre os valores informados por ele e a doação declarada na sua prestação de contas referente à campanha ao Senado de 2002.
Uma matéria publicada ontem no jornal "Folha de S. Paulo" trouxe a informação que Hélio Costa teria omitido uma doação de R$ 4 milhões.
Durante sabatina realizada pelo jornal, o peemedebista disse que seu suplente, Wellington Salgado (PMDB), teria doado R$ 4 milhões para sua campanha ao Senado, mas na Justiça Eleitoral, o valor total declarado foi de R$ 1,2 milhão.
Salgado acabou exercendo seis dos oito anos do mandato de Hélio Costa. O titular licenciou-se em 2005 para assumir o Ministério das Comunicações, de onde se licenciou neste ano para se candidatar ao governo de Minas em aliança com o PT.
Por meio da assessoria, Hélio Costa, primeiro, confirmou o valor de R$ 4 milhões. Sobre o fato de não aparecer no registro nenhuma doação de Salgado, foi dito que o valor era a soma de doações de empresas e familiares do suplente e de pessoas que contribuíram a pedido dele.
Confrontada com a informação de que a quantia de R$ 4 milhões era maior do que o total declarado pela campanha ao TRE, a assessoria soltou uma nova versão: Costa se confundiu com o valor e citou o número que era a meta de arrecadação daquela eleição, e não, o valor final das contribuições.
Durante entrevista coletiva na manhã de ontem, Hélio confirmou o engano e minimizou o fato "Na verdade, eu me confundi e falei da previsão de gastos em vez de declarar o que efetivamente foi gasto".
Lula vai pedir votos para mineiros por telefone
Nos próximos dias e até a véspera das eleições, os cerca de cinco milhões de telefones fixos de Minas Gerais irão receber uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo votos para o candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa.
A gravação de telemarketing já foi feita e faz parte da estratégia da coligação "Todos Juntos por Minas" para atrelar o tanto quanto possível a imagem de Hélio de Costa à do presidente Lula.
A informação inicial era a de que o presidente não faria esse tipo de ação nos Estados, mas a eleição em Minas, segundo o próprio presidente, virou uma de suas prioridades.
Hélio disse que o presidente sempre se colocou à disposição de sua campanha, mas que este é o momento certo de usar a força de Lula. "Não podia ocupar o presidente com questões locais, mas agora é o momento". (PG)
Críticas
“Governo atual não é republicano”
Na única agenda oficial, em um dia dedicado a gravações de programas eleitorais, o candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa, concedeu entrevista e fez duras críticas ao governo estadual.
O peemedebista disse que “ao contrário do que afirma a campanha adversária”, o atual governo não é republicano e “privilegia prefeituras de partidos aliados em detrimento de prefeituras do PT e do PMDB”. “Lula, sim, foi republicano e tratou o Aécio como se ele fosse do PT”.
Hélio também disse que os atuais resultados da educação, comemorados pelo governo, nivelam a “educação por baixo”. Ele afirmou ainda que não vê em Minas nenhuma “ilha de tranquilidade”. (PG)
Publicado em: 08/09/2010
BLOG DO EULER: "A INDEPENDÊNCIA QUE QUEREMOS"
terça-feira, 7 de setembro de 2010
A Independência que queremos
Há muito que os historiadores mais progressistas de diversas correntes deixaram de lado aquela versão oficial da Independência do Brasil, segundo a qual D. Pedro I teria, às margens do Ipiranga, decretado a independência do país. A independêcia formal e política em relação a Portugal começara basicamente em 1808, com a vinda da Coroa portuguesa para o Brasil, escapando por pouco da invasão daquele país pelo exército de Napoleão Bonaparte.
Entre as mudanças impostas com a chegada da Coroa, destaca-se a abertura dos portos, quebrando o monopólio do comércio com Portugal, além de reformas administrativas e culturais na então colônia. O dia 07 de setembro de 1822 foi portanto uma consequência de todo esse processo, que acontecia inclusive, de forma diferenciada, entre os nossos vizinhos latinoamericanos. Pode-se dizer, portanto, que a independência brasileira foi um arranjo entre as elites, premidas que estavam entre a cruz portuguesa - de um retorno à condição anterior de monopólio exclusivo de Portugal - e a espada - ou o temor do fantasma - de uma rebelião popular inspirada nas revoltas vizinhas. Afinal, desde a Revolução Francesa de 1789 que as idéias iluministas haviam estimulado as lutas de independência por toda parte, especialmente nas Américas, após o advento da independência das 13 colônias inglesas (EUA) em 1776.
Mas a independência do Brasil se fez com a manutenção da monarquia como forma de poder e resguardando as principais características sócio-econômicas, como o latifúndio, a monocultura-exportadora e a escravidão. Seriam necessários mais 66 anos para que o Brasil decretasse a abolição da escravatura - assim mesmo sem assegurar aos afrodescendentes o devido reconhecimento e a indenização por séculos de exploração -, e, um ano depois, em 1889, a proclamação da República, igualmente sem a participação da maioria pobre da população.
Se por um lado o Brasil se tornou um país formalmente independente, por outro, manteve-se atrelado aos interesses econômicos das grandes potências mundiais: a Inglaterra no passado, e os EUA a partir do século XX. Mas, é preciso que tomemos cuidado ao usar a expressão "país" ou "nação", pois, apesar das muitas igualdades culturais - a língua, os costumes, etc -, não podemos desconhecer as diferenças sociais de classe e, consequentemente, dos interesses antagônicos que separam essas classes.
Em se tratando, por exemplo, dos interesses de parcelas das nossas elites, que estão associadas ao grande capital - seja ele nacional ou internacional - a independência significa ter governos servis que assegurem os fabulosos lucros que serão por elas apropriados. Por isso defendem a flexibilização das leis trabalhistas, o corte de direitos dos servidores públicos, pouco investimento na Educação Pública e na Saúde Pública, a privatização de grandes empresas e a apropriação das fontes energéticas, minerais, etc.
Já do ponto de vista dos assalariados, o país é mais independente quando se paga melhores salários para os de baixo, quando há serviços públicos de qualidade - Educação, saúde, saneamento -, quando os servidores públicos e demais assalariados são valorizados, quando as liberdades democráticas são respeitadas, quando o orçamento público, fruto do trabalho coletivo de todos, é discutido e aplicado de acordo com os interesses da maioria da população e não de acordo com os grupos econômicos, banqueiros e o agronegócio.
Sob essa perspectiva, o Brasil já deu passos importantes, mas ainda está muito distante de avançar para uma verdadeira independência. E qual seria esta verdadeira independência? Esta resposta também não é tão simples assim, pois nos coloca diante da nossa realidade, submetida ao capitalismo. Aqui, novamente, somos obrigados a deixar de lado a visão de nação ou de país e analisar as coisas do ponto em que nos encontramos, enquanto trabalhadores que somos, e portanto enquanto membros de uma parte da sociedade: os proletários. E a independência do proletariado enquanto classe só se dará através da autoemancipação do capitalismo. Em outros termos, quando não houver mais nem explorados, nem exploradores; quando o mundo for uma associação autogestionária de pessoas, já extintos a velha máquina do estado burguês e o mercado.
Mas, até o momento em que este sonho se torne realidade, devemos manter as nossas espadas afiadas, prontas para enfrentar os muitos dragões do mal, como o faraó e o afilhado em Minas; ou os Serras, os Obamas e os Bushs; contra, enfim, as políticas neoliberais que procuram cortar nossos direitos e impor realidades de exploração mais acentuadas. Portanto, a cada momento que combatemos no nosso cotidiano essas forças do mal, ajudamos a construir um pedaço da nossa independência, pessoal e coletiva.
* * *
Direito Econômico - No próximo dia 20 de setembro, das 09h às 17h30, acontece o Colóquio Mineiro de Direito Econômico, promovido pela Fundação Brasileira De Direito Econômico - FBDE. O evento contará com a participação, entre outros, do nosso colega professor Wladmir Coelho, que falará sobre o tema "O Pré-sal e o desenvolvimento nacional". O colóquio será realizado no Auditório da Faculdade Mineira de Direito - PUC Minas -, à avenida Dom José Gaspar, 500, Bairro Coração Eucarístico, Prédio 5, Belo Horizonte-MG. Para se inscrever ou obter maiores informações clique aqui. Na oportunidade será realizado também o lançamento do "Dicionário de Direito Econômico", obra coletiva produzida pela FBDE, em sua 2ª edição. O nosso colega Wladmir é autor de um texto deste livro. O blog parabeniza ao Wladmir Coelho e fará o possível para marcar presença no evento.
A Independência que queremos
Há muito que os historiadores mais progressistas de diversas correntes deixaram de lado aquela versão oficial da Independência do Brasil, segundo a qual D. Pedro I teria, às margens do Ipiranga, decretado a independência do país. A independêcia formal e política em relação a Portugal começara basicamente em 1808, com a vinda da Coroa portuguesa para o Brasil, escapando por pouco da invasão daquele país pelo exército de Napoleão Bonaparte.
Entre as mudanças impostas com a chegada da Coroa, destaca-se a abertura dos portos, quebrando o monopólio do comércio com Portugal, além de reformas administrativas e culturais na então colônia. O dia 07 de setembro de 1822 foi portanto uma consequência de todo esse processo, que acontecia inclusive, de forma diferenciada, entre os nossos vizinhos latinoamericanos. Pode-se dizer, portanto, que a independência brasileira foi um arranjo entre as elites, premidas que estavam entre a cruz portuguesa - de um retorno à condição anterior de monopólio exclusivo de Portugal - e a espada - ou o temor do fantasma - de uma rebelião popular inspirada nas revoltas vizinhas. Afinal, desde a Revolução Francesa de 1789 que as idéias iluministas haviam estimulado as lutas de independência por toda parte, especialmente nas Américas, após o advento da independência das 13 colônias inglesas (EUA) em 1776.
Mas a independência do Brasil se fez com a manutenção da monarquia como forma de poder e resguardando as principais características sócio-econômicas, como o latifúndio, a monocultura-exportadora e a escravidão. Seriam necessários mais 66 anos para que o Brasil decretasse a abolição da escravatura - assim mesmo sem assegurar aos afrodescendentes o devido reconhecimento e a indenização por séculos de exploração -, e, um ano depois, em 1889, a proclamação da República, igualmente sem a participação da maioria pobre da população.
Se por um lado o Brasil se tornou um país formalmente independente, por outro, manteve-se atrelado aos interesses econômicos das grandes potências mundiais: a Inglaterra no passado, e os EUA a partir do século XX. Mas, é preciso que tomemos cuidado ao usar a expressão "país" ou "nação", pois, apesar das muitas igualdades culturais - a língua, os costumes, etc -, não podemos desconhecer as diferenças sociais de classe e, consequentemente, dos interesses antagônicos que separam essas classes.
Em se tratando, por exemplo, dos interesses de parcelas das nossas elites, que estão associadas ao grande capital - seja ele nacional ou internacional - a independência significa ter governos servis que assegurem os fabulosos lucros que serão por elas apropriados. Por isso defendem a flexibilização das leis trabalhistas, o corte de direitos dos servidores públicos, pouco investimento na Educação Pública e na Saúde Pública, a privatização de grandes empresas e a apropriação das fontes energéticas, minerais, etc.
Já do ponto de vista dos assalariados, o país é mais independente quando se paga melhores salários para os de baixo, quando há serviços públicos de qualidade - Educação, saúde, saneamento -, quando os servidores públicos e demais assalariados são valorizados, quando as liberdades democráticas são respeitadas, quando o orçamento público, fruto do trabalho coletivo de todos, é discutido e aplicado de acordo com os interesses da maioria da população e não de acordo com os grupos econômicos, banqueiros e o agronegócio.
Sob essa perspectiva, o Brasil já deu passos importantes, mas ainda está muito distante de avançar para uma verdadeira independência. E qual seria esta verdadeira independência? Esta resposta também não é tão simples assim, pois nos coloca diante da nossa realidade, submetida ao capitalismo. Aqui, novamente, somos obrigados a deixar de lado a visão de nação ou de país e analisar as coisas do ponto em que nos encontramos, enquanto trabalhadores que somos, e portanto enquanto membros de uma parte da sociedade: os proletários. E a independência do proletariado enquanto classe só se dará através da autoemancipação do capitalismo. Em outros termos, quando não houver mais nem explorados, nem exploradores; quando o mundo for uma associação autogestionária de pessoas, já extintos a velha máquina do estado burguês e o mercado.
Mas, até o momento em que este sonho se torne realidade, devemos manter as nossas espadas afiadas, prontas para enfrentar os muitos dragões do mal, como o faraó e o afilhado em Minas; ou os Serras, os Obamas e os Bushs; contra, enfim, as políticas neoliberais que procuram cortar nossos direitos e impor realidades de exploração mais acentuadas. Portanto, a cada momento que combatemos no nosso cotidiano essas forças do mal, ajudamos a construir um pedaço da nossa independência, pessoal e coletiva.
* * *
Direito Econômico - No próximo dia 20 de setembro, das 09h às 17h30, acontece o Colóquio Mineiro de Direito Econômico, promovido pela Fundação Brasileira De Direito Econômico - FBDE. O evento contará com a participação, entre outros, do nosso colega professor Wladmir Coelho, que falará sobre o tema "O Pré-sal e o desenvolvimento nacional". O colóquio será realizado no Auditório da Faculdade Mineira de Direito - PUC Minas -, à avenida Dom José Gaspar, 500, Bairro Coração Eucarístico, Prédio 5, Belo Horizonte-MG. Para se inscrever ou obter maiores informações clique aqui. Na oportunidade será realizado também o lançamento do "Dicionário de Direito Econômico", obra coletiva produzida pela FBDE, em sua 2ª edição. O nosso colega Wladmir é autor de um texto deste livro. O blog parabeniza ao Wladmir Coelho e fará o possível para marcar presença no evento.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
DO BLOG S.O.S.EDUCAÇÃO , DE GRAÇA AGUIAR: TEXTO MUITO BOM DE :José R. Bessa Freire - Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas
segunda-feira, 6 de setembro de 2010A SÍNDROME DO BACHAREL
Independente da opinião de FHC, Casa-Grande e Senzala do Gilberto Freyre é um clássico e explica muito o ethos brasileiro. Na obra citada, há um capítulo, intitulado a “Síndrome do Bacharel” um dos traços marcantes da sociedade do Brasil colonial, infelizmente, para a nossa desgraça e vergonha, os fatos confirmam o quanto Gilberto Freyre descobriu sobre a da alma brasileira.
Em pleno século XXI, o preconceito dos letrados continua firme e um canudo de bacharelado ainda é de suma importância e apesar da rejeição de FHC, a obra de Gilberto Freyre ainda é fundamental para se entender a mentalidade da nossa nação. Ainda tem muita gente que não tirou os pés nem a cabeça da Casa-Grande e da Senzala.
No país em que grande parte da população é analfabeta e a política educacional neoliberal transformou as escolas em fábricas de analfabetos funcionais, ao ler um texto enviado por uma amiga, lembrei-me de Gilberto Freyre e percebi o quanto ele tinha razão. Leiam o texto e tirem suas conclusões.
FOME DE MARINA
Por José Ribamar Bessa Freire*
Há pouco, Caetano Veloso descartou do seu horizonte eleitoral o presidente Lula da Silva, justificando: Lula é analfabeto. Por isso, o cantor baiano aderiu à candidatura da senadora Marina da Silva, que tem diploma universitário. Agora, vem a roqueira Rita Lee dizendo que nem assim vota em Marina para presidente, porque ela tem cara de quem está com fome. Os Silva não têm saída: se correr o Caetano pega, se ficar a Rita come.
Tais declarações são espantosas, porque foram feitas não por pistoleiros truculentos, mas por dois artistas refinados, sensíveis e contestadores, cujas músicas nos embalam e nos ajudam a compreender a aventura da existência humana.
Num país dominado durante cinco séculos por bacharéis cevados, roliços e enxundiosos, eles naturalizaram o canudo de papel e a banha como requisitos indispensáveis ao exercício de governar, para o qual os Silva, por serem iletrados e subnutridos, estariam despreparados.
Caetano Veloso e Rita Lee foram levianos, deselegantes e preconceituosos.
Ofenderam o povo brasileiro, que abriga, afinal, uma multidão de silvas famélicos e desescolarizados.
De um lado, reforçam a idéia burra e cartorial de que o saber só existe se for sacramentado pela escola e que tal saber é condição sine qua non para o exercício do poder. De outro, pecam querendo nos fazer acreditar que quem está com fome carece de qualidades para o exercício da representação política.
A rainha do rock, debochada, irreverente e crítica, a quem todos admiramos, dessa vez pisou na bola. Feio. “Venenosa! Êh êh êh êh êh!/ Erva venenosa, êh êh êh êh êh!/ É pior do que cobra cascavel/ O seu veneno é cruel ?/ Deus docéu!/ Como ela é maldosa!”.
Nenhum dos dois - nem Caetano, nem Rita - têm tutano para entender esse Brasil profundo que os silvas representam.
A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está com fome? Ou se trata de um preconceito da roqueira, que só vê desnutrição ali onde nós vemos uma beleza frágil e sofrida de Frida Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque, seus vestidos longos e seu inevitável xale? Talvez Rita Lee tenha razão em ver fome na cara de Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia precisa ser delineada. Se for fome, é fome de quê?
O mapa da fome
A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu sua infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto ralou. Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre. Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para
cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava. Três de seus irmãos não agüentaram e acabaram aumentando o alto índice de mortalidade infantil.
Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é dos alimentos que, mesmo agora, com salário de senadora, não pode usufruir: carne vermelha, frutos do mar, lactose, condimentos e uma longa lista de uma rigorosa dieta prescrita pelos médicos, em razão de doenças contraídas quando cortava seringa no meio da floresta. Aos seis anos, ela teve o sangue contaminado por mercúrio. Contraiu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose.
A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina. Não havia escolas no seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta através da experiência e do mundo mágico da oralidade. Quando contraiu hepatite, aos 16 anos, foi para a cidade em busca de tratamento médico e aí mitigou o apetite por novos saberes nas aulas do Mobral e no curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever.
Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o vestibular para o Curso de História da Universidade Federal do Acre, trabalhando como empregada doméstica, lavando roupa, cozinhando, faxinando.
Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para saciá-la, militou nas Comunidades Eclesiais de Base, na associação de moradores de seu bairro, no movimento estudantil e sindical. Junto com Chico Mendes, fundou a CUT no Acre e depois ajudou a construir o PT.
Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco , quando devolveu o dinheiro das mordomias legais, mas escandalosas, forçando os demais vereadores a fazerem o mesmo. Elegeu-se deputada estadual e depois senadora, também por dois mandatos, defendendo os índios, os trabalhadores rurais e os povos da floresta.
Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra. A cidadania ambiental faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio Ambiente, ela criou o Serviço Florestal Brasileiro e o Fundo de Desenvolvimento para gerir as florestas e estimular o manejo florestal.Combateu, através do Ibama, as atividades predatórias. Reduziu, em três anos, o desmatamento da Amazônia de 57%, com a apreensão de um milhão de metros cúbicos de madeira, prisão de mais 700 criminosos ambientais, desmonte de mais de 1,5 mil empresas ilegais e inibição de 37 mil propriedades de grilagem.
“Tudo vira bosta”. Esse é o retrato das fomes de Marina da Silva que - na voz de Rita Lee – a descredencia para o exercício da presidência da República porque, no frigir dos ovos, “o ovo frito, o caviar e o cozido/ a buchada e o cabrito/ o cinzento e o colorido/ a ditadura e o oprimido/ o prometido e não cumprido/ e o programa do partido: tudo vira bosta”.
Lendo a declaração da roqueira, é o caso de devolver-lhe a letra de outra música – “Se Manca” - dizendo a ela: “Nem sou Lacan/ pra te botar no divã/e ouvir sua merda/ Se manca, neném!/ Gente mala a gente trata com desdém/ Se manca, neném/ Não vem se achando bacana/ você é babaca.”.
Rita Lee é babaca? Claro que não, mas certamente cometeu uma babaquice. Numa de suas músicas “ Você vem” - ela faz autocrítica antecipada, confessando: “Não entendo de política/ Juro que o Brasil não é mais chanchada/ Você vem? e faz piada”. Como ela é mutante, esperamos que faça um gesto grandioso, um pedido de desculpas dirigido ao povo brasileiro, cantando: “Desculpe o auê/ Eu não queria magoar você”.
A mesma bala do preconceito disparada contra Marina atingiu também a ministra Dilma Rousseff, em quem Rita Lee também não vota porque, ela “ tem cara de professora de matemática e mete medo “?. Ah, Rita Lee conseguiu o milagre de tornar a ministra Dilma menos antipática! Não usaria essa imagem, se tivesse aprendido elevar uma fração a uma potência, em Manaus, com a professora Mercedes Ponce de Leão, tão fofinha, ou com a nega Nathércia Menezes, tão altaneira.
Deixa ver se eu entendi direito: Marina não serve porque tem cara de fome. Dilma, porque mete mais medo que um exército de logaritmos, catetos,hipotenusas, senos e co-senos. Serra, todos nós sabemos, tem cara de vampiro. Sobra quem?
Se for para votar em quem tem cara de quem comeu (e gostou!!!), vamos ressuscitar, então, Paulo Salim Maluf ou Collor de Mello, que exalam saúde por todos os dentes. Ou o Sarney, untuoso, com sua cara de ratazana bigoduda. Por que não chamar o José Roberto Arruda, dono de um apetite voraz e de cuecões multi-bolsos? Como diriam os franceses, il péte de santé.
O banqueiro Daniel Dantas, bem escanhoado e já desalgemado, tem cara de quem se alimenta bem. Essa é a elite bem nutrida do Brasil?
Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do Brasil, mas isso não é motivo para deixar de votar nela, porque essa é também a cara da resistência, da luta da inteligência contra a brutalidade, do milagre da sobrevivência, o que lhe dá autoridade e a credencia para o exercício de liderança em nosso país.
Marina Silva, “a cara da fome”? Esse é um argumento convincente para votar nela. Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me convenceu definitivamente.
(*) José Ribamar Bessa Freire - Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ) e pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)
Postado por Graça Aguiar às 21:16 0 comentários
Independente da opinião de FHC, Casa-Grande e Senzala do Gilberto Freyre é um clássico e explica muito o ethos brasileiro. Na obra citada, há um capítulo, intitulado a “Síndrome do Bacharel” um dos traços marcantes da sociedade do Brasil colonial, infelizmente, para a nossa desgraça e vergonha, os fatos confirmam o quanto Gilberto Freyre descobriu sobre a da alma brasileira.
Em pleno século XXI, o preconceito dos letrados continua firme e um canudo de bacharelado ainda é de suma importância e apesar da rejeição de FHC, a obra de Gilberto Freyre ainda é fundamental para se entender a mentalidade da nossa nação. Ainda tem muita gente que não tirou os pés nem a cabeça da Casa-Grande e da Senzala.
No país em que grande parte da população é analfabeta e a política educacional neoliberal transformou as escolas em fábricas de analfabetos funcionais, ao ler um texto enviado por uma amiga, lembrei-me de Gilberto Freyre e percebi o quanto ele tinha razão. Leiam o texto e tirem suas conclusões.
FOME DE MARINA
Por José Ribamar Bessa Freire*
Há pouco, Caetano Veloso descartou do seu horizonte eleitoral o presidente Lula da Silva, justificando: Lula é analfabeto. Por isso, o cantor baiano aderiu à candidatura da senadora Marina da Silva, que tem diploma universitário. Agora, vem a roqueira Rita Lee dizendo que nem assim vota em Marina para presidente, porque ela tem cara de quem está com fome. Os Silva não têm saída: se correr o Caetano pega, se ficar a Rita come.
Tais declarações são espantosas, porque foram feitas não por pistoleiros truculentos, mas por dois artistas refinados, sensíveis e contestadores, cujas músicas nos embalam e nos ajudam a compreender a aventura da existência humana.
Num país dominado durante cinco séculos por bacharéis cevados, roliços e enxundiosos, eles naturalizaram o canudo de papel e a banha como requisitos indispensáveis ao exercício de governar, para o qual os Silva, por serem iletrados e subnutridos, estariam despreparados.
Caetano Veloso e Rita Lee foram levianos, deselegantes e preconceituosos.
Ofenderam o povo brasileiro, que abriga, afinal, uma multidão de silvas famélicos e desescolarizados.
De um lado, reforçam a idéia burra e cartorial de que o saber só existe se for sacramentado pela escola e que tal saber é condição sine qua non para o exercício do poder. De outro, pecam querendo nos fazer acreditar que quem está com fome carece de qualidades para o exercício da representação política.
A rainha do rock, debochada, irreverente e crítica, a quem todos admiramos, dessa vez pisou na bola. Feio. “Venenosa! Êh êh êh êh êh!/ Erva venenosa, êh êh êh êh êh!/ É pior do que cobra cascavel/ O seu veneno é cruel ?/ Deus docéu!/ Como ela é maldosa!”.
Nenhum dos dois - nem Caetano, nem Rita - têm tutano para entender esse Brasil profundo que os silvas representam.
A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está com fome? Ou se trata de um preconceito da roqueira, que só vê desnutrição ali onde nós vemos uma beleza frágil e sofrida de Frida Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque, seus vestidos longos e seu inevitável xale? Talvez Rita Lee tenha razão em ver fome na cara de Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia precisa ser delineada. Se for fome, é fome de quê?
O mapa da fome
A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu sua infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto ralou. Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre. Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para
cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava. Três de seus irmãos não agüentaram e acabaram aumentando o alto índice de mortalidade infantil.
Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é dos alimentos que, mesmo agora, com salário de senadora, não pode usufruir: carne vermelha, frutos do mar, lactose, condimentos e uma longa lista de uma rigorosa dieta prescrita pelos médicos, em razão de doenças contraídas quando cortava seringa no meio da floresta. Aos seis anos, ela teve o sangue contaminado por mercúrio. Contraiu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose.
A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina. Não havia escolas no seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta através da experiência e do mundo mágico da oralidade. Quando contraiu hepatite, aos 16 anos, foi para a cidade em busca de tratamento médico e aí mitigou o apetite por novos saberes nas aulas do Mobral e no curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever.
Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o vestibular para o Curso de História da Universidade Federal do Acre, trabalhando como empregada doméstica, lavando roupa, cozinhando, faxinando.
Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para saciá-la, militou nas Comunidades Eclesiais de Base, na associação de moradores de seu bairro, no movimento estudantil e sindical. Junto com Chico Mendes, fundou a CUT no Acre e depois ajudou a construir o PT.
Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco , quando devolveu o dinheiro das mordomias legais, mas escandalosas, forçando os demais vereadores a fazerem o mesmo. Elegeu-se deputada estadual e depois senadora, também por dois mandatos, defendendo os índios, os trabalhadores rurais e os povos da floresta.
Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra. A cidadania ambiental faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio Ambiente, ela criou o Serviço Florestal Brasileiro e o Fundo de Desenvolvimento para gerir as florestas e estimular o manejo florestal.Combateu, através do Ibama, as atividades predatórias. Reduziu, em três anos, o desmatamento da Amazônia de 57%, com a apreensão de um milhão de metros cúbicos de madeira, prisão de mais 700 criminosos ambientais, desmonte de mais de 1,5 mil empresas ilegais e inibição de 37 mil propriedades de grilagem.
“Tudo vira bosta”. Esse é o retrato das fomes de Marina da Silva que - na voz de Rita Lee – a descredencia para o exercício da presidência da República porque, no frigir dos ovos, “o ovo frito, o caviar e o cozido/ a buchada e o cabrito/ o cinzento e o colorido/ a ditadura e o oprimido/ o prometido e não cumprido/ e o programa do partido: tudo vira bosta”.
Lendo a declaração da roqueira, é o caso de devolver-lhe a letra de outra música – “Se Manca” - dizendo a ela: “Nem sou Lacan/ pra te botar no divã/e ouvir sua merda/ Se manca, neném!/ Gente mala a gente trata com desdém/ Se manca, neném/ Não vem se achando bacana/ você é babaca.”.
Rita Lee é babaca? Claro que não, mas certamente cometeu uma babaquice. Numa de suas músicas “ Você vem” - ela faz autocrítica antecipada, confessando: “Não entendo de política/ Juro que o Brasil não é mais chanchada/ Você vem? e faz piada”. Como ela é mutante, esperamos que faça um gesto grandioso, um pedido de desculpas dirigido ao povo brasileiro, cantando: “Desculpe o auê/ Eu não queria magoar você”.
A mesma bala do preconceito disparada contra Marina atingiu também a ministra Dilma Rousseff, em quem Rita Lee também não vota porque, ela “ tem cara de professora de matemática e mete medo “?. Ah, Rita Lee conseguiu o milagre de tornar a ministra Dilma menos antipática! Não usaria essa imagem, se tivesse aprendido elevar uma fração a uma potência, em Manaus, com a professora Mercedes Ponce de Leão, tão fofinha, ou com a nega Nathércia Menezes, tão altaneira.
Deixa ver se eu entendi direito: Marina não serve porque tem cara de fome. Dilma, porque mete mais medo que um exército de logaritmos, catetos,hipotenusas, senos e co-senos. Serra, todos nós sabemos, tem cara de vampiro. Sobra quem?
Se for para votar em quem tem cara de quem comeu (e gostou!!!), vamos ressuscitar, então, Paulo Salim Maluf ou Collor de Mello, que exalam saúde por todos os dentes. Ou o Sarney, untuoso, com sua cara de ratazana bigoduda. Por que não chamar o José Roberto Arruda, dono de um apetite voraz e de cuecões multi-bolsos? Como diriam os franceses, il péte de santé.
O banqueiro Daniel Dantas, bem escanhoado e já desalgemado, tem cara de quem se alimenta bem. Essa é a elite bem nutrida do Brasil?
Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do Brasil, mas isso não é motivo para deixar de votar nela, porque essa é também a cara da resistência, da luta da inteligência contra a brutalidade, do milagre da sobrevivência, o que lhe dá autoridade e a credencia para o exercício de liderança em nosso país.
Marina Silva, “a cara da fome”? Esse é um argumento convincente para votar nela. Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me convenceu definitivamente.
(*) José Ribamar Bessa Freire - Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ) e pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)
Postado por Graça Aguiar às 21:16 0 comentários
DIA 7 DE SETEMBRO EM SÃO JOÃO DEL REI E MINHAS CONSIDERAÇÕES EM RELAÇÃO À ALGUNS CANDIDATOS
NÃO TENHO MAIS PACIÊNCIA PARA ASSISTIR À DESFILES DE 7 DE SETEMBRO, EM TODO O CASO... FUI COM MINHA FILHA, PARA QUE ELA "CURTISSE" UM POUCO DAQUELE EVENTO.ANTES, PORÉM, DE CHEGAR À AVENIDA PRESIDENTE TANCREDO NEVES, DEPAREI-ME COM MUITAS PESSOAS EM CAMPANHA ELEITORAL.
ERAM MUITAS BANDEIRAS SENDO SEGURADAS POR MÃOS E ROSTOS TÍMIDOS: PROPAGANDA PARA OS TUCANOS.A TIMIDEZ, AO MEU VER,PROVINHA DO FATO DE QUE ESSS PESSOAS DEVIAM PENSAR ASSIM:"ESTOU PAGANDO MICO, MAS ESTOU PRECISANDO PAGAR ESSE MICO".E DIGO ISSO INDEPENDENTE DO PARTIDO QUE ESTAVA SENDO "PROPAGANDEADO", DIGAMOS ASSIM.OUVI UMA DESSAS PESSOAS DIZENDO PRA OUTRA QUE ERA PARA BALANÇAR A BANDEIRA, OU SEJA:" FAÇA A SUA PARTE QUE ISSO É TRABALHO, ANDA, FAÇA!"
SERÁ QUE ENTENDI MAL???OU ESSAS PESSOAS QUE VENDEM SEU TEMPO POR UNS REAIS TÊM MESMO VERGONHA DO QUE, POR NECESSIDADE, PRECISAM SE SUJEITAR? MUITAS VEZES SEGURAM BANDEIRAS QUE SEUS CORAÇÕES NÃO ACOLHEM...
FUI PARA A AVENIDA E ME DIVERTI COM MINHA FILHA E FAMILIARES. OBSERVEI QUE NA PONTE DA CADEIA HAVIA UMA PEQUENA MULTIDÃO EMPUNHANDO MAIS BANDEIRAS PARA OS TUCANOS. PODER COMPRAR A MÍDIA É O TRUNFO EM MINAS GERAIS.DEPOIS CUMPRIMENTEI A VERA VEREADORA(APOSENTADA DA PROFISSÃO DE PROFESSORA E DIRETORA)E QUE TEM FEITO UM BELÍSSIMO TRABALHO AQUI EM NOSSA CIDADE, SEMPRE FAVORÁVEL À JUSTIÇA E À CAUSA DOS PROFESSORES.MAS EU NÃO HAVIA PERCEBIDO O CANDIDATO REGINALDO LOPES ( CANDIDATO À DEPUTADO FEDERAL) ATRÁS DA VERA. ELA ME DISSE QUE APOIA CARLOS GOMES PARA DEPUTADO ESTADUAL E REGINALDO, OBVIAMENTE APOIA DILMA( PRESIDENTE) E HÉLIO COSTA( GOVERNADOR).SEI DAS MUITAS VERBAS QUE VIERAM PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL(UFSJ)COM O APOIO DE REGINALDO. E A EDUCAÇÃO TEM QUE TER PRIORIDADE NESSA TERRA BRASIL.TAMBÉM SABEMOS DAS ALIANÇAS DO PT...MAS, HÁ HORAS QUE TEM-SE QUE ABRAÇAR O INIMIGO...
BEM, PEDI UMA FOTO PARA O REGINALDO E O FILHO DA MINHA PRIMA GORETTI, O EX-VICE PREFEIRO DE S.J.DEL REI ESTAVA JUNTO. ELE SEMPRE FOI PETISTA E APOIA MUITO O REGINALDO.OK! VOU TORCER POR ESSAS CANDIDATURAS:DILMA, HÉLIO,REGINALDO,PIMENTEL ,CARLOS GOMES E ZITO. HÁ MUITOS OUTROS TAMBÉM POR QUEM TORCEREI, MESMO QUE TENHAM FEITO ALIANÇAS COM AS QUAIS A GENTE TEME, MAS OS PARTIDOS SE ALIAM POR VÁRIOS MOTIVOS, É UM MAL NECESSÁRIO. COISAS DA POLÍTICA!
DAÍ A POUCO, EU ESTAVA VENDO O FINAL DO DESFILE DO QUARTEL, PASSAM PESSOAS ACOMPANHANDO MAIS CANDIDATOS: DEMOCRACIA! TODOS TÊM DIREITOS! E POR ISSO, ME POUPO DE RELATAR MAIS NOMES AQUI.
BEM, O HÉLIO COSTA PRECISA SUBIR NAS PESQUISAS, O QUE INDICA QUE AS PESSOAS PRECISAM ESTAR MAIS ESCLARECIDAS...DEPOIS FAREI UM TEXTO PARA REFLETIR ESSA QUESTÃO.PARA TERMINAR, PEÇO À DEUS JUSTIÇA!FELIZ INDEPENDÊNCIA DO BRASIL PARA TODOS NÓS TÃO MASSACRADOS POR UMA FALSA MÍDIA...
ABRAÇÃO!
ERAM MUITAS BANDEIRAS SENDO SEGURADAS POR MÃOS E ROSTOS TÍMIDOS: PROPAGANDA PARA OS TUCANOS.A TIMIDEZ, AO MEU VER,PROVINHA DO FATO DE QUE ESSS PESSOAS DEVIAM PENSAR ASSIM:"ESTOU PAGANDO MICO, MAS ESTOU PRECISANDO PAGAR ESSE MICO".E DIGO ISSO INDEPENDENTE DO PARTIDO QUE ESTAVA SENDO "PROPAGANDEADO", DIGAMOS ASSIM.OUVI UMA DESSAS PESSOAS DIZENDO PRA OUTRA QUE ERA PARA BALANÇAR A BANDEIRA, OU SEJA:" FAÇA A SUA PARTE QUE ISSO É TRABALHO, ANDA, FAÇA!"
SERÁ QUE ENTENDI MAL???OU ESSAS PESSOAS QUE VENDEM SEU TEMPO POR UNS REAIS TÊM MESMO VERGONHA DO QUE, POR NECESSIDADE, PRECISAM SE SUJEITAR? MUITAS VEZES SEGURAM BANDEIRAS QUE SEUS CORAÇÕES NÃO ACOLHEM...
FUI PARA A AVENIDA E ME DIVERTI COM MINHA FILHA E FAMILIARES. OBSERVEI QUE NA PONTE DA CADEIA HAVIA UMA PEQUENA MULTIDÃO EMPUNHANDO MAIS BANDEIRAS PARA OS TUCANOS. PODER COMPRAR A MÍDIA É O TRUNFO EM MINAS GERAIS.DEPOIS CUMPRIMENTEI A VERA VEREADORA(APOSENTADA DA PROFISSÃO DE PROFESSORA E DIRETORA)E QUE TEM FEITO UM BELÍSSIMO TRABALHO AQUI EM NOSSA CIDADE, SEMPRE FAVORÁVEL À JUSTIÇA E À CAUSA DOS PROFESSORES.MAS EU NÃO HAVIA PERCEBIDO O CANDIDATO REGINALDO LOPES ( CANDIDATO À DEPUTADO FEDERAL) ATRÁS DA VERA. ELA ME DISSE QUE APOIA CARLOS GOMES PARA DEPUTADO ESTADUAL E REGINALDO, OBVIAMENTE APOIA DILMA( PRESIDENTE) E HÉLIO COSTA( GOVERNADOR).SEI DAS MUITAS VERBAS QUE VIERAM PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL(UFSJ)COM O APOIO DE REGINALDO. E A EDUCAÇÃO TEM QUE TER PRIORIDADE NESSA TERRA BRASIL.TAMBÉM SABEMOS DAS ALIANÇAS DO PT...MAS, HÁ HORAS QUE TEM-SE QUE ABRAÇAR O INIMIGO...
BEM, PEDI UMA FOTO PARA O REGINALDO E O FILHO DA MINHA PRIMA GORETTI, O EX-VICE PREFEIRO DE S.J.DEL REI ESTAVA JUNTO. ELE SEMPRE FOI PETISTA E APOIA MUITO O REGINALDO.OK! VOU TORCER POR ESSAS CANDIDATURAS:DILMA, HÉLIO,REGINALDO,PIMENTEL ,CARLOS GOMES E ZITO. HÁ MUITOS OUTROS TAMBÉM POR QUEM TORCEREI, MESMO QUE TENHAM FEITO ALIANÇAS COM AS QUAIS A GENTE TEME, MAS OS PARTIDOS SE ALIAM POR VÁRIOS MOTIVOS, É UM MAL NECESSÁRIO. COISAS DA POLÍTICA!
DAÍ A POUCO, EU ESTAVA VENDO O FINAL DO DESFILE DO QUARTEL, PASSAM PESSOAS ACOMPANHANDO MAIS CANDIDATOS: DEMOCRACIA! TODOS TÊM DIREITOS! E POR ISSO, ME POUPO DE RELATAR MAIS NOMES AQUI.
BEM, O HÉLIO COSTA PRECISA SUBIR NAS PESQUISAS, O QUE INDICA QUE AS PESSOAS PRECISAM ESTAR MAIS ESCLARECIDAS...DEPOIS FAREI UM TEXTO PARA REFLETIR ESSA QUESTÃO.PARA TERMINAR, PEÇO À DEUS JUSTIÇA!FELIZ INDEPENDÊNCIA DO BRASIL PARA TODOS NÓS TÃO MASSACRADOS POR UMA FALSA MÍDIA...
ABRAÇÃO!
JORNAL "O TEMPO":Hélio Costa aguarda Lula para 'vitaminar' campanha
Hélio Costa aguarda Lula para 'vitaminar' campanha
07/09/2010 11h50Avalie esta notícia » 246810.PEDRO GROSSI
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AAFOTO: DANIEL DE CERQUEIRA/ALDEIA
Hélio em entrevista coletiva em Belo HorizonteDANIEL DE CERQUEIRA/ALDEIA
Hélio em entrevista coletiva em Belo Horizonte
O candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa, convocou uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (7) para falar sobre o engajamento do presidente Lula (PT) na campanha do peemedebista e sobre o comício que será realizado amanhã em Betim, com a presença de Lula, Hélio Costa, Patrus Ananias (PT), a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e os candidatos ao Senado, Fernando Pimentel (PT) e Zito Vieira (PcdoB).
De acordo com Hélio, Lula já gravou mensagens de telemarketing e programas eleitorais em Minas. Segundo o ex-senador, a vinda do presidente à região metropolitana, onde o adversário Antonio Anastasia (PSDB) é bem avaliado, já estava programada há 3 meses e não foi motivada pelas últimas pesquisas eleitorais, que indicam um empate técnico entre os dois principais adversários em Minas.
Hélio Costa voltou a criticar o governo do Estado e disse que em suas viagens por Minas, “não vê essas ilhas de tranquilidade que aparecem nos programas de TV do PSDB”.
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O candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa, convocou uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (7) para falar sobre o engajamento do presidente Lula (PT) na campanha do peemedebista e sobre o comício que será realizado amanhã em Betim, com a presença de Lula, Hélio Costa, Patrus Ananias (PT), a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e os candidatos ao Senado, Fernando Pimentel (PT) e Zito Vieira (PcdoB).
De acordo com Hélio, Lula já gravou mensagens de telemarketing e programas eleitorais em Minas. Segundo o ex-senador, a vinda do presidente à região metropolitana, onde o adversário Antonio Anastasia (PSDB) é bem avaliado, já estava programada há 3 meses e não foi motivada pelas últimas pesquisas eleitorais, que indicam um empate técnico entre os dois principais adversários em Minas.
Hélio Costa voltou a criticar o governo do Estado e disse que em suas viagens por Minas, “não vê essas ilhas de tranquilidade que aparecem nos programas de TV do PSDB”.
EULER: " ARTISTAS POPULARES DISTANTES DA REALIDADE"
terça-feira, 7 de setembro de 2010
A campanha do faraó e do afilhado tem o apoio de vários e conhecidos cantores e compositores mineiros. O que é uma pena. Que eles não quisessem apoiar nenhum dos dois candidatos com maiores chances eleitorais, seria compreensível; mas, fazer a opção que fizeram demonstra grande alienação e distanciamento da realidade dos mineiros de baixa renda.
Tal prática se repete também com os comentaristas e jornalistas da grande mídia. Espertamente, estes setores foram privilegiados pelos recursos públicos, ao contrário de educadores e demais servidores públicos, que foram castigados durante oito anos de choque de gestão.
Mas, os nossos cantores não estão nem aí para a nossa realidade. Não vimos nenhum deles se oferecendo para apoiar a nossa maravilhosa revolta dos 47 dias. E em alguns casos, nem se pode alegar razão de sobrevivência, pois são artistas consagrados, que sobreviveriam independentemente de verbas do governo. O que revela ainda mais o distanciamento e a alienação destes artistas, que, tal como os jogadores de futebol mais famosos e outros tipos, vivem num outro mundo.
Nem tenho o direito de cobrar nada, nem coerência nem nada destes artistas, pois eles não professaram compromisso ético com as lutas sociais e fazem seu trabalho de forma a sustentar uma carreira, que sabemos, é de difícil sobrevivência no Brasil. Poetas, cantores e escritores neste país são geralmente maltratados. Por aqui privilegiam bandidos de colarinho branco, espertalhões e outros tipos de puxa-sacos. Mas, ao apoiar políticos ligados às políticas neoliberais, tais artistas acabam contribuindo para manter e reproduzir a realidade que criticamos.
Essa realidade algum dia pode mudar, quando a sociedade também mudar. Na época da ditadura, por exemplo, quando havia uma efervescência política entre os estudantes, o artista que fizesse apologia dos governos ditatoriais ficava "queimado". O dia em que estes artistas de hoje forem cobrados nos shows pela postura que assumem pode ser que pensem melhor nas atitudes políticas que tomam e que contribuem para a manipulação da grande massa.
Por enquanto eles estão a salvo pelo escudo protetor da grande mídia, além da generosidade dos cofres abertos para eles pelos governantes de plantão. Mas, a história é assim: uma hora a onda vai para um lado, outra hora volta sobre nós, ou sobre nossas atitudes. E cada um terá que responder por aquilo que fez ou deixou de fazer.
polivanda@gmail.com disse...
OI EULER!
FIQUE FIRME EM RELAÇÃO À SUA SITUAÇÃO. VOCÊ NÃO MERECE PERSEGUIÇÃO, MAS SABEMOS QUE A ARMA DOS SEM ARGUMENTOS É A REPRESSÃO E A INTIMIDAÇÃO.
QUANTO À QUESTÃO DA LEI 1OO ( CASO DA SUA AMIGA PROFESSORA), PENSO QUE ELE DEVE "CORRER ATRÁS" SIM E NÃO ACEITAR ESSA SITUAÇÃO DE DEMITIDA EM PERÍODO DE CAMPANHA POLÍTICA E SE EU FOSSE ELA CORRIA JUNTO COM VOCÊ, "COLAVA" NO EULER E PEDIA SOCORRO!PENSO QUE ELA TEM TODO O DIREITO DE QUERER JUSTIÇA E NÃO SÃO TODOS DA LEI 100 QUE IRÃO VOTAR NOS TUCANOS NÃO! EU NÃO VOTO E SOU DA LEI 100 TAMBÉM!
ESSA LEI 100 TORNOU-SE UMA CHATICE DE SE QUESTIONAR, TANTO PRA QUEM ESTÁ NELE OU FORA DELA. EU NÃO ALIMENTO ILUSÕES EM RELAÇÃO À ESSA LEI, MAS SE TODOS PUDESSEM TER SIDO FAVORECIDOS, NÃO VOU DIZER QUE EU NÃO FICARIA SATISFEITA: CASO TODOS FOSSEM ATENDIDOS E COM OS MESMOS DIREITOS QUE UM CONCURSADO.
QUEM TEM FAMÍLIA PRA CRIAR, PRECISA DO SALÁRIO QUE RECEBE TODO MÊS, AINDA QUE SEJA MISÉRIA! E MUITAS VEZES O CONCURSO NÃO DIZ MUITA COISA DA CAPACIDADE PROFISSIONAL DE UMA PESSOA.SOU À FAVOR DO CONCURSO, MAS SE A LEI 100 FAVORECEU, POR UM TEMPO, A MUITOS PROFISSIONAIS ( EU MESMA TINHA UMA BEBÊ DE QUATRO MESES QUANDO CONSEGUI UM CONTRATO MAIOR E LOGO DEPOIS VEIO A LEI 100; FATO QUE ME TRANQUILIZOU INCLUSIVE PELAS CONSULTAS DA MINHA FILHA); ENTÃO PENSO QUE TAL FATO TENHA SIDO ALGO BOM E NEM POR ISSO NOS ILUDE E NOS FAZ ( A MAIORIA) VOTAR NOS TUCANOS ( FARAÓ E SEU AFILHADO).
AS PESSOAS QUANDO SÃO CONSCIENTES SÃO!
QUANDO NÃO SÃO NÃO HÁ MUITO O QUE SE FAZER PARA QUE ELAS "LEIAM" A VIDA DE UMA FORMA MAIS CRÍTICA.OU SE É À FAVOR DE UMA MAIORIA OPRIMIDA OU NÃO SE É! E SABEMOS QUE BRIGAMOS POR PESSOAS NESSA VIDA QUE MAL ENXERGAM O OUTRO, VÊM SEMPRE O PRÓPRIO UMBIGO...
P.S.SERÁ QUE O VENTO RUIM VIRA PRA CÁ??????SÓ DEUS!
ABRAÇÃO CARINHOSO EULER!
VANDA
SÃO JOÃO DEL REI
7 de setembro de 2010 11:11
Anônimo disse...
Euler esse é o modo como o faraó reage contra quem não está de acordo com ele, deve ter aprendido com a múmia ancestral do tempo da ditadura. Resistir ser firme e forte é o que precisamos com a coragem como escudo, porque na batalha que travamos nós só demos uma pausa, a guerra continua. "se queres paz te prepares para a guerra" é o que nos diz a música do Engenheiros. É o fim dos tempos ver algumas bandas e músicos mineiros apoiando o faraó e afilhado. Eu até ouvia alguns deles. Como a Bíblia nos diz no capítulo 4 versículo 3 o diabo (faraó e afilhado)f... tudo ao seu redor pelo radio, jornal, TV, outdoor e agora com nossos artistas.
Obs.: Também sou da lei 100 e concordo com você, nós não temos culpa dessa situação e sim o governo. Eu e muitos colegas que são da lei 100 não votaremos nos famigerados faraó,afilhado e afins. Abraços e força amigo. Vander
7 de setembro de 2010 12:52
Ivone disse...
Boa noite Euler.
Tenho tentado escrever menos e agir mais. Estacionada, aceitando tudo, JAMAIS...
Lendo seus posts sempre e outros relacionados. Deixando aqui minha solidariedade,e uma sugestão. Bastante blogueiros relacionados à educação, já estão denunciando em seus blogs essas arbitrariedades ocorridas em MG. O ideal seria que todos blogueiros,dessem ênfase nesse assunto, espalhando na imensa rede...denunciando.
Twiter, blogs, e-mails, Orkuts, Msn...como ferramentas de denúncias.Uma grande corrente virtual. Já estou fazendo isso no Msn e por e-mail. Tenho conversado com bastante pessoas pessoalmente também.Sempre na luta e sempre alerta colegas!!! Isolados somos nada...JUNTOS SOMOS UM EXÉRCITO!!!
7 de setembro de 2010 14:39
João Paulo Ferreira de Assis disse...
Prezado amigo Professor Euler:
Os artistas sempre estiveram ao lado das elites. Eles não são populares. São elitistas. Você acha por exemplo que a Beatriz Segall é a nosso favor? Quando ela representou uma verdadeira bruxa como Odete Reutemann, parecia tão verdadeira que quase passou a ser conhecida como O.R, em vez de Beatriz Segall. Temos o exemplo do Padre Perereca, cujas ''Memórias para servir à História do Reino do Brasil'' são um monumento à bajulação. Quando li o texto dele sobre a morte de D.Maria I a louca, eu não aguentei. Ri às gargalhadas, tão me engraçado me pareceu. Minha mãezinha de mais de 80 anos, não entendeu nada.
Por isso não esperemos nada dessa gente. São contra nós.
7 de setembro de 2010 15:40
João Paulo Ferreira de Assis disse...
Prezado amigo Professor Euler
Note que o senhor Mário Assis está caladinho, caladinho, boca de siri. Os professores sendo demitidos e removidos e ele, quieto no seu canto, sem nem ao menos questionar os prejuízos didáticos causados pela perda de um professor ao qual o aluno estava habituado consequente necessidade de se acostumar a toque de caixa a outro profissional. Eu é que sofro até hoje as consequências da minha 7ª série no Colégio N.S.de Lourdes, em Lavras MG. Tive três professores de Matemática. Até então, eu era um dos melhores alunos no conteúdo da Professora Cris, nossa amiga. Minha professora era a Dona Leia, que ao se casar foi proibida de trabalhar, e deixou as aulas. Os dois que a sucederam, eu não me dei com eles. Só passei em Matemática porque já tinha ótimas notas no 1º e 2º bimestres. No Ensino Médio, consegui a proeza de ficar dois anos em cada série, por causa de Matemática. Mas para o senhor Mário Assis nada disso é importante. Ele só age contra as nossas greves.
Atenciosamente João Paulo Ferreira de Assis.
7 de setembro de 2010 15:57
João Paulo Ferreira de Assis disse...
Lembrei agora de um lance da greve. Os professores de Carmópolis de Minas, com aquele talento imenso de andar em pernas de pau, como vimos naquele 21 de abril em São João del Rei, com estes artistas nós podemos contar com certeza. Me deu até vontade de ir a Carmópolis só para conhecê-los.
7 de setembro de 2010 16:10
Blog do Euler :"Afilhado do faraó promete uma coisa e faz outra."
Blog do Euler
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Afilhado do faraó promete uma coisa e faz outra
Dois temas estão na pauta do blog nesta noite: A) as promessas do afilhado do faraó no programa eleitoral e as práticas do seu governo na vida real; e B) a programação do Encontro Metropolitano em Vespasiano, marcado para o dia 25 de setembro de 2010.
Vamos então ao primeiro tema. Assistindo nesta segunda-feira o programa eleitoral gratuito do afilhado e do faraó, observamos as promessas e garantias que não correspondem com a realidade, pelo menos na minha escola. Vejam bem: enquanto diziam que com a Lei 100 os professores tinham assegurado o emprego, sem a tormenta de procurar nova vaga em janeiro de cada ano, na minha escola uma colega da Lei 100, em pleno setembro e de forma ilegal - pois estamos em período eleitoral - recebeu um comunicado de demissão, e que ela tem agora 30 dias para procurar emprego em outra escola. Mãe de família, há vários anos lecionando na escola, ela participou da nossa greve desde o primeiro momento - aliás, é preciso que o sindicato acione o governo na Justiça para cumprir o tal Termo de Compromisso assinado - e não cumprido -, que previa a não demissão e perseguição aos grevistas.
A outra coisa que o governo disse é que vai ampliar o número de vagas para a escola integral e também implantar o programa "Professor em casa", uma espécie de médico da família implantado pelo governo federal no SUS. Tudo isso requer mais investimento e contratação de novos professores. Pelo menos na promessa. Mas, na minha escola estão demitindo vários contratados e querendo me remover não se sabe ainda para qual escola. Se essa atitude é isolada, envolvendo interesses setoriais ligados à SRE Metropolitana C, ou se é diretamente por ordem do faraó e afilhado - que não sabem conviver com opinião contrária, haja vista a ditadura da mídia em Minas - pouco importa nesse caso, pois, em última instância, os responsáveis pelos atos do governo são o faraó e o afilhado. São eles que indicam a secretária da Educação e as diretoras das superintendências e nomeiam os diretores. É a tal "democracia" pra inglês ver.
Aliás, essa proposta de professores visitarem os alunos em casa deveria ser feita é para os políticos profissionais, pois são eles que, após as eleições, desaparecem das comunidades.
Quanto ao nosso novo salário, para janeiro de 2011, o governo na propaganda não diz que passou oito anos achatando os nossos vencimentos, cortando direitos como quinquênios e biênios - primeiro de uma parcela dos servidores em 2003 e agora dos demais.
Reparem que a prática de corte de pessoal e de recursos da Educação pública em Minas acompanha o governo do faraó e afilhado desde o primeiro momento. Em 2003, por exemplo, eu era contratado em duas escolas: numa delas eu tinha um cargo completo e na outra um cargo com seis aulas. Nesta última, no mês de agosto eu fui chamado pela diretora que comunicou minha demissão dizendo que, por ordem da SEE-MG as minhas aulas seriam transferidas para uma professora que estava excedente na escola. Esta colega professora lecionava para alunos do 1º ao 4º ano e não tinha qualquer habilitação para lecionar História. Ou seja, o governo que se diz preocupado com a qualidade do ensino demitiu um professor habilitado para "aproveitar" uma professora excedente que me disse claramente que não sabia absolutamente nada do conteúdo de História. Mas, é assim que Minas avança, através de resultados maquiados, com o apoio da mídia que recebe fortunas em publicidade estatal mantendo-se benevolente e omissa.
Infelizmente, essas realidades são contadas apenas na Internet, pois o governo do Faraó e afilhado não tem oposição, a não ser em encontros setoriais, para um público bem reduzido. Deve ser por isso que o candidato Serra vem pregando a censura na Internet e o infeliz senador Azeredo tinha um projeto de lei que propunha a mesma coisa.
O próximo tema virá mais tarde: a programação do encontro metropolitano em Vespasiano. Aguardem!
* * *
Incorporo ao texto central o sempre oportuno comentário do nosso colega e amigo João Paulo.
"João Paulo Ferreira de Assis:
Prezado amigo Professor Euler
Parece que as coisas não mudam em Minas. Infelizmente. Sei de um caso, que li na obra ''Calambau a Terra e o Homem'', volume inicial de Os Antepassados, de Pedro Maciel Vidigal. Este fato é do tempo em que as professoras eram nomeadas por indicação política. Por volta de 1952, vagou a cadeira de professora da Escola Estadual de Pinheiros Altos, Município de Piranga. O Prefeito da Cidade de Piranga, Sr. Sebastião Vidigal Fernandes, solicitou a JK a nomeação de uma professora formada no Colégio Providência de Mariana, uma das melhores escolas normais de Minas à época. JK acedeu e pediu ao Secretário Odilon Behrens para lavrar o ato da nomeação. Só que o PR, partido coligado ao PSD, tinha outra candidata (cujo nome também foi omitido), não com os atributos daquela que foi nomeada. E foram ao Governador e O AMEAÇARAM. OU DEMITIA A PROFESSORA, OU O PR PARTIA PARA A OPOSIÇÃO. JK vendo as coisas malparadas, e a possibilidade de seu governo acabar no meio do mandato, sem maioria na Assembleia, e porventura já sonhando com a cadeira de Presidente da República, RECUOU. Odilon Behrens teve de nomear a outra. Os deputados do PR festejaram e continuaram apoiando JK.
OU SEJA, PARA SER PRESIDENTE DA REPÚBLICA ELE TEVE DE PASSAR COMO UM TRATOR POR CIMA DE UMA PROFESSORA."
***
Incorporo a seguir ao texto central o comentário muito lúcido da colega Graça Aguiar, professora da rede pública do Rio de Janeiro e coordenadora do blog S.O.S. Educação Pública e que acompanha o nosso movimento desde o começo:
"S.O.S. EDUCAÇÃO PÚBLICA:
Caros colegas
É importante lembrar que a categoria esta em uma guerra, da qual venceram espetacularmente uma batalha - a Greve dos 47 dias - e que esse fato não passou desapercebido dos poderosos de plantão. “Dividir para conquistar”, é um dos recursos estratégicos mais antigos e continuamente colocado em prática pelos poderosos, pois a união faz a força. Na guerra é necessário compreender a estratégia do inimigo e muitas vezes é preciso perder pouco para se ganhar muito. Analisando friamente e à distância, percebe-se que a efetivação dos contratados e as mudanças dos benefícios têm como objetivo dividir a categoria jogando concursados contra contratados-efetivados, sem contar que é uma manobra eleitoreira.
A estratégia posta em prática espera que os concursados dirijam a sua indignação pelas injustiças contra os colegas recém efetivados e que esses revidem, deste modo os reais responsáveis pelas práticas injustas se preservam e vão continuar oprimindo e explorando a todos.
As práticas recomendadas por Machiavel na obra O Príncipe, tem sua eficácia garantida pelo lado obscuro e primitivo das nossas personalidades, principalmente o egocentrismo e o individualismo, o momento vivido pela categoria é histórico, pois a grande maioria esta querendo para o outro o quer deseja para si e agindo coletivamente, há dois mil anos essa lição foi dada por Jesus Cristo, mas infelizmente a humanidade a ignora e continua a sofrer as consequências.
Vamos dizer NÃO, à injustiça e à ARBITRARIEDADE dos poderosos JUNTOS e movidos pela SOLIDARIEDADE, pois o amor ao próximo e a justiça são as práticas mais temidas pelos poderosos.
A raiva, a mágoa e dor são naturais e todos nós a sentimos na carne e funcionam nos corroendo, nos queimando de dentro para fora e nos cegando, entretanto essa carga de energia desperdiçada dessa forma pode ser canalizada para a reflexão e dirigida uma luta solidária e construtiva, pois uma cabeça fria pensa e enxerga mais do que uma cabeça quente. Pense que um dos prazeres dos poderosos é matar os debaixo de raiva, e nós não podemos dar a eles esse gostinho.
Ótimo feriado a todos!
Graça Aguiar".
Postado por Blog do Euler às 15:34 7 comentários:
João Paulo Ferreira de Assis disse...
Prezado amigo Professor Euler
Parece que as coisas não mudam em Minas. Infelizmente. Sei de um caso, que li na obra ''Calambau a Terra e o Homem'', volume inicial de Os Antepassados, de Pedro Maciel Vidigal. Este fato é do tempo em que as professoras eram nomeadas por indicação política. Por volta de 1952, vagou a cadeira de professora da Escola Estadual de Pinheiros Altos, Município de Piranga. O Prefeito da Cidade de Piranga, Sr. Sebastião Vidigal Fernandes, solicitou a JK a nomeação de uma professora formada no Colégio Providência de Mariana, uma das melhores escolas normais de Minas à época. JK acedeu e pediu ao Secretário Odilon Behrens para lavrar o ato da nomeação. Só que o PR, partido coligado ao PSD, tinha outra candidata (cujo nome também foi omitido), não com os atributos daquela que foi nomeada. E foram ao Governador e O AMEAÇARAM. OU DEMITIA A PROFESSORA, OU O PR PARTIA PARA A OPOSIÇÃO. JK vendo as coisas malparadas, e a possibilidade de seu governo acabar no meio do mandato, sem maioria na Assembleia, e porventura já sonhando com a cadeira de Presidente da República, RECUOU. Odilon Behrens teve de nomear a outra. Os deputados do PR festejaram e continuaram apoiando JK.
OU SEJA, PARA SER PRESIDENTE DA REPÚBLICA ELE TEVE DE PASSAR COMO UM TRATOR POR CIMA DE UMA PROFESSORA.
6 de setembro de 2010 17:52
maria vithorya disse...
EULER COMO DISSE NOSSO COLEGA AS COISAS NAO MUDAM MESMO EM MINAS. POR VARIOS ANOS FUI CONTRATADA, JA ESTAVA CANSADA DESTA SITUAÇAO POIS NAO SE TEM SOSSEGO, QUANDO VOCE PENSA QUE ESTA TUDO BEM, APARECE ALGUEM PARA TOMAR SEU LUGAR. pOR VARIAS VEZES FIZ CONCURSO, PASSANDO SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR, MAS ALGO ACONTECIA E EU NAO TOMAVA POSSE.o ULTIMO CONCURSO QUE FIZ PARA PRIMEIRA A QUARTA, PASSEI EM PRIMEIRÍSSIMO LUGAR, FECHANDO A PROVA, SO QUE ALGUNS POLITICOS AQUI DA REGIAO RESOLVERAM POR BEM MUNICIPALIZAR AS ESCOLAS DA CIDADE, FICANDO 26 PESSOAS EXCEDENTES QUE FORAM OBRIGADAS A ACEITAR ALGUMAS VAGAS A ELAS IMPOSTAS( JA ERAM EFETIVAS HA ANOS) E EU COMO PRIMEIRA CONCURSADA PARA A UNICA VAGA VI ME CHANCE DE EFETIVAR INDO RALO ABAIXO. sO QUE NESSA ÉPOCA O ATUAL GOVERNADOR ITAMAR FRANCO ,QUERENDO BENEFICIAR ALGUEM QUE NAO EU, RESOLVEU QUE HAVERIA REOPÇAO, ASSIM O LUGAR MAIS PROXIMO QUE ENCONTREI PARA FAZER ESTA TAL REOPÇAO FOI NUMA CIDADE CHAMADA AGUA BOA A 450 QUILOMETROS DE DISTANCIA DE ONDE MORAVA. VOCE PENSA QUE EU DESISTI? DE JEITO NENHUM ( PROFESSR NAO DESISTE FÁCIL)FUI PRA LA COM A CARA E A CORAGEM, FIQUEI POR LA 5 ANOS, FIZ NOVO CONCURSO EM 2005, PARA BIOLOGIA, PASSEI EM PRIMEIRO LUGAR E EM 2006 VOLTEI PARA MINHA TERRA. NAO SEI PORQUE PARA NOS TUDO É ALCANÇADO COM LUTA,ACHO QUE E PORQUE ASSIM O SABOR E MELHOR POIS NAO HA CORRUPÇAO, NAO HA FALCATRUA, E SIM UMA GRANDE ESPERANÇA DE VIVENCIARMOS DIAS MELHORES PARA NOSSA CATEGORIA.
UM ABRAÇO.
MARIA ANGELICA.
ACHO QUE VOU PARAR DE COMENTAR... DAQUI A POUCO A RETALIAÇAO CHEGA AQUI TAMBEM KKKKKK
QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU??????
6 de setembro de 2010 18:34
Laura disse...
Euler,
Que diabo de critério é esse?
Foi levado em conta o tempo de serviço na unidade de ensino?
O seu caso como não poderia ser... tá esquisito demais.
As coisas tem que seguir o seu tempo.
Mas que dá uma vontade de ir pessoalmente até a SEE e peguntar o que está acontecendo.
Abraços!
6 de setembro de 2010 18:43
cecilianps disse...
Olá Professor Euler!
Estamos em pleno feriado,minhas filhas que estudam fora me expulsaram do PC(mas eu estou repondo aulas no feriado) e só hoje me deparo com esta noticia da sua remoção.Estou indignada,penso que isso é uma brincadeira de mal gosto.O gente,isso não existe mais.Perseguição política,parece-me coisa dos tempos dos velhos políticos..ah...Tancredo N...AH.sim o avô do faraó.Meus Deus!Conte-me outra Euler,vou dormir com esta????Um abraço,conte com minha humilde solidariedade,que é o mínimo que posso oferecer a quem me trouxe tanta informação naqueles maravilhosos dias de greve.Seja perseverante!!!!
6 de setembro de 2010 19:03
mora disse...
Caro Euler, bom dia. Na realidade, não dá para sentir dó da sua amiga efetivada pela famigerada Lei 100 e agora próxima do desemprego. Muitos dos contemplados com essa legislação flagrantemente inconstitucional, vibraram quando a mesma foi publicada em Novembro de 2007 e, provavelmente, vão votar nos tucanos agora. Além de precarizar a educação, essa efetivação trouxe consigo situações vexatórias para qualquer diretor ou diretora que foram obrigados a cumprir o que estava vindo de cima. Veja o meu caso: professor EFETIVO em dois cargos, sendo o 1º no Estadual Central e o 2ª na periferia de BH. Desde 2008 tento insistentemente mudança de lotação para a mesma escola do 1º cargo e não consigo em função dos vários efetivados que se encontram lá e são "protegidos por forças ocultas", parafraseando o homem da vassoura. Não bastasse tal situação, ano passado fui obrigado a completar meu cargo na 2ª escola com aulas de Sociologia e Filosofia ( sou formado em História pela PUC/MG com pós no CEFET em Proeja). Ou seja, trabalhava com 3 (três)coteúdos na mesma escola. Qualidade zero é o que está sendo proposto por essa abominável dupla Aécio/Anastasia. Inté...
7 de setembro de 2010 03:02
Blog do Euler disse...
Caro(a) colega Mora,
Não poderia deixar de respondê-lo(a), pois acho que vc comete injustiça contra a colega que está sendo demitida e que não tem culpa de estar na situação da Lei 100. Quem criou essas realidades que vc mencionou foi o governo e é contra ele que devemos lutar e não contra os colegas, que são trabalhadores como nós, explorados como nós.
A colega da Lei 100 demitida participou da nossa greve, não está ocupando o lugar de um efetivo concursado e provavelmente não votará no faraó e afilhado. Devemos ter o cuidado para não generalizarmos. Compreendo a sua situação, e reconheço que não é justo que vc não possa optar por uma transferência de forma prioritária. Todos nós ja tivemos problemas assim no estado. Mas, os culpados dessas situações, volto a dizer, são os governos, que passam anos sem realizar concursos; ou que ficam tentando resolver problemas de caixa da previdência (foi por isso que criaram a Lei 100), etc. Todos nós, servidores, somos vítimas dessas práticas. Eles, ao contrário, tentam justamente nos dividir para governar impondo novas injustiças.
Um abraço,
Euler
7 de setembro de 2010 05:38
S.O.S. EDUCAÇÃO PÚBLICA disse...
Caros colegas
É importante lembrar que a categoria esta em uma guerra, da qual venceram espetacularmente uma batalha - a Greve dos 47 dias - e que esse fato não passou desapercebido dos poderosos de plantão. “Dividir para conquistar”, é um dos recursos estratégicos mais antigos e continuamente colocado em prática pelos poderosos, pois a união faz a força. Na guerra é necessário compreender a estratégia do inimigo e muitas vezes é preciso perder pouco para se ganhar muito. Analisando friamente e à distância, percebe-se que a efetivação dos contratados e as mudanças dos benefícios têm como objetivo dividir a categoria jogando concursados contra contratados-efetivados, sem contar que é uma manobra eleitoreira.
A estratégia posta em prática espera que os concursados dirijam a sua indignação pelas injustiças contra os colegas recém efetivados e que esses revidem, deste modo os reais responsáveis pelas práticas injustas se preservam e vão continuar oprimindo e explorando a todos.
As práticas recomendadas por Machiavel na obra O Príncipe, tem sua eficácia garantida pelo lado obscuro e primitivo das nossas personalidades, principalmente o egocentrismo e o individualismo, o momento vivido pela categoria é histórico, pois a grande maioria esta querendo para o outro o quer deseja para si e agindo coletivamente, há dois mil anos essa lição foi dada por Jesus Cristo, mas infelizmente a humanidade a ignora e continua a sofrer as consequências.
Vamos dizer NÃO, à injustiça e à ARBITRARIEDADE dos poderosos JUNTOS e movidos pela SOLIDARIEDADE, pois o amor ao próximo e a justiça são as práticas mais temidas pelos poderosos.
A raiva, a mágoa e dor são naturais e todos nós a sentimos na carne e funcionam nos corroendo, nos queimando de dentro para fora e nos cegando, entretanto essa carga de energia desperdiçada dessa forma pode ser canalizada para a reflexão e dirigida uma luta solidária e construtiva, pois uma cabeça fria pensa e enxerga mais do que uma cabeça quente. Pense que um dos prazeres dos poderosos é matar os debaixo de raiva, e nós não podemos dar a eles esse gostinho.
Ótimo feriado a todos!
Graça Aguiar
7 de setembro de 2010 06:52
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Blog do Euler: "Repouso e luta num domingo."
Blog do Euler
domingo, 5 de setembro de 2010
Repouso e luta num domingo
Inicio o nosso texto de hoje com o comentário descontraído da nossa colega de luta Adriana, aqui de Vespá, que recebi há pouco:
"Euler, é claro que o afilhado do faraó não participaria do debate. Estamos parados, não estamos militando. Precisamos assumir essa eleição ou o afilhado irá continuar a andar de jatinhos e a fazer choque de gestão. Ah, adoro saber que, apesar do choque do carro do João, cãibras, possível demissão, você ainda não perdeu o humor. Fale a verdade, você quer ser o secretário estadual de educação, não é? Adriana".
Comentário do Blog: Kkkk, muitas vezes kkkkk, só a Adriana mesmo. Ah, e uma das minhas irmãs também, que me ligou para dizer que já me vê como o novo secretário de Educação de Minas. Só rindo mesmo, né? Você e o Brasil, Adriana, já sabem que minha intenção é ser presidente da República em 2014, para derrotar o faraó e exportá-lo para a Colômbia. Com o afilhado e tudo mais. Mas, pensando aqui com meus botões, até que você, ADRIANA, tem o perfil perfeito para o cargo de Secretária da Educação de Minas. Como que eu não tinha pensando nisso antes, heim? Taí, como o candidato do PMDB-PT disse no encontro que vai ouvir, ouvir e ouvir os educadores para indicar um(a) secretário(a) - "um(a) colega de vocês" - ele disse, então, se ele ganhar, o seu nome já está cotado. E bem cotado, kkkkk.
Agora, vamos ao texto de hoje.
* * *
Domingo, véspera de feriado da Independência - taí um tema interessante para se explorar em sala de aula e nas ruas - eu deveria dedicar-me ao descanso. Em parte, isso foi possível; mas, não totalmente. No reinado do Faraó e afilhado um guerreiro nunca pode descansar totalmente. Precisa dormir com um olho aberto e o outro fechado. E pronto para o combate, com ou sem dores nas pernas, nos braços, onde quer que seja.
Lembrei-me até da combativa colega Carminha, que foi ao encontro do Sind-UTE em BH sem as lentes de contato. E me disse: Euler, não estou enxergando nada, só ouvindo. Pensei: ainda bem que para um debate ela está pelo menos ouvindo. E essa era a nossa valorosa bancada: Carminha, sem enxergar nada, eu me recuperando da cãibra na perna esquerda (que já está 100% curada, viu gente, para o azar "da caridade de quem me detesta" - Cazuza) e o João Martinho, oitentão nas costas, era o mais inteiro dos três. Pois bem, continuemos.
O almoço de domingo foi na casa dos meus familiares, um quibe assado maravilhoso que a minha mãe, descendente de libaneses - entre outros povos e etnias -, preparou. Após o almoço, recebo um telefonema de uma colega, que foi a primeira a receber a carta de demissão na minha escola. Ela é da Lei 100 e tem agora 30 dias para procurar outra escola, num total desrespeito por parte do governo pelas leis existentes no país. Ela disse que está em contato com deputados e me convidou para participar de um encontro na ALMG, na quarta-feira, às 14h com estes deputados.
Disse-lhe que entendo que ela e os colegas contratados tomem essa iniciativa. Eu, pessoalmente, não vou. Embora seja legítimo que as pessoas procurem os ditos representantes do povo para pleitear interesses pessoais ou coletivos, não me sinto bem com essa prática. Vejam: não estou condenando nem criticando os colegas, que estão compreensivelmente indignados e a procura de solução para o ato administrativo que agride aos nossos direitos.
Mas, a linha de defesa que aprovamos na reunião coletiva dos professores é aquela que eu vou cumprir à risca. E ela está baseada nos seguintes passos: A) encaminhar (protocolar) um ofício junto à SRE - Metropolitana C expondo a agressão cometida por aquela entidade em face do período eleitoral e solicitando a imediata suspensão de tais atos (demissões e remoção). Caso este procedimento não resulte favorável num prazo máximo de 48 horas a partir de quarta-feira, vamos para o plano B) ingressar com oficio junto ao Ministério Público estadual, à OAB, aos Direitos Humanos na ALMG, entre outras entidades com a mesma solicitação e denúncia. Paralelamente, tendo em vista que estes órgãos nem sempre respondem com a urgência necessária, atuaremos também em outra frente; C) ingressar com um mandado de segurança na Justiça solicitando a imediata suspensão dos atos administrativos praticados pela SEE-MG através dos seus agentes públicos de chefia. Por último, convocaremos a comunidade do bairro Vila Esportiva e região para uma grande concentração em frente à escola, com passeata prevista até a Linha Verde, mobilização da imprensa, dos partidos políticos, sindicatos, e demais entidades da comunidade.
Tanto a carta para a SRE Metropolitana C, quanto o ofício para os órgãos citados já estão devidamente elaborados. Vou transcrever abaixo um pequeno trecho do ofício que preparei para o Ministério Público:
"Na semana passada, entre os dias 01 e 03 de setembro, meus colegas professores e eu vivemos um clima de terrorismo psicológico, com ameaças de demissões dos contratados e a minha remoção para outra escola. Duas inspetoras ligadas à Superintendência Regional de Ensino - SRE - Metropolitana C, determinaram junto ao diretor da escola a demissão de alguns contratados - isso no dia 02 de setembro de 2010, quinta-feira - e, no dia seguinte fui informado pelo diretor que eu seria removido para outra escola, que ainda não sabem qual, de forma compulsória e contra a minha vontade.
Tais atos agridem frontalmente a legislação federal vigente no país, que proibe expressamente, no período entre 03 de julho até a posse dos eleitos, a demissão sem justa causa ou a remoção de quaisquer servidores públicos (efetivos ou contratados), salvo em se tratando de cargos de confiança. A própria Secretaria do Governo, em conjunto com a Advocacia Geral do Estado, publicaram a Resolução Conjunta nº 02 que trata especificamente sobre as vedações aos agentes públicos estaduais - que aliás são comuns às diversas esferas da União - em período eleitoral.
Na esfera Federal, também a Advocacia Geral da União e a Presidência da República publicaram Cartilha com o mesmo teor, de forma até mais aprofundada, onde esclarecem conceitualmente, de acordo com a lei, sobre quem são os agentes públicos, bem como quais são as vedações e as penalidades previstas para os agentes que descumprirem a lei.
O Brasil vive hoje um período de democracia, frágil, é verdade, após duas décadas de ditadura, e outros tantos períodos de truculência, de coronelismo e suas variantes, quando a cidadania era cassada e os detentores do poder podiam fazer o que bem entendessem. A nossa Constituição Federal de 1988 assegurou aos cidadãos direitos republicanos que muitas vezes são espezinhados por mesquinharia política de herdeiros e saudosistas do período da escravidão no Brasil. (...)
Mas, quero crer que, apesar do silêncio cúmplice da mídia mineira e nacional em relação a quase tudo o que acontece em Minas Gerais nos últimos oito anos, o nosso estado ainda não se tornou uma unidade isolada da Federação e seus agentes públicos, acredito, estão subordinados, tanto quanto quaisquer outros cidadãos, às leis vigentes no país. Cito a seguir, ipsis litteris, o que diz a lei sobre a questão em análise: ..."
E por aí vai, com a transcrição das leis e o pedido de suspensão dos atos administrativos mencionados. E assim termina o domingo, que, como disse, foi marcado por uma parte para o descanso e a outra para a resistência, pois em terra de faraó...
* * *
Leiam também:
- S.O.S. Educação Pública: "CARTA ABERTA DOS PROFESSORES DE MENDES À POPULAÇÃO".
Postado por Blog do Euler às 20:10 2 comentáriosdomingo, 5 de setembro de 2010
Repouso e luta num domingo
Inicio o nosso texto de hoje com o comentário descontraído da nossa colega de luta Adriana, aqui de Vespá, que recebi há pouco:
"Euler, é claro que o afilhado do faraó não participaria do debate. Estamos parados, não estamos militando. Precisamos assumir essa eleição ou o afilhado irá continuar a andar de jatinhos e a fazer choque de gestão. Ah, adoro saber que, apesar do choque do carro do João, cãibras, possível demissão, você ainda não perdeu o humor. Fale a verdade, você quer ser o secretário estadual de educação, não é? Adriana".
Comentário do Blog: Kkkk, muitas vezes kkkkk, só a Adriana mesmo. Ah, e uma das minhas irmãs também, que me ligou para dizer que já me vê como o novo secretário de Educação de Minas. Só rindo mesmo, né? Você e o Brasil, Adriana, já sabem que minha intenção é ser presidente da República em 2014, para derrotar o faraó e exportá-lo para a Colômbia. Com o afilhado e tudo mais. Mas, pensando aqui com meus botões, até que você, ADRIANA, tem o perfil perfeito para o cargo de Secretária da Educação de Minas. Como que eu não tinha pensando nisso antes, heim? Taí, como o candidato do PMDB-PT disse no encontro que vai ouvir, ouvir e ouvir os educadores para indicar um(a) secretário(a) - "um(a) colega de vocês" - ele disse, então, se ele ganhar, o seu nome já está cotado. E bem cotado, kkkkk.
Agora, vamos ao texto de hoje.
* * *
Domingo, véspera de feriado da Independência - taí um tema interessante para se explorar em sala de aula e nas ruas - eu deveria dedicar-me ao descanso. Em parte, isso foi possível; mas, não totalmente. No reinado do Faraó e afilhado um guerreiro nunca pode descansar totalmente. Precisa dormir com um olho aberto e o outro fechado. E pronto para o combate, com ou sem dores nas pernas, nos braços, onde quer que seja.
Lembrei-me até da combativa colega Carminha, que foi ao encontro do Sind-UTE em BH sem as lentes de contato. E me disse: Euler, não estou enxergando nada, só ouvindo. Pensei: ainda bem que para um debate ela está pelo menos ouvindo. E essa era a nossa valorosa bancada: Carminha, sem enxergar nada, eu me recuperando da cãibra na perna esquerda (que já está 100% curada, viu gente, para o azar "da caridade de quem me detesta" - Cazuza) e o João Martinho, oitentão nas costas, era o mais inteiro dos três. Pois bem, continuemos.
O almoço de domingo foi na casa dos meus familiares, um quibe assado maravilhoso que a minha mãe, descendente de libaneses - entre outros povos e etnias -, preparou. Após o almoço, recebo um telefonema de uma colega, que foi a primeira a receber a carta de demissão na minha escola. Ela é da Lei 100 e tem agora 30 dias para procurar outra escola, num total desrespeito por parte do governo pelas leis existentes no país. Ela disse que está em contato com deputados e me convidou para participar de um encontro na ALMG, na quarta-feira, às 14h com estes deputados.
Disse-lhe que entendo que ela e os colegas contratados tomem essa iniciativa. Eu, pessoalmente, não vou. Embora seja legítimo que as pessoas procurem os ditos representantes do povo para pleitear interesses pessoais ou coletivos, não me sinto bem com essa prática. Vejam: não estou condenando nem criticando os colegas, que estão compreensivelmente indignados e a procura de solução para o ato administrativo que agride aos nossos direitos.
Mas, a linha de defesa que aprovamos na reunião coletiva dos professores é aquela que eu vou cumprir à risca. E ela está baseada nos seguintes passos: A) encaminhar (protocolar) um ofício junto à SRE - Metropolitana C expondo a agressão cometida por aquela entidade em face do período eleitoral e solicitando a imediata suspensão de tais atos (demissões e remoção). Caso este procedimento não resulte favorável num prazo máximo de 48 horas a partir de quarta-feira, vamos para o plano B) ingressar com oficio junto ao Ministério Público estadual, à OAB, aos Direitos Humanos na ALMG, entre outras entidades com a mesma solicitação e denúncia. Paralelamente, tendo em vista que estes órgãos nem sempre respondem com a urgência necessária, atuaremos também em outra frente; C) ingressar com um mandado de segurança na Justiça solicitando a imediata suspensão dos atos administrativos praticados pela SEE-MG através dos seus agentes públicos de chefia. Por último, convocaremos a comunidade do bairro Vila Esportiva e região para uma grande concentração em frente à escola, com passeata prevista até a Linha Verde, mobilização da imprensa, dos partidos políticos, sindicatos, e demais entidades da comunidade.
Tanto a carta para a SRE Metropolitana C, quanto o ofício para os órgãos citados já estão devidamente elaborados. Vou transcrever abaixo um pequeno trecho do ofício que preparei para o Ministério Público:
"Na semana passada, entre os dias 01 e 03 de setembro, meus colegas professores e eu vivemos um clima de terrorismo psicológico, com ameaças de demissões dos contratados e a minha remoção para outra escola. Duas inspetoras ligadas à Superintendência Regional de Ensino - SRE - Metropolitana C, determinaram junto ao diretor da escola a demissão de alguns contratados - isso no dia 02 de setembro de 2010, quinta-feira - e, no dia seguinte fui informado pelo diretor que eu seria removido para outra escola, que ainda não sabem qual, de forma compulsória e contra a minha vontade.
Tais atos agridem frontalmente a legislação federal vigente no país, que proibe expressamente, no período entre 03 de julho até a posse dos eleitos, a demissão sem justa causa ou a remoção de quaisquer servidores públicos (efetivos ou contratados), salvo em se tratando de cargos de confiança. A própria Secretaria do Governo, em conjunto com a Advocacia Geral do Estado, publicaram a Resolução Conjunta nº 02 que trata especificamente sobre as vedações aos agentes públicos estaduais - que aliás são comuns às diversas esferas da União - em período eleitoral.
Na esfera Federal, também a Advocacia Geral da União e a Presidência da República publicaram Cartilha com o mesmo teor, de forma até mais aprofundada, onde esclarecem conceitualmente, de acordo com a lei, sobre quem são os agentes públicos, bem como quais são as vedações e as penalidades previstas para os agentes que descumprirem a lei.
O Brasil vive hoje um período de democracia, frágil, é verdade, após duas décadas de ditadura, e outros tantos períodos de truculência, de coronelismo e suas variantes, quando a cidadania era cassada e os detentores do poder podiam fazer o que bem entendessem. A nossa Constituição Federal de 1988 assegurou aos cidadãos direitos republicanos que muitas vezes são espezinhados por mesquinharia política de herdeiros e saudosistas do período da escravidão no Brasil. (...)
Mas, quero crer que, apesar do silêncio cúmplice da mídia mineira e nacional em relação a quase tudo o que acontece em Minas Gerais nos últimos oito anos, o nosso estado ainda não se tornou uma unidade isolada da Federação e seus agentes públicos, acredito, estão subordinados, tanto quanto quaisquer outros cidadãos, às leis vigentes no país. Cito a seguir, ipsis litteris, o que diz a lei sobre a questão em análise: ..."
E por aí vai, com a transcrição das leis e o pedido de suspensão dos atos administrativos mencionados. E assim termina o domingo, que, como disse, foi marcado por uma parte para o descanso e a outra para a resistência, pois em terra de faraó...
* * *
Leiam também:
- S.O.S. Educação Pública: "CARTA ABERTA DOS PROFESSORES DE MENDES À POPULAÇÃO".
Postado por Blog do Euler às 20:10 2 comentários:
Maria Angelica de Castro disse...
Bom dia Euler!
Sinceramente gostaria de ver você como secretário de educação, pois tenho certeza que haveria grande melhoria de vida desta nossa classe tão menosprezada pelos atuais governos.Alguns como o secretário adjunto e o afilhado do faraó tem a coragem de dizer que são professores. Com certeza não aqui em Minas, ou então não exerceram a profissão pois caso contrário estariam lutando pela categoria.
Mas contudo vamos aguardar...
Penso que a fala da nossa colega Adriana e certíssima, temos que nos unir em prol da derrota do Anastazizta. Eu tenho conversado com meus colegas e familiares na tentativa de dizer nao ao choque de gestão.Minha parcela de contribuição é pouca, mas vou começar a fazer um corpo a corpo também com meus alunos, pois o que nao podemos e ficar parados vendo o crescimento da campanha deles.
Um abraço.
Angelica
6 de setembro de 2010 04:47
Marlene de Fatima disse...
Quando você for o nosso secretário,gostaria que você demitisse essas superintendentes puxa-saco,principalmente a de Caratinga
6 de setembro de 2010 07:48
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