quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Euller nos fala que completa 100 dias da greve dos educadores de M.G.

QUARTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2011

100 dias de greve. Governo tenta, sem sucesso, destruir o nosso movimento. A greve é legal e a nossa luta continua, até a vitória!



O importante depoimento do bispo Dom Tomás Balduíno, em apoio ao nosso movimento, quando a nossa greve completava 90 dias.


Foto: professor Rev. Antonio Carlos Gomes





100 dias de greve. Governo tenta, sem sucesso, destruir o nosso movimento. A greve é legal e a nossa luta continua, até a vitória!


Pessoal da luta, turma no NDG,

Percebendo o enorme desgaste que vem colhendo junto à sociedade mineira dos de baixo, o governo apela agora para uma ampla contratação de substitutos. É mais um lance de desrespeito aos educadores, aos alunos e aos pais de alunos.

O governo não se deu conta de que a primeira tentativa de contratar substitutos foi um fiasco. Não conseguiu sequer preencher as poucas vagas que anunciou e precisou colocar na sala de aula pessoas sem formação em licenciatura para lecionar. Um vergonhoso desrespeito aos educadores e aos alunos. Mas, para quem deseja destruir a carreira dos professores, não é de se estranhar que o governo tenha tal comportamento.

Talvez o governo tivesse tudo calculado: enviou o projeto de lei destruindo a nossa carreira na ALMG para que os seus carneiros o aprovassem rapidamente; ordenou ao chefe da procuradoria geral do estado (autarquia do governo de Minas) para pedir a ilegalidade da greve; e em seguida, apresenta este plano diabólico de contratar 12 mil substitutos.

Mas, a vida, felizmente, é muito mais rica do que os planos maquiavélicos dos governantes. Tivemos uma semana muito importante, de recuperação da nossa força, da nossa energia e da nossa disposição de continuar a luta, até a nossa vitória. Considero importante recuperar estes momentos, o que farei a seguir. Afinal, amanhã completaremos 100 dias de greve e se temos razões para lamentar, temos também muitos motivos para nos orgulhar de cada um dos bravos e bravas guerreiros/as que estão em greve há mais tempo, e até mesmo dos que aderirem a partir de agora.

Após todo este tempo, com todos os sacrifícios que temos passado, impostos por um desgoverno insensível e comprometido apenas com os de cima,estamos de pé e firmes e prontos para manter o bom combate.

Amanhã será o dia de nos encontrarmos novamente na assembleia e discutirmos as nossas próximas ações.

Temos que conservar algumas práticas cotidianas - como a manutenção da greve e a sua ampliação, através dos contatos e visitas às escolas e aos colegas; temos também que aprimorar o nosso trabalho de assessoramento jurídico, para não ficarmos a mercê dos golpes perpetrados pelos inimigos, como esse pau mandado do governador que ocupa a pasta da procuradoria; mas temos que discutir a melhora na qualidade da nossa ação de massa. E para isso, precisamos pensar nas nossas ações e ampliar o nosso apoio por parte da comunidade e dos movimentos sociais.

Talvez esteja chegando o momento de ocuparmos ou acamparmos em frente da ALMG, ou do MP, ou na Cidade Administrativa. Não podemos descartar também o fechamento provisório de BRs e rodovias, como forma complementar.

Além disso, temos que continuar de olho na agenda do governador e da presidente da república, que está para visitar Minas Gerais. Precisamos fazer um cerco em massa a estes governantes que não investem adequadamente na Educação básica e não pagam o piso a que temos direito.

Com relação à tramitação da lei do subsídio na ALMG já era esperado que as comissões aprovassem tal projeto da forma como o chefe desses carneiros de luxo mandou.

Devemos aproveitar este momento como exemplo público do anti-exemplo de cidadania praticada por estes pau mandados do governo. Devemos divulgar listas com o nome desses inimigos da Educação e do população pobre para todo o estado.Que eles nunca mais se elejam a mais nada neste estado. Se quiserem, que mudem de Minas - se é que serão aceitos em outro território. São vendilhões e canalhas.

Mas, apesar de tudo e de todos estes elementos negativos que se colocaram no nosso caminho, com o intuito de destruir a nossa carreira, vamos vencer! E eles serão os grandes derrotados. Já estão sentindo o gosto amargo da derrota moral. Logo, sentirão o gosto da derrota total - política, jurídica e moral.

Da nossa parte, devemos manter os nossos esforços para reforçar as nossas trincheiras atacando em muitas frentes ao mesmo tempo, como tem acontecido: na Internet, nas ruas, nas escolas, e nas ações jurídicas. Devemos divulgar um comunicado pedindo aos alunos e pais de alunos que não aceitem os substitutos, pois o governo quer destruir a Educação pública em Minas, destruindo a nossa carreira.

Ao mesmo tempo, devemos ingressar na justiça com ação tentando impedir a contratação desses tais 12 mil substitutos. Que formulem uma ação bem fundamentada e a divulguem publicamente para que o juiz assuma atitude idêntica e digna como aquela adotada pelo magistrado que recusou o imoral pedido de ilegalidade do procurador do governo de Minas.

Começamos a semana muito bem, com os nossos bravos guerreiros acorrentados no Pirulito da Praça Sete, que chamou a atenção do Brasil e até do mundo para a vergonhosa realidade de Minas Gerais, estado rico que não paga sequer o mísero piso do magistério.

No dia seguinte, em mais de uma dezena de cidades ocorreram manifestações de protesto em frente às SREs, onde os nossos combativos educadores queimaram simbolicamente o subsídio do governo. Na mesma linha, dezenas de bravos guerreiros/as atuaram nas galerias da ALMGpressionando os carneiros de luxo do governo.

No dia de hoje, tivemos umaavalanche de boas notícias, que começaram às 6h da madrugada, com a panfletagem nas obras do Mineirão. É nosso interesse sim, que os operários da construção civil estejam a par do que está acontecendo com os educadores - até porque os filhos destes colegas trabalhadores são nossos alunos, e conquistar uma educação de qualidade será uma boa coisa para todos; depois tivemos a bonita manifestação espontânea dos alunos de Vespasiano.

Confesso a vocês: só fiquei sabendo dessa manifestação por volta das 22h de ontem, quando estava ainda em BH, de volta da ALMG. O que nós do NDGlocal pudemos fazer foi assistir, acompanhar, agradecer e aplaudir aquele ato belíssimo de apoio à nossa greve; em seguida vieram: 1) a notícia da reunião da coordenadora do Sind-UTE com o ministro do MEC, que se comprometeu a ajudar nas negociações em Minas; 2) a criação em Brasília de uma Comissão representativa do Congresso Nacional para acompanhar a implementação do piso pelos estados, a começar por Minas Gerais; e 3) finalmente, a recusa de um juiz do TJMG de aceitar o pedido de ilegalidade da greve feito, vergonhosamente, na calada da noite, por este tal Dr. Alceu, aquele de quem se esperava uma outra postura enquanto fiscal da lei, e não enquanto assessor do governador. Oh, Minas!

Por isso, a nossa expectativa é a de que o movimento cresça ainda mais. Pude sentir a indignação dos pais de alunos através do depoimento de alguns deles no ato realizado em Vespasiano. O governo de Minas não tem a menor noção do tipo de ira que está gerando nos mineiros de baixo. E seguramente o senador que mora no Rio de Janeiro e se diz representante de Minas será cobrado pela omissão e por ter sido co-responsável pela tentativa de destruição da carreira dos educadores de Minas Gerais.

Fica claro, também, que o atual governante não tem vontade própria nem traquejo para negociar politicamente os conflitos. Age fria e premeditadamente para atingir objetivos que interessam aos de cima, apenas. A recusa em pagar o piso, além de uma questão política, voltada para a nossa destruição, é também uma forma vil de servir economicamente aos de cima. Uma disputa de orçamento, onde o confisco salarial feito nas nossas costas é repassado para as elites dominantes, a quem ele serve.

Ele, o governador, segue a cartilha neoliberal dos demotucanos, com a desvantagem de sequer ter capacidade para flexibilizar e manter a aparência, como é comum acontecer entre os políticos mais experientes.

O atual governador é um burocrata, um técnico que deixou a carreira do estado para servir técnica e ideologicamente a um cacique político conservador, neoliberal e déspota - o faraó. Se não conseguir corrigir essa característica de tecnocrata sem jogo de cintura, temo que ele não consiga chegar até o final do seu governo.

Pois a indignação popular é grande, e os aparelhos de coerção, incluindo a mídia, já não podem mais ser controlados como antes. Por isso, será melhor, inclusive para ele, e para sua carreira, que, ao invés de querer destruir a nossa carreira, que ele pense em salvar a dele - e a do seu patrocinador - que pode ser enterrada antes da nossa.

Estão brincando com fogo. Podem sair queimados.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

E viva a nossa heroica resistência nestes 100 dias de greve!!!

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