quarta-feira, 23 de junho de 2010

MAIS NOTÍCIAS DA ASSEMBLEIA EM MG ( ALMG) : VIA BLOG DO EULER


Minas Gerais, local cujo nome, dizem, já foi liberdade. (Uai, que trem é esse, sô?)
terça-feira, 22 de junho de 2010
Educadores ocupam galerias da ALMG; deputados governistas fogem; votação é adiada para hoje, 23


Dois momentos de delicadeza: o forró, que aconteceu antes da assembléia, que teve o colega João Martinho como um dos destaques; e a cena acima, quando o colega Anderson é carregado nos braços (olha que coisa mais meiga) para amarrar a bandeirola nas hastes. (Fotos: Cristina). Quando me disseram que haveria uma "quadrilha" eu olhei para dentro do prédio e perguntei: outra? Só depois de um tempo eu entendi que era uma quadrilha de festa junina.

(Notícia extra do Blog do Euler: a TV Assembléia - veja links no post abaixo - acaba de anunciar agora, 11h, que haverá reuniões no plenário principal às 14h e às 20h de hoje, dia 23. Vamos lotar as galerias e todos os corredores da ALMG! Estaremos lá e voltaremos com novas informações depois da meia-noite).

Já passa da meia-noite quando chego em casa. Estou cansado e preciso repousar. Foi um dia inteiro de luta, de contatos, de pressão sobre os deputados. A Assembléia Legislativa esteve o dia todo ocupada por trabalhadores da educação de Minas. A direção do Sind-UTE tentou negociar alterações no projeto do governo, o PL 4689/2010, que corta direitos históricos dos servidores (quinquênios, biênios, pó-de-giz), joga fora o tempo de serviço dos trabalhadores, posicionando praticamente todos os servidores no grau A do respectivo nível de escolaridade, prevê o pagamento das novas tabelas somente em abril de 2011, entre outras mudanças que sacaneiam com os profissionais da Educação.

Pelo informe da direção sindical durante a assembléia dos educadores, das 17 reivindicações de mudanças feitas pelo Sind-UTE, apenas três foram aceitas pelos representantes do governo: a inclusão do reajuste períodico dos vencimentos, a antecipação do exame de certificação que estava previsto para seis meses após a aplicação da nova estrutura e tabelas salariais e a questão do limite da LRF. Todos os demais pontos receberam um NÃO do governo.

Mas, quando era para votar o projeto no plenário, os deputados do governo, que ao todo são 58 de um total de 77, sentiram a pressão dos educadores de todo o estado de Minas Gerais, que ocucparam as galerias do plenário principal e dos plenarinhos das comissões. Era trabalhador da educação espalhado para todo canto da ALMG. Ao todo, nos momentos de maior movimento, mais de 4 mil educadores participaram da jornada de luta de ontem, dia 22.

As votações foram transferidas para hoje, dia 23. As reuniões e negociações começam a partir das 9h. Os 19 deputados da oposição estão fechados com as propostas dos educadores e estão pressionando para levar as emendas para o plenário. O governo queria que o sindicato abrisse mão das emendas para aprovar o projeto tal como foi enviado à ALMG. O sindicato não aceitou. A assembléia dos educadores confirmou a decisão: de maneira alguma vai apoiar o projeto do governo sem as alterações propostas. Ou pelo menos daquelas principais, que respeitem o tempo de serviço, garantam o reajuste anual e mantenham os direitos adquiridos dos servidores.

A luta deve continuar hoje, dia 23, durante todo o dia e noite adentro. Aliás, quando deixamos as galerias da ALMG o relógio já passava das 22h. Muita gente estava disposta a ocupar e dormir no local. Mas, atendendo a um pedido dos deputados da oposição e da própria coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, de que seria importante deixar aquela Casa, descansar um pouco para retomar a luta hoje, os trabalhadores nas galerias acharam por bem dar essa pausa. A disposição de luta, no entanto, era enorme. E as batalhas foram apenas transferidas para o dia de hoje, quando todo corpo-a-corpo recomeça.

O diálogo das multidões nas galerias do plenário principal, com palavras de ordem, cantos e hinos, talvez tenha sido o ponto alto de um dia de muitas lutas, negociações, cafezinhos e contatos.

Só uma certeza eu guardo desse dia: nossa luta está viva. Segundo: nossa luta precisa continuar. Terceiro: só a luta pode alterar os planos diabólicos das elites brasileiras e mineiras.

Um abraço e até amanhã à noite, quando eu voltar da nova jornada na ALMG. Desculpem a pressa na escrita. É que o corpo já pede cama, embora a barriga me cobra um complemento a mais, além do cachorro-quente, da canjica e dos cafés que tomei na parte da tarde. Tem um arroz doce que minha mãe deixou pra mim. Irresistível. O miojo, um complemento, não sei se antes ou depois do arroz-doce. Antes das duas, quero estar navegando nas ondas do mais profundo sono, que conduz aos sonhos de uma noite de inverno. Que por serem sonhos, não congelam como nossos salários, e constroem um amanhã com muita esperança e disposição de mudar, quantas vezes forem necessárias.

P.S.: Incorporo ao artigo acima os 5 primeiros comentários que o blog recebeu, que trazem informações importantes, análises e crítica da realidade.

1) mora:

Caro Euler, bom dia. Vai aqui uma informação super importante. O Plano Decenal da Educação (PL 2215/08) será votado em 2º turno hoje, 23/06, na Comissão de Educação da ALMG. O referido projeto contempla o PISO NACIONAL (Lei Federal 11738/08) como vencimento básico, jogando por terra o projeto fascista do governo que cria o subsídio único. A reunião acontece 10:30 no plenarinho 2 da casa legislativa. Como já estaremos no recinto à espera das votações do dia, não custa nada dar uma espiada...Inté.

2) Maria Angelica:

Senhores deputados, tenham muita coragem e discernimento ao votarem a proposta salarial do governo para os professores. Mesmo não estando ai na ALMG, estamos acompanhando a votação e divulgando entre nossos familiares e amigos os nomes dos INIMIGOS DA EDUCAÇÃO EM MINAS GERAIS.

Companheiros, infelizmente não posso estar ai no corpo a corpo com vocês. So me resta participar virtualmente, enviando emails à quadrilha lá de dentro.

Estou com vocês em pensamentos e orações. Um abraço.

Maria Angelica- Sao Domingos do Prata MG

3) Rômulo:

Venho saudar a grande disposição de luta de toda nossa aguerrida categoria, em especial aos lutadores de Vespasiano e São João da Lapa. Podemos dizer que Vespasiano agora é a Moscou brasileira. Um salve especial ao nosso camarada Martinho, velho combatente da Classe e amigo de todas as jornadas.

No seu texto só tem um equivoco. Sobre a questão da certificação. Não é solicitado antecipação e sim adiamento por mais 06 meses.

Saudações Fraternais,

Rômulo - Ribeirão das Neves


4) Marly Gribel:

Caro Euler, tenho acompanhado as movimentações daqui de MOC e enviamos caravana para estar aí com vcs. Mandamos inclusive o filosófo da nossa escola, professor Javé e professor de filosofia professor Eustáquio (escolhas bem pertinentes não?). Estou bastante ansiosa, porque sei da falta de compromisso destes deputados da bancada governista para conosco e sofro ao ver a categoria sacrificar desta forma e me alegro ao mesmo tempo de ver a disposição da luta. Durante 25 anos lutei contra toda forma de autoritarismo e violência e nas proximidades de terminar a carreira continuo a assistir ao massacre da categoria mais sofrida do estado de MG.Lamentável... Mas acredito firmememente que a quadrilha que está no poder de MG também se encontra em xeque-mate e as pesquisas indicam isto. Um abraço.

5) Circe Reis:

Euler,

muito obrigada pela sua perspicácia e inteligência rápida em passar para nós, suas leitoras e leitores, os links para assistir ao vivo o que acontece na Assembléia. Depois que voltei de lá, fiquei assistindo até o final, 1 hora da manhã, nossa brilhante luta. Aos professores lutadores, parabéns. Esse movimento está conseguindo mexer com as estruturas cristalizadas do governo. Nossa persistência tem que mostrar para os incrédulos toda a nossa força.

Acabo de ouvir, ao vivo, 10:35 da manhã, o Dep. Antônio Júlio (PMDB) - pelo site que vc nos passou - dizer que o governo mandou desligar a transmissão da votação do projeto que estamos constestando... Imagina! Que ditador é esse? Até onde tudo isso vai continuar? Os profissionais da educação que poderiam assistir, dos cantos mais longínquos do estado, não poderão nem exercer o mínimo direito de saber da realidade que é a postura dos deputados contrários.

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