sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Não desista
Recebi este comentário da professora Ana Paula:
TIVEMOS NOSSO PONTO CORTADO NA OPERAÇÃO TARTARUGA (A DIRETORA COLOCOU FALTA EM VERMELHO PARA TODOS), SALÁRIOS DESCONTADOS NOVAMENTE, SEM FÉRIAS PRÊMIO, SEM FÉRIAS, NÃO PAGOU A REPOSIÇÃO, PROCESSO ADMINISTRATIVO ATÉ PARA QUEM ESTAVA DE LICENÇA MATERNIDADE E NÃO FOR REPOR. SOCORRO! O SINDICATO JÁ ENTROU JUDICIALMENTE CONTRA O GOVERNADOR QUE TIROU NOSSOS BENEFÍCIOS? O QUE ESTÁ SENDO FEITO? NÃO SABEMOS DE NADA! CLIMA NA ESCOLA ESTÁ HORRÍVEL! NÃO QUERO TRABALHAR EM JANEIRO. SEI QUE ELE NÃO VAI PAGAR. VAI ENROLAR. ESTAMOS FICANDO DOENTES! QUERO LARGAR TUDO! ESTOU DEPRIMIDA! VÁRIOS COLEGAS JÁ TIRARAM LICENÇA MÉDICA. E A FRAUDE DA ASSEMBLEIA? O SINDICATO JÁ FEZ ALGUMA COISA? VAMOS COBRAR DO MINISTÉRIO PÚBLICO O PAPEL DELE. OUTDOR: CADÊ O MINISTÉRIO PÚBLICO? GOVERNADOR BURLA A LEI PARA NÃO PAGAR PISO AOS PROFESSORES!
Prezada Ana Paula,
o seu comentário sintetiza a situação que vivemos. E através do que os profissionais da educação vivenciam na escola percebemos claramente qual é o objetivo do governo.
Pela primeira vez em muitos anos a categoria confrontou uma política que o Estado tentava impor. O governo quis o subsídio, nós lutamos pelo Piso Salarial. Enfrentando a contrainformação, a categoria manteve-se unida e 153 mil servidores saíram do subsídio. Neste momento, o governo percebeu que a sua política de remuneração havia fracassado.
Também já tive vontade de desistir. Esta vontade surgiu no dia 23 de novembro de 2011, após a votação na Assembleia Legislativa. Naquele momento me senti derrotada. Me perguntei o que faltou fazer. Havíamos feito tudo: midia paga, inúmeras ações judiciais, greve, greve de fome, atividades de impacto como o acorrentamento na Praça da Liberdade e na Praça Sete, informativos semanais, material para comunidade escolar, denúncia ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal. Mas, sem discutir e desrespeitando um acordo que ele mesmo assinou, o Governo apresentou o projeto de lei que foi aprovado por 51 deputados, apesar dos nossos pedidos para que a Assembleia não votasse o projeto daquela forma. Um projeto que além de ser uma forma de burlar o cumprimento do Piso Salarial, signficará o congelamento do salário, a retirada de direitos adquiridos e a destruição da carreira.
Neste momento, pode ser que você não acredite mas quem saiu derrotado foi o governo, não foi a categoria. Por isso ele precisa destruir a nossa organização e nos ameaçar instituindo a "pedagogia do medo". O corte do ponto de um dia trabalhado é um exemplo claro disso. A idéia de se ameçar com processo administrativo cada servidor que discorde das arbitrariedades que estão sendo praticadas é outro exemplo.
Também acredito que o governo não vai pagar a reposição corretamente. Se ele não cumpriu o que assinou, quem nos garante que ele cumprirá esta questão. Os salários recebidos (ou não recebidos) este mês demonstram isso. Por isso, ainda no dia 10 de novembro, durante a reunião do Comando Estadual de Greve, a direção do sindicato propôs a suspensão da reposição. Mas a maoria dos que estavam lá não concordaram e avaliaram que a categoria não faria esta suspensão. Com a votação do projeto de lei, acredito que devemos novamente pensar nesta possibilidade.
O sindicato produziu um boletim que esclarece várias questões sobre os direitos do servidor, a reposição e processo administrativo. Está disponível no site do sindicato.
O governo saiu derrotado porque, ao final do primeiro ano da gestão do atual governador, a população o responsabiliza pela greve, ele gastou milhões de reais em campanhas publicitárias que não deram o retorno de formação de opinião que ele pretendia e o país sabe o que acontece em Minas Gerais. A Secretaria de Educação não conseguiu estabelecer uma política pedagógica para a rede estadual, o que é muito ruim para qualquer gestor.
Também concordo com você que a categoria está doente, por toda a condição de trabalho que vive, pelo desrespeito, pelos conflitos no interior da escola originados a partir de tantas ordens arbitrárias, pelo congelamento da sua carreira e pela ausência de perspetiva de futuro.
Tenho outra idéia para o outdoor: Procura-se um Governador para Minas Gerais: que respeite os profisissionais da educação, que cumpra os compromissos assumidos e valorize a educação. A gente só procura aquilo que não tem.
Só tenho mais uma coisa a dizer: não desista!
Sind-UTE reúne Comando Estadual de Greve
Neste sábado, dia 10/12, realizaremos reunião do Comando Estadual de Greve.
Nesta reunião avaliaremos a Lei 19.837/11 e discutiremos estratégias para a continuidade da luta pelo Piso Salarial Profissional Nacional.
A Lei 19.837 além de tornar obrigatório o subsídio como forma de remuneração estabeleceu um período de congelamento da carreira (de 2012 a 2015) onde não ocorrerá progressão ou promoção para nenhum servidor da educação. A luta pelo Piso Salarial é também a luta pela carreira.
Acredito que no próximo período trabalharemos simultaneamente em três eixos:
1) Comunicação
O que significa uma reorganização da nossa política de comunicação atuando junto à sociedade em geral, a categoria e a comunidade escolar.
2) Atuação Jurídica
Neste momento estamos tentando novos caminhos, o que inclui o questionamento da Lei 19.837/11 e outras ações. Concordo que para determinadas demandas, é necessário um escritório específico, uma estratégia específica e já estamos trabalhando nesta perspectiva, apenas não vamos antecipá-la antes de concretizar.
3) Mobilização
O nosso movimento precisa ser aglutinador em todas as regiões do estado. O calendário de mobilização, seja greve ou qualquer outro, precisa ser cumprido pela maioria da categoria, para maior capacidade de pressão. É fundamental que fortaleçamos a nossa organização no local de trabalho e mesmo onde não tem subsede do sindicato que haja grupos de profissionais da educação para encaminhar a luta.
Um eixo sozinho não dará conta do enfrentamento que teremos. Se não nos mobilizarmos, teremos o congelamento do salário, a retirada de direitos adquridos e a destruição da carreira.
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