sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Kléber Cecílio:"Professores: vítimas ou vilões?"

Adorei este texto do Kléber Cecílio ( gritossemecos.blogspot.com)que retrata a verdade do nosso pais e a tristeza da classe dos educadores brasileiros.Nós,educadores de Minas Gerais, entendemos perfeitamente o que este texto retrata.
Vanda

terça-feira, 27 de setembro de 2011

PROFESSORES; VÍTIMAS OU VILÕES?

No momento em que volta à baila a falência do ensino brasileiro, mediante os fiascos do ENEM e de outros balanços negativos, ficamos estarrecidos com a inação das autoridades brasileiras! Ninguém mais agüenta ver e ouvir nossos governantes se debaterem com os mesmos problemas estruturais que atravancam o crescimento do Brasil e o mantém atrelado ao passado colonial. – Saúde, transporte, segurança, educação. – Se esse fosse o nome de um quarteto de violas, certamente suas cordas estariam rompidas de tanto soar mesmas notas e o som enfadonho da cantilena teria implodido os ouvidos da platéia. Mas felizmente a esperança é a última que morre e as eleições bienais brasileiras são o balsamo que alivia frustrações mal curadas. Promessas e mais promessas e o heróico povo espera e espera!...Trágico destino para uma nação que se auto-intitula “o país do futuro”.
Por falar em futuro, certa vez Sêneca em um de seus encontros com discípulos lhes perguntou o que entendiam como futuro? Os noviços, depois de longo pensar, responderam que era tudo o que podiam fazer amanhã. Então, ouviram a seguinte correção: “futuro é o fruto da boa semente que plantamos hoje”. Diante de tal verdade dobrem-se joelhos culpados pelas colheitas dos frutos podres que nosso sistema educacional vem faturando ao longo de décadas de desmazelo e mentiras bem plantadas no passado e que continuam sendo regadas por quiméricos acadêmicos, os quais vivem tateando teorias vãs entre miragens de um processo falaz e duvidoso, cujo objetivo primaz é engordar salários de autoridades e avantajar com índices positivos relatórios manipulados, a fim de impressionar analistas incautos da Unesco e outros órgãos internacionais.
Sob a sombra dessa incompetência proposital e antipatriótica padecem professores, escolas e o Brasil. Professores e seus salários de fome expostos na vitrine do ridículo como culpados imperdoáveis. Homens e mulheres donos da nobre missão de semear para o futuro, lutando desumanamente contra o tempo, as distâncias, as intempéries, o desconforto, a falta de recursos técnicos e ainda estrangulados pelo antidemocrático pressionamento imposto pelo medo do desemprego. Escolas; não fazendo jus aos nomes dos ilustres que as denominam; quebradas, desfalcadas, sujas, alagadas, pichadas, invadidas por malfeitores de toda ordem. E o Brasil; em apuros diante dos desafios das novas tecnologias cada vez mais exigentes, na procura de homens/mulheres aptos a produzir e concorrer em igualdade de condições com seus congêneres estrangeiros. Nesse mergulho ao abismo tecnológico e ao poço da vergonha criam-se empregos para estrangeiros bem formados, geram-se índices estatísticos mascarados e a invencionice campeia solta nos discursos parafraseados com a única intenção de justificar o injustificável lançando objetivos sem planejamento, nem vontade política, nem compromisso com as boas cepas exigidas pelo futuro.
O célebre pensador americano Alvin Toffler em sua monumental obra “O Choque do Futuro” escreveu que: “O homem é efêmero; perenes sãos seus sonhos e realizações, porque através dos sonhos nascem as utopias e através destas a humanidade se move rumo ao progresso real”. Portanto, sonhos são frutos de conhecimento e inspiração. Se escolas ruins são incapazes de transmitir conhecimento, não haverá homens/mulheres cultos capazes de sonhar, nem inspiração, nem utopias, nem realizações e muito menos progresso.
Por conseguinte, não basta ser culto para sonhar. Há ainda que ser feliz... E o que se pode entender como felicidade? Segundo Moacyr Scliar: “o mais completo bem estar físico, mental e social”. Pois bem, à luz de tal definição pode-se afirmar que o corpo docente do ensino básico e médio nacional é composto de elementos no pleno gozo dessas faculdades? Diante de tal pergunta pairam enfáticos “nãos”. Causas são fartas: basta alguma convivência com esses heróis anônimos para se perceber o quão atarantados estão pelos problemas familiares, frustrações profissionais, desafios de toda ordem impostos por um sistema caótico, desorganizado e desorientado em cargas horárias duplas ou até triplas e ainda indefesos contra agressões de alunos raivosos drogados, na sua maioria filhos de pais ineptos. Como se não bastasse tamanho sofrimento ainda percebem salários aviltantes, insuficientes para a gorjeta dos engraxates de nobres governantes inúteis que têm demonstrado não valer o que comem. Portanto, diante de tão obscuro pesadelo, existe possibilidade de essas pessoas transmitirem a outras em formação a capacidade de sonhar acreditando em si e na nação cujo dever é protegê-las? Claramente a resposta é negativa. Então, que se culpem os demagogos proxenetas do povo indefeso com seus salários milionários, sempre munidos de farto corolário de desculpas, a fim de empurrarem cabeças inocentes à guilhotina e absolvam-se esses pobres inocentes, cuja única falta é serem vítimas do sistema e não fazerem parte do esquema coronelista colonial tacanho, que teima em manter a nação de joelhos para o seu bel desfrute.
Peter Drucker, filósofo do pensamento corporativo, pai da administração, cujas teorias levaram centenas de empresas ao absoluto sucesso e à liderança global, sempre enfatizou, na maioria das suas obras, que a administração moderna é “a ciência que trata sobre pessoas nas organizações”. Portanto preconiza que de nada adiantarão gigantescos investimentos em maquinário, equipamentos e instalações, se o fator humano ficar em segundo plano. Primeiro investe-se em pessoas, plantando em suas mentes a satisfação que gerará motivação, comprometimento e criatividade. Depois as ofereça campo fértil adubado com reciclagem pessoal e vasta tecnologia. Os resultados serão auspiciosos lucros sociais e financeiros. Portanto, o primeiro passo é motivar pessoas as recompensando com salários à altura das pretensões da organização, pois não se podem superestimar os objetivos da corporação à custa da subestimação dos objetivos pessoais dos colaboradores. Fácil concluir que se as teses de Peter Drucker funcionam no ambiente corporativo, por-quê não funcionariam no sistema educacional, uma vez que ambos os meios são movidos pela mesma gente, susceptível a estímulos, ansiosa por sucesso profissional e realização pessoal?
Mas, pelo que parece, nossos débeis governantes nunca ouviram falar nessas preciosidades e acham que apenas com belos discursos, falsas promessas, ameaças ditatoriais e salários miseráveis vão conseguir tocar as quase intangíveis cordas que impulsionam o despertar humano. Certamente continuarão preferindo trilhar caminho inverso no intuito de defender interesses pessoais à custa do subdesenvolvimento desse país atrelado ao passado, que para competir no mundo global futurístico precisa substituir o proselitismo administrativo por ações concretas e investimentos maciços em capital humano, assim como fizeram a Coréia do Sul, a Austrália, o Canadá, o Japão, a Finlândia, e alguns outros; pois do contrário continuará sendo apenas o retrógrado país do futuro inalcançável; palco da violência social e guerras entre classes, abarrotado de analfabetos funcionais, pobres de espírito, infelizes mal informados e ignorantes; movidos a míseras bolsas governamentais e enganados pela falácia do assistencialismo eleitoreiro praticado pelos novos social-comunistas jurássicos.


Postado por Gritos sem Ecos às 16:26 1 comentários

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