Nos descaminhos da Educação em Minas...
No caminho com Maiakóvski
Autor: Eduardo Alves da Costa
"(...)
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
(...)"
***
Não sei porque cargas d'água, toda vez que leio este trecho do profundo poema de Eduardo Alves da Costa, poeta fluminense, penso na categoria dos educadores de Minas.
Já perdemos os biênios. Já perdemos os quinquênios. E agora, com o subsídio, estamos perdendo o piso, já que o teto, nunca o tivemos.
Reduziram os percentuais de promoção e progressão, confiscaram-nos as gratificações e engoliram, de uma só vez, o tempo de serviço prestado ao estado.
O que mais falta fazer, para que a categoria desperte para a luta?
Talvez, nestes anos todos de choques e confiscos tenham tirado de nós o que há de mais importante: a dignidade, a coragem de lutar.
De uma categoria ou de um povo que não sabe lutar, só se pode mesmo esperar por piedade.
Acendamos uma vela para os colegas que perderam a voz e a coragem de defender os interesses da nossa categoria.
Eles precisarão de muitas velas, quando a escola pública e a carreira dos educadores, pela omissão de muitos, deixarem de existir, e no seu lugar, o governo continuará construindo mais cadeias, e viadutos, e cidades administrativas, e pontes, e estádios de futebol...
E porque nos calamos quando era preciso lutar, já não podemos fazer mais nada a não ser... aceitar, e aceitar, e aceitar...
***
"Anônimo:
Boa Noite Prof Euler
Muito oportuno o texto, poema retrata muito bem a realidade atual. tomara os colegas entendam e tomem posição!
Creio que o artigo abaixo completa bem o seu último post.
E creio tb que já é mais que hora de se cobrar dos deputados uma posição clara sobre a Lei do Piso.
Afinal o Governo é composto de Legislativo e Executivo e Judicário, claro! Dessa vez o Judicário não poderá declarar a greve ilegal, o que ele terá que fazer é declarar ILEGAL O GOVERNO QUE NÃO CUMPRE A LEI FEDERAL 11738/08 QUE DETERMINA O PAGAMENTO DO PISO PARA OS PROFESSORES! PISO = VENCIMENTO BÁSICO E NÃO É TETO DA REMUNERAÇÃO CONFORME DETERMINA A LEI DO SUBSÍDIO, APROVADA PELOS DEPUTADOS DE MG. SOS!
JORNAL FOLHA DE SP 20/06/2011
Três inúteis Poderes de Estado?
CELSO LIMONGI
A paz social exige seja nosso livre-arbítrio moldado. Ao Legislativo cabe moldá-lo. E o legislador é paradoxalmente dotado de arbítrio. Mas quem vai impedir o Estado, conhecido por seu vampirismo tributário, por exemplo, de exagerar na tributação?
O legislador deve produzir leis para o bem comum da sociedade.
Porém, produz leis para segmentos sociais próximos a ele. O legislador é atento e ágil, quando lhe interessa, na defesa de corporações e oligarquias. Editada uma lei, precisamos todos apurar quem está por detrás dela, a quem ela serve, ler a lei nas entrelinhas...
O legislador tem o dever de ser imparcial. Mas, se ele produz uma lei parcial, protegendo certo segmento social, como fica o juiz, que deve ser imparcial? Aplicando uma lei parcial, será também parcial.
Se o juiz for apenas a boca da lei, como um ser inanimado, estará cumprindo a missão democrática de destinar tratamento de igualdade a todos? Para Paulo Bonavides, os governantes são os autores da ingovernabilidade, porque "se apartaram da concretização dos fins que fazem legítimo o exercício do poder na complexidade social contemporânea".
Falta aos governantes o senso ético de que deveriam trabalhar exclusivamente para o bem comum.
Contudo, enquanto corporações se veem protegidas, a massa popular fica sem voz no Congresso: os 27 partidos políticos que deveriam representá-la pensam em seus próprios interesses.
Estamos mais distantes do núcleo político das decisões, porque os eleitos não decidem.
Decidem o mercado, a Bolsa de Valores, o FMI, o Banco Mundial, a reconhecer o ocaso da democracia representativa.
O Executivo é o responsável pela "ruptura na adequação dos meios aos fins, do quebrantamento da unidade, harmonia, independência e equilíbrio dos Poderes" (Bonavides). O Executivo, na sua função típica, administra, mas legisla (poder de sanção ou veto) e, em muitos temas, só ele dispõe da iniciativa da lei. Expede medidas provisórias. (OU LEIS DELEGADAS COMO EM MG)
É o responsável pelo Orçamento. Dispõe de milhares de cargos comissionados, a favorecer a barganha política. Obriga o Congresso a deglutir projetos de seu interesse. (EM MG A ASSEMBLÉIA DE MG VOTA A FAVOR DO EXECUTIVO... ATÉ QUANDO ISSO? )
O Judiciário assume vital importância na defesa dos direitos fundamentais do homem. Interfere gravemente no espaço reservado aos demais Poderes, ao controlar políticas públicas. Precisa, pois, de independência político-administrativa.
Se instrumentos legais lhe faltam, são, porém, suficientes para que exerça com independência sua atividade, desde que não fique a bordejar, navegando sem rumo, por falta de vento nas velas, ou de coragem de seus juízes e, principalmente, dos tribunais superiores, que não devem se associar à tibieza do Legislativo e se conformar com a hipertrofia do Executivo...
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2006201108.htm "
"Rômulo:
Permitam-me, com toda humildade, citar uma frase do filosofo alemão barbudo:
"Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência." - Karl Marx.
Consciência de classe. Eis o x da questão!
Ontem ao fazer o trabalho de mobilização em uma escola do turno da noite que ainda não aderiu ao nosso justo movimento grevista, antes de iniciar a conversa com os educadores(as) solicitei que chamassem as companheiras auxiliares de serviços e o pessoal do administrativo. Uma professora posicionou-se contra, argumentando ser desnecessário a presença desses setores. Educadamente, insisti na minha proposta e a professora ao ver que os outros colegas concordavam com a ideia se retirou da sala aos gritos: "Eles querem fazer é lavagem cerebral, manipular, usar como massa de manobra. Esse rapaz de cavanhaque (o único de cavanhaque era eu) é figurinha conhecida, cabeça de greve!
A reunião continuou e foi razoável. Os colegas escutaram, fizeram questionamentos, críticas. Aproveitei a deixa e abordei a questão da consciência de classe, da gente se sentir como classe explorada e oprimida e que é preciso unificar e se solidarizar.
Por isso que a greve é a escola política do trabalhador. Nela, as contradições, saltam-nos aos olhos.
Precisamos de ter paciência e perseverança. Mas muitos irão dizer: "paciência tem limite!" Nesse caso, penso que não. Precisamos perseverar e apoiar nos que estão na luta. Os companheiros que não aderem a greve atrapalham? Sem dúvida que muito. Contudo, muitos não aderem por dúvidas e desinformações. Outros por egoísmo e ausência de consciência de classe. E muitos em função do receio, devido a miserabilidade e ao empobrecimento. Esses devemos encorajar e ter muita paciência.
Esse o nosso maior desafio: trabalhar a consciência de classe. E digo que as condições são boas, pois a nossa linha política é correta, os nossos argumentos são justos e temos como exemplo a combativa história de luta do proletariado mundial.
Obs: Sugestão de leitura nesse feriado para manter o ânimo e a disposição: O romance "Subterrâneos da Liberdade" de Jorge Amado. O livro aborda a trajetória de luta dos comunistas durante a ditadura do Estado Novo de Vargas. Livro que se lê de uma sentada só!
Rômulo"
"Anônimo:
EULER, NÃO VAMOS DESISTIR, MIREMOS NO EXEMPLO DOS COLEGAS DE SC E VAMOS LUTAR NEM QUE A GREVE DURE 90 OU 100 DIAS.
http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5197 "
"Anônimo:
Minas foi, é, e smpre será reconhecida pela luta a favor do direito de ser livre, cabeças já rolaram crimes mais perversos já ocorreram para impedir que os cidadãos se pronuncie. Vejo que a tirania persiste vestindo outras roupas, tirano vestidos de democratas. Usam sempre a educação para tirar proveito em época de eleição. Coitada, ela está igual profissionais do sexo , usam ,usam na época das campanhas políticas e depois descartam. Lula quando falava, a sua lingua enrolava ainda mais , porém era melhor do que dilma que se quer faz algum pronunciamento. Aécio e anastasia estorquiu dinheiro da coitada para construir cidade administrativa.
Colegas vivemos à deriva, já levaram os nossos bienios, quinquênios só nos restam agora as nossas entranhas... Cuidado, pois, poderá ser a próxima, e voces que se acovardam diante do movimento vão ser os primeiros."
Muito oportuno o texto, poema retrata muito bem a realidade atual. tomara os colegas entendam e tomem posição!
Creio que o artigo abaixo completa bem o seu último post.
E creio tb que já é mais que hora de se cobrar dos deputados uma posição clara sobre a Lei do Piso.
Afinal o Governo é composto de Legislativo e Executivo e Judicário, claro! Dessa vez o Judicário não poderá declarar a greve ilegal, o que ele terá que fazer é declarar ILEGAL O GOVERNO QUE NÃO CUMPRE A LEI FEDERAL 11738/08 QUE DETERMINA O PAGAMENTO DO PISO PARA OS PROFESSORES! PISO = VENCIMENTO BÁSICO E NÃO É TETO DA REMUNERAÇÃO CONFORME DETERMINA A LEI DO SUBSÍDIO, APROVADA PELOS DEPUTADOS DE MG. SOS!
JORNAL FOLHA DE SP 20/06/2011
Três inúteis Poderes de Estado?
CELSO LIMONGI
A paz social exige seja nosso livre-arbítrio moldado. Ao Legislativo cabe moldá-lo. E o legislador é paradoxalmente dotado de arbítrio. Mas quem vai impedir o Estado, conhecido por seu vampirismo tributário, por exemplo, de exagerar na tributação?
O legislador deve produzir leis para o bem comum da sociedade.
Porém, produz leis para segmentos sociais próximos a ele. O legislador é atento e ágil, quando lhe interessa, na defesa de corporações e oligarquias. Editada uma lei, precisamos todos apurar quem está por detrás dela, a quem ela serve, ler a lei nas entrelinhas...
O legislador tem o dever de ser imparcial. Mas, se ele produz uma lei parcial, protegendo certo segmento social, como fica o juiz, que deve ser imparcial? Aplicando uma lei parcial, será também parcial.
Se o juiz for apenas a boca da lei, como um ser inanimado, estará cumprindo a missão democrática de destinar tratamento de igualdade a todos? Para Paulo Bonavides, os governantes são os autores da ingovernabilidade, porque "se apartaram da concretização dos fins que fazem legítimo o exercício do poder na complexidade social contemporânea".
Falta aos governantes o senso ético de que deveriam trabalhar exclusivamente para o bem comum.
Contudo, enquanto corporações se veem protegidas, a massa popular fica sem voz no Congresso: os 27 partidos políticos que deveriam representá-la pensam em seus próprios interesses.
Estamos mais distantes do núcleo político das decisões, porque os eleitos não decidem.
Decidem o mercado, a Bolsa de Valores, o FMI, o Banco Mundial, a reconhecer o ocaso da democracia representativa.
O Executivo é o responsável pela "ruptura na adequação dos meios aos fins, do quebrantamento da unidade, harmonia, independência e equilíbrio dos Poderes" (Bonavides). O Executivo, na sua função típica, administra, mas legisla (poder de sanção ou veto) e, em muitos temas, só ele dispõe da iniciativa da lei. Expede medidas provisórias. (OU LEIS DELEGADAS COMO EM MG)
É o responsável pelo Orçamento. Dispõe de milhares de cargos comissionados, a favorecer a barganha política. Obriga o Congresso a deglutir projetos de seu interesse. (EM MG A ASSEMBLÉIA DE MG VOTA A FAVOR DO EXECUTIVO... ATÉ QUANDO ISSO? )
O Judiciário assume vital importância na defesa dos direitos fundamentais do homem. Interfere gravemente no espaço reservado aos demais Poderes, ao controlar políticas públicas. Precisa, pois, de independência político-administrativa.
Se instrumentos legais lhe faltam, são, porém, suficientes para que exerça com independência sua atividade, desde que não fique a bordejar, navegando sem rumo, por falta de vento nas velas, ou de coragem de seus juízes e, principalmente, dos tribunais superiores, que não devem se associar à tibieza do Legislativo e se conformar com a hipertrofia do Executivo...
http://www1.folha.uol.com.br/
"Rômulo:
"Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência." - Karl Marx.
Consciência de classe. Eis o x da questão!
Ontem ao fazer o trabalho de mobilização em uma escola do turno da noite que ainda não aderiu ao nosso justo movimento grevista, antes de iniciar a conversa com os educadores(as) solicitei que chamassem as companheiras auxiliares de serviços e o pessoal do administrativo. Uma professora posicionou-se contra, argumentando ser desnecessário a presença desses setores. Educadamente, insisti na minha proposta e a professora ao ver que os outros colegas concordavam com a ideia se retirou da sala aos gritos: "Eles querem fazer é lavagem cerebral, manipular, usar como massa de manobra. Esse rapaz de cavanhaque (o único de cavanhaque era eu) é figurinha conhecida, cabeça de greve!
A reunião continuou e foi razoável. Os colegas escutaram, fizeram questionamentos, críticas. Aproveitei a deixa e abordei a questão da consciência de classe, da gente se sentir como classe explorada e oprimida e que é preciso unificar e se solidarizar.
Por isso que a greve é a escola política do trabalhador. Nela, as contradições, saltam-nos aos olhos.
Precisamos de ter paciência e perseverança. Mas muitos irão dizer: "paciência tem limite!" Nesse caso, penso que não. Precisamos perseverar e apoiar nos que estão na luta. Os companheiros que não aderem a greve atrapalham? Sem dúvida que muito. Contudo, muitos não aderem por dúvidas e desinformações. Outros por egoísmo e ausência de consciência de classe. E muitos em função do receio, devido a miserabilidade e ao empobrecimento. Esses devemos encorajar e ter muita paciência.
Esse o nosso maior desafio: trabalhar a consciência de classe. E digo que as condições são boas, pois a nossa linha política é correta, os nossos argumentos são justos e temos como exemplo a combativa história de luta do proletariado mundial.
Obs: Sugestão de leitura nesse feriado para manter o ânimo e a disposição: O romance "Subterrâneos da Liberdade" de Jorge Amado. O livro aborda a trajetória de luta dos comunistas durante a ditadura do Estado Novo de Vargas. Livro que se lê de uma sentada só!
Rômulo"
"Anônimo:
http://noticias.terra.com.br/
"Anônimo:
Colegas vivemos à deriva, já levaram os nossos bienios, quinquênios só nos restam agora as nossas entranhas... Cuidado, pois, poderá ser a próxima, e voces que se acovardam diante do movimento vão ser os primeiros."
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