TERÇA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2012
Reportagem do CQC fala dos gastos do legislativo mineiro. Mas se omite sobre a Educação. Por que será?
O programa CQC, exibido semanalmente pela rede de TV Band, mostrou para o Brasil que a Assembleia Legislativa - ou homologativa - de Minas é a que mais gasta dinheiro público entre os parlamentos do país.Um bilhão de reais por ano, para mostrar muito pouco serviço. Ou melhor: para mostrar desserviços, como a destruição da carreira dos profissionais da Educação de Minas, entre outros fazeres que desmerecem aquela casa homologativa.
Mas, se a reportagem do CQC mostrou aquilo que muitos não sabiam - os enormes gastos para manter aquela Casa -, por outro lado, "esqueceram" de mencionar os problemas da Educação e dos educadores de Minas Gerais. O CQC tem recebido inúmeras denúncias feitas por colegas profissionais da Educação. Eles sabem muito bem da realidade existente em Minas Gerais, mas preferiram omitir seletivamente, retirando a palavra Educação da reportagem. Falaram em problemas com as estradas, com a Saúde pública, que são problemas muito ligados, ou mais fortemente ligados ao governo federal, ou aos governos municipais, mas nada disseram, por exemplo, sobre o não pagamento do nosso piso salarial. Por que será?
É público e notório que a mídia brasileira cumpre um papel de desinformar a população, de fazê-la aceitar aquilo que interessa aos de cima. É público e notório, igualmente, que o governo de Minas tem asmelhore$$$$$$$ relações do mundo com a mídia mineira e nacional. Isso talvez explique essa ausência de associação entre os privilégios para alguns segmentos, como no Legislativo (e no Judiciário idem), e o total descaso que se pratica com a Educação pública.
Os governos de Minas e do Brasil (incluindo o federal) destruíram a Educação pública básica e não têm projeto para fazê-la ressuscitar. Carreiras destruídas, piso salarial que virou piada nacional - pois ninguém o aplica corretamente -, profissionais desencantados com a carreira, realidades das escolas públicas que sobrevivem nas piores condições, e por aí. Mas a mídia não vê isso. Seletivamente, ataca o parlamento, que é conivente, servil e inútil, sem dúvida, mas é apenas uma parte da engrenagem podre. E as outras partes?
Se quisessem fazer uma reportagem séria, eles mostrariam, ao lado dos gastos na ALMG, o que acontece hoje nas escolas de Minas Gerais, nos hospitais, nas comunidades, nas ruas, enfim. Mostraria, por exemplo, que um professor com curso superior ou mestrado recebe, em Minas, apenas dois salários mínimos de teto salarial, e que não há perspectiva de carreira, de futuro, para este professor. Enquanto isso, deputados vivem nababescamente com salários de marajás, verbas indenizatórias de todo tipo, para custear do cafezinho na esquina aos passeios turísticos com suas (ou seus) amantes e amigos.
Claro que não sobra dinheiro para remunerar bem aos educadores, pois precisam de grana para bancar os gastos com esta elite cínica, que reparte entre si os recursos arrancados do suor do nosso trabalho. Não falta dinheiro para bancar R$ 1 bilhão de reais anualmente com um parlamento inútil, assim como não faltam recursos para construir cidades administrativas, estádios de futebol, ou para bancar a Copa do Mundo. Mas, para a Educação básica, fundamental na vida de milhões de famílias de baixa renda, ah, para isso não têm grana. Precisam mandar cortar o café, a merenda, o piso, a carreira, e colocar os capitães do mato para punir e perseguir os educadores, que cada vez mais abarrotam as salas de psiquiatria com doenças mentais as mais variadas.
O CQC, assim como toda a mídia mineira e nacional, não viu nada disso. Como também continuam cegos, para os interesses dos de baixo, a Justiça, o MP mineiro, e tantos outros que deveriam se impor e cobrar dos governos o respeito à coisa pública. E isso começa com a devolução, aos profissionais da Educação, da carreira que foi destruída e o correto pagamento do piso salarial. Omisso - e cúmplice - também é o governo federal, que faz pouco caso da Educação básica, apesar dos discursos em véspera de eleição. Na prática, reproduz a política neoliberal inaugurada por FHC e joga para a plateia quando diz que este assunto - o da Educação básica - não lhe diz respeito. Ora, como pode um problema afeito ao presente e ao futuro de milhões de brasileiros escapar da alçada do governo federal?
O parlamento mineiro - e como de resto, quase todos os parlamentos e parlamentares brasileiros - é uma inutilidade só, disso quase todo mundo está ciente. Que o CQC tenha mostrado esta face de desperdício do dinheiro publico para o Brasil é digno de nota. Mas, que ele está nos devendo uma matéria jornalística que mereça este nome, ah, isso está. Quando será que a mídia mineira e nacional vai tomar vergonha na cara e mostrar o Brasil real para a população? Ou será que é mais fácil acreditar em Papai Noel?
Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!
Denúncia: patrulhas da polícia militar de Minas Gerais ameaçam famílias acampadas em Jequitaí, Norte de Minas, no Acampamento Novo Paraíso por volta de meia noite.
Por volta de meia noite do dia 10 de abril de 2012, a Polícia militar de Minas Gerais, fortemente armada, ameaçou famílias do acampamento. "Caso tenha qualquer tentativa de invasão estaremos de prontidão a defender a propriedade", disse um chefe de polícia. Sem que houvesse qualquer tipo de mandado, a polícia ameaçou com prisão arbitrária, alegando que as famílias estariam planejando uma ocupação de terra. A polícia reafirmou estar disposta a não medir qualquer esforço para defender os interesses do latifúndio, e também do Estado. A Fazenda Correntes, área citada pelos policiais, está resguardada por jagunços que não são conhecidos pelos trabalhadores na região. Há indícios de ligação de milícia armada no local. Nesta fazenda já foi encontrado armamento pesado de uso exclusivo do exército e exercício de trabalho escravo. Há interesses na área principalmente depois da possível construção da barragem do rio Jequitaí que desalojaria pelo menos 600 famílias, a fazenda estaria no projeto. Depois da execução de 3 trabalhadores sem terra de Minas Gerais recentemente, a polícia continua tratando os trabalhadores rurais Sem Terra como bandidos.
Contato: com Marili, cel. Tim: 38 9154 5437
Nota Denúncia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST/MG.
Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
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