segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Euler: "Uma descarga à céu aberto."



domingo, 29 de agosto de 2010










Uma descarga a céu aberto: professor é o problema
O Blog do Euler aconselha: não VEJA nem leia todo tipo de lixo que espalham por aíRecebi por e-mail uma indicação de leitura do colega educador Reginaldo J. da Silva, que com toda razão estava zangado com o teor de uma entrevista publicada numa revista de circulação nacional. Não vou citar o nome da tal revista, pois pode feder o ambiente da blogosfera. Só de falar isso, todos sabem de qual publicação se trata.Na tal entrevista, uma "especialista em educação" (mais uma), diz que quem precisa de escola em tempo integral é o professor e não o aluno. Para esta infeliz, professor(a) deveria ganhar de acordo com o que produz. Salário alto para todos, nem pensar - diz a "especialista". Para esta sumidade em matéria de educação, os alunos não aprendem porque os professores têm uma formação débil. E lógico, para ela, a culpa é do governo federal, que permite a existência de universidades e faculdades que não preparam bem os professores.Com isso esta especialista livra a cara do faraó e do afilhado e também a do candidato demotucano que governou São Paulo, cujas práticas aliás são mencionadas como o melhor exemplo de incentivo aos professores. Nós vimos quais foram essas práticas durante a greve de lá: spray de pimenta e cassetete. E aqui: ameaças de demissão, corte de ponto e mentiras pela mídia.Na entrevista, a tal especialista elogia a meritocracia e insiste na tese de que o problema da Educação pública é a formação dos docentes. Tenta disfarçar dizendo que os professores não são os únicos culpados - para ela, a culpa é do governo federal -, mas acaba nos condenando: para ganhar bem, precisamos mostrar resultados. Pagar bons salários para todos, não.Esse tipo de proposta indecente, do tipo: mostra serviço primeiro que depois será recompensado - só acontece quando falam da carreira da educação pública. Além disso, estes especialistas demonstram não ter a menor consciência da realidade do ensino público hoje no Brasil. Da realidade social trincada, com famílias desestruturadas, estudantes que não recebem o menor suporte pedagógico e afetivo em casa, o que obriga o professor a virar psicólogo, assistente social, mãe, pai, tomador de conta de menino, etc. E de vez em quando o/a professor/professora consegue realmente exercer a sua atividade profissional.Ao contrário do que diz mais esta especialista (não é a única, nem será a última, diga-se) os nossos professores têm sim ótima formação acadêmica. Falta-nos estímulo para trabalhar, em função dos salários indecentes que recebemos, o que obriga boa parte dos professores a assumir dois ou três cargos. Faltam-nos ainda condições adequadas de trabalho, equipamentos, bibliotecas, laboratórios e tempo extraclasse para a prática adequada de trabalho interdisciplinar. E falta também investimento decente na formação continuada do professor, que se não pagar por conta própria seus cursos de aprimoramento não têm acesso a nada. Mas, é mais cômodo para o estado, através do receituário neoliberal que formou estas especialistas, apostar na divisão da categoria, inventando prêmio para alguns e taxando os demais como incapazes.Como disse o colega Reginaldo, criticar e atacar o/a professor/professora é o caminho mais fácil para se justificar e empanar perante a sociedade a omissão do estado. Que não é só do governo federal não, mas também e em alguns casos principalmente de governos estaduais, como o do faraó e afilhado, e dos municipais.Mas, a tal especialista - como tantas outras -, ao apresentar este tipo de crítica, de uma certa forma se credencia para assumir algum cargo nos governos neoliberais. Cargos pelos quais jamais receberão salários de miséria de professores, como os de Minas e do Brasil. Receberão bons salários mesmo não mostrando eficiência alguma no desempenho das tarefas. Ou quem sabe até serão convidadas para fazer palestras recebendo altos honorários para ensinar aos professores que são eles (nós) os culpados pelo fracasso do ensino público no Brasil.Recomendo aos leitores do blog a não comprar, não distribuir, nem indicar a tal revista, que todos já sabem qual é, pois não é a primeira vez que ela divulga matérias ridículas incriminando os professores. Na verdade não é bem uma revista, mas uma descarga a céu aberto. E quanto a esta infeliz especialista, vou xingá-la em outro idioma, mais adequado a uma mente colonizada: fuck you!
* * *
Incorporo ao texto central o comentário sempre lúcido do nosso colega e amigo João Paulo, que tem muito a ver com o texto acima. Só não concordo com ele quando, por excesso de modéstia, coloca-se como menos preparado do que outros professores. Primeiramente, já é um equívoco e uma sacanagem do governo do faraó e afilhado confiscar o direito de férias-prêmio a que todos deveriam fazer jus. Segundo, porque nós sabemos como essas avaliações de desempenho são feitas, quase sempre de modo subjetivo, pessoal. E como se não bastasse tudo isso, agora o governo pune quem tira as férias-prêmio ou a licença-maternidade."João Paulo Ferreira de Assis:Prezado amigo Professor EulerVeja como o governo de Minas age. No caso das férias-prêmio um dos pontos de desempate é a avaliação de desempenho. Solicitei férias-prêmio e não fui selecionado. Os professores que foram, tem melhor avaliação de desempenho. Agora eles virão com o rombo no seu pagamento, e eu que não fui selecionado não terei problema algum.Veja, Professor Euler, o [des]governo Anastasia conseguiu a proeza de desvirtuar o instituto das férias-prêmio e a licença-maternidade, CASTIGANDO A EFICIÊNCIA e PREMIANDO A MEDIOCRIDADE. E castiga ainda aquelas professoras que precisam de um momento para ficarem com seus bebês, os amamentarem condignamente.Veja você prezado amigo. Se eu tivesse sido melhor professor, eu estaria sendo castigado agora. Viveria minhas férias-prêmio preocupado de quanto será o rombo no meu pagamento. Esta atitude mostra o compromisso do Anastasia com a Educação. Quer sucatear as escolas públicas para que os filhos da gente pobre não tenham as mesmas oportunidades que os da gente rica."
Postado por Blog do Euler às 19:03 0 comentários
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sábado, 28 de agosto de 2010


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