quinta-feira, 1 de setembro de 2011

EULLER:"Governo apresenta proposta indecente. Greve continua e será a maior da história de Minas. Ministro do MEC não tem compromisso com a Educação."

quarta-feira, 31 de agosto de 2011



Uma entrevista que deveria ser vista pelos membros do Ministério Público de Minas e demais autoridades. Com a palavra o relator da Lei do Piso.





Bom dia turma da luta, membros do NDG. Um belo vídeo, produzido por Kenya Nunes Teixeira, que recebi por e-mail.



Governo de Minas apresenta proposta indecente. Greve continua e será a maior da história de Minas. Ministro falastrão do MEC mostra que não tem compromisso com a Educação. Sem o piso não voltamos para a escola!

Pessoal da luta, turma do NDG,

Acabo de chegar ao bunker, já aprovei cerca de 60 novos comentários e vou redigir, daqui a pouco o nosso relato do dia.

A assembleia estava lotada, com cerca de 12 mil educadores, que lotaram todo o pátio da ALMG. Quando foi apresentada a indecente proposta do governo, de um teto salarial como piso, no valor de R$ 712,20 para todos os níveis - do ensino médio ao doutorado - ficou evidente que o governo de Minas está brincando com os educadores e com a Educação.

A assembleia votou por unanimidade pela continuidade da greve por tempo indeterminado. A estratégia do governo é apresentar para a sociedade mineira e para os poderes constituídos que estará, a partir de agora, pagando o piso proporcional de R$ 712,20 na antiga carreira e, quem não estiver satisfeito, que retorne para o subsídio.

Agindo como órgão auxiliar do governo, o Ministério Público propôs ao sindicato que, diante dessa ridícula proposta do governo de Minas, agora os educadores deveriam suspender a greve. Imaginem que coisa! A resposta da categoria não poderia ser diferente: por unanimidade todos ergueram os braços pela continuidade da greve por tempo indeterminado. A próxima assembleia ficou marcada para o dia 08 de setembro, quinta-feira, quando a greve completará 93 dias, o que a torna a maior greve de educadores da história de Minas Gerais.

E para completar o quadro, ficamos sabendo, pela mídia, da infeliz declaração do sr. Haddad, ministro do MEC, que teria concordado com as contratações de substitutos. Para nós, deste blog, tal atitude não foi nem um pouco motivo de surpresa, pois há muito que temos revelado a face de falastrão deste ministro, que não tem compromisso com a Educação básica no Brasil. Assim como temos apontado o conluio típica de quadrilhas por parte dos diversos poderes das diversas esferas da União, com o fito de massacrarem os educadores.

Mas, nós não deixaremos por menos. O apoio à greve tem crescido. Nossa passeata pelas ruas de BH demonstra isso: mais de um quilômetro de espaço ocupado por milhares de educadores e apoiadores, com recepção calorosa dos moradores e transeuntes. Movimentos sociais, estudantes, sindicatos, todos foram levar o seu apoio ao nosso movimento.

A greve continua e nós venceremos, porque temos uma lei federal, temos uma decisão do STF e temos um núcleo duro da greve na categoria disposto a levar este movimento até a vitória.

Não pense o governo que vamos nos intimidar. Não vamos. Não aceitamos essa chantagem e esse jogo sujo envolvendo o MP, o governo estadual, o legislativo, o judiciário e a mídia. Vocês podem representar os poderes constituídos, mas o verdadeiro poder, segundo a Carta Magna do país, vem do povo, dos de baixo, que organizados saberão (saberemos) arrancar os seus / nossos direitos.

Não faltam recursos para pagar os banqueiros, para construir cidades administrativas, para fazer obras faraônicas, que beneficiam empreiteiras; para dar 60% de reajuste salarial para deputados, para contratar através de leis delegadas centenas de cabos eleitorais do governo; mas, mas... quando se trata de pagar um mísero piso aos educadores vêm com essa história de que não tem recursos??? Que a crise se avizinha? Que a LRF será ultrapassada? Poupem-nos dessa ladainha vazia!

Não vamos aceitar isso!

Por isso, colegas, a luta continua, até a nossa vitória! E eu volto daqui a pouco, assim que tomar um banho, lanchar, descansar um pouco, tomar um chá, etc., com os detalhes e as considerações mais gerais sobre as novas estratégias do governo para não pagar o piso a que temos direito por lei. Estou animadíssimo a continuar em greve pelo tempo que se fizer necessário!

Um forte abraço a todos e até daqui a pouco!

Retomando...

Esqueci de dizer uma coisa importantíssima no relato apressado e irado que fiz acima: a proposta de R$ 712,20 para todos os níveis não é imediata, mas para janeiro de 2012!

Alguns colegas perguntaram sobre as gratificações e vantagens. Elas seriam mantidas, mas com o piso rebaixado do jeito que foi apresentado pelo governo, claro que nosso salário ficará abaixo da crítica.

O Ministério Público, que deveria ser fiscal da lei e acabou se considerando mediador, no final das contas se revelou mesmo enquanto representante do governo. Mais um, aliás. Além do legislativo, do judiciário, do TCE, da mídia, agora ficamos sabendo que o MP completa o time. Em Minas, não há uma república, propriamente dita, mas um governo ditatorial, uma ditadura civil, com fachada de democracia. Um governo despótico.

O representante do MP teve a cara de pau de dizer que o governo fez a parte dele ao apresentar a indecente proposta do piso proporcional de R$ 712,20 para todos os níveis. Ora, e o nosso plano de carreira, com os diferentes níveis e promoções, e que é uma lei estadual, pode ser abolido assim, numa tacada? Então vamos fazer isso para todas as carreiras do estado. Será que a polícia militar aceitaria isso?

Aliás, já que é para criar um socialismo às avessas, igualando os salários por baixo, abolindo as diferenças pela escolaridade e complexidade do trabalho - o que contraria a Carta Magna e também a própria lei do piso, que manda que se criem planos de carreira valorizando a escolaridade -, vamos fazer isso com todos os servidores e agentes públicos, a começar pelo promotor de justiça, pelo governador do estado, pelos deputados, pelos desembargadores e demais agentes.

Já que eles se sentem no direito de agredir as leis federais, passando por cima dos direitos dos educadores para nos impor um salário ridículo, que eles deem o exemplo e reduzam seus próprios salários ao patamar do vergonhoso salário que estão querendo impor aos educadores.

Na prática montaram uma arapuca, que era a mesma anterior: ou vocês ficam na carreira antiga, considerada pelo governo desvantajosa, ou vocês passam para o subsídio, considerada pelo governo como o paraíso para os educadores. Segundo o promotor, trata-se de um governo benevolente, que oferece a opção, seja na carreira antiga (destruída), ou no subsídio.

Isso é palhaçada pura! Uma falta de respeito pelos educadores, pela Educação e pelo povo mineiro dos de baixo.

Nossa resposta não pode ser outra a não ser fortalecer um diálogo aberto com a comunidade para que nos revoltemos.

Está em jogo uma política de destruição de direitos constitucionais, não apenas os dos educadores, mas a pouca democracia existente está ameaçada.

Devemos visitar as universidades e conversar com os estudantes; devemos visitar acampamentos de sem-terra e dos sem-teto e conversar com os companheiros; devemos reunir pais e alunos e formar um grande movimento social contra a tirania instalada em Minas, e até mesmo no Brasil. Nenhuma autoridade, a partir de hoje, poderá dormir sossegada, já que eles estão roubando os nossos sonhos: dos educadores, da Educação de qualidade, de muitas gerações de crianças, jovens e adultos.

Nós temos que dar uma resposta à altura. A primeira delas, mantendo e fortalecendo a nossa greve; estabelecendo as nossas estratégias de cerco às autoridades, mobilizações de massa e ocupação de estradas e praças e ruas.

Se decretarem a ilegalidade da greve, devemos permanecer em greve. Quero ver eles arranjarem 200 mil educadores para nos substituir, principalmente se tivermos o apoio dos estudantes e dos movimentos sociais. Nossa luta vai esquentar. E este governo pode pagar um preço muito maior do que os 3,4% do orçamento de Minas para aplicar verdadeiramente o piso a que temos direito.

Ao mesmo tempo, devemos formar caravana para Brasília. A presidenta Dilma terá que nos explicar direito essa história do falastrão do Haddad defender ilegalidades contra os educadores. Dizem que ela está para vir em Minas. Vamos cercá-la, também. Eu sei que a direção do sindicato tem dois pesos e duas medidas quando se trata de lidar com os governos de Minas e o federal. Mas, nós, da base, do NDG, não precisamos respeitar esse critério partidário da direção. Se Dilma ou qualquer outro ministro do governo dela pisar em terras mineiras, terá que se explicar, terá que responder pela omissão do governo federal na questão do piso e do ensino médio.

Daqui a pouco eu volto com novas análises...

***

Turma da luta, membros do NDG,

Já nos disseram que a nossa força reside dentro de nós mesmos; e no nosso caso, de uma luta social, a nossa força reside principalmente na nossa unidade e disposição para lutar.

Se desistirmos agora, dificilmente vamos nos levantar depois. Acho que temos nos reunir em cada comando de greve local, estabelecer as nossas estratégias de ação e manter a nossa greve, fortalecendo-a.

Venha o que vier da parte do governo e das outras instituições a serviço dele. Temos que estar unidos e fortes, pois assim conseguiremos o apoio da comunidade e enfrentaremos os dragões do mal.

Que o governo venda a cidade administrativa, aquela exposição pública de inutilidade e mau uso do dinheiro público - mas, pague-nos o piso. Que ele suspenda a verba publicitária; que ele demita os centenas de contratados em cargos de confiança; que ele reduza os salários dos de cima; que ele corte os juros para bancos e os gastos com empreiteiras.

Mas, sem o nosso piso e a nossa carreira não podemos voltar para a escola. Se o fizermos, com o nosso medo individualizado, ao invés de nos fortalecer ao lado dos colegas de combate, seremos massacrados pela tirania instalada em Minas Gerais.

A nossa força não pode ser buscada na OAB, no STF ou em qualquer outro órgão. Afinal, todos eles fazem parte do banquete das elites dominantes, para as quais nunca falta dinheiro para a sua ganância.

Por isso querem cortar essa migalha que representa o piso. Não admitem nem mesmo isso para os educadores. Não podemos aceitar.

De forma muito tranquila, eu digo: permaneçamos unidos, fortalecendo a nossa greve, conversando pacientemente com os nossos colegas, parando novas escolas, conversando com alunos e pais de alunos, buscando apoio dos sem-terra, dos sem-teto, dos estudantes, dos que são explorados como nós e precisam também da nossa vitória.

A nossa vitória depende da unidade dos de baixo, porque somos a maioria.

Eles têm o poder do controle do dinheiro que deveria estar voltado para as coisas sociais. Por isso precisam usar a máquina da repressão e outros instrumentos para tentar nos intimidar.

Não se trata mais de legalidade, pois esta conta em nosso favor. Mas, as máquinas de moer gente não respeitam a legalidade. Eles fabricam seus argumentos e repetem mil vezes pela mídia, para que suas mentiras se tornem verdade e lei.

Contra essa máquina, só a nossa auto-organização pela base. No final, eles podem muita coisa, são muito poderosos, mas não podem substituir o ser humano. É como o poema de Bertold Brecht:

"O Vosso tanque General, é um carro forte

Derruba uma floresta esmaga cem
Homens,
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista

O vosso bombardeiro, general
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.

O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar

Bertold Brecht"

E o vosso poder, sr. governador de Minas e seus asseclas, controla a mídia, a justiça, o MP, o legislativo e até o ministro do MEC...

Mas tem um defeito: para colocar as escolas em funcionamento precisa de um professor, de um educador.

- E educadores sabem pensar.

***

P.S Pessoal da luta,
após as 200 primeiras mensagens, o sistema transfere automaticamente os novos comentários para outra página. É só clicar na opção "Mais recentes e Recentes". Não estou censurando nada, viu combativo colega jodson. Quanto ao colega que disse que eu estou em silêncio, bom, só se eu gritar aqui, gravar este grito e colocar na primeira página, porque estou a noite e a madrugada quase toda aprovando comentários, escrevendo, publicando vídeos, etc. Força na luta! (Euler)

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