quinta-feira, 29 de julho de 2010
Devemos nos preparar para colocar o bloco na rua...
Pinduca, aquele que votou contra as emendas dos educadores de Minas - um deles - foi barrado pela lei da Ficha Limpa. Leia matéria completa clicando aqui. É um a menos na nossa lista de Ficha Suja da Educação!
Achei por bem deixar a roupa suja para amanhã e me concentrar pelo menos durante um pedaço de hora neste texto. Estou preocupado. Com os rumos da nossa luta, com o que virá no próximo governo estadual, cujos primeiros sinais não são os melhores. O afilhado do faraó já deu mostras da insensibilidade para com os problemas sociais e com a Educação em especial. O outro, mesmo em campanha, mostra-se incapaz de assumir compromissos bem definidos - imagine-se depois de eleito. Por isso eu não vou assumir compromisso com estes candidatos.
Não podem estar descartadas pelo menos duas possibilidades em relação às eleições para o governo do Estado: o voto em um(a) candidato(a) com perfil ideológico de esquerda, mesmo sabendo de sua derrota eleitoral, ou mesmo o voto nulo para o governo de Minas.
Dirão: isso vai favorecer o afilhado do faraó. Bom, se temos essa força - e eu acho que temos - então merecemos mais respeito por parte dos candidatos, especialmente do candidato do PMDB-PT. Se ele pretende receber o voto de 400 mil educadores e mais familiares e influência na comunidade ele deve assumir compromissos públicos e formais com a Educação e especialmente com os educadores. Nada menos do que isso: a) pagar as novas tabelas já em janeiro de 2011, b) posicionar os educadores nas tabelas de acordo com o tempo de serviço no estado, no máximo em até 03 meses de governo, c) pagar o quinquênio para todos os servidores da Educação (inclusive os novatos, que já tenham cinco anos de casa e aos demais quando completarem este tempo), d) não mexer na jornada de trabalho e comprometer-se a aplicar o terço de tempo extraclasse como manda a lei do piso aprovada em 2008 e até agora não aplicada. As demais reivindicações podem ser discutidas durante o governo, mas estas, são básicas. Sem compromisso formal e público, não há apoio.
Então devemos nos preparar, inclusive convocando os trabalhadores da Educação para que, na última semana que antecede as eleições, utilizarmos as duas últimas aulas para discutir com pais e alunos sobre as realidades eleitorais e conjunturais no Brasil e em Minas. Não se trata de campanha eleitoral para este ou aquele candidato, mas de um projeto de cidadania, que temos autonomia para realizá-lo.
Temos obrigação moral de conversar com os alunos e pais de alunos sobre a realidade política do nosso país, do mundo e do estado de Minas Gerais. Discutir com eles, por exemplo, como são aplicadas as verbas públicas, que deixam de fora a Saúde, a Educação e o saneamento básico, enquanto se constroem obras faraônicas e privilegiam interesses de grupos que detém o poder. Mostrar o papel da mídia que entorpece as mentes das pessoas todos os dias, em troca de muitos milhões que caem nos bolsos de alguns poucos proprietários desta mídia, de editores e jornalistas de aluguel. Mostrar como a Justiça só prende pobres e negros, enquanto livra a cara de bandidos de colarinho branco.
Nada impede que fora da escola os educadores apoiem os seus candidatos. Deveríamos até formar uma lista de candidatos a deputado estadual e federal e ao senado absolutamente comprometidos com a luta dos educadores e com os movimentos sociais, como os sem-terra e os sem-teto, entre outros. Não precisamos de mais representantes bundões, mauricinhos, pois isso todos os partidos têm de sobra. Precisamos de lutadores sociais a nos representar com dignidade, testados na luta, que não se vendam e que não se deixem embriagar e lambuzar com os banquetes palacianos da burguesia, negociando a alma com o demônio.
Nós, educadores, precisamos mostrar a nossa força, inclusive eleitoral, mas não somente. Nossa principal força reside na nossa capacidade de mobilizar a comunidade, de paralisar as escolas e convocar a comunidade contra as injustiças cometidas pelos governos, a começar pelos baixos salários praticados na própria Educação.
Não podemos de maneira alguma assistir passivamente à utilização eleitoreira da causa da Educação pelos candidatos em véspera de eleição. Nenhum dos candidatos preferenciais nas pesquisas têm até o momento moral para falar em nome dos educadores. Ou mesmo para os educadores. E isso a comunidade precisa ter consciência. Só nós, educadores, falamos em nosso nome. E estamos cobrando compromissos, que é a única coisa que alguns candidatos ainda podem assumir.
E a par disso, como tenho dito aqui, devemos nos preparar para enfrentar o próximo governo, seja ele quem for. Manter os tambores lustrados, os apitos por perto, as bandeiras ao alcance das mãos, os uniformes de batalha limpos e a disposição de combate acesa, pronta para enfrentar e vencer o inimigo.
É com essas palavras que faço o meu cumprimento matinal aos lutadores da Educação: força na luta, camaradas, até a nossa vitória! Não vamos esperar em silêncio e acomodados que pisem novamente na nossa garganta. Temos a nos inspirar a nossa maravilhosa revolta dos 47 dias. Precisamos manter a nossa unidade, fortalecer a nossa organização e nos preparar para as próximas lutas.
* * *
Links com temas associados ou não:
- Site oficial do Sind-UTE - que cobra do governo a promessa da publicação, até o final de julho deste ano, do edital do concurso público para as diversas carreiras da Educação.
- Blog do Miro - falando sobre a necessidade de uma auditoria no Datafolha - ou "Datafraude".
- S.O.S. Educação Pública - bom artigo sobre o "bicho papão MST" no inconsciente de eleitores desavisados.
- Blog do COREU - com sua equipe de primeira linha de articulistas, sob a coordenação do colega Wladmir Coelho.
- As nossas combativas colegas Cristina (Blog da Cris) e Vanda Sandim (Blog Proeti no Polivalente) estão curtindo o que resta das nossas férias. Vale a pena revisitar o blog dessas guerreiras.
- Não deixem de acompanhar também a grande lista de blogs que indicamos ao lado. A rede de comunicação virtual virou a mais confiável fonte de informação das pessoas que não se guiam pelas desinformações da mídia burguesa.
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