quarta-feira, 4 de agosto de 2010

BLOGDOEULER:Democracia nas escolas, roubo de computadores e dúvidas em relação ao acordo assinado com o governo

terça-feira, 3 de agosto de 2010
Democracia nas escolas, roubo de computadores e dúvidas em relação ao acordo assinado com o governo













Quero destacar aqui três temas, com base nos comentários e e-mail que recebi de três colegas de luta que acompanham este blog: João Paulo, Denise e Iris de Uberlândia. Não vou transcrever todo o teor das mensagens e e-mail, mas pretendo sintetizar as preocupações levantadas pelos colegas e fazer alguns comentários. Vamos lá.

* * *

Democracia na escola: Este é um tema fundamental para os educadores. Já passa da hora de alterar este sistema vertical e hierarquizado entre a SEE-MG e as direções das escolas e entre estas e os demais servidores. O próprio espírito da LDB, na letra da Lei e na essência do texto prevê a progressiva autonomia e democratização das unidades escolares. Em Minas se pratica o oposto. Os diretores de escola quase já nem são mais eleitos tal a prática antidemocrática da prorrogação dos mandatos, sem falar na tal eleição por consenso quando há uma chapa só, além da exigência de certificação. Mas, o pior é que a essência dessas medidas se traduz na transformação dos diretores, com raras exceções, em verdadeiros transmissores da vontade da SEE-MG. Muitos diretores e diretoras dizem claramente que são "pau mandados" do governo, o que expressa a forma autoritária do sistema da Educação em Minas - e acredito que esta realidade se estenda por todo o Brasil.

Nós não podemos abrir mão de exigir maior autonomia e democracia nas escolas. Diretores têm que ser eleitos democraticamente e serem nomeados pelo governo, goste ou não o governante de plantão daqueles que foram escolhidos pela comunidade escolar. Além disso, o diretor eleito precisa saber que não é o dono da escola e que não pode de maneira alguma prejudicar, perseguir, ameaçar servidores, enquanto protege outros, da chamada "panelinha" de amigos. Isso cria um ambiente ruim na escola, destrutivo, que inevitavelmente terá consequências no processo de ensino-aprendizagem.

Transparência na ação, respeito pela diferença, companheirismo, convencimento no lugar de métodos autoritários e burocratizados, devem ser observados. Muita gente adoece nas escolas - professores, auxiliares de serviço, etc - em função de práticas autoritárias e de perseguição, que infelizmente acontece com diretores para com os demais servidores, mas também entre supervisores e professores e até entre professores e servidores da cantina, por exemplo. Claro que não é uma prática generalizada, mas acontece e isso precisa ser encarado e combatido se quisermos construir um local adequado, humano, para se trabalhar e educar as pessoas.

E essas mudanças não dependem só de uma pessoa, ou de um dirigente sindical, ou mesmo do governo, mas de todos nós, educadores. A melhor forma que eu vejo de encarar este problema de frente é criando um campo de discussão sobre essas realidades. Debatendo com os colegas e construindo na própria escola espaços de reflexão e de conquista, ou melhor, de reconquista daquilo que deveria ser nosso por direito. É preciso que todos os servidores assumam a escola, apropriem-se dela, no melhor sentido - dos espaços, dos tempos, dos equipamentos utilizados, etc., exigindo respeito pelo outro e métodos não-burocráticos de relacionamento. Não somos máquina, somos gente. Merecemos respeito. Todos nós cometemos erros, mas é preciso que tenhamos espaço na escola para reconhecer o erro, para perdoar e para dialogar com o outro, tendo em vista o crescimento coletivo e individual. O oposto disso é a punição burocrática, a formação de grupos que se cristalizam e dificultam o trabalho coletivo, ou a acomodação pura e simples.

Mas, não penso que este trabalho deva se realizar só na base, em cada escola. É preciso também que a direção sindical, o conselho estadual, o comando de greve (que deveria ser mantido até a próxima greve) discutam essas questões e aprovem um calendário de lutas para cobrar do governo medidas voltadas ao atendimento de propostas que avancem na automomia e na democracia nas escolas.

Uma outra questão, que está ligada à carreira dos servidores é este modelo autoritário de avaliação de desempenho, implantado pelo governo neoliberal do faraó e seu afilhado. Tal modelo estimula o uso de critérios absolutamente subjetivistas para "avaliar" o trabalho de cada servidor com o intuito de punição e não de aprimoramento na carreira, como deveria ser. É muito comum se aplicar notas com critérios totalmente questionáveis, que favorecem alguns, amigos do rei, enquanto prejudicam outros, que não são tão amigos assim do rei. Isso também constitui falta de respeito pelo colega servidor, que deve ser tratado e avaliado com critérios objetivos, tendo em vista o crescimento e melhoramento desse colega e não com a punição voltada para prejudicá-lo na carreira.

Estas questões não podem estar ausentes das nossas reivindicações, juntamente com a questão salarial, que é o essencial para a nossa sobrevivência.

* * *

Roubo de computadores: o companheiro João Paulo tem falado sobre isso. Não há segurança nas escolas, nem durante o funcionamento e muito menos durante as madrugadas e finais de semana. O governo poderia muito bem montar um esquema com as prefeituras e manter vigilância pelo menos após o final do último turno até o dia seguinte e nos fins de semana. Geraria empregos, gastaria pouco dinheiro - uma vez que a despesa seria partilhada com as prefeituras - e protegeria os equipamentos das escolas, que já são escassos demais da conta.

Aliás, aproveito para criticar essa escassez em matéria de informática, dada a importância que este tema tem para os alunos e professores. Na escola que trabalhei anteriormente, no Machado de Assis, escola-polo da cidade, com mais de 1.500 alunos em três turnos, tinha um laboratório com apenas 17 computadores ligados em rede na Internet, sendo que alguns deles estavam estragados. Lembro-me que no início do governo Lula ele e seus ministros prometiam um computador para cada aluno e depois ninguém mais falou no assunto. Depois falaram que iam liberar um empréstimo para que o professor pudesse adquirir um notebook - o que já era um absurdo, considerando o salário de um professor, ainda mais de um miserável salário-de-professor-de-Minas (assim mesmo, tudo junto). Nada feito. Outro dia ouvi a notícia de que o governo da Índia conseguiu adquirir laptops no valor de R$ 60,00 cada e que para os estudantes o governo subsidiará a metade (ou seja, um laptop por 30 reais!) para que todos tivessem o seu.

Aqui em Minas há muita propaganda sobre a montagem de laboratórios de informática nas escolas. E claro que a propaganda é maior do que a realidade. Um laboratório decente precisa ter pelo menos um computador para cada aluno de uma sala, ou seja, um laboratório com pelo menos 30 ou 40 computadores ligados em rede e com banda larga com muitos megabytes, se não quiserem que os alunos quebrem as máquinas de raiva pela lantidão. Além disso é preciso assegurar o treinamento dos professores e monitores, a manutenção permanente das máquinas e a segurança para que elas não sejam roubadas. Infelizmente este é o país que nos legaram, de escolas que precisam ser protegidas, pois como não investem na educação de qualidade para todos, muitos cidadãos acabam se desviando para o crime, organizado ou não. O dia em que a escola puder manter os portões abertos e não precisar mais de segurança na porta, então teremos uma demonstração de que as coisas melhoraram muito.

* * *

Acordo assinado e não cumprido em parte (entre outras dúvidas): neste ponto vou transcrever algumas dúvidas que foram feitas por e-mail, deixando para que a direção sindical possa respondê-las. São dúvidas que incomodam a muitos colegas da base - e acredito que algumas delas incomodam a direção sindical também - e por isso mesmo precisam ser respondidas. Um diálogo aberto é sempre um momento de esclarecer dúvidas e motivar as pessoas para os novos combates que teremos que travar. Sempre lembrando aos colegas que não vencemos todas as batalhas de uma só vez. E que o nosso movimento não pode se desarticular, se quisermos avançar em novas conquistas. Eis então as dúvidas formuladas:

"1 - o servidor da Lei 100 terá direito a essa nova carreira ou permanecerá na antiga? Terá progressões ou não? Será levado em consideração o seu título ou não?

2 - o edital do concurso previsto para julho ainda não saiu. Sairá ainda este ano?

3 - o corte de vantagens de quem se afastou por mais de 300 dias foi derrubado ou ainda continua valendo?

4 - o aumento para 20% do total de professores nas escolas com direito a tirarem férias-prêmio sairá ou não? Sei que foi negociado, mas até agora nada. Muitos professores que nunca tiraram as mesmas vão acabar perdendo esse direito.

5 - o sindicato disse que entrou na justiça contra a Lei do corte de biênios e quinquênios, mas também não nos informa em que pé está esse processo."

Em suma, eram estes os três temas que me propus a abordar nesta postagem. Havia um quarto tema, sobre a proposta da Coordenação Intersindical aos candidatos que mencionei no post anterior. Espero voltar a este tema em outra ocasião.

* * *

Força na luta, camaradas. É hora de retomarmos os debates e a organização com os nossos colegas de trabalho para manter a unidade e a disposição de luta. Há muito ainda a conquistar, tanto em matéria de salários e direitos na carreira, como também nas condições de trabalho, no ambiente no qual entregamos parte importante do nosso tempo. Por isso, vale a pena manter esta sintonia de intercâmbio e luta entre nós.


Postado por Blog do Euler às 19:17


5 comentários:

polivanda@gmail.com disse...

BOA TARDE EULER!
GOSTARIA DE SABER SE É VERDADE UM COMENTÁRIO QUE ESCUTEI SOBRE O FATO DE QUE AS VAGAS DOS PROFESSORES DA LEI 100 NÃO IRÃO PARA O CONCURSO.ISSO É VERDADE? SE FOR O QUE ISSO IMPLICA?
ABRAÇÃO!
VANDA SANDIM
4 de agosto de 2010 09:48



Denise disse...

Está ai uma coisa que eu não dúvido que possa acontecer.

Tanto na gestão do Aécio como na gestão do Anastazista, tivemos inúmeros exemplos de desrespeito à Carta Magna.

E uns dos exemplos mais gritantes foi exatamente a Lei Complementar 100, que concede status de efetivo a milhares de servidores quando a Constituição determina que para ser efetivo é preciso aprovação em concurso público.

Hoje, professores efetivos não conseguem mudança de lotação ou remoção devido aos cargos vagos estarem sendo ocupados por efetivados.E para atender aos professores que necessitam da movimentação as SREs solicitaram que informassem os cargos ocupados pelos designados.
O professor efetivo só consegue ocupar o cargo vago se antes pesquisar e descobrir a situação funcional do ocupante. Do contrário...

E para corroborar, temos o desembagador Marota que numa sentada alterou a Constituição a classificar a educação como serviço essencial e assim, sentenciar como ilegal nosso movimento

Outro exemplo, temos criação de Leis. Com vigência sempre lá pra frente e quando chega o momento de implantar, eles ignoram as leis criadas por eles ou criam outra revogando a anterior.

Exemplo. Plano de Carreira, Prêmio Produtividade (Em relação a esta lei, eu quero só vê quando é que o Anastazista irá informar aos servidores que o Prêmio Produtividade tem prazo para acabar), reposicionamento, choque de gestão e por ai vai.

Assim sendo, tudo é possível.
4 de agosto de 2010 16:13


Maria Angelica de Castro disse...

EULER, BOA NOITE(APESAR DE VOCE ESTAR TRABALHANDO AGORA), RECEBI ESTE EMAIL E NAO ME CONTIVE, PENSEI LOGO EM VOCE....
ABRAÇO. MARIA ANGELICA- SAO DOM. DO PRATA


SOU UM PROFESSOR QUE PENSA...

Pensa em sair correndo toda vez que é convocado para uma reunião, que

certamente o responsabilizará mais uma vez, pelo insucesso do aluno.

SOU UM PROFESSOR QUE LUTA...

Luta dentro da sala de aula, com os alunos, para que eles não matem uns aos outros.

Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral.

SOU UM PROFESSOR QUE COMPREENDE....

Compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema, ele é sempre o lado mais forte.

SOU UM PROFESSOR QUE CRITICA...

Critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profissionais como: psicólogo, médico,
assistente social, mas não consegue fazer o próprio papel que é o de ensinar.

SOU UM PROFESSOR QUE TEM ESPERANÇA,


E espera que a qualquer momento chegue um "estranho" que nunca entrou em uma sala de aula,
impondo o modo de ensinar e avaliar.

SOU UM PROFESSOR QUE SONHA...

SONHA COM UM ALUNO INTERESSADO,

SONHA COM PAIS RESPONSÁVEIS,

SONHA COM UM SALÁRIO MELHOR, UM MUNDO MELHOR.

ENFIM, SOU UM PROFESSOR QUE REPRESENTA...

Representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é incentivada a trabalhar só pelo amor à profissão.

Representa um palhaço para os alunos.

Representa o fantoche nas mãos do sistema concordando com as falsas

metodologias de ensino.

E esse professor, que não sou eu mesmo, mas é uma outra pessoa, representa tão bem, que só não trabalha como ator, porque já é PROFESSOR e não dá para conciliar as duas coisas.
4 de agosto de 2010 18:01



Anônimo disse...

Olá Euler:

Diante do comentário da Denise, quero dizer que tenho um cargo concursada, efetiva, e outro da Lei 100, fui efetiva nele com 5 aulas, não sou a favor desta Lei, e sim de concurso público, mas na minha área, Física, não se tem concurso há mais de 5 anos, o que é um absurdo, na realidade fui prejudicada por esta Lei, que não tem direito a nada, não tem direito a férias-prêmio, ao plano de carreira, por pior que seja esse plano. Porém todos se calam diante dessa Lei 100 (sem nada). E olha, que em muitas escolas, nem se deve falar sobre o assunto, porque tem muita gente iludida com ela, colegas nossos de trabalho.

Iris.
5 de agosto de 2010 10:34



Elaine disse...

Boa noite Euler , gostaria de saber se com esse nova remuneração ,por subsídio, se continuaremos tendo direito a recebê las.
Um abraço.
Elaine-Betim.
PS:Por favor não deixe de me responder pois tenho tirado mutas dúvidas aqui em seu blog.
5 de agosto de 2010 16:56












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segunda-feira, 2 de agosto de 2010


Gregório Bezerra e Carlos Marighella: heróis do povo brasileiro


















"Mas existe nesta terra muito homem de valor que é bravo sem matar gente, mas não teme o matador, que gosta da sua gente e que luta a seu favor, como Gregório Bezerra, feito de ferro e de flor". (Ferreira Gular)

“Retiro da maldição e do silêncio e aqui inscrevo seu nome de baiano: Carlos Marighella”. (Jorge Amado)


Outro dia o presidente Lula, num dos seus discursos, disse que era necessário que o povo brasileiro, mais até do que ficar lembrando dos carrascos, passasse a homenagear a memória dos verdadeiros heróis do povo brasileiro. E de forma muito feliz citou o nome destes dois combatentes: Gregório Bezerra e Carlos Marighella.

Bezerra e Marighella foram dirigentes comunistas, homens da linha de frente no combate aos grupos dominantes. Numa época dominada pela Guerra Fria, pela disputa ideológica de vida e de morte entre esquerda e direita, estes personagens deixaram uma marca inconfundível de coragem, bravura e compromisso ético com a causa que defendiam. Num país de elites truculentas e atrasadas como o Brasil, educadas para tratar os de baixo como escravos, figuras como Marighella e Gregório Bezerra estavam condenadas a pagar um alto preço. Insubmissos, ambos foram presos várias vezes e duramente torturados nas duas maiores ditaduras do século passado no Brasil - a de Getúlio Vargas e a de 1964.

Gregório tinha origem camponesa e formação militar, tendo partipado das mais importantes lutas travadas pelo então PCB - Partido Comunista Brasileiro -, ao tempo em que este partido gozava de grande prestígio e força social. Ajudou a formar dezenas de sindicatos de trabalhadores rurais e era perseguido pelas elites conservadoras. Com o golpe civil-militar de 1964, já com mais de 60 anos de idade, Gregório Bezerra foi preso e passou por sessão de tortura pública que ficou conhecida pela covardia dos seus algozes. Já preso e dominado, foi brutalmente espancado e em seguida foi covardemente arrastado pelas ruas de Recife com uma corda amarrada ao pescoço. Em 1969 foi libertado em troca do embaixador norteamericano sequestrado por militantes de duas das muitas organizações armadas criadas após o Golpe de 1964 para combater a ditadura - a Dissidência da Guanabara, que depois se tornaria o MR-8, e a ALN - Ação Libertadora Nacional. Gregório viveu vários anos na URSS e retornou ao Brasil em 1979 com a anistia e a reabertura política. Bezerra passou 22 anos de sua vida preso em diferentes momentos por motivos políticos - tempo este que quase se equipara aos 27 anos de prisão de outro grande herói: Nelson Mandela.

Marighella foi outro personagem cuja coragem não tinha limite. Preso várias vezes, torturado das mais cruéis e variadas formas, jamais se deixou abater ou desistir de lutar. Era poeta, um organizador político de grande habilidade e acima de tudo um valente. Após o golpe civil-militar de 1964, não concordando com a linha adotada pelo PCB de resistência não-armada, rompeu com o partido e fundou aquela que seria talvez a mais forte organização armada dos anos de chumbo - a ALN. Tornou-se o maior líder da esquerda após o golpe - até então Carlos Prestes era a grande estrela da esquerda brasileira e até mesmo latinoamericana. Em novembro de 1969, Marighella foi executado numa emboscada montada na cidade de São Paulo, quando teve o corpo cravado de balas pela equipe da repressão dirigida pelo chefe do Esquadrão da Morte, delegado Fleury.

Num país onde muita gente é educada para valorizar e idolatrar canalhas, espertinhos, aqueles que levam vantagem em tudo, quase sempre pisando no pescoço alheio, estes personagens destoam deste cenário. Claro que eram outros os contextos históricos, dominados ou vividos por alguns com uma profunda paixão ideológica. Marighella e Gregório encarnaram no seu tempo o que havia de melhor como combatentes sociais, incansáveis lutadores em prol de um Brasil e de um mundo melhor para os de baixo. Aqui não se discute o mérito das lutas e dos posicionamentos assumidos por estes personagens, mas o compromisso moral com a causa que abraçaram. E neste ponto em particular estou de acordo com Lula: é preciso lembrar e homenagear os nossos heróis. Que são muitos, dezenas, centenas, milhares até, de homens e de mulheres, do valente Zumbi dos Palmares a todos aqueles e aquelas que lutaram (e lutam) bravamente por um mundo mais justo.

Num tempo em que o neoliberalismo procura anular a capacidade libertadora dos de baixo, ideologizando o mercado como tábua de salvação para tudo e todos - enquanto alguns poucos apenas se dão bem nessa disputa de mercado - nunca é demais lembrar daqueles que lutaram apaixonadamente contra a corrente. Eles estão vivos na nossa memória e na nossa ação, toda vez que nos colocamos igualmente contra essa corrente que nos prende aos grilhões do capital.

Gregório e Marighella, perseguidos pela ditadura civil-militar de 1964, odiados pelas elites, combatidos pela mídia burguesa: heróis do povo brasileiro!

* * *

O nosso colega e amigo João Paulo Ferreira de Assis fez dois comentários que merecem a apreciação e o juízo de todos os que visitam o nosso blog. Vou abrir a próximo post, amanhã à noite, com os textos do colega João Paulo. Os dois temas abordados por ele - as propostas da Coordenação Intersindical na reunião com Hélio Costa e o roubo de computadores e a falta de segurança nas escolas públicas de Minas - são de grande relevância para todos nós. Não adianta nada equiparem as escolas com laboratório de informática se não conseguem manter a proteção dos prédios escolares. Voltaremos então a estes dois temas amanhã, pois agora são 2h23m da madrugada e como eu dormi muito pouco ontem, preciso renovar as energias com uma boa madrugada e manhã de sono. Uma ótima madrugada para todos, especialmente ao João Paulo, bravo educador, que aproveita um passeio por várias cidades mineiras para observar atentamente e criticar as fragilidades das nossas escolas públicas. Pena que não tenhamos governantes e seus assessores com esta sensibilidade!

* * *

Outras notícias associadas ou não ao tema:

- Sind-UTE participa do Conselho Nacional de entidades da CNTE. (Rápido comentário do Blog do Euler: Aproveitem e critiquem a omissão desta entidade - CNTE - durante a nossa greve. Além, é claro, de cobrar uma postura combativa na luta pela implementação do nosso piso, para além da babação de ovo com os membros do governo federal e do legislativo. Nós precisamos é de multidões de educadores em greve em escala nacional e não de acordos palacianos!).

- Funcionalismo estadual entrega propostas a candidatos ao governo de Minas. (Rápido comentário do blog: As propostas são boas, necessárias até, mas há muita coisa não inclusa que é específica para a categoria dos educadores que terá que ser negociada diretamente. Além disso, infelizmente existem alguns sindicalistas e sindicato(s) do servidor(es) público(s) que não merecem a nossa confiança e são pelegos e atrelados ao governante mineiro de plantão. Faltou ainda incluir coisas específicas como o reposicionamento não pago pelo atual governo, entre outros. Por que será que não mencionaram este ponto????).

- Eis aqui na íntegra o documento da Coordenação Intersindical entregue ao candidato Hélio Costa. (documento em pdf).
Postado por Blog do Euler às 20:38 4 comentários
sábado, 31 de julho de 2010
Pensamentos de um final de recesso...
Leiam também a entrevista da candidata Vanessa Portugal, do PSTU ao jornal Hoje em Dia. Vejam no final da matéria.

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