terça-feira, 26 de outubro de 2010

Blog do Euler:Serra e bolinha de papel

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bolinha de papel na careca do Vampirão vira referência para professores e alunos



O Vampirão costuma dizer que já lecionou e por isso se considera um "professor". Tem dois vídeos circulando pela Internet sobre o assunto. Um deles mostra que o Vampiro tem dificuldade até mesmo para realizar uma divisão simples. Num outro, ele diz que apenas os interessados é que ficavam na sala quando ele lecionava. Ou seja: é muito provável que ninguém permanecia em sala de aula. Além disso, na blogosfera circula a informação de que o diploma de economista que ele diz possuir não é reconhecido no Brasil.

Bom, a par e apesar desses dados, consideremos que ele seja um "colega de profissão", com todas as aspas que a situação impõe. Deste modo, é mais do que justo que os professores de todo o Brasil reivindiquem tratamento isonômico em relação às ditas agressões que a TV Globo alega que o dito "colega" teria sofrido no Rio de Janeiro.

Comprovadamente, o Vampirão recebera uma bolinha de papel na cabeça, que bateu e repicou, aparentemente sem causar qualquer dano físico. Os professores e as professoras de todo o Brasil são vítimas quase que diariamente de bolinhas e bolões, além dos palavrões. Resolvem tudo numa boa, sem fazer grandes alardes, a não ser no ambiente interno da sala de aula. O "colega" Vampirão, ao contrário, foi socorrido primeiramente por um telefonema amigo, que lembrou-lhe que ele teria recebido um objeto e que deveria reagir, colocando a mão na cabeça. Em seguida, fora ecaminhado para um hospital, tendo recebido tratamento vip, com direito a uma tomografia computadorizada sem marcação prévia do exame, e uma recomendação médica para que tirasse 24 horas de repouso. Além disso, o caso virou manchete principal da TV Globo, única emissora que enxergou um objeto não identificado com dois quilos ou mais caindo na careca do Vampirão.

O pobre do professor - ou seja, nós, os verdadeiros professores -, além do salário de fome - ou do seu equivalente imediato aqui em Minas, mais conhecido como salário-de-professor-de-Minas - quando é "agredido" com bolinhas de papel não tem direito a nada além de lamentar a situação a que chegou a Educação pública no Brasil. E se esse (ou essa) professor(a) for de São Paulo, além das bolinhas de papel, terá ele que enfrentar também o cassetete e o gás de pimenta da polícia do "colega" Vampiro.

Por isso, em nome de uma justa isonomia no tratamento entre colegas de profissão, os professores devem exigir, toda vez que forem agredidos com algum objeto, especialmente com bolinhas de papel, o seguinte: a) direito a tomografia computadorizada para ver se não ocorreu qualquer ferimento interno e externo; b) direito a pelo menos 24 horas de repouso, quantidade de horas essa multiplicada pelo número de bolinhas de papel de que tiver sido vítima; c) direito à divulgação da "agressão" em cadeia nacional de rádio e TV. Acrescentaria mais um item: um auxílio-bolinha-de-papel, na faixa dos 20% sobre o vencimento bruto, pois sobre o vencimento básico daria quase nada.

Recomendaria ainda aos colegas professores que adotassem o método das bolinhas de papel para se comunicar com os alunos. Basta formular um texto ou pergunta e jogar para cima (ou para o lado). O aluno atingido ficaria incumbido de comentar ou responder a pergunta formulada. Mas, cuidado para não acertarem a cabeça dos alunos. Eles podem ficar traumatizados. Não com a bolinha de papel, mas com a lembrança de que um dia, um candidato a presidência da República, num ridículo circo montado com a maior emissora de TV do país, quis transformar uma simples bolinha de papel num motivo para se tornar vítima de grande agressão que deixaria a população consternada. Felizmente, a armação caiu feito castelo de papel e tudo indica que não teremos um presidente da mentira e da enganação nos próximos quatro anos. A transformar os sonhos dos brasileiros, especialmente dos de baixo, em pesadelos.

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Reportagem do Jornal da Record comenta principais fatos na reta final da campanha: Paulo Preto, Erenice, aborto e as revistas Veja e Istoé
. Veja no vídeo abaixo.


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