terça-feira, 20 de setembro de 2011

Euller, em seu texto nos diz que governo de M.G. tenta destruir a greve dos educadores.

SEGUNDA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2011

Governo apela para tudo para tentar destruir a greve dos educadores. Mas, o núcleo duro resiste!


Em Juiz de Fora, um grupo de bravos educadores passaram o dia acorrentados em protesto contra o governo de Minas, que não paga o piso. (Foto: http://juizdeforaagora.blogspot.com/2011/09/professores-da-rede-estadual-realizam.html)


Governo apela para tudo para tentar destruir a greve dos educadores. Mas, o núcleo duro resiste! Diretores do sind-UTE entram em greve de fome. Em Juiz de Fora, educadores passam o dia acorrentados


Foi um dia de chantagens e ações combinadas por parte dos aparelhos do governo para tentar destruir a nossaheroica greve, que completa, nesta terça-feira, 105 dias - a mais longa greve da história dos educadores mineiros.

Durante todo o dia de hoje, 19, o governo mandou que seus capitães do mato telefonassem para os professores com chantagens, dizendo que se eles não voltassem, que haveria contratação para os cargos dos mesmos. Os tais substitutos, que o governo está pegando a laço nas ruas, tenham eles qualquer formação ou nenhuma, de preferência.

Além disso, no site da SEE-MG, o governo requentou o anúncio do edital do concurso, com o qual não concordamos, sabendo que isso provocaria tensão entre aqueles que pleiteiam legitimamente uma vaga na rede do estado. Ainda neste infeliz site, o governo anuncia um hipotético calendário de reposição de aulas, incluindo todos os sábados e feriados do ano, até fevereiro de 2012. Tudo sem ouvir a categoria, que está em greve pelo pagamento do piso salarial nacional.

Para completar, o governo intensificou sua campanha de inverdades através da mídia, com aquela lorota de que já paga o piso, que o sindicato é intransigente, que a maioria dos professores está em sala de aula, com os agradecimentos do governo, e que a greve é ilegal e coisa e tal.

Como vivemos num estado da mentira, podemos esperar de tudo. Uma hora o governo diz que paga até mais do que o piso através do subsídio, e depois diz que se fosse pagar o piso real (não o golpe do subsídio), teria que disponibilizar pelo menos mais R$ 2 bilhões por ano. Outra hora, ele diz que a greve é insignificante, atinge menos de 2% das escolas, mas ao mesmo tempo faz uma campanha como se toda a rede estivesse em greve e que todos os alunos corressem risco de perderem o ano letivo.

E assim, de mentira em mentira, o governo vai tentando enganar a população, procurando jogar os pais de alunos e estudantes contra os professores, quando o grande responsável pela greve dos educadores é o próprio governo, que se recusa a cumprir uma lei federal (11.738/2008) e pagar o piso salarial nacional dos profissionais da Educação.

Mas, os educadores em greve não assistem a tudo passivamente. A greve continua forte, inclusive recebendo novas adesões. Além da guerrilha virtual que é travada o dia inteiro por um grupo de educadores em greve através da Internet, um outro valente grupo da cidade de Juiz de Fora seacorrentou no Calçadão central daquele município, desde às 9h de hoje.

E agora, no final da tarde, recebemos a notícia de que dois valentes diretores do sind-UTE -
Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo - iniciaram greve de fome na porta do gabinete do 1º secretário da Mesa da ALMG, deputado Dilzon Melo, e lá continuarão até que o governo restabeleça as negociações para o pagamento do piso.

Nesta terça-feira, 20, está marcada uma negociação entre o líder do governo e o sindicato - negociação esta arrancada graças aos acorrentados na antiga Praça da Liberdade, atualmente conhecida como Praça da Repressão, onde centenas de educadores e seus apoiadores foram brutalmente agredidos pela tropa de choque do governo no dia da inauguração do relógio da contagem regressiva de 1000 dias para a Copa do Mundo.

Mas, estranhamente, o governo passou o dia de hoje pressionando os deputados para que eles acelerem a votação do projeto de lei que destrói a carreira dos educadores. Mas, este projeto não tira o governo da ilegalidade, já que Minas continua pagando o menor piso salarial do país: R$ 369,00 para o professor com ensino médio.

O que se verifica é que o governo de Minas dispõe de dinheiro para realizar obras faraônicas, como cidades administrativas, viadutos, linhas verdes, estádios de futebol, beneficiando as grandes empreiteiras que financiam as campanhas eleitorais do grupo do padrinho do atual governador. O governo tem dinheiro também para gastar à vontade em publicidade, que cala a boca desta mídia sem ética e sem compromisso com a liberdade de imprensa e de expressão. Tem o governo dinheiro ainda para contratar centenas de cabos eleitorais através de leis delegadas, além dos altos salários e verbas indenizatórias que compõem os polpudos salários da alta cúpula dos três poderes constituídos.

O governo só não tem mesmo dinheiro para pagar um mísero piso salarial para os educadores, porque a Educação pública e a valorização dos trabalhadores da Educação contrariam a política anti-povo deste governo, baseada em choques e confiscos salariais nas costas dos educadores e demais servidores de baixa renda.

Diante disso, é preciso mobilizar ainda mais toda a sociedade mineira dos de baixo, e começar a discutir oimpeachment deste governo para quebrar a máquina que esmaga o povo e destrói os sonhos de muitas gerações. Sem carreira e sem salários, não se pode imaginar que haja Educação pública de qualidade. E com isso, muitas gerações serão vítimas, ficando sem perspectivas de uma formação crítica e também profissional, que possa proporcionar um horizonte melhor para todos.

Na assembleia de amanhã, às 13h, será muito importante que discutamos todas as possibilidades. Será importante também reforçar a nossa auto-organização, inclusive com o apoio e a unidade de outros movimentos sociais e entidades estudantis e sindicais, transformando a nossa luta numa causa para toda a sociedade mineira dos de baixo.

O governo de Minas e sua máquina - mídia, legislativo, judiciário, MP, PM, TCE - estão juntos para nos esmagar.Precisamos nos defender e resistir através de uma ampla mobilização popular. Para isso é necessário que nos organizemos pela base tendo o NDGcomo o centro dessas mobilizações. Um centro horizontal e não burocratizado.

Nós não vamos voltar para a escola sem o nosso piso. E mesmo quando isso acontecer - ou seja, quando o piso estiver garantido - devemos nos manter unidos e em contato, pois não demorará muito para que o governo e sua máquina tentem a todo custo nos destruir novamente. Não conseguirão, porque somos a maioria e estamos aprendendo a nos organizar de forma independente. E isso assusta ao governo e a todos que tentam nos controlar. Não conseguirão.

Por isso, colegas de combate, quem puder chegar mais cedo na ALMG para acompanhar as negociações com os deputados, que o faça. Quem não puder, não deixe de participar da assembleia geral da categoria, às 13h. Precisamos definir os próximos passos para garantir o cumprimento da lei pelo governo.

Vivemos dias difíceis. Sem salários, com a ameaça de perder a carreira, o emprego, o piso. Somos atacados por uma máquina oficial insensível e cínica, formada para destruir seres humanos. Mas, pode ser que tal diabólico redemoinho seja o prenúncio de novos tempos, que serão - estão sendo - construídos com a nossa luta, com as nossas próprias mãos, fazedores de história que somos.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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