quarta-feira, 15 de setembro de 2010

NOTÍCIAS DO EULER:"Ato público dia 15 contra as demissões e ameaça de remoção"



















terça-feira, 14 de setembro de 2010
Ato público dia 15 contra as demissões e ameaça de remoção

Neste dia 15, quarta-feira, a partir das 17h, acontece o ato público em protesto contra as demissões do governo do afilhado do faraó no bairro Vila Esportiva, em Vespasiano. O nosso blog havia mencionado que a SRE Metropolitana C dera uma pequena recuada em relação ao meu caso e ao de uma colega da Lei 100. Mas, o diretor da nossa escola esteve reunido hoje a tarde com a diretora-chefe da SRE Metropolitana C e duas inspetoras e elas confirmaram que serão mantidas as demissões e que a colega da Lei 100 - que está em licença médica - deverá procurar outra escola assim que voltar a trabalhar. E que no meu caso, de acordo com o diretor, as inspetoras pediram para que ele me comunicasse que eu estou "excedente" na escola - o que não corresponde à realidade -, mas que a SRE Metropolitana C vai providenciar a minha transferência compulsória.

Quanta arrogância, quanta falta de respeito para com os servidores públicos. O pior é que são incoerentes e pessoais - portanto, não republicanas -, pois mandaram o diretor me avisar, mas não passaram nada por escrito. Portanto, estou "avisado" de que a minha permanência na escola tem os dias contados. Uma ausência total de compromisso com a qualidade da Educação, com as comunidades atingidas e com o quadro de servidores de carreira da Educação. Pois, saibam as sras inspetoras - cujos nomes ainda não mencionarei aqui, mas, fá-lo-ei assim que julgar necessário - que não conquistei o meu cargo através de favores políticos e que, tal como todos os demais servidores da Educação, mereço (merecemos) ser tratado com mais respeito.

Não fosse o governo do faraó e do afilhado, que além de um fiasco em matéria de relacionamento humano, costuma dar guarida a essas práticas, especialmente na área da Educação, pessoas como muitas inspetoras e diretoras que conhecemos seriam convidadas a se retirar ou assumir outra função, jamais na área da Educação. Esta é uma área que requer sensibilidade, tolerância, respeito aos sujeitos envolvidos e acima de tudo compromisso ético com a Educação de qualidade para todos.

As práticas de demissão e remoção de professores, de forma unilateral e a partir da metade do ano, constituem um grave prejuízo para a vida dos estudantes (como bem relatou o nosso colega João Paulo no seu depoimento no post abaixo), para a vida dos servidores e para toda a população. Tudo em nome de uma economia porca, inclusive em vão, pois gastos fúteis são realizados aos montes pelo governo. Só com a mídia, para construir uma imagem daquilo que não existe, gastaram quase um bilhão em oito anos. Com a Cidade do Faraó, outros dois bilhões. E por aí vai.

As demissões no meio do ano não se justificam, pois as verbas da Educação não são reduzidas neste período do ano; pelo contrário, quem acompanha os repasses do FUNDEB verá que os últimos meses do ano geralmente são aqueles que ocorrem os maiores repasses. Além disso, quando se muda o pessoal de uma escola, não imaginam os/as especialistas distanciados do cotidiano escolar o estrago que se faz para a implementação de políticas pedagógicas.

A escola e o seu quadro de servidores são uma espécie de patrimônio cultural, material e imaterial, que está presente na vida dos moradores da comunidade, que partilham neste espaço os mais expressivos e ricos momentos de suas vidas. Quem não traz na lembrança a convivência com os mestres, como parte da memória da vida individual e coletiva? Ao manter sob pressão e ameaça de demissão e remoção os educadores, o Governo de Minas cria um quadro de insegurança e contribui para que esta carreira seja vista como a última opção para quem está de fora.

Não bastassem os péssimos salários que os dois governos do faraó e do afilhado nos legaram, além das condições de trabalho que pioram, na medida em que aumentam as cobranças e as pressões sem oferecer condições adequadas, ainda somos obrigados a conviver com essas práticas arrogantes de chefias.

Infelizmente, os poderes constituídos neste país são aqueles que criam as leis para serem cumpridas dependendo de quem se beneficiará ou será prejudicado pelas mesmas. Não há conduta republicana nos poderes do Brasil, e menos ainda em Minas Gerais, terra de coronéis e faraós. Não fosse assim e a lei que proíbe demissões e remoções de servidores em épocas de eleição seria respeitada. Mas, por aqui, pratica-se o erro já contando com a morosidade ou conivência por parte da justiça. Ou até mesmo com a dificuldade que os trabalhadores têm de contratar advogados para cobrar na justiça direitos que deveriam ser respeitados pelos governos.

Minha indignação, portanto, é perceber o quanto essas pessoas que assumem postos de chefia brincam com as nossas vidas; não nos respeitam e é por isso que a Educação pública no Brasil e em Minas em especial se encontra dessa forma. E eles sabem disso; e não estão nem aí, pois quem precisa de educação pública são as famílias de baixa renda. Cabe a nós decidirmos se vamos aceitar esta realidade, ou se vamos lutar contra ela.

O ato do dia 15, na Vila Esportiva, pode se tornar uma primeira manifestação dentre muitas outras que faremos: contra a política de perseguição e de choque aos educadores de Minas por parte do desgoverno do faraó e afilhado.
Postado por Blog do Euler às 19:43
2 comentários:

Professora do Interior disse...

Indignação;é o mínimo que posso sentir diante dessa situação. Nem adianta falar sobre os prejuízos causados aos alunos( parece que isso não tem importância mínima para os autores desse teatro).Algo que nós, professores de outra região possamos fazer, além de denúncias em sites, e-mails, e Msn?.Nossa solidariedade nesse momento é pouco.Necessário alguma ação.Sensação de estar virando as costas para colegas que estão sempre na batalha pela classe.
Torcendo muito para que a comunidade aí dê todo apoio ao ATO.
Se surgir alguma ideia de ação que possamos praticar em solidariedade e apoio, de algum colega, da parte do professor Euler...favor colocar por aqui.
FORÇA!!!!e espero que vocês contem com ajuda do Sindicato nessa hora.
Abraços fraternais.
Ivone
14 de setembro de 2010 20:23
Anônimo disse...

Euler, Bom dia!
Com certeza isto está acontecendo porque voce incomodou muito com o seu blog durante a greve, e esta foi a maneira suja encontrada pelos poderosos de fazer calar esta voz, mas não conseguirão. Eles desconhecem a força que nós educadores temos. Força sempre nesta sua jornada. Torço para que tudo se resolva. Abraços.
15 de setembro de 2010 05:42

Nenhum comentário :

Postar um comentário