segunda-feira, 2 de agosto de 2010

BLOG DO EULER:ENTREVISTA COM VANESSA PORTUGAL ( PSTU)-JORNAL EM DIA



Tal como foi anunciado pelo blog, as entrevistas dos candidatos ao governo de Minas, especialmente na parte dedicada à Educação, serão publicadas aqui. Leiam a seguir a entrevista da candidata Vanessa Portugal do PSTU ao jornal Hoje em Dia. Para ler a entrevista completa clique aqui.


"Hoje em Dia:
Nós sabemos da experiência da senhora em relação à área da educação. Quais são os planos de Governo em relação à educação e quais são na prática as mudanças que pretende fazer?


Vanessa Portugal: A primeira coisa é investimento. Não dá para discutir mudança em relação à educação por meio de indicadores de avaliações externas que discutam os índices que os estudantes atinjam ou não sem que tenha uma mudança na estrutura educacional, e para isso preciso de dinheiro. É necessário, no mínimo, em Minas, dobrar o investimento em educação. Isso parece muito, porque dobrar custa. O problema é que o que se gasta para um Estado da proporção de Minas com déficit educacional que existe no Estado é muito pouco. Em 2009 se gastou por volta de R$ 4,75 bilhões, o que representa 11% da arrecadação. No mínimo, teria que dobrar isso para que se tenha o início de uma discussão. É preciso valorizar o salário do trabalhador em educação. Eu não digo isso para mais uma apologia. O Estado de Minas paga um dos piores salários do país. Na verdade, hoje com o plano que o atual governador soltou, o Estado terá um teto salarial de R$ 1.320.00, que não é um piso, é um teto. É o salário máximo que o trabalhador em educação pode atingir. Isto é um crime. Você dizer para um profissional que começa a vida funcional com R$ 1.320,00 e depois de 20 anos ele também vai continuar recebendo R$ 1.320,00. A política nacional para educação também é muito ruim, porque o piso nacional do Governo Lula é muito ruim. É R$ 1.200,00 mais ou menos para 40 horas de trabalho. A reivindicação dos trabalhadores em educação são 24 horas. Isso tem uma razão de ser. Porque isso tem haver com o nível de estresse com o qual a profissão está submetida. A ampliação das vagas. Hoje em Minas deixa de fora das escolas uma parte significativa dos estudantes que têm idade para cursar o ensino médio e deixa uma parte significativa das crianças de 0 a 6 anos. Em particular há uma concentração grande das crianças de 0 a 3 anos que, em geral, nesta faixa etária não é considerado educação. E é. A criança precisa ter escola, um processo educacional importante. O Estado tem que investir em formação técnica de qualidade, porque é responsabilidade do Estado fazê-lo. E também ensino superior. A UEMG tem hoje uma participação no cenário educacional ridícula em virtude do que poderia ter. Não que os profissionais não atuem com competência, mas é insignificante. Existe uma luta grande e necessária de que o profissional de educação do ensino fundamental, médio tenha um percentual de sua jornada de trabalho destinado ao planejamento de suas atividades, Hoje não é assim. Praticamente toda a jornada de trabalho é executada dentro da sala de aula. No Estado de Minas tem um peso grande a bandeira da democratização das escolas. Eleição de diretores era para ser uma bandeira conquistada há, pelo menos, 20 anos no Estado de Minas. Mas a cada ano tem um debate para ver se vai ter ou não eleição e só pode candidatar ao cargo de diretor de escola quem é aprovado em uma prova pré-definida pelo Estado. Primeiro trata-se de aumentar os investimentos para a educação. Segundo melhorar o salários dos profissionais e a nossa meta é o piso do Dieese que é por volta de R$ 2.700,00. Um plano de carreira que faça com que o trabalhador tenha incentivo em estudar e em permanecer carreira. E ampliar as vagas no ensino médio, para a educação infantil e os cursos profissionalizante."


2 comentários:

Anônimo disse...

Euler, essa proposta 2700 da candidata é para uma carga horária de 40 horas com 1/3 de extra classe ou para o cargo de 24?
luciano

Blog do Euler disse...

Caro colega e amigo Luciano,

A candidata não especificou a jornada na entrevista. Mas, ela menciona o salário como "piso do Dieese". Quero crer que esse valor seja para a jornada praticada na rede estadual, ou seja, 24 horas e assim mesmo enquanto piso (vencimento básico) sobre o qual incidem as gratificações.

Mas, a candidata costuma ler o nosso blog. Pode ser que ela responda a sua pergunta.

Na minha modesta opinião, R$ 2.700,00 dá até pra gente começar a conversar, kkk.

Um forte abraço e força na luta!

Euler








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