Professores ignoram bloqueio
Governo do Estado reafirma que greve se limita a 10,5% dos profissionais
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) reagiu ontem à decisão judicial que determinou o bloqueio de R$ 130 mil das contas da entidade e aumento da multa diária cobrada pela continuidade da greve. A paralisação na rede estadual chega hoje ao seu 44º dia.
A coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, afirmou que o bloqueio do dinheiro não afeta a decisão dos professores de permanecerem de braços cruzados pelo menos até a próxima terça-feira quando acontece uma nova assembleia.
A retenção nas contas do sindicato aconteceu anteontem, quando o desembargador Alvim Soares, da 2ª Instância do Tribunal de Justiça, acatou pedido feito pela Advocacia Geral do Estado (AGE) para que a ação que considerou a greve ilegal, no último dia 4, fosse executada. O valor bloqueado é referente a 13 dias de greve - entre 7 e 19 deste mês.
Na decisão, o desembargador ainda determinou que a multa diária pelo descumprimento da decisão passe dos R$ 10 mil diários para R$ 30 mil. Com isso, o limite de bloqueio de recursos da entidade passou de R$ 500 mil para R$ 900 mil.
Beatriz Cerqueira afirmou que a estratégia do governo para forçar o fim da greve teve efeito contrário. "O Sind-UTE/MG vai honrar seus compromissos. A categoria sabe que somos uma entidade séria. É por isso que a cada dia mais professores estão aderindo à greve, sem medo de ameaças", disse.
O Instituto de Educação Minas Gerais, a maior e mais tradicional escola da rede na capital, é um exemplo da reação dos professores, segundo o sindicato.
A Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A, à qual o Instituto de Educação pertence confirmou que 200 dos 265 professores da instituição cruzaram os braços, ontem. Cinco mil alunos estudam no instituto.
De acordo com a diretora da superintendência, Elci Santos, outras escolas aderiram à greve nessa semana, mesmo depois de o governo anunciar o corte do pagamento dos grevistas. "Acredito que o trabalho do governo de informar suas propostas diretamente aos professores, sem intermédio do sindicato, pode funcionar bem", comentou a diretora.
Enquanto o sindicato divulga que metade dos 250 mil profissionais da educação em Minas está de braços cruzados, a Secretaria Estadual de Educação (SEE) informa que a adesão não passa de 10,5%. Sobre o possível aumento na adesão ao movimento, a SEE, por meio da assessoria, preferiu não se pronunciar.
Flash
Duração. Hoje o protesto completa 44 dias. A última greve mais longa, segundo o Sind-UTE, foi em 2002, quando os professores ficaram de braços cruzados por 50 dias. Em 1991, quando houve a maior greve da rede estadual, a paralisação chegou a durar 86 dias.
Fonte, O Tempo Online
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