segunda-feira, 28 de junho de 2010

MARLY GRIBEL: VENCEU O DESPOTISMO

COMO ERA DE SE ESPERAR VENCEU O DESPOTISMO

Postado às 14:44 por Marly Gribel

E o governo Aécio/Anastasia vence a resistência dos bravos combatentes. Está aprovada a PL 4689/10 que põe fim a direitos adquiridos pelos servidores do Estado, num total desrespeito a Constituição Federal e aos anseios da categoria. Minas Gerais lutou por um Piso Salarial e recebeu em troca subsídio. Subsídio, neste momento, significa fim de vantagens, fim da tentativa de construção de uma carreira para o Magistério.
Durante os debates no "Parlamento"um me achou atenção: O de Durval Angelo, do PT, que questionou a votação de um Projeto que abria ainda mais as rachaduras na frágil democracia de Minas, visto que o Legislativo se submetia integralmente ao Executivo sem quaisquer questionamentos. Todas as emendas propostas que poderiam fazer justiça a categoria foram rejeitadas e no entanto, todos votariam favoráveis ao Projeto, apesar de.... E foi assim, venceu o Despotismo .
Direitos adquiridos pelos servidores foram soterrados, carreiras desmanteladas, e uma categoria confusa e sem respostas aguardando o pronunciamento do Sindicato e as ações que serão encaminhadas no Judiciário e no futuro( que tem que ser bem próximas) afinal, ser feliz é urgente!!! Com certeza, novas lutas terão que ser travadas sob pena de atropelarmos grande parte da categoria que saiu bastante prejudicada neste Acordo. Aguardamos que o Sind-UTE se posiciona nos seu site, esclarecendo todas as dúvidas da categoria e tomando as medidas judiciais cabíveis.
Por fim, dizer aos meus companheiros de luta, que estou aqui, firme, para novas batalhas, como "José "de Carlos Drummond de Andrade, que não dorme, não cansa, não morre, que é duro como todo bom mineiro, que segue sempre em frente. Interessante que esse poema foi escrito na ditadura de Vargas e segue agora para vocês na Ditadura de Anastasia. Selecionei alguns trechos :

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?

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