segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

BLOG DO EULER: A LEI DO SUBSÍDIO

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
A Lei do subsídio e as questões pendentes: valerá a pena?







A partir do quinto dia útil de fevereiro os educadores de Minas Gerais começam a receber os salários pelo novo sistema de subsídio. Ao contrário da forma anterior, composta de vencimento básico e gratificações como quinquênios, biênios, pó-de-giz e outros penduricalhos, o subsídio incorporou todas essas gratificações.

Contudo, ao implantar tal sistema, o governo desconsiderou o tempo de serviço no posicionamneto dos servidores mais antigos na nova tabela, e com isso praticamente igualou os salários de todos os servidores. Um iniciante na carreira receba o mesmo salário do que aquele que tenha, por exempĺo, 10 anos de casa. E mesmo aqueles que têm 20 anos ou mais de serviço prestado receberão um salário não muito diferente do iniciante.

O histórico de descaso com o pessoal da Educação vem de longa data, de sucessivos governos. Na longa gestão do faraó, houve muitas perdas e criou-se tratamento diferenciado. Aqueles que ingressaram na carreira a partir de 2003, por exemplo, perderam direito aos quinquênios e biênios, que foram mantidos para os antigos servidores. Agora, com o subsídio, o governo alega que estes problemas serão corrigidos, trazendo maior equidade entre os servidores de uma mesma carreira.

Uma coisa, porém, é assegurar isonomia de tratamento para todos os servidores de uma mesma carreira. Outra coisa, bem diferente, é confiscar direitos adquiridos sem oferecer nada em troca. Ao incorporar os biênios e quinquênios ao subsídio, o governo deveria pelo menos ter posicionado os servidores com tempo de casa em grau correspondente a este tempo - o que não ocorreu. Além disso, o governo reduziu os percentuais de promoção (antes em 22%) para 10% apenas, e de progressão (antes em 3%) para 2,5% apenas. Tal medida vai contra a estrutura dos planos de carreira criado pelo próprio governo para todos os servidores de Minas Gerais. Por que apenas os educadores tiveram este tratamento diferenciado para pior?

É fato que o novo subsídio trará de imediato um reajuste de cerca de 41% sobre o antigo teto salarial, que passará, para os professores, por exemplo, dos atuais R$ 935,00 para R$ 1.320,00. Simbolicamente, o governo estabeleceu um novo valor nominalmente próximo do piso salarial reivindicado durante a greve dos educadores - a nossa maravilhosa revolta greve de 47 dias, ocorrida em 2010. Contudo, o valor do piso reivindicado pelos educadores era para o vencimento básico na carreira inicial, de ensino médio.

A questão do piso salarial do magistério tornou-se uma grande piada nacional, uma vez que, tal como ficou formulada a lei, qualquer interpretação pode ser dada pelos governos. Foi uma lei criada para enganar os educadores, pois estabeleceu um piso baixíssimo tendo como referência a maior jornada de trabalho praticada no país - 40 horas semanais. Uma verdadeira sacanagem o que fizeram os congressistas, com o respaldo do MEC e dos governos estaduais.

Ainda assim alguns governantes ingressaram com ação no STF pela inconstitucionalidade do piso (constitucional é o aumento de 60% nos salários dos congressistas e também o salário de R$ 26.000,00 mais penduricalhos para a cúpula dos poderes constituídos - judiciário, legislativo e executivo). Essa ação tramita vagarosamente naquela Casa judiciária, que deverá votar o mérito acerca do piso: se piso é vencimento básico, ou se é a soma de vencimento mais penduricalhos. Ainda que a primeira alternativa seja considerada a correta, ficará em aberto a questão do pagamento proporcional de acordo com a jornada de trabalho praticada em cada rede. No caso de Minas, cuja jornada para os professores é de 24 horas semanais para um cargo completo, o valor proporcional ficaria abaixo do piso aprovado, seja ele qual for - já que a lei do piso aprovada no Congresso e sancionada pelo ex- presidente faculta tal prática aos governantes estaduais e municipais.

Se o MEC e o governo Federal tivessem real interesse em aplicar o piso aprovado no Congresso teriam baixado portaria orientando os governantes a praticá-lo assegurando o repasse complementar, por parte da União, caso os entes da federação comprovassem a impossibilidade de pagar o piso. Mas, houve aí uma cumplicidade na conivência entre as esferas federal, estaduais e municipais. Infelizmente, até mesmo as entidades sindicais participaram deste pacto contra os educadores, uma vez que nada fizeram para realizar uma grande mobilização nacional dos educadores, cobrando a valorização dos educadores, mantendo e instigando a pulverização e consequente isolamento das lutas.

Agora, em Minas Gerais, com a nova lei do subsídio, os servidores da Educação terão 90 dias após o pagamento do primeiro salário - quinto dia útil de fevereiro - para decidir se ficarão com o plano antigo, de vencimento básico mais penduricalhos, ou se ficarão com o novo sistema. Para os antigos servidores, a mudança de sistema é pouco vantajosa, uma vez que o governo confiscou o tempo de serviço dos mesmos. Para os novatos (alguns nem tão novatos assim), que já não contam com biênios e quinquênios, o subsídio somente seria desvantajoso se a interpretação do STF obrigasse os governos a pagarem o piso como valor básico, sem penduricalhos.

Se o governo mineiro for inteligente, atenderá as demandas da categoria para atrair os servidores para o novo sistema do subsídio. Entre essas demandas, citamos aqui pelo menos três itens como essenciais, sem desfazer das demais reivindicações: a) o posicionamento dos servidores no Grau correspondente ao tempo de serviço prestado, b) o retorno dos antigos percentuais de promoção e progressão (respectivamente 22% e 3%) , e c) um terço de tempo extraclasse para a jornada de 24 horas para professores. Além disso, dado ao crescimento na arrecadação de impostos em Minas, seria oportuno ao novo governo conceder um reajuste nas novas tabelas do subsídio ainda em 2011.

Vamos aguardar o desenrolar das negociações entre o sindicato e o governo para traçar novas análises acerdo do que fazer em relação ao subsídio. Por enquanto, ainda temos 90 dias para estudar nossas estratégias de ação e pressionar os governos estadual e federal a olharem com mais atenção a realidade dos educadores e da Educação pública em Minas e no Brasil. O tempo dos discursos e das promessas deve dar lugar agora à real materialização de políticas de valorização dos educadores, com salários decentes, formação continuada e condições adequadas de trabalho. É o que esperamos. E vamos cobrar.

***

"mora:

Por mais que tenhamos clareza que o desgoverno mineiro pretendia (e conseguiu) dividir a categoria quando fez a ALMG aprovar a absurda Lei Complementar nº100, não dá mais para tapar os olhos diante das situações criadas com essa legislação. Além de precarizar ainda mais o ensino no Estado, proporcionando a ocupação de diversos cargos por "professores" sem o mínimo de qualificação acadêmica ou deslocados de suas áreas de formação, a referida lei impede a transferência do EFETIVO, garantindo a permanência eterna do efetivado em 2007. Em audiência pública realizada na ALMG em 17/12/10, a diretora do SINDUTE, Beatriz Cerqueira, cobrou das representantes da SEE a volta das Mudanças de Lotação. No entanto, percebe-se que isso não ocorreu e de acordo com a SRE Metropolitana A não ocorrerá futuramente. Ou seja, o cara que passou em concurso está sendo penalizado. Aliás,nesse sentido, a própria Resolução 1733 de 21/12/10 está sendo usurpada, pois os critérios de atribuição de aulas e turmas não estão sendo cumpridos.

Em tempo: o RS, um dos estados signatários da ADI 4167 contra o PISO, retirou rúbrica do processo em 21/01/11. www.stf.jus.br "

Comentário do Blog: Cara colega Mora, devemos ter o cuidado para não gneralizar nas nossas críticas. Não acredito que o governo tenha conseguido "dividir" a categoria ao criar a Lei 100 - cuja lei, aliás, conforme esclarecemos anteriormente, nasceu da necessidade de resolver um problema de caixa do governo junto à previdência. Os colegas da Lei 100, na sua maioria, participaram da nossa greve e lutam por direitos comuns. Além disso, os efetivados não têm direito às promoções e progressões na carreira, nem à jornada de 30 horas - quando for implantada - e estão sujeitos à demissão caso não haja vaga na escola em que trabalham. Enfim, o que ocorreu foi uma efetivação precária. Além disso, a maioria dos efetivados - pelo menos os que eu conheço - são habilitados e têm formação adequada, com comprovada competência. Claro que há exceções. E claro também que o ideal teria sido a realização de concursos periódicos - o que não aconteceu. O nosso blog apresentou recentemente uma solução a médio prazo para este problema e espero que o governo analise esta proposta: a realização de concursos para o preenchimento dos cargos vagos existentes mais um pequeno percentual das vagas da Lei 100, excetuando-se quem tenha três anos ou mais de serviço prestado ao estado à epoca da criação da Lei 100 (2007), habilitação adequada e compravada competência profissional. Assim, paulatinamente os efetivados conseguiriam regularizar sua situação, além de abrir novas vagas para outros profissionais que não tiveram a oportunidade de participar de concursos anteriores na rede estadual de Minas.

"Anônimo:

Caro Euler:

Amanhã temos uma reunião na escola, a sensação que tenho dessas mudanças, é que mais uma vez o governo divide a categoria, efetivos e efetivados, novatos e antigos na carreira.
Ele resolve um problema, que é a grande diferença salarial que existe na carreira antiga, e cria outro problema agora com essa nova carreira, que é não valorizar a dedicação de anos de professores que aguardavam uma correçao nos salários que foram congelados por anos.

Um abraço! "

Comentário do Blog: Caro colega Anônimo, temos que aprender a fazer do limão uma limonada (ainda mais neste calor, cairá muito bem,rsrs). Primeiro, não concordo que as diferentes realidades salariais e funcionais sejam fator determinante para dividir a categoria. Estas realidades já existiam anteriormente e fizemos uma maravilhosa greve de 47 dias reunindo efetivos antigos, com direito a quinquenios e biênios, efetivos novos, sem direito a essas gratificações, efetivados da lei 100 e contratados. Acho que podemos construir uma pauta comum que unifique a categoria ainda mais e consiga conquistar salários melhores, condições adequadas de trabalho, etc. A mini-pauta que temos apresentado aqui é uma das propostas para unificar a todos em torno de demandas como: reposicionamento pelo tempo de serviço, retorno de percentuais de promoção e progressão, um terço de tempo extraclasse, concurso público, etc. Devemos dialogar com os colegas em torno dos pontos que nos unem e entender o outro como um colega de classe e não como umadversário ou inimigo a serviço do governo. Somos todos vítimas, mas temos a força e a capacidade de provocar mudanças, quando unidos.

"Ivone:

Dividir a categoria??? Sinceramente, nunca senti ao longo de mais de 3 décadas, união da classe dos "SOfressores". Percebo grupos, tipo efetivos antes de 2003, efetivos pós 2003, efetivados pela lei 100, contratados, a turminha que faz "bico" como professor enquanto não aparece nada melhor....e por aí vai. Por isso quando deparei com esse blog, me empolguei. Pelos menos por aqui senti certa força e união.

Lembro ainda a vocês que:

1-Quem não recebe quinquênios e biênios, recebem parcelas remuneratórias, que os primeiros não recebem.

2-Os professores com 15 ou um pouco mais de serviço, tem chance de subir de letra... porém o percentual é tão pequeno que não fará grande diferença.

3- Não vou me prolongar mais ainda... Mais uma vez lamento chegar minha hora de aposentar, com mais de 3 décadas de serviços (e bons serviços por sinal) prestados, estando posicionada na letra "C".

ALERTA:Na citada lei ficou claro que se o professor tivesse recebido algum benefício extra em dezembro, não seria contado no posicionamento. O mesmo não deveria valer para os descontos extras? QUEM ESTAVA DE LICENÇA SAÚDE, TEVE DESCONTo DO "PÓ DE GIZ" EM DEZEMBRO....e no momento do posicionamento, isso não foi levado em conta. Considerou-se o salário com o desconto.

Enviei esse questionamento no link postado nesse site e ainda estou aguardando resposta. Pode ser que tenha mais algum colega nessa situação e que nem tenha percebido!!!!

Um bom retorno às atividades à todos colegas e que esse ano traga algo de bom.

Abraços a todos e OBRIGADA PROFESSOR EULER, POR ESSE ESPAÇO!!!! "

Comentário do Blog: combativa colega Ivone, espero que você aposente com um merecido salário, bem acima do atual. E vamos lutar para isso, juntamente com você. Concordo com o seu alerta a respeito dos descontos salariais em dezembro, que não deveriam ser considerados para efeito de posicionamento na nova tabela. Quanto ao espaço do blog, não precisa agradecer; aliás, sou eu quem agradeço a todos os que nos dão a honra de visitar este espaço e enriquecê-lo com os comentários e análises. Um abraço e força na luta!

"Anônimo:

CARO PROFESSOR EULER, PARA SER SINCERO E COM TODO RESPEITO, ESTA MARAVILHOSA GREVE QUE VOCÊ SE REFERE E EU PARTICIPEI NÃO GEROU BENEFICIOS NENHUM A CATEGORIA, PELO CONTRARIO, QUEM TEM MAIS TEMPO DE SERVIÇO FOI LESADO EM SEUS DIREITOS, E ISSO TUDO COM A CONIVÊNCIA DO SINDUTE QUE AGORA SE CALA, NEM MESMO A RETROATIVIDADE NO PAGAMENTO DO REPOSICIONAMENTO POR TEMPO DE SERVIÇO QUE SERIA PAGO EM JANEIRO O GOVERNADOR ESTA CUMPRINDO, E QUANDO VOCÊ VAI NA PAGINA DO SINDUTE NA INTERNET, O QUE VOCE VE ? NOTICIAS DO ANO PASSADO, O DESRESPEITO DO SINDUTE É TÃO GRANDE QUE SE NÃO FOSSE ATRAVES DO SEU BLOG, E QUE "IRONIA" DA PAGINA DA SEC. EDUCAÇAO NÓS NÃO IRIAMOS FICAR NEM SABENDO QUE OUVE DOIS ENCONTROS ENTRE O SINDUTE E A SECRETARIA, NÃO CONSIGO VER QUALQUER BENEFICIO CONQUISTADO PELO SINDUTE PRINCIPALMENTE PARA OS EFETIVOS, QUE NA SUA GRANDE MAIORIA TEM MAIS DE DEZ ANOS DE ESTADO, E OS QUE COM CERTEZA A GRANDE MAIORIA É FILIADO AO SINDICATO. FAÇA UMA PESQUISA NA SUA ESCOLA E VEJA QUANTOS EFETIVADOS QUE PAGAM O SINDICATO ? É RARIDADE ! E É PARA ELES QUE O SIND LUTA PARA OS ANTIGOS NADA, ESTOU DESCRENTE, DEPOIS DE VINTE E DOIS ANOS EFETIVO, CONTRIBUINDO COM O SINDUTE, VOU CANCELAR A MINHA CONTRIBUIÇAO. "

Comentário do Blog: Caro colega Anônimo, respeito sua opinião, mas não concordo com algumas análises. O que de ruim acontece com a categoria hoje não foi por conta da nossa maravilhosa greve de 47 dias. Pelo contrário. Sem aquele movimento talvez chegássemos ao final de 2010 humilhados e sem qualquer perspectiva de luta futura. Nem sempre conseguimos conquistar todos os direitos numa luta. Às vezes perdemos materialmente, até, mas ganhamos moralmente. E isso é fundamental para nós, enquanto trabalhadores assalariados e enquanto seres humanos. Além disso, foi graças à nossa greve que o antigo teto salarial dos professores subiu de R$ 935,00 para R$ 1.320,00 (41% de reajuste), já creditado no nosso contracheque de janeiro, tanto para efetivos, quanto para efetivados e contratados.

Como dissemos aqui anteriormente, muitos direitos dos educadores foram confiscados ao longo dos últimos governos, ante à incapacidade da categoria de se mobilizar e de se unir para lutar. Concordo com você que em vários momentos ao longo das últimas décadas a direção sindical foi omissa, agindo como se o sindicato só tivesse conseguido conquistas, sem qualquer autocrítica na condução do movimento.

Contudo, a nova direção, na pessoa da colega Beatriz e das colegas que atuaram na comissão de negociação da greve agiram com firmeza em defesa dos interesses da categoria. Podem ter tido avaliações diferentes das nossas, mas submeteram todas as questões às assembléias e foi a categoria quem decidiu pelo começo e pelo fim do movimento. Um final, que aliás, foi marcado por uma quase divisão, com o pátio da ALMG lotado, com cerca de 20 mil educadores. E cuja batalha se estendeu depois na ALMG em madrugadas de luta e pressão contra a base do governo.

A luta social é assim mesmo, caro colega. Não creio que afastar-se do sindicato resolverá o seu e o nosso problema. É o instrumento que temos para negociar organizadamente com o governo. Aliás, se o governo agora chama o sindicato para conversar logo no início do mandato significa que alguma coisa mudou na relação entre as partes. A greve teve aí a sua força moral.

Concordo com você sobre o site do Sind-UTE - e diversas vezes denunciamos aqui a morosidade na atualização e a priorização de temas que nem sempre correspondem às expectativas da categoria. Não concordo com essa babação de ovos do sindicato em relação à CNTE, entidade que considero um braço chapa branca do governo federal, e que representa um entrave para a organização nacional dos educadores.

Mas, isso faz parte da luta; suas críticas são importantes, quando colocadas para provocar mudanças no interior do sindicato, não para nos afastarmos e nos desunirmos. Afinal, como vamos negociar com o governo aquilo que nos foi confiscado?

Um abraço e força na luta!

"Anônimo:

Parabéns à colega Mara [Mora], concordo com você em gênero, número e grau... Euler é uma pena q vc não conhece a realidade do interior, dos rincões distantes da capital, é sofrível. Talvez seja por isso q quem está na luta há mais de vinte anos tem q ver uma desvalorização total, o tal reposicionamento é doloroso, muitos somente estão nas escolas fazendo bicos. "

"mora:

Caro Euler, talvez por você ser de uma cidade pequena da Grande BH, não tenha o conhecimento da realidade dos grandes municípios. Eu trabalho em uma das maiores escolas do Estado (situada na capital) e nessa instituição as aberrações prorporcionadas pela absurda Lei 100 são gritantes. Por exemplo, fonoaudióloga dando aulas de (pasme!!!!) Sociologia; "professora" de Matemática dando aulas de Física (aos montes). Além disso, na outra escola onde também sou EFETIVO (porta da frente), o cara que ministra aulas de Filosofia é formado em Contabilidade (putz.Parece brincadeira, né??? Quanto à greve, também não é verdade que os efetivados se engajaram na luta. Vários se colocaram contra a paralisação e outros tantos permaneceram nas escolas. Nunca é demais lembrar que, durante o período eleitoral, os contemplados com a citada legislação abraçaram a causa tucana e apareceram no programa da AZIA felizes e sorridentes. Por fim, fazer LOBBY de uma lei tão ridícula e inconstitucional não fica bem...
Portanto, volto a insistir que as mudanças de lotação estão suspensas em função dos efetivados que, aliás, ganharam companhia à altura: aqueles que possuem vínculo (!!!!!!????????!!!!!!). Não por acaso o concurso que deveria ter o seu edital publicado em Julho/10 não acontece nem por...decreto.

Em tempo: sugiro a leitura da carta enviada ao jornal OTEMPO, edição de hoje, pelo professor João Goulart. Inté. "

Comentário do Blog: Cara ou caro Mora, Vespasiano não é uma cidade tão pequena assim, tem mais de 100 mil habitantes e tem escolas estaduais com grande número de alunos, em três turnos, com todas as realidades descritas por você. A carência de professores de Matemática, Física, Química e Biologia é comum não apenas em Minas, mas em todo o Brasil, e se deve à desvalorização da carreira ao longo de muitas décadas. Não fiz qualquer lobby em favor de lei nenhuma, mas apenas apresentei sugestão para corrigir problemas criados por sucessivos governos. A questão é que eu não quero transformar nenhum colega de classe - seja efetivo, efetivado ou contratado - em culpado por problemas criados pelos governos. Quem faz o jogo do governo são aqueles que tentam dividir a categoria, tratando os colegas de trabalho como se fossem de segunda categoria. Não concordo de maneira nenhuma com isso. Quase todos nós já vivemos a situação de contratados, inclusive em épocas anteriores de maneira humilhante, quando tínhamos que correr por toda parte, no início de cada ano, sem saber se haveria ou não vaga. E se na sua escola os colegas da lei 100 furaram a greve, realidade diferente aconteceu na minha escola e em todas as demais de Vespasiano e São José, onde vários colegas efetivados não só aderiram à greve como participaram das assembléias, passeatas e outras mobilizações. Alguns efetivos sequer deram as caras. Por isso não dá para generalizar. E é bom ter como princípio que somos todos, independentemente da ocasional situação funcional, colegas de classe. Acho que temos que lutar sim, para que haja concursos periodicamente - e acho inclusive que os bons profissionais da Lei 100 querem isso, pois não tiveram oportunidade de prestar concurso para regularizar sua situação. Por isso, por mais que individualmente possa haver mágoa de um ou outro colega por não ter conseguido remoção - por mais justa que seja a sua indignação -, penso que não devemos transformar essa questão num ponto de discórdia e divisão da categoria. Pelo menos no interior de cada escola, os critérios para escolha de turmas são claros: primeiro os efetivos - e entre estes os com mais tempo de casa -, depois os efetivados, e finalmente, as vagas restantes vão para a designação (contratação), incluindo aí o vínculo, outra coisa que podemos não concordar, mas que obedece a critério de permanência do profissional no cargo - que teoricamente demonstrou competência no exercício da função -, até que este cargo vago seja preenchido, por remoção ou por concurso público. Mesmo não conhecendo a realidade de 800 e poucos minicípios mineiros, todos nós podemos opinar sobre problemas que são comuns para que encontremos as melhores propostas, sem dividir a categoria.


"Marcos:

Caro Euler,

Pelo visto ninguém se atreveu-se a responder a pergunta que deixei e que você enfatizou: "Qual a verdadeira face das entidades que dizem nos representar?".

A Lei do subsídio na minha opinião é tudo o que o governo quer para diminuir ainda mais o peso da educação na folha de pagamentos do estado. Eu não espero nada de bondade nas ações de governos tucanos. Eles são representantes do capital e nada melhor para o capital, um estado mínimo pagando para empresários e banqueiros realizarem serviços que o estado poderia realizar, mas dar lucros para os capitalistas.

Com relação ao Sind-UTE, não tenho grandes esperanças, como disse a Dep. Cidinha Campos, neste vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=q21rM03_R18

A corrupção está no DNA das pessoas, alguém já parou para questionar como é aplicado o dinheiro das contribuições do Sind-UTE? Eu fui coordenador de uma subsede e criei um site para esta subsede, no qual eu divulgava mensalmente a prestação de contas e por isso fui alvo de investidas por parte da direção estadual da época. Quando saí da subsede fecharam o site.

Nós não reclamamos tanta transparência, mas cobre de nós ...

Não vou aderir ao subsídio e acho que todos deveriam estar muitos atentos a essa investida do governo. Pois, passados os 90 dias não tem como voltar atrás. "

"Margareth:

Euler,

Como vai? Sou sua discípula desde a "maravilhosa greve de 47 dias" e gostaria de sua sábia opinião. Hoje recebi a notificação da minha avaliação de desempenho e percebi que perdi ponto em relação a avaliação anterior. Uma colega que pertence a comissão disse ser devido a greve. Greve tira ponto??? Como você acha que devo proceder.Espero sua opinião.

Um abraço

Margareth "

Comentário do Blog: Olá, colega Margareth, participar de greve não pode tirar pontos na avaliação de desempenho, de maneira alguma. Posso falar por experiência própria que, em 2009 fizeram minha avaliação com pontuação muito baixa. Entrei com recurso (pedido de reconsideração), conforme comentei aqui em outro post, e a comissão, ao analisar meu recurso atribuiu outra pontuação, desta feita mais próxima daquilo que julgava merecedor (ainda que aquém do que reivindiquei). O dado concreto é que acima de 70 pontos, para fins de progressão na carreira, não faz qualquer diferença. Mas, você tem direito de saber por qual motivo teve a pontuação reduzida. E essa explicação tem que ser fundamentada em dados objetivos, não bastando a vontade (subjetiva) dos membros da Comissão de Avaliação de desempenho. Na escola em que trabalho este ano fiz parte da comissão e fizemos questão de discutir com um por um dos colegas, que tomaram conhecimento de suas notas e puderam opinar, questionar e sugerir alteração no ato mesmo da avaliação, sem burocracia, de forma transparente, como deve ser. O resultado é que não houve qualquer reclamação quanto à forma de encaminhamento da avaliação, que foi realizada conforme as melhores práticas republicanas. Sugiro a você que procure os membros da Comissão de Avaliação e peça para ter acesso à sua pasta (é direito seu), podendo ingressar na sua escola com recurso até 10 dias após a notificação. Um abraço e boa sorte.

"Anônimo:

Euler tudo bem ? concordo com a Mora, e com o Marcos, é exatamente por causa dos efetivados desta pilantragem desta lei 100 que os efetivos estão perdendo direitos , e concordo tambem com o anonimo que disse que quem contribui com o sindute são os que menos são beneficiados por eles, se houvesse uma desfiliaçao em massa dos efetivos duvido que o sindute sobreviva com os efetivados, que alias aqui no sul do estado deram as costas a esta maravilhosa greve que você se refere. "

"Anônimo:

Olá Euler:

Adoooro os comentários postados no seu blog, é quase um desabafo de muitos de nós diante de várias situações, o comentário que a Mora disse, é o que também estou sentindo, a proteção do estado e até do sindute com determinadas situações, e o silêncio do sindute, a não transparência de informações nesse período de ansiedade e de mudanças.

Parece que exigir ou querer o concurso você está contra alguns colegas que preferem ficar como estão. Sou sindicalizada e querendo também me desfiliar, porque acho um descaso a falta de informações para com os professores.

Na minha escola poucos efetivados aderiram a greve, posso dizer que foi apenas uma professora, os demais foram contra, teve um efetivado, que um dia na greve marcamos uma reunião para discutirmos se continuaríamos ou não como movimento, ele foi capaz de chamar a POLÌCIA para nós. O mesmo tem dois cargos da Lei 100 e não é habilitado, é engenheiro.

Mas ainda acredito na união dos verdadeiros profissionais da educação.

Um abraço! "

Comentário do Blog: Eis abaixo algumas atividades e mobilizações do Sind-UTE-MG divulgadas no site do sindicato.

- Sind-UTE-MG realiza Conferência Estadual da Educação (clique aqui para ver o cartaz).

- Ouça aqui a entrevista que a coordenadora-geral do Sind-UTE Beatriz Cerqueira concedeu ao jornalista Eduardo Costa da Rádio Itatiaia.


"Clayton:

Caros Colegas,

Que bom que estamos discutindo, sinal que estamos vivos e preocupados com a nossa realidade. Antes, nem isso fazíamos.!!!

Vejo com muita importância esse espaço para discussões e debates, mas o resultado de tais questionamentos sempre são os mesmos: ou seja, procuramos culpados entre nossa categoria - efetivo, efetivado, designado e o próprio sindicado; tudo o que o governo quer.

Todos nós temos consciência de que os resultados dessa greve não atendeu de forma equânime à toda categoria, mas se considerarmos que 60% dos servidores em educação recebia até 935,00 reais (segundo “Perfil dos Servidores da Educação” abril 2010) e agora estamos recebendo 1320,00 não dá para dizer que não houve conquistas. Estamos longe do ideal mas, acredito que começamos a caminhar, sobretudo quando se fala em visibilidade perante à Secretaria de Educação. O nosso sindicato é hoje muito mais respeitado quando comparamos com as gestões passadas e isso não podemos negar. Não estou dizendo que é o ideal.

Outra questão que me preocupa é quanto à reação de alguns filiados que não viram êxito na greve e na própria atuação do sindicato, e que logo em seguida tomam a iniciativa de se desfilar. Gostaria de perguntar: O que isso irá resultar em melhorias para você e a categoria como um todo a não ser uma economia mensal no seu contracheque de 8,16 reais???? Relação entre filiado e sindicato não se resume a uma transação estritamente econômica (estou pagando, portanto quero resultados), ela é muito mais que isso.

Precisamos participar mais das reuniões e das decisões tomadas pela categoria, para que os resultados contemplem o maior número de trabalhadores.

Sou efetivo, filiado ao sindicato e tenho 5 anos de estado. (Já sei a resposta: você é novo e tem muito que aprender. Espere quando tiver 20 ou mais anos de profissão).

Tenho um documento produzido pela própria secretaria de educação e o sindicado sobre aquele estudo feito após a greve. O “Perfil dos Servidores em Educação”, abril de 2010. Caso alguém tenha interesse, é só me enviar o e-mail: CLAYTON_LCOELHO@YAHOO.COM.BR

Att.
Clayton. "

"polivanda@gmail.com:

OIIIII!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

MEU AMIGO,

CADA VEZ MAIS SINTO-ME CONVICTA DE QUE POSTAR SEUS POSTS EM MEU BLOG É UMA HONRA!!!!!
TUDO QUE TENHO LIDO DE COMENTÁRIOS SOBRE OS EDUCADORES DA LEI 100 ME DEIXA TRISTE POIS NÃO SE PODE GENERALIZAR DIZENDO QUE SOMOS PROFISSIONAIS SEM QUALIDADE E QUE NÃO APOIARAM A GREVE, ASSIM COMO TAMBÉM NÃO É CORRETO AFIRMAR QUE OS CONCURSADOS (OS QUE ENTRARAM NO ESTADO PELA "PORTA DA FRENTE") SEJAM EXCELENTES PROFISSIONAIS E/OU QUE TENHAM DADO APOIO TOTAL ÀS ÚLTIMAS GREVES. ATÉ MESMO AQUELES QUE JÁ FORAM GREVISTAS E ESTIVERAM NAS ÚLTIMAS GREVES "TERESA BATISTA CANSADA DE GUERRA" MERECEM O NOSSO RESPEITO PELO QUE JÁ CONQUISTARAM POR NÓS TODOS, COMO PROFISSIONAIS E COMO CIDADÃOS. E O EULER COM EQUILÍBRIO, CARINHO E BOM SENSO DEU RESPOSTAS INTELIGENTES E IMPARCIAIS, tais como eu gostaria de ter respondido.

EU SOU DA "LEI 100", TRABALHEI NA GREVE, FUI A B.H., DISPONIBILIZEI MEU BLOG PARA MULTIPLICAR AS IDEIAS EM RELAÇÃO À GREVE E ,ATÉ HOJE, EM RELAÇÃO AOS NOSSOS DIREITOS; TENHO muitos AMIGOS DA "LEI 100" que trabalharam na greve e que são excelentes profissionais ( e me incluo entre eles)!!!

PARABÉNS EULER E OBRIGADA POR VOCÊ EXISTIR, QUE DEUS LHE ABENÇÕE MUIIIIITO!

E PESSOAL, VAMOS TER CAUTELA E UNIÃO! "

Comentário do Blog: Um forte abraço à nossa combativa amiga Vanda, que teve de fato destacada atuação na greve, ao lado de tantos outros colegas de São João del-Rei. A rede estadual de Minas - e acredito que seja comum a todas as redes de outros estados e dos municípios - tem problemas acumulados de longa data, mas felizmente conta com ótimos profissionais, tanto os efetivos, quanto os efetivados e contratados. Devemos de fato ter uma visão voltada para a união da categoria, sem fracioná-la, sem desconhecer as realidades que foram criadas por governos e não pelos colegas trabalhadores. Como disse o colega Clayton em seu comentário acima, não podemos cair no jogo dos governos que querem justamente que nos tornemos inimigos, uns contra os outros, pois assim fica fácil nos dominar. Não conseguirão! Um abraço a todos.

"Anônimo:

enquanto o professor ñ se conscientizar que é um profissional de valor e merece respeito. Enquanto nossos sindicatos ñ se unirem e fazer uma paralisação nacional, só nos resta reclamações. É preciso haver uma cobrança pra que os sindicatos que nos representam sejam mais ativos. O que observo, é que a maioria dos sindicatos viraram cabines eleitorais e esqueceram sua função que é lutar afavor de quem os mantém. Enquanto mantiverem essa guerrinha isolada ñ chegaremos a lugar algum.Eles nos representam, e é deles que devemos cobrar ações.

o nosso governador faz o quer não foi o sindute quem conseguiu nada em relaçao ao subizidio não isto foi uma jogada do governador para tapiar o sindute e os professores, para ele fica mais barato pagar esta merreca do que manter a politica dos penduricalhos, so o sindute não ve isto, e isto que foi dito em relaçao aos filiados é a mais pura verdade quem mantem o sindicato é o efetivo e não o efetivado, o sindute não tem o menor respeito pelos professores mais velhos, assiste a tudo e não resolve nada, estou me sentindo humilhado pelo governo e pelo sindicato . "

"Anônimo:

Olá professores:

O sindute parece que vai marcar assembleias no dia 24 de fevereiro, dia de paralisação também, acho muito importante a participação nessas assembeias, para discutirmos sobre as nossas situações.

Outra coisa que não podemos esquecer é que a cobrança não deve ser feita apenas em nível estadual, mas também em nível federal, essa situação do sindute culpar apenas os tucanos pelo descompromisso com a educação não está certo, tem que cobrar dos políticos que dizem que nos representam, por exemplo, Gilmar Machado (dep federal), o que o PT tem que ter propostas para nos auxiliar, já que é o 3° mandato do mesmo na esfera federal. Culpar apenas o Anastasia e o PSDB não adianta. "

Postado por Blog do Euler às 03:43 13 comentários

Nenhum comentário :

Postar um comentário