quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Euller nos fala de um diálogo entre padrinho e afilhado !!!

QUINTA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2011

Blog capta novo diálogo entre padrinho e afilhado




Blog capta novo diálogo entre padrinho e afilhado

- TRRRIIIMMMMM!
- Hic, hic! Alô, quem fala?
- Oi padrinho, sua benção!
- Hic... Hic... Deus te abençe, afilhado, mas que hora é esta para me ligar?
- Desculpe, padrinho, é que estou em outro país e perdi a noção do fuso horário.
- Hic, hic, tudo bem, afilhado...
- Tá tossindo, padrinho?
- Não, estou com soluço, hic, hic. É que saí de uma festa agora há pouco, da casa de um amigo aqui no Rio. Festaço, com todo tipo de bebida importada, hic...
- Ah, ainda bem que é só um soluço... Se estivesse em Minas eu ia te indicar um médico do Ipsemg.
- IPSEMG? Hic, hic, hic... Cê quer me matar, meu afilhado? Desde quando eu sou atendido no Ipsemg?
- É mesmo, desculpe, padrinho, é que eu estava conversando sobre este assunto com uma secretária, e acabei confundindo.
- Mas, como foi a viagem ao exterior? Conseguiu aumentar meus fundos de campanha?
- Claro, padrinho, são muito boas as perspectivas. Conversei com muitos empresários, banqueiros, estão todos apostando no senhor...
- É mesmo? Hic, hic, hic... Que notícia boa!
- Tudo bem que eles não votam aí no Brasil não, mas isso é só um detalhe... o que importa é que com a grana deles dá para realizar um ótimo trabalho. O tutu deles é violento. Vamos encher o Brasil com seu retrato em outdoor.
- Claro, hic, hic, estou contando com isso. Além disso, tem as nossas empreiteiras de Minas, que não nos abandonam, e nem nós a elas, não é mesmo?
- Claro, padrinho, nossos acordos com as empreiteiras estão todos de pé. É verdade que tem um pessoalzinho chato da Educação que quer porque quer receber o tal do piso salarial...
- Hic, hic, hic... P-I-S-O? O que é isso?
- Já te expliquei uma vez, padrinho, mas reconheço que é um tema chato e até eu tenho vontade de esquecer deste assunto. O problema é que é lei federal e vai custar um bom dinheiro do nosso orçamento. E é isso que me preocupa...
- Hic, hic, hic... Mas que conversa é essa, afilhado? Pensei que você já tinha resolvido esse assunto. Não vai alterar as metas do choque de governo que nós iniciamos, hein?
- Não, padrinho, pode ficar tranquilo, estou realizando um verdadeiroGoverno de Choque. Até mesmo o prêmio de produtividade está ameaçado...
- O quê? Hic, hic, hic... O prêmio? Aquele que eu implantei para substituir os aumentos salariais? Mas, aí minha campanha vai por água abaixo, antes de começar.
- Pois é, padrinho, mas tá difícil arrumar estes recursos. Olha que eu já lasquei um confisco em mais de 150 mil educadores, reduzi o salário deles no meio do ano, deixei os grevistas sem salário durante mais de 50 dias...
- Fez bem, afilhado, fez bem, essa turma de baderneiros tem que ser tratada assim mesmo: com corte de salário e polícia reprimindo!
- Eu sei, padrinho, eu aprendi isso com você...
- Bom menino, bom menino ... Hic, hic... Mas, o importante mesmo é que não faltem recursos para as nossas obras, nossos empreiteiros, a Copa do Mundo, nossos amigos das grandes empresas que querem anistia fiscal. Pode dar à vontade que eles merecem. Já esse negócio de piso, isso é bobagem, ninguém leva a sério esse assunto desagradável sobre educação. Meus adversários políticos fazem muto discurso e na hora h todo mundo cai fora. Não vê a presidenta? Falou, falou e agora, nada.
- Tem toda razão, meu padrinho, e eu, que não prometi nada para os educadores é que não vou fazer o que eles querem. Já ofereci o subsídio, e tá muito bom. Imagina, padrinho, pelo subsídio eles passam a ganhar pelo resto da vida deles até dois salários mínimos, coisa que é até mais um pouquinho do que na sua época, lembra?
- Não brinca, afilhado? Cê tá muito generoso. Hic, hic, hic... Dois salários mínimos como remuneração total para um professor com 30 anos de casa tá bom demais da conta. E o tal do piso básico, afilhado?
- Ah, não te contei não? É R$ 712 pra todo mundo!
- Isso tudo? Cê tá de brincadeira comigo. Hic, hic, hic... Eu vou ter que tomar mais uma.
- Preocupa não, padrinho, isso dá pra fazer, até 2015 dá.
- Ah, afilhado, antes que eu me esqueça, não deixe de reservar uma fatia caprichada para os nossos amigos da imprensa...
- Claro padrinho, mas essa gente é barata. Qualquer trinta dinheiros nós levamos a grande mídia toda do estado, e mais um procurador de lambuja. Não chega nem a fazer cócegas no orçamento. Agora, esse piso dos educadores... 400 mil educadores... padrinho, aí que está o nosso problema.
- Hic, hic, hic, isso tudo, afilhado? Pelo amor de Deus! Dá um jeito de enrolar sem que eles percebam, porque se eles resolvem fazer campanha contra a gente nós podemos mudar de país: 400 mil educadores dá para derrubar qualquer governo.
- Eu sei, padrinho, é por isso que nós fizemos de tudo para dividir essa turma. Jogar uns contra os outros continua sendo, desde há muitos séculos, a melhor forma de enfraquecer os inimigos. Tem alguns que até colaboram com a gente. Precisava ver durante a greve deles. Eu até agradeci a eles pelo apoio. Muitos, fiquei sabendo, ficaram todo orgulhosos com minhas palavras de agradecimento.
- Tomara que este piso dê errado. Hic, hic, hic. Vou beber um gole por você mais tarde, afilhado, para que você consiga resolver este pepino, porque eu quero distância deste assunto. Só volto a Minas quando tudo estiver pacificado.
- Ihhh, padrinho, então vai demorar. Talvez até a Copa de 2014 os ânimos já estejam serenados...
- Tomara. Quero inaugurar o Mineirão em plena campanha, hic. Vou convidar o povo todo para me receber na porta do estádio reformado.
- Na porta, né padrinho, na porta, porque lá dentro mesmo, só quem tem dinheiro para pagar os ingressos, que não serão baratos não.
- Claro, na porta. Os jogos, que é bom mesmo, o povão vai assistir é pela TV, e tá bom demais. No Mineirão vão estar os torcedores de outros países, e nós, e os nossos convidados, claro.
- Pois é, padrinho, mas agora vou ter que desligar porque estou recebendo uma mensagem-torpedo urgente no meu celular. Espera um pouco padrinho... Ihh, minhas secretárias estão dizendo: "Volte logo, o clima em Minas não vai nada bem: chuva e sol, professores reclamando da falta de salário, moradores das comunidades de ocupação denunciam higienização dos pobres, servidores públicos reclamam pelo prêmio... e por aí vai".
- Hic, hic, hic... Mas que monte de assunto negativo para minha cabeça, afilhado! Quando for ligar para mim, desligue este celular e selecione os temas para falar comigo, pois toda vez eu sou surpreendido com assuntos muito desagradáveis, que estragam a madrugada maravilhosa que eu acabei de viver com meus amigos aqui do Rio...
- Desculpe, padrinho, desculpe, isso não vai acontecer novamente, prometo. Tenha uma boa madrugada de sono, que eu já estou de retorno. Sua benção, meu padrinho!
- Deus te abençoe, meu afilhado! Sono nada... Depois dessas notícias todas eu teria um pesadelo... Hic, hic... vou ver se encontro algum boteco aberto!

***

Comentário do Blog: Achei por bem trazer para a parte inicial do post estecomentário resposta que dei a um dos nossos navegantes. Vejam:

Olá, pessoal da luta, membros do NDG, estudantes, pais de alunos e demais educadores de combate!

Bom dia!

Ao Anônimo de 00:57,

Se todos tivessem ficado no subsídio, não haveria piso salarial em Minas Gerais. Logo, todos os que receberem o piso terão uma dívida eterna para com quem teve coragem de voltar para o vencimento básico, e mais ainda, com quem teve coragem de fazer 112 dias de greve para garantir o piso e a carreira.

Quanto às perdas provocadas pela mudança de regime remuneratório, claro que vamos brigar por elas na Justiça. Aliás, o sindicato já deveria ter entrado com ação na Justiça desde o mês de julho, quando o governo cometeu a ilegalidade dereduzir os salários de 153 mil educadores que optaram pelo vencimento básico e suspender, para estes, o reajuste salarial aplicado em janeiro.

Muitos dizem que essa redução já estava prevista na Lei do Subsídio. Esta lei é estadual, e não pode passar por cima da Constituição Federal, que proíbe a redução de remuneração salarial. Falamos isso aqui mil vezes, mas o sindicato tem sempre o argumento de que quando o piso for pago vamos recuperar essa perda. Conversa. O piso será pago a partir de janeiro de 2012 e o retroativo, mesmo que seja cobrado na justiça, dificilmente será pago de uma só vez.

Já esta perda com a redução salarial, não. É possível provar que tivemos uma perda imediata e ilegal provocada pelo governo - e isso ele terá que nos devolver.

Primeiro, porque foi um reajuste previsto em lei e no orçamento do estado para 2011. Logo, deixar de pagar para uma parcela de educadores aquele reajuste previsto é cometer uma grande ilegalidade; segundo,porque não se pode reduzir salários, mesmo que haja mudança de sistema remuneratório. Ainda mais quando esta mudança foi realizada inicialmente de forma compulsória (caso do subsídio). Nós apenas retornamos ao que já existia antes.

E não estando submetido à Lei do Piso, que é uma lei federal, o governo não pode aplicar um reajuste diferenciado para uma mesma categoria: dar zero de reajuste para a metade de uma mesma categoria, e 20% para a outra metade desta categoria, cujos membros exercem a mesma função, com a mesma carga horária, a mesma complexidade de trabalho, estando ligados aos mesmos planos de carreira.Ainda mais quando esta diferenciação de tratamento se faz para coagir e punir quem não aceitou o novo e compulsório sistema remuneratório que o governo quis impor.

A coisa pública exige legalidade, impessoalidade e transparência. E moralidade também. Você não pode fazer uma coisa assim: se você vier para este regime de remuneração eu te dou um reajuste x, se você não vier, eu não te dou este reajuste. Ou pior: te dou este reajuste por 6 meses e depois eu retiro se você não ficar no regime compulsório imposto pelo governo. Isto não existe. Aceitar isso é institucionalizar a chantagem como instrumento de política pública.

Ou seja, temos todos os elementos para ganhar na justiça aquilo que o governo confiscou de 153 mil educadores em 2011. Falta só um bom advogado - ou um escritório -, e vontade política da direção sindical de realizar esta cobrança judicial, já que este assunto, não se sabe o porquê, sequer entrou na pauta das negociações da comissão tripartite. Eu não sei o motivo desta omissão. Se alguém souber me explique.

Claro que o piso é a prioridade, e que é no piso que devemos nos concentrar. Mas, recuperar as perdas impostas ilegalmente, é também uma prioridade. Além disso, tal ato contribuiria para que ninguém mais tivesse medo de deixar o subsídio - ou de querer voltar para este sistema, como já temos ouvido alguns desavisados comentarem.

Logo, cobremos do sindicato uma atitude em relação a isso. Ainda que tardia.

***

Frei Gilvander:


O Poder Legislativo de Belo Horizonte poderá ajudar a resolver de forma justa o grave conflito social que envolve a Comunidade Dandara

Em anexo, PARECER JURÍDICO do Prof. Dr. José Luiz Quadros de Magalhães sobre o Projeto de Lei 1271/2010, de autoria do Vereador Adriano Ventura.

A Câmara de Vereadores de Belo Horizonte e a Comunidade Dandara: os vereadores votarão a favor das 5.000 pessoas da comunidade Dandara, no Ceú Azul, em Belo Horizonte, MG, Brasil?

O PL 1271/2010 declara de Interesse Social para fins de desapropriação área no Bairro Céu Azul no limite dos Municípios de Belo Horizonte e Ribeirão das Neves. A Comunidade de moradores estabelecida nesta área, em legítimo exercício de seus direitos constitucionais, foi denominada “Dandara”.

PROJETO DE LEI 1271/2010, de autoria do vereador Adriano Ventura (do PT) será votado no início de novembro. O PL 1271/2010 visa declarar de utilidade pública o território da Comunidade Dandara para fins de moradia popular. Já foi aprovado por três Comissões da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte e deverá ir ao Plenário para ser votado por todos os vereadores, na próxima semana, no início de novembro. A Comunidade Dandara vai conversar, dialogar e reivindicar junto a todos os vereadores a aprovação dp PL 1271/2010. A aprovação desse projeto poderá ser a chave que destrancará o grande impasse que se estabeleceu sobre Dandara: uma comunidade com quase 1.000 famílias que, em 2,7 anos, já construíram mais de 800 casas de alvenaria e segue se organizando. Dandara já é um bairro em processo de auto organização. Se esse projeto for aprovado, o fantasma do despejo será exorcizado, eliminado. Conclamamos todos/as apoiadores/ras da Comunidade Dandara para não medir esforços na luta pela aprovação do Projeto de Lei 1271/2010 na Câmara de vereadores. Contamos vivamente com o apoio de todos os vereadores para aprovação do PL 1271/2010. Projeto semelhante já foi aprovado sobre a Vila Acaba Mundo, no Sion, em BH. Aos vereadores que votarem a favor de projeto, desde já nosso muito obrigado e nossa gratidão.

Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br
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skype: gilvander.moreira


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