terça-feira, 12 de outubro de 2010
Campanha do Vampirão é marcada por baixarias
Na Constituinte de 1988, como vimos num dos posts abaixo, ele levou do DIAP nota 3,75 (numa escala de zero a 10) pela sua péssima atuação, votando contra os trabalhadores em várias questões: foi contra a jornada de 40 horas, contra o direito de greve para os servidores públicos, contra o abono de um terço de férias para os trabalhadores, contra a licença-paternidade, contra o salário mínimo real, contra a estabilidade para dirigente sindical, entre outras.
No governo de São Paulo, sua relação com os movimentos sociais e com os trabalhadores em greve foi a pior possível. Na greve dos professores, por exemplo, que aconteceu no início deste ano, o Vampirão ao invés de dialogar com o sindicato da categoria mandou a polícia para descer o cassetete e lançar gás de pimenta nos grevistas. Isso dá o tom de como seria um possível desgoverno Vampiresco.
Baixarias típicas do golpismo pré-64
A campanha do Vampirão tem lembrado muito o clima pré-1964 que resultou no golpe civil-militar que derrubou o presidente constitucional João Goulart. Só que não se trata de uma repetição, mas de uma farsa, como diria Marx. Ou de uma tragédia. Apesar dos diferentes contextos, a campanha do Vampirão traz vários elementos comuns ao golpismo de 1964, senão vejamos:
1) a campanha insidiosa e moralista dirigida por setores atrasados das igrejas. Em 1964, parcela conservadora da Igreja Católica dirigiu a famosa Marcha da Família com Deus pela Liberdade, acusando o governo Jango de comunismo. Agora, alguns indivíduos idiotizados das igrejas católica e evangélicas divulgam baixarias contra Dilma, dizendo que ela é terrorista, que vai matar criancinhas (os comunistas eram acusados de comerem criancinhas, imaginem o nível!), que é a favor do casamento gay, etc. O falso-moralismo ganha o lugar da discussão em profundidade sobre os problemas estruturais do país e do mundo.
2) o apoio de setores atrasados da chamada classe média, recalcada e frustrada, que não aceita a idéia de que os pobres possam adquirir um padrão de vida semelhante ao dela. Boa parte desta classe média, que leva vida de pobre mas arrota um falso status de rico, votou na candidata ecocapitalista no primeiro turno e agora certamente votará no Vampirão. Esse setor da classe média foi base social do golpe de 1964 e continua esperançoso do retorno de algum ditador ao governo federal.
3) a raivosa e antiga UDN de Carlos Lacerda, que fazia oposição golpista a Getúlio, a JK e a Jango é hoje representada pelos demo-tucanos, cujos caciques foram derrotados nas urnas: Artur Virgílio no Amazonas, Tasso Jereissati no Ceará, Mão Santa e Heráclito Fortes no Piauí, os herdeiros de ACM na Bahia, César Maia no Rio de Janeiro e por aí vai. De peso mesmo somente os estados de São Paulo e Minas ficaram nas mãos dos demotucanos. Mesmo assim em Minas Gerais a candidata Dilma venceu o Vampirão e deve ampliar a sua vantagem no segundo turno.
4) parcela conservadora dos militares, ligada aos torturadores, especialmente os militares de alta patente que já se encontram na reserva e apoiam abertamente o Vampirão. Mas, felizmente, ao contrário de 1964, agora as Forças Armadas estão afastadas das disputas eleitorais, pelo menos até o momento - e esperamos que continuem assim.
5) a grande mídia, mais até do que antes, está quase totalmente ligada ao projeto de dominação do Vampirão. A começar pelo quarteto do mal - Veja-Folha-Globo-Estadão - e seus afins regionais, cuja existência é uma agressão aos preceitos constitucionais de liberdade de imprensa, de opinião e de expressão. A limitada democracia brasileira continuará sob permanente ameaça enquanto houver esse monopólio das comunicações nas mãos das famíglias Frias, Civita, Marinho e Matarazzo, entre outros. São grupos ligados aos piores interesses, comprometidos com o que há de mais nocivo para os trabalhadores. Aliás, em matéria de censura à liberdade de imprensa os demotucanos são especialistas, haja vista o que acontece em Minas e em São Paulo.
Por isso, pessoal, sem mais delonga, reafirmamos aqui: quem deseja que o Brasil caminhe para uma ditadura fascista com aparência de democracia; que se alinhe à política externa dos EUA; que criminalize os movimentos sociais e desenvolva políticas neoliberais de achatamento salarial, perseguição aos servidores públicos, de baixo investimento na Educação pública e na saúde, etc, etc. deve votar no Vampirão.
O outro campo, respeitados os diferentes projetos e perspectivas de transformação social, deve cerrar fileiras e apoiar a candidata Dilma Rousseff. Por mais que não concordemos com a política macroeconômica do governo Lula e com as limitações impostas pelo leque de alianças dirigida pelo PT, não resta dúvida que a realidade nos colocou diante de um dilema: ou votamos na Dilma, ou estaremos contribuindo para que a direita mais atrasada volte ao poder federal. Não há meio termo nesta questão. E é por isso que o nosso blog, comprometido com a luta dos trabalhadores, especialmente a dos educadores de Minas e do Brasil, não tergiversa nem se omite: indica o voto na candidata Dilma. Até para que após as eleições continuemos a nossa luta de forma autônoma e em melhores condições.
Derrotar o Vampirão é derrotar o atraso, o golpismo e a direita brasileira.
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